Seqüência no manequim

Inicialmente, deve ser feito o exame semiológico do paciente, com objetivo de se realizar o diagnóstico. Os dados obtidos no exame clínico, que envolve a anamnese e o exame físico, juntamente com os dados obtidos a partir da interpretação do exame radiográfico, devem ser anotados para realizar o diagnóstico, o plano de tratamento e proservação do caso.

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Figura 18. A) Aspecto clínico do dente 36. B) Radiografia periapical da região de primeiro molar inferior esquerdo evidenciando câmara pulpar ampla, raiz distal reta e raiz mesial com ligeira curvatura.

Feito o diagnóstico e constatada a necessidade de terapia endodôntica, procede-se ao isolamento do campo operatório e cirurgia de acesso, com a devida localização dos canais radiculares (Figura 19);

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Figura 19. A fotografia ilustra a cirurgia de acesso em que se pode visualizar a entrada dos canais radiculares. A seta evidencia a obstrução da entrada dos canais mesiais.

Deve-se utilizar uma solução irrigante auxiliar no preparo do canal radicular, dotada de ação lubrificante, bactericida e capaz de atuar sobre matéria orgânica, dissolvendo restos pulpares). A solução que melhor atende a estes quesitos é o hipoclorito de só-dio em concentração variando de 0,5 a 5,0%, devendo ser usada em quantidades ge-nerosas e dispensada no interior do canal radicular com o auxílio de uma agulha fina, preferivelmente de anestesia (Figura 20). Neste caso, utilizou-se o líquido de Dakin (hipoclorito de sódio a 0,5% com pH reduzido por ácido bórico);

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Figura 20. Inundação da câmara pulpar e canais radiculares com hipoclorito de sódio. A seta indica o adaptador para agulhas de anestesia, de modo a serem usadas em seringas comuns ou mesmo Luer-lock.

Para facilitar a ação dos instrumentos e evitar a formação de stress, que poderia levar à uma fratura da lima, as interferências cervicais são removidas com o auxílio de alargadores de orifício (ou de Auerbach) e limas Hedströem (Figura 21);

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Figura 21. A fotografia ilustra os instrumentos utilizados para o preparo da região cervical A) Dilatador de orifício (Auerbach). B) Lima Hedströem.

Após a remoção das interferências cervicais, deve-se efetuar a odontometria para determinação do comprimento de trabalho, seguida por um alargamento dos condu-tos até uma lima nº 15;

Após o preparo cervical, os canais estarão prontos para receber as limas ProFile. Deve-se introduzir o instrumento nº 15, girando a uma velocidade de no máximo 300 rpm, até o comprimento de trabalho, sem exercer pressão (Figura 22). O instrumento de memória será definido de acordo com a anatomia de cada raiz. A irrigação do canal deve ser abundante, a cada troca de instrumento;

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Figura 22. Fotografia evidenciando o contra-ângulo com a lima ProFile nº 15 sendo introduzida no canal distal.

Findo o preparo, os canais estarão prontos para receber os cones de guta-percha (Figura 23);

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Figura 23. Fotografia evidenciando o aspecto da entrada dos canais radiculares após a escultura. As setas indicam os canais mesiais, que apresentam-se suficientemente amplos.

Deve ser feita a prova dos cones de guta-percha, com a devida confirmação radiográfica. Caso haja travamento satisfatório dos mesmos, pode ter início a seqüência de obturação;

Confirmado radiograficamente o sucesso da obturação, deve ser feito o corte dos cones de guta-percha abaixo da linha cervical, com o auxílio de instrumento aquecido ao rubro. Em seguida, efetua-se a condensação vertical da obturação e a limpeza da câmara pulpar (Figura 24);

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Figura 24. Aspecto clínico do dente após o corte dos cones de guta-percha e a toalete da cavidade.

Caso não seja possível a restauração na mesma sessão, um material selador provisório deve ser utilizado (Figura 25). Deve ser executada uma radiografia final para proservação do caso (Figura 26).

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Figura 25. Aspecto clínico do dente após a restauração provisória com Cimpat® (Septodont, França).
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Figura 26. Aspecto radiográfico do dente obturado, em que se pode observar a manutenção da forma original do canal.

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