ATIVIDADE MICROBIANA E COMPORTAMENTO DO HOSPEDEIRO NAS DOENÇAS PERIODONTAIS

Walter A. Bretz



O diagnóstico de doenças e infecções periodontais com comprometimento avançado é problemático. Os parâmetros clínicos que são normalmente utilizados somente comprovam os efeitos passados da doença e não constituem um diagnóstico adequado no tratamento e prevenção das infecções periodontais. A literatura demonstra claramente que um componente microbiano específico está envolvido no desencadeamento de certas doenças periodontais. Microrganismos tais como T. denticola, P. gingivalis, P. intermedia, A. actinomycetemcomitans, P. melaninogenica, W. recta  e  B. forsythus   são   agora reconhecidos como patógenos periodontais.Esses microrganismos podem ser detectados em amostras de placa subgengival através de métodos enzimáticos. Testes microbiológicos rápidos são agora uma realidade (Teste BANA, Evalusite, Pathotek), possibilitando o diagnóstico correto para a subseqüente utilização de antibioticoterapia, se houver indicação. Por outro lado, é importante reconhecer que a atividade microbiana desencadeia uma resposta do hospedeiro, que pode ser protetora ou destrutiva. Neste sentido, torna-se importante avaliar o hospedeiro frente às infecções periodontais. O fluido gengival contém uma série de fatores derivados do hospedeiro, os quais são importantes para auxiliar o diagnóstico das doenças periodontais. Esses incluem as colagenases, enzimas proteolíticas, B-glucoronidase, citoquinas e aminotransferases, entre outros. Da mesma forma, testes de diagnóstico para fatores do hospedeiro encontram-se disponíveis para auxiliar o clínico no diagnóstico e tratamento das doenças periodontais (Periocheck, PrognoStick, PerioGard). Com o advento de tecnologia simples e rápida para testes de atividade microbiana e de comportamento do hospedeiro, é fundamental que o clínico adicione este tipo de informação aos parâmetros clínicos na avaliação das infecções periodontais.