NORMAS E PRODUTOS

MANIPULANDO FLÚOR COM SEGURANÇA

 Parte I: Unidades de Medida

Jaime Aparecido Cury



 
 

Creme dental com 1000ppm de flúor; bochecho a 0,05% de NaF; flúor em gel a 1,23% F; comprimido com 2,21mg de NaF; água a 0,70ppm de flúor etc. Como a princípio é possível metabolizar essas "indigestas" unidades de concentração? Mas não pára aí!!

Uma criança de 30 Kg bebeu um copo de NaF a 0,2%; outra de 20Kg ingeriu de flúor em gel o equivalente a 1 colher de chá; outra comeu meio tubo de dentifrício. Sabemos transformar essas diferentes unidades de massa e volume em quantidade de flúor ingerido e assim prever o risco? Nada disso acontece, tudo é besteira!! Em termos.

Flúor é importante, reduz cárie, mas efeitos colaterais existem, e acidentes ocorrem. Portanto, temos que estar conscientes das margens de segurança e das medidas a serem tomadas. Dois aspectos são importantes: a toxicidade aguda, que é a ingestão de uma só vez de uma quantidade alta ou relativamente alta de flúor e a crônica, que é a ingestão de quantidade pequena de flúor, porém durante período prolongado de tempo. Os parâmetros de segurança atualmente aceitos são: 1) Dose Provavelmente Tóxica (DPT) de 5,0mgF/Kg em termos de toxicidade aguda e 2) o limite de 0,07mgF/Kg em termos crônicos. Nos próximos números deste jornal esses serão pormenorizados.

A preocupação imediata será passar uma noção de transformação das diferentes unidades de concentração expressas nos produtos comerciais e sua relação com medidas caseiras conhecidas para se prever riscos, quando de ingestões acidentais. Assim:

Portanto, em termos de normas de produtos comerciais, dever-se-ia uniformizar, expressando as concentrações de flúor em mg/ml ou mg/g, o que facilitaria sobremaneira as previsões de risco que serão abordadas no próximo número deste jornal.