Breve histórico sobre Eletromiografia
Jan Swammerdam
Microscopista e naturalista holandês nascido em Amsterdã, em 1637, pioneiro
na observação e em estudos microscópicos de plantas e animais,
observou pela primeira vez as células do embrião, os glóbulos
vermelhos do sangue (1658) e descobriu os vasos linfáticos.
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Jan Swammerdam |
Filho de um
farmacêutico, concluiu medicina na Universidade de Leiden (1667),
embora não a tenha exercido profissionalmente, dedicando-se sempre
às pesquisas microscópicas, sob cobertura financeira da própria
família. Notabilizou-se na dissecação microscópica de insetos,
fazendo publicações comparativas, descrevendo-os com minúcias e
ilustrando a anatomia e o comportamento de numerosas espécies deles.
Suas observações o levaram à catalogação desses insetos em quatro
grandes divisões segundo o grau e o tipo de suas metamorfoses,
inclusive três dessas divisões ainda são mantidas na classificação
atual. Nesses trabalhos corrigiu as concepções do fisiologista
italiano Marcello Malpighi sobre o sistema nervoso e cerebral dos
insetos e repudiou a teoria de William Harvey sobre a metamorfose
dos mesmos.
Obteve, ainda, resultados notáveis em estudos da anatomia do corpo
humano e descobriu as válvulas que hoje levam seu nome no sistema
linfático dos batráquios. Por falta de recursos financeiros não pode
continuar suas pesquisas e, depois de profundas crises existenciais,
debilitado da saúde e, sob a influência de uma mística religiosa,
aderiu nos últimos anos de vida à corrente religiosa de Antoinette
Bourignon, abandonando suas atividades científicas (1673). Morreu em
sua cidade natal, em 1680. Seu principal livro foi História Geral dos Insetos
(1669), onde tratava sobre a morfologia e suas metamorfoses. Meio
século após sua morte (1737 - 1738), o médico holandês Hermann
Boerhaave publicou a maior parte da sua obra com o título Bíblia da
Natureza.
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Francesco Redi |
Francesco Redi
Médico e poeta italiano nascido em Arezzo, em 1626, realizou a célebre
Experiência de Redi sobre a geração de animais inferiores. Estudou
em Florença e Pisa e tornou-se médico do duque de Toscana. Começou a
testar empiricamente a hipótese da geração espontânea (1668),
colocando pedaços de carne em dois frascos abertos e cobriu um deles
com uma fina camada de gaze. Observou que os dois frascos ficaram
rodeados por moscas, mas elas só podiam pousar no pedaço de carne
descoberto. Depois de alguns dias, os dois pedaços apodreceram, mas
surgiram larvas apenas no frasco aberto. Concluiu que as larvas
surgiam de ovos colocados pelas moscas. Provou assim que a vida não
surgia espontaneamente em qualquer circunstância. Apesar da sua
contribuição, a abiogênese ainda iria prevalecer por mais um século.
Destacou-se também por seus estudos sobre o veneno das víboras.
Escreveu um livro sobre animais parasitas. Morreu em Pisa, em 1697, e sua
principal obra poética foi Bacco in Toscana (1685).
Charles Du Fay
Charles François de Cisternay du Fay (Paris, 14 de Setembro de 1698
1739) foi um químico francês, descobridor europeu da eletricidade
positiva e negativa, descrevendo pela primeira vez em termos de
cargas elétricas a existência de atração e repulsão (1737).
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Charles Du Fay |
Capitão do exército
e diplomata francês, deixou estas atividades para estudar Química e
tornou-se químico da Academia Francesa. A partir do modelo primitivo
de Guerick, aprofundou as pesquisas sobre as propriedades elétricas
de numerosos materiais. Por exemplo, desenvolveu diversos
experimentos acerca da condução da eletricidade observando que um
fio de barbante seco era isolante enquanto que o barbante úmido era
condutor.
Estudou
detalhadamente o fenômeno da repulsão em corpos carregados (1733),
descobrindo também que os objetos carregados se atraíam em certas
circunstâncias enquanto que em outras se repeliam, concluindo pela
existência de duas espécies diferentes de eletricidade, que
designou, conforme o material de referência, por vítrea, a
correspondente a hoje carga positiva, e a resinosa, a forma negativa
da carga elétrica.
Comprovou a
existência de dois tipos de força elétrica: uma de atração, já
conhecida, e outra de repulsão. Para ele estava definido que a
eletricidade tinha a propriedade de atrair corpos leves. Assim,
baseando-se em experiências com várias substâncias, ele foi o
primeiro a dividir os corpos em dois grandes grupos, segundo seu
comportamento elétrico. Foi um dos principais cientistas da época.
A existência de
dois tipos de eletricidade foi também comprovada de forma
independente pelo cientista estadunidense Benjamin Franklin
(1706-1790), que aparentemente desconhecia os trabalhos
desenvolvidos na Europa. O norte-americano criou o conceito de carga
elétrica e atribuiu os sinais positivo e negativo para distinguir os
dois tipos. Nessa época, já haviam sido reconhecidas duas classes de
materiais: isolantes e condutores.
Estas contribuições
teóricas permitiram o desenvolvimento da máquina eletrostática,
cujos órgãos essenciais eram um mecanismo de arrastamento, o
desmultiplicador e uma manivela, um elemento rotativo deslizante
entre almofadas, produzindo eletricidade estática, e um acumulador
de carga.
Foi nomeado
superintendente dos Jardins du Roi, de Paris (1732), e também se
destacou em Botânica e no estudo das propriedades ópticas dos
cristais, e morreu em Paris, depois de uma breve enfermidade, com
pouco mais de 40 anos de idade.
Alessandro Volta
Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta (Como, 18 de Fevereiro
de 1745 - Como, 5 de Março de 1827) foi um físico italiano,
conhecido especialmente pela invenção da bateria. Mais tarde, viria
a receber o título de conde.
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Alessandro Volta |
Volta nasceu e foi
educado em Como, Itália, onde ele se tornou professor de Física na
Escola Real em 1774. Sua paixão foi sempre o estudo da eletricidade,
e já como um jovem estudante ele escreveu um poema em latim na sua
nova fascinante descoberta. De vi attractiva ignis electrici ac
phaenomenis inde pendentibus foi seu primeiro livro científico.
Em 1775 ele criou o eletróforo, uma máquina que produzia
eletricidade estática, e fez experimentos como ignições de gases por
uma faísca elétrica em um tanque fechado.
Em 1779 ele
tornou-se professor de Física na Universidade de Pavia, posição que
ele ocupou por 25 anos. Em 1794, Volta casou-se com Teresa Peregrini,
filha de Count Ludovico Peregrini; o casal teve três filhos.
Em 1800, como o
resultado de uma discórdia profissional sobre a resposta galvânica,
advocado por Luigi Galvani (onde metais produziam eletricidade
apenas em contato com tecido animal), Volta desenvolveu a tão-falada
pilha voltaica (comprovando que para a produção de eletricidade, a
presença de tecido animal não era necessária), um predecessor da
bateria elétrica. Volta determinou que os melhores pares de metais
dissimilares para a produção de eletricidade eram zinco e prata.
Inicialmente, Volta experimentou células individuais em série, cada
célula sendo um cálice de vinho cheio de salmoura na qual dois
eletrodos dissimilares foram mergulhados. A pilha elétrica
substituiu o cálice com um cartão embebido em salmoura. (O número de
células, e consequentemente, a voltagem que poderiam produzir,
estava limitado pela pressão exercida pelas células de cima, que
espremeram toda a salmoura do cartão da célula de baixo).
Em honra ao seu
trabalho no campo de eletricidade, Napoleão fez de Volta um conde em
1810; em 1815, o Imperador da Áustria nomeou Volta professor de
Filosofia na Universidade de Pádua. Volta está enterrado na cidade
de Como, Itália. O Templo Voltiano perto do Lago Como é um museu
devotado ao trabalho do físico italiano; seus instrumentos e
publicações originais estão à mostra lá.
Em 1881 uma
importante unidade elétrica, o volt, foi nomeada em homenagem a
Volta. Volta aparecia nas notas de dez mil liras italianas, hoje já
fora de circulação.
Luigi Galvani
Luigi Galvani (Bolonha, 9 de Setembro de 1737 - Bolonha, 4 de
Dezembro de 1798) foi um médico e investigador italiano. Foi
professor de Anatomia da Universidade de Bolonha, cidade onde viveu
e morreu.
A partir de
estudos, realizados em coxas de rã descobriu que músculos e células
nervosas eram capazes de produzir eletricidade, que ficou conhecida
como então como a eletricidade galvânica. Mais tarde, Galvani
demonstrou que ela é originária de reações químicas. Ele foi também
pioneiro na moderna obstetrícia.
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Luigi Galvani |
Em seus estudos,
dissecando rãs em uma mesa, enquanto conduzia experimentos com
eletricidade estática, um dos assistentes de Galvani tocou em um
nervo ciático de uma rã com um escalpelo metálico, o que produziu
uma reação muscular na região tocada sempre que eram produzidas
faíscas em uma máquina eletrostática próxima. Tal observação fez com
que Galvani investigasse a relação entre a eletricidade e a animação
- ou vida. Por isso é atribuída a Galvani a descoberta da
bioeletricidade.
Galvani criou então
o termo eletricidade animal para descrever aquilo era capaz de
ativar os músculos daquele espécime. Juntamente com seus
contemporâneos, ele reparou que aquela ativação muscular era gerada
por um flúido elétrico que era conduzido aos músculos através dos
nervos. Esse fenômeno foi então apelidado de "galvanismo", por
sugestão dada por seu colega e, em alguns momentos adversário
intelectual, Alessandro Volta.
Os resultados das
pesquisas e investigações de Galvani chegaram a ser mencionados por
Mary Shelley, como parte de uma lista de recomendações de leitura
direta, para um concurso de estórias de terror, em um dia de chuvoso
na Suíça - o que resultou no romance Frankenstein - e sua
reconstrução e reanimação através da eletricidade.
As investigações e
descobertas de Galvani levaram à invenção da primeira bateria
elétrica, mas não por Galvani, que não percebia a eletricidade
separada da biologia. Galvani não via a eletricidade como essência
da vida, ao qual ele percebia ter uma natureza intrínseca e inerente
à vitalidade. Desse modo, foi Alessandro Volta quem construiu a
primeira bateria elétrica, que ficou conhecida como a pilha
voltaica.
Como Galvani
acreditava, toda a vida é de fato elétrica - pelo fato de todas as
coisas vivas serem compostas de células, e cada célula tem um
potencial celular - a eletricidade biológica tem as mesmas bases
químicas para o fluxo de corrente elétrica entre células
eletroquímicas, desse modo podendo ser resumida de algum modo fora
do corpo. A intuição de Volta estava correta também.
O nome de Galvani
também sobrevive nas células Galvânicas, no galvanômetro e no
processo chamado de galvanização. A cratera Galvani, na superfície
da Lua, também foi nomeada em sua homenagem.
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Carlo Matteucci |
Carlo
Matteucci
Carlo Matteucci (21 de Junho de 1811 - 25 de Junho de 1868) era um
físico e neurofisiologista italiano, pioneiro nos estudos da
bioeletricidade.
Nascido em Forli,
província de Romagna, era filho de Vincenzo Matteucci, físico, e
Chiara Folfi. Estudo matemática na Universidade de Bologna de 1825 a
1828, recebendo seu doutorado em 1829. De 1829 a 1831, estudou na
Escola Politécnica de Paris, França. Ao retornar à Itália, Matteucci
estudou em Bologna (1832), Florença, Ravenna (1837) e Pisa.
Estabeleceu-se como mentor do laboratório do Hospital de Ravenna e
transformou-se em professor de física na faculdade local. Em 1840,
por recomendação de François Arago (1786 - 1853), seu professor na
Escola Politécnica, ao Grão-Duque de Toscana, Matteucci aceitou um
posto de professor de física na Universidade de Pisa.
Instigado pelo
trabalho em bioeletricidade de Luigi Galvani (1737 - 1798),
Matteucci começou, em 1830, uma série de experiências que perseguiu
até sua morte, em 1865. Usando um galvanômetro sensível de Nobeli,
podia provar que os tecidos biológicos feridos, quando excitados,
geravam correntes elétricas diretas, e que poderiam ser somados
adicionando elementos em série, como as pilhas elétricas de
Alessandro Volta (1745 - 1827). Assim, Matteucci pôde desenvolver o
que se chamou "rheoscopic frog", usando o nervo de um corte
no pé de uma rã e seu músculo unido com um tipo de detector sensível
de eletricidade. Seu trabalho em bioeletricidade influenciou
diretamente a pesquisa desenvolvida por Emil du Bois-Reymond (1818 -
1896), um estudante do grande biólogo alemão Johannes Peter Müller
(1801 - 1858) em Berlim, que tentou duplicar as experiências de
Matteucci e terminou por descobrir o potencial de ação do nervo.
A partir de 1847
fez parte ativa da política e, em 1860, foi escolhido senador
italiano, ao mesmo tempo tornando-se inspetor geral das linhas de
telégrafo italianas. Dois anos mais tarde foi apontado Ministro de
Instrução.
Matteucci morreu em
Ardenza, perto de Livorno, em 1868.
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Emil du
Bois-Reymond |
Emil du Bois-Reymond
Emil du Bois-Reymond (Emil Heinrich du Bois-Reymond, 1818 - 1896)
foi um médico alemão e neurofisiologista. Foi o descobridor do
potencial de ação e pai da eletrofisiologia experimental.
Apesar de
ter vivido e desenvolvido sua carreira principalmente em Berlim, e
de ser considerado um dos grandes médicos da Alemanha, na realidade
ele era de família francesa. Ele se descrevia como um Hugenote
típico.
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Guillaume
Duchenne |
Guillaume Benjamin Amand
Duchenne
Neurofisiologista francês, nascido em 17 de setembro de 1806, em
Bolonha, França e falecido em 15 de setembro de 1875, em Paris, foi
o primeiro a descrever várias desordens nervosas e musculares e o
desenvolvimento do tratamento médico para elas.
Criou o eletrodiagnóstico e a eletroterapia. Durante sua prática privada ao
longo de sua vida em Bolonha (1831 - 1842) e Paris (1842 - 1875),
explorou os efeitos de estímulos elétricos sobre nervos e músculos
enfermos. Fez as primeiras classificações de vários tipos de atrofia
muscular e paralisia causadas por alterações nos nervos, incluindo
(1858) a ataxia locomotora, uma atrofia muscular causada por uma
degeneração das regiões dorsais da medula espinhal e nervos
sensoriais do tronco.
Um instrumento de invenção
sua, atualmente
conhecido como o "trocar" de Duchenne, para remoção de pequenas
partes de tecido localizado profundamente no corpo, levou à pratica
do diagnóstico via biópsia. Seus livros mais conhecidos são L'életrisation
localisée (1855) e a Physiologie des mouvements (1857).
H. Piper
H. Piper é reconhecido
como o primeiro investigador a estudar os sinais EMG (eletromiograma),
que são os sinais produzidos pelos músculos esqueléticos. Seus
trabalhos foram desenvolvidos na Alemanha entre 1910 e 1912, fazendo
uso de um galvanômetro sequencial.
Joseph Erlanger
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Joseph Erlanger |
Fisiologista
estadunidense nascido em 1874, em San Francisco, Califórnia, que com
Herbert Spencer Gasser, americano do Rockefeller Institute for
Medical Research, New York, NY, ganhou o Prêmio Nobel de
Medicina e Fisiologia (1944) por trabalhos em fibras nervosas.
Filho de Herman e
Sarah Erlanger, estudou química na University of California, recebeu
o grau de B.S. daquela universidade e depois foi para a Johns
Hopkins University, para estudar medicina onde obteve o M.D (1899).
Depois de um ano de residência no Johns Hopkins Hospital, foi
nomeado professor assistente no Department of Physiology da Medical
School da instituição e lá ficou por seis anos, sendo instrutor,
sócio e professor associado.
Ele foi nomeado (1906) o primeiro
Professor de Fisiologia da recém fundada Medical School da
University of Wisconsin, onde um dos seus alunos era Herbert Spencer
Gasser (1888-1963) que depois tornou-se seu colaborador. Depois de
quatro anos tornou-se Professor de Fisiologia na Medical School
reorganizada da Washington University, St. Louis (1910), onde ficou
até se aposentar (1946) quando já era presidente desta escola.
Tornou-se professor emérito e morreu em Saint Louis, em 1965.
Usando o
osciloscópio de tubo de raios catódicos, juntamente com Gasser,
iniciaram e desenvolveram pesquisas tecnicamente sofisticadas sobre
a eletrofisiologia dos nervos e dos músculos, cujo marco inicial foi
trabalho clássico publicado por ambos no Journal of Physiology,
London, 62: 496, intitulado A study of the action currents of
nerve with a cathode ray oscillograph (1922). Com Gasser também
foi pioneiro na demonstração da existência de vários tipos de fibras
nervosas, que podem ser classificadas de acordo com sua velocidade.
Herbert Spencer Gasser
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Herbert Spencer
Gasser |
Fisiologista
estadunidense nascido em 1888, em Platteville, Wisconsin,
pesquisador das células nervosas que com Joseph Erlanger (1874 -
1965), estadunidense da Washington University, St. Louis, MO, ganhou
o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (1944), por pesquisas em
fibras nervosas.
Filho de Herman
Gasser e Jane Elisabeth Griswold, foi educado na State Normal School
antes de entrar para a University of Wisconsin, onde se graduou A.B.
(1910) e A.M. (1911). Estudou fisiologia com o Dr. Erlanger, com
quem mais tarde desenvolveria uma frutífera colaboração. Entrou para
a Johns Hopkins Medical School e obteve o seu M.D. (1915) em estudos
clínicos. Após um ano de farmacologia em Wisconsin, foi para a
Washington University, em St. Louis, onde associou-se com o Dr.
Erlanger e tornou-se professor de farmacologia (1921).
Professor na
Washington University (1921-1931), esteve na Europa (1923-1925)
estudando com professores como A. V. Hill, W. Straub, L. Lapicque e
Sir Henry Dale.
Foi indicado (1931)
professor de fisiologia e chefe do Medical Department da Cornell
University, New York City, onde permaneceu por quatro anos. Também
foi diretor do Rockefeller Institute for Medical Research
(1935-1953), do qual também foi emérito.
Faleceu em New
York, em 1963.
Herbert Jasper
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Herbert Jasper |
Herbert Henri Jasper, nascido em 1906 e falecido
em 1999, foi um neurologista canadense que dedicou sua vida aos
estudos do cérebro com relação à mente e ao comportamento. Construiu
o primeiro eletromiógrafo e criou o eletrodo de agulha unipolar.
Abriu
caminho para a aplicação do eletroencefalograma (EEG) no estudo da
atividade elétrica do cérebro e usou esta técnica nos estudos da
consciência, da aprendizagem e, particularmente, na examinação da
descarga epilética. Utilizou micro eletrodos para gravações de
células simples do cérebro e combinou esta técnica com as análises
micro químicas para estudar a atividade cortical e sub-cortical.
Seu trabalho com Penfield
elucidou os mecanismos da epilepsia e melhorou a nossa compreensão do
anatomia funcional do cérebro humano.
Um organizador entusiástico e
capaz, Herbert Jasper era responsável por muitas conferências
internacionais sobre a ciência do cérebro, sendo uma dos fundadores
da organização de pesquisa internacional do cérebro e da sociedade
para a neurociência.
Derek Ernest Denny-Brown
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Derek Ernest
Denny-Brown |
Nascido em 1901 e
falecido em 20 de abril de 1981, Denny-Brown ganhou destaque na
medicina e na cirurgia da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova
Zelândia, o que lhe valeu um convite para estudar no laboratório do
senhor Charles Scott Sherrington (1857 - 1952), em Oxford. Seu
trabalho ali culminou na co-autoria de um livro clássico, "Reflex
Activity of the Spinal Cord".
Em 1928, tornou-se
médico residente no National Hospital, Queen Square, Londres. Este
era o principal centro de neurologia, e sua equipe de funcionários
incluía Samuel Alexander Kinnier Wilson (1878 - 1937), Gordon Morgan
Holmes (1876 - 1965), Sir Charles Symonds, James Stanfield
Collier (1870 - 1935) e Francis Walshe.
Em 1936,
Denny-Brown recebeu um convite de Rockefeller para estudar com John
Fulton, na Universidade de Yale. Ali trabalhou com Fulton e um
neurocirurgião, Harry Botterell. Retornando à Inglaterra em 1937,
recomeçou sua prática clínica no National Hospital, Queen Square.
Denny-Brown ganhou
uma reputação formidável como professor, clínico e investigador.
Quando se aposentou do Hospital da cidade de Boston, em 1967,
transformou-se em Professor Emérito na Harvard Medical School.
J. B. Pennybacker
Sabe-se muito pouco
a respeito de J. B. Pennybacker. Acredita-se que ele era um
trainee em neurologia no National Hospital, onde Derek Ernest
Denny-Brown era membro. Juntos, eles utilizaram pela primeira vez um
eletromiógrafo para uso clínico. Também escreveram um paper,
"Fibrillation and fasciculation in voluntary muscle" (Brain,
Oxford, 1938, 61: 311-334), o qual elucida as diferenças entre os
vários tipos de contrações musculares involuntárias. Este paper
foi publicado originalmente em 1938 e é frequentemente citado em
trabalhos clínicos sobre fibrilação.
Verne Thompson Inman, John Bertrand de Cusance Morant Saunders e
LeRoy C. Abbott
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Verne Thompson
Inman |
Verne Thompson
Inman nasceu em San Jose, Califórnia, em 1905. Quando na Faculdade
de Medicina, trabalhou como assistente na anatomia e iniciou estudos
da estimulação elétrica dos nervos cutâneos nos seres humanos.
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John B. C. M.
Saunders |
Após sua
aposentadoria em 1973, encontrou-se com sua equipe de funcionários
para finalizar o manuscrito do Tratado Definitivo da Locomoção
Humana, três semanas antes de sua morte, após uma breve doença, aos
74 anos.
Da vida pessoal de
LeRoy C. Abbott sabe-se muito pouco.
John Bertrand de
Cusance Morant Saunders nasceu em Grahamstown, África do Sul, e era
filho de um cirurgião britânico do exército escocês. Após estudos na
Faculdade de St. Andrew e no University College de Rodes, na
África do Sul, estudou na Universidade de Edimburgo e, na seqüência,
ensinou anatomia e fisiologia.
Saunders esteve na
Universidade da Califórnia como professor de anatomia de 1938 a
1956. Conduziu pesquisas com LeRoy C. Abbott, do Departamento de
Cirurgia Ortopédica, e Verne T. Inman, do Laboratório de
Biomecânica. Com eles e outros colegas estudou a coluna espinal
normal e doente, ferimento do nervo e regeneração, os mecanismos das
junções dos membros superiores e mais baixos, e a natureza do porte
normal e patológico. Publicou estudos em anomalias congênitas do
duodeno, e no desenvolvimento do intervalo geniturinário. Mais
tarde, fez observações importantes sobre a formação dos ventrículos
e da aorta.
Um dos primeiros
trabalhos que foram aceitos pela comunidade científica sobre
Eletromiografia na análise do movimento foi "Observations of
function of the shoulder joint. J Bone Joint Surg [Br] 26:1, 1944.",
que dissertou sobre o movimento do ombro. Este trabalho chamou a
atenção para o comportamento dos músculos durante o movimento ativo
desta articulação.
John V. Basmajian
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John V. Basmajian
(à direita) |
Nascido em 1921,
John V. Basmajian foi um acadêmico e, posteriormente, cientista
canadense. É conhecido por seu trabalho na ciência da reabilitação,
especificamente na área de eletromiografia.
Nascido em
Constantinopla, filho de pais armênios, veio ao Canadá em 1923.
Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu no corpo médico do exército
canadense real sob a designação de capitão. Após a guerra, recebeu
seu M.D. em 1945 da Universidade de Toronto.
Em 1949, aceitou a
posição de conferencista em anatomia na Universidade de Toronto. Foi
apontado professor assistente em 1951, professor associado em 1951 e
professor mestre em 1956. Em 1957, prestou exame para a posição de
professor e chefe da anatomia na Queen´s University, onde
permaneceria até 1969.
Fundou a International Society of Electrophisiological
Kinesiology (ISEK), em 1965, onde trabalhou pela criação da
padronização do uso e relato da Eletromiografia. Compilou a informação conhecida até então sobre
Eletromiografia.
Criou os
eletrodos intramusculares de fio que são mais confortáveis que os de
agulha e podem ser utilizados por um período de tempo de coleta
maior. O livro Muscles Alive tornou-se uma ferramenta valiosa no estudo
da Eletromiografia, incluindo suas atualizações.
De1969 a 1977, foi
diretor de Neurofisiologia no Instituto de Saúde Mental da Geórgia,
em Atlanta. Foi, também, professor de anatomia, medicina física e de
psiquiatria na Universidade de Emory. Retornando ao Canadá, foi
professor de medicina na Universidade de McMaster, de 1977 até 1986,
quando foi apontado professor emérito de medicina e anatomia. Em 1991, foi-lhe
concedida a Ordem de Ontário. Em 1994, foi eleito membro da Ordem do
Canadá, por "seu trabalho pioneiro em eletromiografia, que teve um
impacto significativo no desenvolvimento de técnicas de biofeedback".
Faleceu no dia 18
de março de 2008.
Carlo J. De Luca
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Carlo J. De Luca |
Carlo J. De Luca, filho de John e de Josephine, nasceu na Itália,
em 12 outubro de 1943 e naturalizou-se cidadão norte-americano em 30
de julho de 1982.
Foi educado na
Itália e
subseqüentemente no Canadá. Em 1966, recebeu um B.A.Sc. em Engenharia
Elétrica da Universidade de Columbia; em 1968,
o M.Sc. com especialização em engenharia biomédica da Universidade
de New Brunswick; e em 1972, o Ph.D. da Queen´s University,
Kingston, Ontário, Canadá.
O Dr. De Luca começou sua carreira
acadêmica na Queen´s University. Esteve no Instituto de
Tecnologia da Faculdade de Massachusets e na Escola Médica de
Harvard simultaneamente de 1974 a 1984. Transferiu-se para a Universidade de
Boston, onde foi aceito como professor de Engenharia Biomédica e transformou-se
no Diretor Fundador do Centro de Pesquisa
Neuromuscular.
Em 1985, foi
indicado como professor pesquisador em Neurologia. Em setembro de 1986, transformou-se
em presidente
do Departamento de Engenharia Biomédica e em dezembro
foi agraciado decano da Faculdade de Engenharia. Reteve a nomeação
até setembro de 1989.
Foi co-autor de um livro,
"Muscles Alive" e de duas monografias intituladas "Surface
Electromyography, Whats New?" e "Precision
Decomposition".
Provavelmente a personalidade mais influente na história recente
de eletromiografia. Chamou a atenção para as falhas de compreensão
do sinal eletromiográfico e as limitações do mesmo: A
eletromiografia é uma musa sedutora que provê um fácil acesso a
processos fisiológicos que levam o músculo a gerar força, produzir
movimento e levar a cabo as funções que nos permitem interagir com o
mundo ao nosso redor. Em detrimento, a eletromiografia é fácil de se
usar e conseqüentemente fácil de se abusar.
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