Durante o 16º Congresso Paulista de Odontologia, o professor e Chairman do Departamento de Odontopediatria do Instituto de Pós-Graduação de Jonkoping - Suécia, Goran Koch, ministrou um curso, que foi resumido por Ana Cristina Bezerra.

Iniciou com o histórico do decréscimo do índice e distribuição da cárie na Escandinávia, mais especificamente na Suécia, apontando os possíveis fatores responsáveis pelo fato como: dieta ("em futuro próximo o açúcar poderá ser substituído de maneira quase completa"), higiene bucal, fluoretos (onde recai a maior parcela de confiabilidade na contribuição) e conscientização sobre saúde bucal por parte da população. Discutiu a dinâmica da cárie e focalizou o aspecto comportamental: "A cárie dentária não está localizada nos dentes apenas, mas nas atitudes e mentalidade das pessoas". Exemplificou o desenvolvi-mento da cárie e gengivite, através de estudos em voluntários e concluiu que as duas doenças têm eventuais possibilidades de reincidência e volta à normalidade. Enfatizou o valor do diagnóstico precoce, bem como a avaliação de variáveis que se inter relacionam no risco de cárie como: fatores salivares, medidas preventivas, hábitos dietéticos, microorganismos, higiene bucal, atitudes e comportamento, estrutura química do dente, fatores sócio-econômicos, doenças e dados demográficos. Estabeleceu passos básicos para implementação de programa preventivo: 1- reconhecimento do pro-blema e estabelecimento de objetivos; 2- planejamento das atividades; 3- implementação do programa; 4- avaliação; 5- revisões e adaptações necessárias. Discorreu sobre plano de tratamento acentuando fortemente que: "nunca se deve iniciar o tratamento restaurador ou interrompê-lo sem que se tenha o completo controle da etiologia das doenças e sem que se dê boa estruturação no plano reabilitador preventivo". Discutiu os métodos de controle mecânico de placa, ratificando a importância da escovação com dentifrícios fluoretados, emprestando especial atenção para a motivação e reforço do estímulo das técnicas empregadas, utilização de substâncias evidenciadoras, fio dental e início precoce da limpeza dental com escovas por ocasião da erupção do 1º molar decíduo. Para casos mais graves preconizou a utilização de gel de clorexidina a 1% (auto aplicação ou realizada pelo profissional). Mostrou os conceitos da moderna dentística restauradora em dentes decíduos e permanentes jovens desde as lesões iniciais em fóssulas e fissuras até reabilitações protéticas. Incentivou a prática da utilização de selantes como medida preventiva e interceptiva. Recomendou a utilização racional das resinas e cimentos ionoméricos, bem como do amálgama de prata, quando necessário. Mostrou o tratamento de urgência e reabilitador para alguns casos de traumatismos.