USO DE ANTIBIÓTICO
EM PERIODONTIA
Ruy Teixeira
Se nós fossemos avaliar a quantidade de medicamentos receitados
para pacientes com problemas periodontais, chegaría-mos à
conclusão de que muito pouco se sabe sobre a arte de medicar.
Um levantamento bibliográfico publicado no Journal of Periodontology
em janeiro deste ano, relata um grande apanhado de informações
extremamente interessantes tanto para o periodontista como para o clínico
geral. Trata-se de metronidazol, antibiótico amplamente utilizado
na periodontia mundial como grande aliado a tratamentos com alto grau de
complexidade.
Este levantamento realizado por Gary Greenstcin elucida uma série
de dúvidas a seu respeito, incluindo dosagem certa e a hora mais
correta de sua utilização, pois, devido à sua alta
eficiência em pequenas doses, passou a ser inadvertidamente
prescrito pelos dentistas.
É fundamental que se saiba discernir sobre que tipo de bolsas
estamos inter-vindo ou até mesmo diante de que tipo de moléstia
estamos, pois é necessária uma grande contaminação
anaeróbica para que se observem resultados significativos.
Outro aspecto interessante levantado por Greenstcin são trabalhos
relatando uma sensível diminuição na profundidade
de sondagem após o uso de metronidazol, apresentando inclusive ganho
de inserção clínica, maior do que uma terapia convencional
onde a droga não foi administrada.
Estes mesmos dados apontam para uma série de pesquisas feitas
por Loesche e cols., mostrando que a prescrição do metronidazol
após a terapia convencional leva a uma grande redução
na necessidade de intervenção cirúrgica em pacientes
com comprovação de infestação anaeróbia.
Acredita-se que sua administração após a terapia
de raspagem convencional seja mais eficiente, pois o montante bacteria-no
seria menor e mais facilmente eliminado pelo antibiótico.
Particularmente, acredito que tanto os clínicos como os periodontistas
não deveriam perder esta oportunidade de atualização.