REMUNERANDO A SAÚDE
MARIA THEREZA BRAUNER
Seguramente 90% da população brasileira depende exclusivamente da Saúde Pública para manutenção de sua integridade física e mental. Apesar dessa indiscutível verdade, os profissionais que a executam são economicamente mal pagos e socialmente desprestigiados. A chamada carreira é de natureza burocrática. Bons e maus funcionários seguem o mesmo caminho, o mérito pessoal pesa muito pouco. Em muitos casos a vantagem alcançada é conseqüência de interesses políticos ou simples nepotismo.
No sistema atual, o funcionário não corre o risco de fracasso e dificilmente tem oportunidade de comprovar conquistas autênticas. O serviço segue uma rotina enfadonha, desestimula o desenvolvimento da criatividade, do raciocínio, da observação inteligente. Pergunta-se: qual funcionário público tem condições econômicas ou estímulo para investir em aperfeiçoamento profissional?
Sugestões devem ser debatidas exaustivamente, implantadas aos poucos, e sujeitas a modificações progressivas.
O funcionalismo público receberia seus vencimentos em duas parcelas: uma fixa e outra proporcional ao seu desempenho, incluindo a rede escolar. Esse seria medido pela qualidade da saúde alcançada pela comunidade, avaliada periodicamente, cerca de dois em dois anos, por equipes especializadas, calibradas, multiprofissionais e estranhas à região, quando seriam considerados todos os indicadores de saúde: mortalidade infantil, doenças transmissíveis, doen-ças do meio ambiente (hídricas, originadas pela poluição), doenças da boca e dentes etc.
Na Odontologia, por exemplo, poder-se-ia atribuir pontos assim distribuídos (a discutir):
MARIA THEREZA BRAUNER -Atual coordenadora de Saúde Bucal do ERSA - 49 - Registro - SP