Apresentação  |  Contato  |  Convênios  |  Cursos  |  Docentes atuantes  Eletromiografia  |  Galeria  |  Integrantes  Links  |  Pesquisas  |  Trabalhos  |

 
Breve histórico sobre Eletromiografia

Jan Swammerdam
Microscopista e naturalista holandês nascido em Amsterdã, em 1637, pioneiro na observação e em estudos microscópicos de plantas e animais, observou pela primeira vez as células do embrião, os glóbulos vermelhos do sangue (1658) e descobriu os vasos linfáticos.

Jan Swammerdam

Filho de um farmacêutico, concluiu medicina na Universidade de Leiden (1667), embora não a tenha exercido profissionalmente, dedicando-se sempre às pesquisas microscópicas, sob cobertura financeira da própria família. Notabilizou-se na dissecação microscópica de insetos, fazendo publicações comparativas, descrevendo-os com minúcias e ilustrando a anatomia e o comportamento de numerosas espécies deles. Suas observações o levaram à catalogação desses insetos em quatro grandes divisões segundo o grau e o tipo de suas metamorfoses, inclusive três dessas divisões ainda são mantidas na classificação atual. Nesses trabalhos corrigiu as concepções do fisiologista italiano Marcello Malpighi sobre o sistema nervoso e cerebral dos insetos e repudiou a teoria de William Harvey sobre a metamorfose dos mesmos.

Obteve, ainda, resultados notáveis em estudos da anatomia do corpo humano e descobriu as válvulas que hoje levam seu nome no sistema linfático dos batráquios. Por falta de recursos financeiros não pode continuar suas pesquisas e, depois de profundas crises existenciais, debilitado da saúde e, sob a influência de uma mística religiosa, aderiu nos últimos anos de vida à corrente religiosa de Antoinette Bourignon, abandonando suas atividades científicas (1673). Morreu em sua cidade natal, em 1680. Seu principal livro foi História Geral dos Insetos (1669), onde tratava sobre a morfologia e suas metamorfoses. Meio século após sua morte (1737 - 1738), o médico holandês Hermann Boerhaave publicou a maior parte da sua obra com o título Bíblia da Natureza.

 

Francesco Redi

Francesco Redi
Médico e poeta italiano nascido em Arezzo, em 1626, realizou a célebre Experiência de Redi sobre a geração de animais inferiores. Estudou em Florença e Pisa e tornou-se médico do duque de Toscana. Começou a testar empiricamente a hipótese da geração espontânea (1668), colocando pedaços de carne em dois frascos abertos e cobriu um deles com uma fina camada de gaze. Observou que os dois frascos ficaram rodeados por moscas, mas elas só podiam pousar no pedaço de carne descoberto. Depois de alguns dias, os dois pedaços apodreceram, mas surgiram larvas apenas no frasco aberto. Concluiu que as larvas surgiam de ovos colocados pelas moscas. Provou assim que a vida não surgia espontaneamente em qualquer circunstância.

Apesar da sua contribuição, a abiogênese ainda iria prevalecer por mais um século. Destacou-se também por seus estudos sobre o veneno das víboras. Escreveu um livro sobre animais parasitas. Morreu em Pisa, em 1697, e sua principal obra poética foi Bacco in Toscana (1685).

 

Charles Du Fay
Charles François de Cisternay du Fay (Paris, 14 de Setembro de 1698 – 1739) foi um químico francês, descobridor europeu da eletricidade positiva e negativa, descrevendo pela primeira vez em termos de cargas elétricas a existência de atração e repulsão (1737).

Charles Du Fay

Capitão do exército e diplomata francês, deixou estas atividades para estudar Química e tornou-se químico da Academia Francesa. A partir do modelo primitivo de Guerick, aprofundou as pesquisas sobre as propriedades elétricas de numerosos materiais. Por exemplo, desenvolveu diversos experimentos acerca da condução da eletricidade observando que um fio de barbante seco era isolante enquanto que o barbante úmido era condutor.

Estudou detalhadamente o fenômeno da repulsão em corpos carregados (1733), descobrindo também que os objetos carregados se atraíam em certas circunstâncias enquanto que em outras se repeliam, concluindo pela existência de duas espécies diferentes de eletricidade, que designou, conforme o material de referência, por vítrea, a correspondente a hoje carga positiva, e a resinosa, a forma negativa da carga elétrica.

Comprovou a existência de dois tipos de força elétrica: uma de atração, já conhecida, e outra de repulsão. Para ele estava definido que a eletricidade tinha a propriedade de atrair corpos leves. Assim, baseando-se em experiências com várias substâncias, ele foi o primeiro a dividir os corpos em dois grandes grupos, segundo seu comportamento elétrico. Foi um dos principais cientistas da época.

A existência de dois tipos de eletricidade foi também comprovada de forma independente pelo cientista estadunidense Benjamin Franklin (1706-1790), que aparentemente desconhecia os trabalhos desenvolvidos na Europa. O norte-americano criou o conceito de carga elétrica e atribuiu os sinais positivo e negativo para distinguir os dois tipos. Nessa época, já haviam sido reconhecidas duas classes de materiais: isolantes e condutores.

Estas contribuições teóricas permitiram o desenvolvimento da máquina eletrostática, cujos órgãos essenciais eram um mecanismo de arrastamento, o desmultiplicador e uma manivela, um elemento rotativo deslizante entre almofadas, produzindo eletricidade estática, e um acumulador de carga.

Foi nomeado superintendente dos Jardins du Roi, de Paris (1732), e também se destacou em Botânica e no estudo das propriedades ópticas dos cristais, e morreu em Paris, depois de uma breve enfermidade, com pouco mais de 40 anos de idade.

 

Alessandro Volta
Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta (Como, 18 de Fevereiro de 1745 - Como, 5 de Março de 1827) foi um físico italiano, conhecido especialmente pela invenção da bateria. Mais tarde, viria a receber o título de conde.

Alessandro Volta

Volta nasceu e foi educado em Como, Itália, onde ele se tornou professor de Física na Escola Real em 1774. Sua paixão foi sempre o estudo da eletricidade, e já como um jovem estudante ele escreveu um poema em latim na sua nova fascinante descoberta. De vi attractiva ignis electrici ac phaenomenis inde pendentibus foi seu primeiro livro científico. Em 1775 ele criou o eletróforo, uma máquina que produzia eletricidade estática, e fez experimentos como ignições de gases por uma faísca elétrica em um tanque fechado.

Em 1779 ele tornou-se professor de Física na Universidade de Pavia, posição que ele ocupou por 25 anos. Em 1794, Volta casou-se com Teresa Peregrini, filha de Count Ludovico Peregrini; o casal teve três filhos.

Em 1800, como o resultado de uma discórdia profissional sobre a resposta galvânica, advocado por Luigi Galvani (onde metais produziam eletricidade apenas em contato com tecido animal), Volta desenvolveu a tão-falada pilha voltaica (comprovando que para a produção de eletricidade, a presença de tecido animal não era necessária), um predecessor da bateria elétrica. Volta determinou que os melhores pares de metais dissimilares para a produção de eletricidade eram zinco e prata. Inicialmente, Volta experimentou células individuais em série, cada célula sendo um cálice de vinho cheio de salmoura na qual dois eletrodos dissimilares foram mergulhados. A pilha elétrica substituiu o cálice com um cartão embebido em salmoura. (O número de células, e consequentemente, a voltagem que poderiam produzir, estava limitado pela pressão exercida pelas células de cima, que espremeram toda a salmoura do cartão da célula de baixo).

Em honra ao seu trabalho no campo de eletricidade, Napoleão fez de Volta um conde em 1810; em 1815, o Imperador da Áustria nomeou Volta professor de Filosofia na Universidade de Pádua. Volta está enterrado na cidade de Como, Itália. O Templo Voltiano perto do Lago Como é um museu devotado ao trabalho do físico italiano; seus instrumentos e publicações originais estão à mostra lá.

Em 1881 uma importante unidade elétrica, o volt, foi nomeada em homenagem a Volta. Volta aparecia nas notas de dez mil liras italianas, hoje já fora de circulação.

 

Luigi Galvani
Luigi Galvani (Bolonha, 9 de Setembro de 1737 - Bolonha, 4 de Dezembro de 1798) foi um médico e investigador italiano. Foi professor de Anatomia da Universidade de Bolonha, cidade onde viveu e morreu.

A partir de estudos, realizados em coxas de rã descobriu que músculos e células nervosas eram capazes de produzir eletricidade, que ficou conhecida como então como a eletricidade galvânica. Mais tarde, Galvani demonstrou que ela é originária de reações químicas. Ele foi também pioneiro na moderna obstetrícia.

Luigi Galvani

Em seus estudos, dissecando rãs em uma mesa, enquanto conduzia experimentos com eletricidade estática, um dos assistentes de Galvani tocou em um nervo ciático de uma rã com um escalpelo metálico, o que produziu uma reação muscular na região tocada sempre que eram produzidas faíscas em uma máquina eletrostática próxima. Tal observação fez com que Galvani investigasse a relação entre a eletricidade e a animação - ou vida. Por isso é atribuída a Galvani a descoberta da bioeletricidade.

Galvani criou então o termo eletricidade animal para descrever aquilo era capaz de ativar os músculos daquele espécime. Juntamente com seus contemporâneos, ele reparou que aquela ativação muscular era gerada por um flúido elétrico que era conduzido aos músculos através dos nervos. Esse fenômeno foi então apelidado de "galvanismo", por sugestão dada por seu colega e, em alguns momentos adversário intelectual, Alessandro Volta.

Os resultados das pesquisas e investigações de Galvani chegaram a ser mencionados por Mary Shelley, como parte de uma lista de recomendações de leitura direta, para um concurso de estórias de terror, em um dia de chuvoso na Suíça - o que resultou no romance Frankenstein - e sua reconstrução e reanimação através da eletricidade.

As investigações e descobertas de Galvani levaram à invenção da primeira bateria elétrica, mas não por Galvani, que não percebia a eletricidade separada da biologia. Galvani não via a eletricidade como essência da vida, ao qual ele percebia ter uma natureza intrínseca e inerente à vitalidade. Desse modo, foi Alessandro Volta quem construiu a primeira bateria elétrica, que ficou conhecida como a pilha voltaica.

Como Galvani acreditava, toda a vida é de fato elétrica - pelo fato de todas as coisas vivas serem compostas de células, e cada célula tem um potencial celular - a eletricidade biológica tem as mesmas bases químicas para o fluxo de corrente elétrica entre células eletroquímicas, desse modo podendo ser resumida de algum modo fora do corpo. A intuição de Volta estava correta também.

O nome de Galvani também sobrevive nas células Galvânicas, no galvanômetro e no processo chamado de galvanização. A cratera Galvani, na superfície da Lua, também foi nomeada em sua homenagem.

 

Carlo Matteucci

Carlo Matteucci
Carlo Matteucci (21 de Junho de 1811 - 25 de Junho de 1868) era um físico e neurofisiologista italiano, pioneiro nos estudos da bioeletricidade.

Nascido em Forli, província de Romagna, era filho de Vincenzo Matteucci, físico, e Chiara Folfi. Estudo matemática na Universidade de Bologna de 1825 a 1828, recebendo seu doutorado em 1829. De 1829 a 1831, estudou na Escola Politécnica de Paris, França. Ao retornar à Itália, Matteucci estudou em Bologna (1832), Florença, Ravenna (1837) e Pisa. Estabeleceu-se como mentor do laboratório do Hospital de Ravenna e transformou-se em professor de física na faculdade local. Em 1840, por recomendação de François Arago (1786 - 1853), seu professor na Escola Politécnica, ao Grão-Duque de Toscana, Matteucci aceitou um posto de professor de física na Universidade de Pisa.

Instigado pelo trabalho em bioeletricidade de Luigi Galvani (1737 - 1798), Matteucci começou, em 1830, uma série de experiências que perseguiu até sua morte, em 1865. Usando um galvanômetro sensível de Nobeli, podia provar que os tecidos biológicos feridos, quando excitados, geravam correntes elétricas diretas, e que poderiam ser somados adicionando elementos em série, como as pilhas elétricas de Alessandro Volta (1745 - 1827). Assim, Matteucci pôde desenvolver o que se chamou "rheoscopic frog", usando o nervo de um corte no pé de uma rã e seu músculo unido com um tipo de detector sensível de eletricidade. Seu trabalho em bioeletricidade influenciou diretamente a pesquisa desenvolvida por Emil du Bois-Reymond (1818 - 1896), um estudante do grande biólogo alemão Johannes Peter Müller (1801 - 1858) em Berlim, que tentou duplicar as experiências de Matteucci e terminou por descobrir o potencial de ação do nervo.

A partir de 1847 fez parte ativa da política e, em 1860, foi escolhido senador italiano, ao mesmo tempo tornando-se inspetor geral das linhas de telégrafo italianas. Dois anos mais tarde foi apontado Ministro de Instrução.

Matteucci morreu em Ardenza, perto de Livorno, em 1868.

 

Emil du Bois-Reymond

Emil du Bois-Reymond
Emil du Bois-Reymond (Emil Heinrich du Bois-Reymond, 1818 - 1896) foi um médico alemão e neurofisiologista. Foi o descobridor do potencial de ação e pai da eletrofisiologia experimental.

Apesar de ter vivido e desenvolvido sua carreira principalmente em Berlim, e de ser considerado um dos grandes médicos da Alemanha, na realidade ele era de família francesa. Ele se descrevia como um Hugenote típico.

 

Guillaume Duchenne

Guillaume Benjamin Amand Duchenne
Neurofisiologista francês, nascido em 17 de setembro de 1806, em Bolonha, França e falecido em 15 de setembro de 1875, em Paris, foi o primeiro a descrever várias desordens nervosas e musculares e o desenvolvimento do tratamento médico para elas.

Criou o eletrodiagnóstico e a eletroterapia. Durante sua prática privada ao longo de sua vida em Bolonha (1831 - 1842) e Paris (1842 - 1875), explorou os efeitos de estímulos elétricos sobre nervos e músculos enfermos. Fez as primeiras classificações de vários tipos de atrofia muscular e paralisia causadas por alterações nos nervos, incluindo (1858) a ataxia locomotora, uma atrofia muscular causada por uma degeneração das regiões dorsais da medula espinhal e nervos sensoriais do tronco.

Um instrumento de invenção sua, atualmente conhecido como o "trocar" de Duchenne, para remoção de pequenas partes de tecido localizado profundamente no corpo, levou à pratica do diagnóstico via biópsia. Seus livros mais conhecidos são L'életrisation localisée (1855) e a Physiologie des mouvements (1857).

 

H. Piper
H. Piper é reconhecido como o primeiro investigador a estudar os sinais EMG (eletromiograma), que são os sinais produzidos pelos músculos esqueléticos. Seus trabalhos foram desenvolvidos na Alemanha entre 1910 e 1912, fazendo uso de um galvanômetro sequencial.

 

Joseph Erlanger

Joseph Erlanger

Fisiologista estadunidense nascido em 1874, em San Francisco, Califórnia, que com Herbert Spencer Gasser, americano do Rockefeller Institute for Medical Research, New York, NY, ganhou o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (1944) por trabalhos em fibras nervosas.

Filho de Herman e Sarah Erlanger, estudou química na University of California, recebeu o grau de B.S. daquela universidade e depois foi para a Johns Hopkins University, para estudar medicina onde obteve o M.D (1899). Depois de um ano de residência no Johns Hopkins Hospital, foi nomeado professor assistente no Department of Physiology da Medical School da instituição e lá ficou por seis anos, sendo instrutor, sócio e professor associado.

Ele foi nomeado (1906) o primeiro Professor de Fisiologia da recém fundada Medical School da University of Wisconsin, onde um dos seus alunos era Herbert Spencer Gasser (1888-1963) que depois tornou-se seu colaborador. Depois de quatro anos tornou-se Professor de Fisiologia na Medical School reorganizada da Washington University, St. Louis (1910), onde ficou até se aposentar (1946) quando já era presidente desta escola. Tornou-se professor emérito e morreu em Saint Louis, em 1965.

Usando o osciloscópio de tubo de raios catódicos, juntamente com Gasser, iniciaram e desenvolveram pesquisas tecnicamente sofisticadas sobre a eletrofisiologia dos nervos e dos músculos, cujo marco inicial foi trabalho clássico publicado por ambos no Journal of Physiology, London, 62: 496, intitulado A study of the action currents of nerve with a cathode ray oscillograph (1922). Com Gasser também foi pioneiro na demonstração da existência de vários tipos de fibras nervosas, que podem ser classificadas de acordo com sua velocidade.

 

Herbert Spencer Gasser

Herbert Spencer Gasser

Fisiologista estadunidense nascido em 1888, em Platteville, Wisconsin, pesquisador das células nervosas que com Joseph Erlanger (1874 - 1965), estadunidense da Washington University, St. Louis, MO, ganhou o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (1944), por pesquisas em fibras nervosas.

Filho de Herman Gasser e Jane Elisabeth Griswold, foi educado na State Normal School antes de entrar para a University of Wisconsin, onde se graduou A.B. (1910) e A.M. (1911). Estudou fisiologia com o Dr. Erlanger, com quem mais tarde desenvolveria uma frutífera colaboração. Entrou para a Johns Hopkins Medical School e obteve o seu M.D. (1915) em estudos clínicos. Após um ano de farmacologia em Wisconsin, foi para a Washington University, em St. Louis, onde associou-se com o Dr. Erlanger e tornou-se professor de farmacologia (1921).

Professor na Washington University (1921-1931), esteve na Europa (1923-1925) estudando com professores como A. V. Hill, W. Straub, L. Lapicque e Sir Henry Dale.

Foi indicado (1931) professor de fisiologia e chefe do Medical Department da Cornell University, New York City, onde permaneceu por quatro anos. Também foi diretor do Rockefeller Institute for Medical Research (1935-1953), do qual também foi emérito.

Faleceu em New York, em 1963.

 

Herbert Jasper

Herbert Jasper

Herbert Henri Jasper, nascido em 1906 e falecido em 1999, foi um neurologista canadense que dedicou sua vida aos estudos do cérebro com relação à mente e ao comportamento. Construiu o primeiro eletromiógrafo e criou o eletrodo de agulha unipolar.

Abriu caminho para a aplicação do eletroencefalograma (EEG) no estudo da atividade elétrica do cérebro e usou esta técnica nos estudos da consciência, da aprendizagem e, particularmente, na examinação da descarga epilética. Utilizou micro eletrodos para gravações de células simples do cérebro e combinou esta técnica com as análises micro químicas para estudar a atividade cortical e sub-cortical.

Seu trabalho com Penfield elucidou os mecanismos da epilepsia e melhorou a nossa compreensão do anatomia funcional do cérebro humano.

Um organizador entusiástico e capaz, Herbert Jasper era responsável por muitas conferências internacionais sobre a ciência do cérebro, sendo uma dos fundadores da organização de pesquisa internacional do cérebro e da sociedade para a neurociência.

 

Derek Ernest Denny-Brown

Derek Ernest Denny-Brown

Nascido em 1901 e falecido em 20 de abril de 1981, Denny-Brown ganhou destaque na medicina e na cirurgia da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia, o que lhe valeu um convite para estudar no laboratório do senhor Charles Scott Sherrington (1857 - 1952), em Oxford. Seu trabalho ali culminou na co-autoria de um livro clássico, "Reflex Activity of the Spinal Cord".

Em 1928, tornou-se médico residente no National Hospital, Queen Square, Londres. Este era o principal centro de neurologia, e sua equipe de funcionários incluía Samuel Alexander Kinnier Wilson (1878 - 1937), Gordon Morgan Holmes (1876 - 1965), Sir Charles Symonds, James Stanfield Collier (1870 - 1935) e Francis Walshe.

Em 1936, Denny-Brown recebeu um convite de Rockefeller para estudar com John Fulton, na Universidade de Yale. Ali trabalhou com Fulton e um neurocirurgião, Harry Botterell. Retornando à Inglaterra em 1937, recomeçou sua prática clínica no National Hospital, Queen Square.

Denny-Brown ganhou uma reputação formidável como professor, clínico e investigador. Quando se aposentou do Hospital da cidade de Boston, em 1967, transformou-se em Professor Emérito na Harvard Medical School.

 

J. B. Pennybacker

Sabe-se muito pouco a respeito de J. B. Pennybacker. Acredita-se que ele era um trainee em neurologia no National Hospital, onde Derek Ernest Denny-Brown era membro. Juntos, eles utilizaram pela primeira vez um eletromiógrafo para uso clínico. Também escreveram um paper, "Fibrillation and fasciculation in voluntary muscle" (Brain, Oxford, 1938, 61: 311-334), o qual elucida as diferenças entre os vários tipos de contrações musculares involuntárias. Este paper foi publicado originalmente em 1938 e é frequentemente citado em trabalhos clínicos sobre fibrilação.

 

Verne Thompson Inman, John Bertrand de Cusance Morant Saunders e LeRoy C. Abbott

Verne Thompson Inman

Verne Thompson Inman nasceu em San Jose, Califórnia, em 1905. Quando na Faculdade de Medicina, trabalhou como assistente na anatomia e iniciou estudos da estimulação elétrica dos nervos cutâneos nos seres humanos.

John B. C. M. Saunders

Após sua aposentadoria em 1973, encontrou-se com sua equipe de funcionários para finalizar o manuscrito do Tratado Definitivo da Locomoção Humana, três semanas antes de sua morte, após uma breve doença, aos 74 anos.

Da vida pessoal de LeRoy C. Abbott sabe-se muito pouco.

John Bertrand de Cusance Morant Saunders nasceu em Grahamstown, África do Sul, e era filho de um cirurgião britânico do exército escocês. Após estudos na Faculdade de St. Andrew e no University College de Rodes, na África do Sul, estudou na Universidade de Edimburgo e, na seqüência, ensinou anatomia e fisiologia.

Saunders esteve na Universidade da Califórnia como professor de anatomia de 1938 a 1956. Conduziu pesquisas com LeRoy C. Abbott, do Departamento de Cirurgia Ortopédica, e Verne T. Inman, do Laboratório de Biomecânica. Com eles e outros colegas estudou a coluna espinal normal e doente, ferimento do nervo e regeneração, os mecanismos das junções dos membros superiores e mais baixos, e a natureza do porte normal e patológico. Publicou estudos em anomalias congênitas do duodeno, e no desenvolvimento do intervalo geniturinário. Mais tarde, fez observações importantes sobre a formação dos ventrículos e da aorta.

Um dos primeiros trabalhos que foram aceitos pela comunidade científica sobre Eletromiografia na análise do movimento foi "Observations of function of the shoulder joint. J Bone Joint Surg [Br] 26:1, 1944.", que dissertou sobre o movimento do ombro. Este trabalho chamou a atenção para o comportamento dos músculos durante o movimento ativo desta articulação.

 

John V. Basmajian

John V. Basmajian (à direita)

Nascido em 1921, John V. Basmajian foi um acadêmico e, posteriormente, cientista canadense. É conhecido por seu trabalho na ciência da reabilitação, especificamente na área de eletromiografia.

Nascido em Constantinopla, filho de pais armênios, veio ao Canadá em 1923. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu no corpo médico do exército canadense real sob a designação de capitão. Após a guerra, recebeu seu M.D. em 1945 da Universidade de Toronto.

Em 1949, aceitou a posição de conferencista em anatomia na Universidade de Toronto. Foi apontado professor assistente em 1951, professor associado em 1951 e professor mestre em 1956. Em 1957, prestou exame para a posição de professor e chefe da anatomia na Queen´s University, onde permaneceria até 1969.

Fundou a International Society of Electrophisiological Kinesiology (ISEK), em 1965, onde trabalhou pela criação da padronização do uso e relato da Eletromiografia. Compilou a informação conhecida até então sobre Eletromiografia.

Criou os eletrodos intramusculares de fio que são mais confortáveis que os de agulha e podem ser utilizados por um período de tempo de coleta maior. O livro “Muscles Alive” tornou-se uma ferramenta valiosa no estudo da Eletromiografia, incluindo suas atualizações.

De1969 a 1977, foi diretor de Neurofisiologia no Instituto de Saúde Mental da Geórgia, em Atlanta. Foi, também, professor de anatomia, medicina física e de psiquiatria na Universidade de Emory. Retornando ao Canadá, foi professor de medicina na Universidade de McMaster, de 1977 até 1986, quando foi apontado professor emérito de medicina e anatomia. Em 1991, foi-lhe concedida a Ordem de Ontário. Em 1994, foi eleito membro da Ordem do Canadá, por "seu trabalho pioneiro em eletromiografia, que teve um impacto significativo no desenvolvimento de técnicas de biofeedback".

Faleceu no dia 18 de março de 2008.

 

Carlo J. De Luca

Carlo J. De Luca

Carlo J. De Luca, filho de John e de Josephine, nasceu na Itália, em 12 outubro de 1943 e naturalizou-se cidadão norte-americano em 30 de julho de 1982.

Foi educado na Itália e subseqüentemente no Canadá. Em 1966, recebeu um B.A.Sc. em Engenharia Elétrica da Universidade de Columbia; em 1968, o M.Sc. com especialização em engenharia biomédica da Universidade de New Brunswick; e em 1972, o Ph.D. da Queen´s University, Kingston, Ontário, Canadá.

O Dr. De Luca começou sua carreira acadêmica na Queen´s University. Esteve no Instituto de Tecnologia da Faculdade de Massachusets e na Escola Médica de Harvard simultaneamente de 1974 a 1984. Transferiu-se para a Universidade de Boston, onde foi aceito como professor de Engenharia Biomédica e transformou-se no Diretor Fundador do Centro de Pesquisa Neuromuscular.

Em 1985, foi indicado como professor pesquisador em Neurologia. Em setembro de 1986, transformou-se em presidente do Departamento de Engenharia Biomédica e em dezembro foi agraciado decano da Faculdade de Engenharia. Reteve a nomeação até setembro de 1989.

Foi co-autor de um livro, "Muscles Alive" e de duas monografias intituladas "Surface Electromyography, What’s New?" e "Precision Decomposition".

Provavelmente a personalidade mais influente na história recente de eletromiografia. Chamou a atenção para as falhas de compreensão do sinal eletromiográfico e as limitações do mesmo: “A eletromiografia é uma musa sedutora que provê um fácil acesso a processos fisiológicos que levam o músculo a gerar força, produzir movimento e levar a cabo as funções que nos permitem interagir com o mundo ao nosso redor. Em detrimento, a eletromiografia é fácil de se usar e conseqüentemente fácil de se abusar”.

Este site será melhor visualizado com o Microsoft Internet Explorer® versão 7.0 (ou superior), resolução mínima de 1024 x 768 pixels.