UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO
 
 

AVALIAÇÃO “IN VITRO” DA INFILTRAÇÃO MARGINAL DE ALGUNS MATERIAIS SELADORES PROVISÓRIOS UTILIZADOS NA ENDODONTIA.



 
 
 

Eliane Cristina Gulin de Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Jesus Djalma Pécora
Ribeirão Preto
2001


 
Resumo
Introdução
Retrospectiva da Literatura
Proposição
Material e Método
Resultados
Discussão
Conclusões
Referências Bibliográficas
Summary


RESUMO

 Estudou-se "in vitro" a infiltração marginal de sete materiais seladores provisórios: Dentalville®, Cavit W®, Citodur®, Coltosol®, 3MF2000®, Cimpat W® e guta-percha + Super Bonder®. O método utilizado neste estudo foi o da revelação de ions níquel pelo dimetilglioxima (PÉCORA & ROSELINO, 1982), cuja sensibilidade é de 0,16 microgramas (FEIGL & VINZENZ, 1972). Este método revela a infiltração do íon de níquel na interface dente/material selador provisório ou através do próprio material selador provisório.
 Oitenta e dois dentes caninos unirradiculares humanos, de estoque, sem lesão cariosa e com ápices formados foram selecionados. Após serem radiografados para verificação da existência de apenas um canal radicular, os dentes foram instrumentados à 1 mm do ápice radicular com a lima endodôntica tipo Kerr até a lima de número 45, e escalonados com as limas 50, 55, 60. No interior de cada canal radicular, foi colocado um cone de papel absorvente, impregnado com a solução alcoólica de dimetilglioxima a 1%. A câmara pulpar foi preenchida com uma bolinha de algodão também impregnada com a solução alcoólica de dimetilglioxima a 1% e os materiais seladores provisórios testados com espessura de 2,5 milímetros. Os dentes foram imersos em solução de sulfato de níquel a 5% e submetidos à ciclagem térmica (5°, 37° e 55°C) durante 72 horas. Posteriormente, todos os dentes foram lavados em água corrente, por duas horas e seccionados longitudinalmente no sentido vestíbulo lingual.
 A infiltração da solução de sulfato de níquel como identificador da infiltração marginal foi revelada pela formação do complexo Ni-dimetilglioxima, de coloração vermelha.
 O complexo Ni-dimetilglioxima foi avaliado com o auxílio de uma lupa binocular Karl Zeiss, com aumento de 40 X.
 A análise da infiltração foi possível em função da profundidade em que ocorreu a coloração avermelhada tanto nas bolinhas de algodão quanto nos cones de papeis, medidas em escores.
 Os resultados evidenciaram que não ocorreu infiltração quando se utilizou a associação guta-percha + Super Bonder®. Com base no teste estatístico de Kruskal-Wallis, pôde se agrupar os materiais testados na ordem decrescente de infiltração: Cimpat W®, Coltosol®, 3MF2000®, Cavit W®, Citodur®, Dentalville®, guta-percha + Super Bonder®.


INTRODUÇÃO

 No alvorecer do século XXI, depara-se com um problema, que foi exaustivamente estudado no século XX, porém, ainda não resolvido em várias áreas da Odontologia, que é a microinfiltração marginal.
 A microinfiltração ocorre nas restaurações, nas coroas metálicas e nos canais radiculares obturados.
 A microinfiltração ou infiltração marginal consiste na passagem de fluídos da cavidade bucal para o interior do dente via interface material/tecido. Sendo que estes fluídos bucais podem carregar consigo microorganismos, toxinas, substâncias químicas (moléculas e ions).
 Nos casos de dentes vitais, a microinfiltração nas restaurações e ou coroas pode contaminar a polpa e induzir a pulpopatias. No que concerne aos canais radiculares obturados, a microinfiltração coronária pode permitir a contaminação do periápice e induzir o aparecimento de periapicopatias, ou seja, ocasionar o insucesso do tratamento endodôntico.
 Hoje, sabe-se que dentes com canais radiculares obturados devem ser imediatamente restaurados, pois a infiltração marginal coronária pode ocorrer no tempo de poucos dias (KHAYAT et al., 1993; TROPE et al., 1995; SAUNDERS & SAUNDERS, 1995; LEONARDO et al., 1996; MALONE & DONNELLY, 1997; PISANO et al., 1998; BARTHEL et al., 1999a; FREEDMAN et al., 2000; ALMEIDA, 2001).
 A microinfiltração marginal ou infiltração depende basicamente de dois fatores: a interface material/esmalte/dentina e as propriedades físico-químicas dos materiais restauradores e ou obturadores (solubilidade, desintegração, contração, expansão e adesão).
 Estudos sobre a infiltração marginal têm sido realizados pelos pesquisadores que se dedicam à Endodontia, com base em três pontos de vista: a) infiltração que ocorre com o uso de materiais seladores provisórios, b) infiltração marginal apical de canais radiculares obturados e, mais recentemente, c) estudos sobre a infiltração marginal coronária.
 Os procedimentos endodônticos exigem, quando realizados em várias sessões de atendimento, a colocação de uma medicação como curativo entre sessões, quer para proteger o complexo dentina/polpa, a polpa propriamente dita, quer para a desinfecção dos canais radiculares contaminados. Nessas situações, faz-se necessária a utilização de um material provisório, na forma de cimento.
 Nem sempre é possível ou aconselhável a realização do tratamento endodôntico em dentes contaminados em uma única sessão, pois há necessidade de se utilizar uma medicação intracanal. Essa medicação deve atuar no interior dos canais radiculares com o objetivo de destruir ou diminuir a quantidade de microorganismos que não foram destruídos durante a fase da biomecânica (instrumentação X irrigação).
 Assim, para que a medicação intracanal faça seu efeito, ela deve ficar contida no interior do canal radicular e não ser contaminada pelos fluídos da cavidade bucal. Desse modo, após a sua colocação, o dente deve receber um material selador provisório de modo a funcionar como isolante entre o meio bucal e o canal radicular.
 Em outras palavras, um cimento selador provisório utilizado em Endodontia deve possuir as ações de impedir a contaminação dos canais radiculares, de evitar que os medicamentos intracanais passem para a cavidade bucal, e de proteger o canal radicular obturado até que seja realizada a restauração definitiva do dente.
 GROSSMAN (1939) estabeleceu alguns requisitos básicos que um cimento obturador provisório deveria possuir, tais como: a) ser de fácil manipulação e inserção na cavidade dental; b) endurecer rapidamente; c) possuir resistência à compressão; e) apresentar resistência à abrasão; f) não sofrer solubilidade e nem se desintegrar no meio bucal; g) ser de fácil remoção; h) não sofrer alteração dimensional e, i) promover selamento marginal, ou seja, impedir a infiltração, quer marginal, quer por entre o material selador.
 A obtenção de um cimento selador provisório ideal sempre foi a meta dos que se dedicaram à Endodontia e, assim, muitas investigações foram realizadas com a adoção de vários métodos para avaliar a infiltração marginal.
 Os métodos mais comuns para identificar a infiltração marginal dos seladores provisórios são: a) corantes; b) radioisótopos; c) microorganismos; d) identificação de ions; e) eletroquímico.
 Dentre os pesquisadores que utilizaram o método de corantes (azul de metileno, eosina e Rodamina B), podem-se destacar: GROSSMAN (1939); HIRSCH & WEINREB (1958); PÁRRIS & KAPSIMALIS (1960); GOING et al. (1960); KAKAR & SUBRAMANIAN (1963); PARRIS et al. (1964); SCHIFINO (1966); CHRISTEN & MITCHELL (1966); WEBBER et al. (1978); VALCKE & KESSLER (1978); OPPENHEIMER & ROSEMBERG (1979); BARBOSA et al. (1980); DIEP et al. (1982); TAMSE et al. (1982); CHOHAYEB & BASSIOUNY (1985); ESBERARD et al. (1986); TEPLITSKY & MAIMARES (1988); BOBOTIS et al. (1989); BARKHORDAR & STARK (1990); MCLNERNEY & ZILLICH (1992); KAZEMI et al. (1994); DOERR et al. (1996); BARKHORDAR et al. (1997); ROGHANIZAD & JONES (1996); MAYER & EICKHOLZ (1997); IQBAL & SAAD (1998); URANGA et al. (1999); PAL et al. (1999).
 Os pesquisadores a seguir utilizaram o método de radioisótopos: GOING et al. (1960); SWARTS & PHILLIPS (1961); TAKAYAMA et al. (1968); McCURDY et al. (1974); HOLLAND et al. (1976); BRAMANTE et al. (1977); MAROSKY et al. (1977); VALCKE & KESSLER (1978); TODD & HARRISON (1979).
 Os pesquisadores que utilizaram microorganismos como agentes identificadores da infiltração marginal foram: KRAKOW et al. (1977); KELLER et al. (1981); BLANEY et al. (1981); BEACH et al. (1996); PISANO et al. (1998); BARTHEL et al. (1999b); DEVEAUX et al. (1999).
 No que diz respeito à identificação da infiltração marginal por meio de ions níquel, podem-se destacar: PÉCORA & ROSELINO (1982); PÉCORA et al. (1986); CRUZ FILHO & PÉCORA (1990); ROBINSON et al. (1996).
 A identificação por meio de corrente eletroquímica foi feita por JACOT et al. (1996).
 A maioria dos autores citados submeteu os corpos de prova à ciclagem térmica durante os experimentos, uma vez que as variações térmicas provocam alterações dimensionais não conseguidas se a temperatura for mantida constante, e também, a ciclagem térmica faz com que o experimento se aproxime mais da realidade da cavidade bucal.
 Como as pesquisas de novos materiais são muito rápidas e intensas, constantemente são lançados no mercado odontológico novos materiais seladores e eles devem ser testados com o objetivo de se verificar se o cimento selador ideal foi encontrado.
 Assim, propõe-se, neste trabalho, avaliar alguns dos novos produtos lançados no mercado, com adoção de ciclagem térmica e identificação por meio da passagem de ions níquel.


RETROSPECTIVA DA LITERATURA

 Com a preocupação de oferecer o melhor, os pesquisadores têm investigado as alterações a que está sujeito um material, a fim de orientar o profissional no uso correto para a obtenção dos melhores resultados possíveis. Até o presente momento vários foram os estudos realizados visando a encontrar um material selador provisório que melhor impedisse o intercâmbio fluídico entre o canal radicular e a cavidade bucal. Na tentativa de se conseguir um material selador provisório ideal, os pesquisadores têm idealizado técnicas, métodos e processos para estudar os diversos materiais seladores provisórios encontrados no mercado.
 Assim, GROSSMAN (1939) estudou a infiltração marginal dos seguintes materiais: guta-percha, fosfato de zinco, Pro-Tem®, óxido de zinco-eugenol. Para este experimento, utilizaram-se tubos de vidro preenchidos com algodão hidrófilo, tendo as suas extremidades seladas com os materiais obturadores testados. O algodão ficava em íntimo contato com o material obturador. A seguir, os tubos eram mergulhados em soluções corantes, tais como a violeta genciana, carbocsina e Sudan III, além da saliva artificial e bactérias (Bacillus prodigiosus), por um período de 10 a 24 horas. Após o tempo pré-estabelecido de contato entre as soluções e os materiais obturadores, pode-se observar que não ocorreu infiltração na amostra quando submetidas à saliva artificial. No entanto, quando submetidas aos corantes, alguns materiais permitiram a infiltração mais rapidamente do que outros com exceção do óxido de zinco-eugenol que não infiltrou. O cimento fosfato de zinco apresentou os piores resultados. Já a guta-percha ocupou uma posição intermediária. A não ocorrência da infiltração nas amostras submetidas à saliva artificial se deveu, provavelmente, ao tamanho das moléculas constituintes da saliva que são maiores que as dos corantes.
 ARMSTRONG & SIMON (1951) testaram a penetração marginal do radioisótopo Ca45 em dentes pré-malares humanos restaurados com amálgama, ouro, cimento de fosfato de zinco e de silicato e resina. Os dentes tiveram suas raízes recobertas com cera, para evitar a penetração do radioisótopo, e a cavidade pulpar restaurada com um dos materiais testados. Depois, os dentes foram imersos na solução contendo o radioisótopo Ca45 por 48 horas, cortados horizontalmente e avaliados através de auto-radiografias. Os resultados obtidos revelaram que todos os materiais permitiram a infiltração, sendo esta menor nas restaurações de ouro e de amálgama.
 MASSLER & OSTROWSKY (1954), com adoção da metodologia apresentada por GROSSMAN (1939), investigaram a infiltração marginal de vários materiais seladores. Como indicador da infiltração, os autores utilizaram os corantes violeta genciana e azul de metileno. Os resultados obtidos mostraram que o cimento de óxido de zinco-eugenol e o amálgama apresentaram as melhores capacidades seladoras, enquanto a guta-percha e o cimento de oxifosfato de zinco apresentaram as piores, com infiltração marginal já nas primeiras 24 horas. Eles constataram que o cimento de silicato resistiu à infiltração marginal por um período de 13 dias.
 HIRSCH & WEINREB (1958) avaliaram a infiltração marginal do cimento de silicato, materiais obturadores acrílicos e amálgama, simulando condições encontradas “in vivo”, com a adoção da ciclagem térmica. Trezentas e duas cavidades foram preparadas em dentes humanos extraídos, os quais foram obturadas com os materiais restauradores testados, depois imersos em solução de azul de anilina a 2% a 37°C e, posteriormente, submetidos à ciclagem térmica. O objetivo era examinar a penetração da solução corante entre o material testado e a parede do dente. Os resultados demonstraram que o amálgama não permitiu a infiltração do corante, ao passo que o cimento de silicato e os obturadores acrílicos permitiram a infiltração após a ciclagem térmica. A infiltração foi atribuída à diferença de expansão térmica entre o dente e a restauração acrílica. Dos materiais testados, somente o amálgama manteve bem selamento marginal depois de repetidas mudanças de temperaturas.
 PARRIS & KAPSIMALIS (1960) avaliaram as propriedades seladoras dos seguintes materiais: guta-percha, dois tipos de cimento à base de fosfato de zinco, dois tipos de cimento de fosfato de zinco permanente, óxido de zinco-eugenol, e Cavit®. O amálgama foi utilizado como controle. Foram utilizados dentes unirradiculares humanos, os quais tiveram aproximadamente dois milímetros da porção apical seccionados e, nessa área, foi preparada uma cavidade, obturada com amálgama. A cirurgia de acesso à câmara pulpar seguiu a norma clássica. Um grupo de dentes foi colocado em solução aquosa a 2% de azul de anilina e deixado por 72 horas à temperatura ambiente. O outro grupo sofreu ciclagem térmica (4 e 60°C), mergulhado na mesma solução. Os dentes, submetidos à ambos os tratamentos, foram em seguida lavados, cortados longitudinal e avaliados. No grupo não-ciclado termicamente, observou-se infiltração com o uso da guta-percha, do cimento fosfato de todas as marcas e não observou-se infiltração de corante com a utilização do Cavit® e do óxido de zinco-eugenol. Mas, com a ciclagem térmica, ocorreu penetração do corante com o uso da guta-percha, do cimento fosfato de zinco de todas as marcas, e do o óxido de zinco-eugenol. O Cavit® não apresentou infiltração do corante.
 GOING et al. (1960) compararam a infiltração marginal de alguns materiais restauradores mais usados na clínica endodôntica. O corante de violeta genciana a 0,25% e o iodeto de sódio radioativo (NaI131) foram utilizados como soluções evidenciadoras. As amostras eram compostas de restaurações antigas e recentes. Cavidades classe V foram preparadas em 316 dentes humanos recém-extraídos e restauradas com folheados a ouro, amálgama de cobre, Red Copper Cement, Inlays de ouro, amálgama de prata, cimento de óxido de zinco-eugenol, temporary stopping, cimento de silicado, cimento fosfato de zinco e resina acrílica. Cavidades sem material restaurador foram usadas como controle positivo para a infiltração. Dentes que possuíam restaurações com mais de um ano na boca, antes da extração, também foram avaliados. Depois, todos os dentes foram imersos nas soluções evidenciadoras por 24 horas, seccionados e fotografados com filme colorido para permitir análise comparativa da penetração das substâncias evidenciadoras. Os autores concluíram que: a) folheados a ouro, amálgama de cobre e Red Copper Cement mostraram infiltrações menores que a metade da dimensão das margens cervical e incisal do preparo cavitário; Inlays de ouro mostraram infiltração até a parede pulpar do preparo cavitário; amálgama de prata, cimento de óxido de zinco-eugenol, temporary stopping, cimento de silicado mostraram penetração de carente na massa dentinária; cimento fosfato de zinco e resina acrílica mostraram penetração de corante até a polpa a semelhança do controle positivo (cavidades sem material restaurador); b) todos os materiais restauradores permitiram a infiltração do NaI131 como, também, da violeta de genciana; c) quanto maior o tempo de imersão, maior a infiltração; d) na maior parte dos casos, as infiltrações dos dois corantes foram semelhantes, mas foi mais freqüente a infiltração maior do corante NaI131, apesar da ocorrência de um caso no qual a violenta genciana infiltrou mais que o NaI131.
 SWARTS & PHILLIPS (1961), empregando uma solução com Ca45 e ciclagem térmica, avaliaram a infiltração marginal de seis diferentes materiais seladores em dentes humanos extraídos e concluíram que a qualidade restauradora do cimento de óxido de zinco-eugenol é superior à da guta-percha, e o uso de vernizes sobre os materiais seladores diminuía a infiltração marginal. Esses autores verificaram que a ciclagem térmica promovia aumento da infiltração marginal.
 KAKAR & SUBRAMANIAN (1963), utilizando solução alcoólica de anilina azul a 2% e ciclagem térmica (4° e 60°C), testaram a infiltração marginal em dentes humanos recém-extraídos e restaurados com ouro, amálgama de prata, guta-percha, cimento de óxido de zinco-eugenol e de silicato. Os dentes tiveram seus canais radiculares instrumentados. Na câmara pulpar, era colocada uma bolinha de algodão e o material a ser testado. Depois, a coroa do dente era fixada com cera a um dique de borracha, isolando-a da raiz, e colocada sobre a abertura de um tubo de vidro contendo solução de anilina azul a 2%. Após 24 horas, os dentes foram avaliados e os autores concluíram que os cimentos de fosfato de zinco, cimento de silicato, ouro e guta-percha, apresentaram os maiores índices de infiltração do corante e o cimento de óxido de zinco-eugenol e amálgama, os menores.
 PARRIS et al. (1964) levaram a efeito uma pesquisa na qual estudaram a infiltração de solução corante de azul de anilina a 2% e de bactérias em cavidades endodônticas restauradas com diferentes tipos de guta-percha, cimento fosfato de zinco, óxido de zinco-eugenol, Tem-Pak®, Dentin®, No-Mix®, Kwikkse®, Cavit® e amálgama. A identificação da infiltração com corante foi realizada à temperatura ambiente por 72 horas e também com ciclagem térmica (4 a 60°C), repetida dez vezes. Para a identificação da infiltração com bactérias, foi utilizados solução contendo Serratia marcescens a 4°C e Sarcina lútea a 60°C. Os dentes com os seladores provisórios foram colocados em solução salina normal por 24 horas para obter o endurecimento dos cimentos. A seguir, foram colocados na solução de Serratia marcescens a 4°C por um minuto, após o que foram lavados em água corrente e transferidos para solução com a bactéria Sarcina lútea a 60°C por um minuto. Este procedimento foi repetido por 10 vezes. Depois, as restaurações provisórias foram removidas e o algodão foi colocado em tubo de ensaio com 10 ml de meio de cultura. Os tubos foram encubados por 48 horas à 37,5°C. Os resultados evidenciaram o seguinte: a) infiltração do corante a 60°C ocorreu nos dentes obturados provisoriamente com guta-percha, cimento fosfato de zinco e Dentin®. Nenhuma infiltração do corante foi observada com o uso do, Kalsogen®, Tem-Pak®, cimento óxido de zinco-eugenol, No-Mix®, Kwikksel®, Cavit® e amálgama; b) com ciclagem térmica, observou-se infiltração de corante nas obturações provisórias de guta-percha, cimento fosfato de zinco, óxido de zinco-eugenol, Tem-Pak®, Dentin®, No-Mix®, Kalsogen®, e não foi observado com Kwikksel®, Cavit® e amálgama; c) observou-se que o Kalsogen®, óxido de zinco-eugenol, Kwikksel®, Cavit® estavam livres de infiltração de bactérias. Os autores salientaram que, apesar das bactérias terem tamanho 250 vezes maior que a molécula do corante, elas penetravam na maioria dos casos.
 SCHIFINO (1966) investigou a capacidade seladora de vários materiais obturadores provisórios utilizados na Endodontia, tais como o cimento de óxido de zinco-eugenol, cimento de fosfato de zinco, guta-percha e guta-percha + cimento de fosfato de zinco. A solução corante de azul de tripan 0,5% foi utilizada como solução evidenciadora. O autor verificou que, à temperatura ambiente, todos os materiais apresentaram infiltração, e que era dependente do tempo de imersão no corante.
 CHRISTEN & MITCHEL (1966) estudaram a infiltração marginal com corante fluorescente Rodamina B e a fluoresceína em dentes com restaurações de amálgama, amálgama com aplicação prévia de verniz, guta-percha e óxido de zinco-eugenol. Foram preparadas 78 cavidades classe V em 32 dentes incisivos bovinos. Os dentes foram divididos em 4 grupos e cada grupo restaurado com um dos materiais testados. Depois, foram colocados nas soluções evidenciadoras, permanecendo por 5 a 12 minutos na solução de fluoresceína e por 1 hora na solução de Rodamina B. Em seguida, todos os dentes foram seccionados no sentido vestíbulo lingual e avaliados com luz ultravioleta. Conclui-se que tanto o amálgama com ou sem a aplicação de verniz quanto a guta-percha permitiram a infiltração dos corantes. Já com o uso do óxido de cimento zinco-eugenol, não foi observada esta infiltração em virtude da extinção da fluorescência.
 TAKAYAMA et al. (1968) testaram a infiltração marginal e a permeabilidade de diferentes materiais restauradores temporários e pastas obturadoras de canais radiculares, empregando o iodo radioativo (I131). Para tanto, foram utilizados 132 dentes humanos hígidos recém-extraídos nos quais foram realizadas aberturas coronárias. Todos os dentes (exceto os controles) tiveram suas cavidades preenchidas pelos seguintes materiais: cimento de óxido de zinco e eugenol, guta-percha, cimento de fosfato de zinco, guta-percha + cimento de fosfato de zinco, pasta Alfacanal® e composto de Wach. Para testar estes materiais, utilizaram-se 20 dentes selados com os materiais testados, dos quais 10 permaneceram à temperatura constante (37°C) e os demais sofreram ciclagem térmica (60°C e 4°C). Após permanecerem durante 24 horas no radioisótopo, os dentes foram incluídos em resina acrílica ativada quimicamente, cortados e montados sobre películas radiográficas. Depois de 24 horas, os conjuntos foram submetidos à ação dos raios-X e as películas reveladas. Os resultados demonstraram que a guta-percha apresentou as melhores qualidades seladoras e a menor permeabilidade, seguida, em ordem decrescente, pelo cimento de óxido de zinco e eugenol, duplo selamento (guta-percha + cimento de fosfato de zinco), pasta Alfacanal® e Wach®.
 GOING (1972) realizou uma revisão sobre o tema microinfiltração na interface dente/material e discorreu sobre os vários métodos utilizados. Salientou que o grande objetivo da pesquisa seria o estudo da difusão de fluidos através da estrutura do dente, bem como através e ao redor dos materiais restauradores colocados no dente. Várias expressões são utilizadas para expressar o estudo da microinfiltração, tais como: percolação marginal, microinfiltração marginal, troca fluídica, difusão de líquidos, penetração capilar. Estudos têm enfatizado que, nas margens das restaurações, ocorre intenso tráfico de ions e moléculas. O autor relata ainda que inúmeros corantes, tais como eosina, azul de metileno, rodamina, violeta de genciana, hematoxilina, fucsina e fluoresceína, são utilizados como identificadores ou traçadores da microinfiltração.
 McCURDY et al. (1974) realizaram investigações comparando a microinfiltração “in vivo” e “in vitro”. No estudo “in vivo”, a pesquisa foi realizada em Macaca speciosa e o estudo “in vitro” foi realizado em dentes extraídos. Para marcar a microinfiltração, utilizou-se o íon Ca45. Cavidades classe V foram realizadas tanto para o estudo “in vitro” como “in vivo”. Os materiais testados foram: resina composta, resina acrílica, amálgama, cimento silicato e guta-percha. Após a aplicação do Ca45, foram obtidas auto-radiografias. Este trabalho evidenciou que os resultados para os testes “in vivo” foram similares aos “in vitro”, e todos os materiais estudados permitiram a infiltração do Ca45.
 GILLES et al. (1975) realizaram investigações para avaliar os efeitos da ciclagem térmica na estabilidade dimensional de quatro materiais seladores provisórios. Os materiais testados foram: Cavit®, cimento de óxido de zinco-eugenol reforçado com resina, cimento de óxido de zinco-eugenol + guta-percha. Os materiais foram manipulados e colocados em cilindros de teflon (4 x 8 mm). Os espécimes foram estocados a 37°C e umidade relativa de 100% por 24 horas. A seguir, os corpos de provas foram aplanados com uso de pasta de silicone e os materiais foram removidos. Todos os espécimes foram, novamente, estocados a 37°C por 144 horas. As alterações lineares de dimensão dos materiais, em função da temperatura, foram monitorados. Os espécimes foram colocados dentro de um analisador termomecânico e foi aplicada uma força de 145 dinas. O sistema termomecânico foi estabilizado por 24 horas e, depois, submetido à ciclagem térmica. A temperatura do sistema foi aumentada para 52°C numa velocidade de 10°C por minuto e mantida nesse patamar por 3 minutos. A seguir, a temperatura foi reduzida para 22°C e mantida nesse nível por 3 minutos. A ciclagem térmica foi repetida por 5 vezes e, a seguir, a temperatura foi levada a 37°C e mantida por 5 horas. O coeficiente de expansão variou numa taxa de 10 a 20%. A elevação da temperatura causou aumento abrupto no comprimento de todos os espécimes. Os autores concluíram que a temperatura afeta a estabilidade dimensional dos materiais seladores provisórios.
 HOLLAND et al. (1976) realizaram um estudo em que noventa dentes humanos unirradiculares foram empregados para testar a eficiência do selamento marginal obtido com os seguintes materiais: guta-percha, óxido de zinco-eugenol, óxido de zinco-eugenol mais acetato de zinco, Cavit W® e cimento de policarboxilato. Além disso, foram também testados os seguintes selamentos duplos, com a associação da guta-percha ao óxido de zinco-eugenol com ou sem acetato de zinco, ao Cavit W® e ao cimento de policarboxilato. Os dentes tiveram suas coroas eliminadas e no terço cervical da raiz foi preparada uma cavidade com dimensões padronizadas e semelhante a que se faz em uma abertura coronária. As cavidades foram obturadas e os dentes estocados em câmara úmida por 24 horas e, posteriormente, submetidos à ciclagem térmica. Logo após a realização da ciclagem térmica, os dentes foram isolados e mergulhados em solução I131 também por 24 horas e, a seguir, foram realizadas auto-radiografias. Os resultados obtidos em ordem crescente de eficiência no selamento foram: óxido de zinco-eugenol; óxido de zinco-eugenol com acetato de zinco; guta-percha + óxido de zinco-eugenol; guta-percha + Cavit W®, guta-percha + óxido de zinco-eugenol mais acetato de zinco, Cavit W®, cimento de policarboxilato, guta-percha; guta-percha + cimento de policarboxilato.
 KIDD (1976) escreveu a respeito da importância dos testes de microinfiltração para avaliar a capacidade seladora dos materiais usados como restauradores das cavidades dentais. O autor definiu a infiltração ou microinfiltração com sendo a passagem de bactérias, fluídos, moléculas ou ions entre a parede cavitária e o material restaurador. A microinfiltração tem sido intensamente investigada nos últimos 25 anos com a utilização de corantes, radioisótopos, bactérias, sendo estes estudos realizados tanto “in vitro” como “in vivo”. A microscopia eletrônica de varredura, útil para avaliação de cimento, fendas e infiltração e também empregada nos testes de microinfiltração, possui limitação pelos artefatos técnicos produzidos durante a preparação do espécime. Para o autor, a ciclagem térmica combinada com corantes, radioisótopos, ar comprimido ou testes bacterianos consegue reproduzir “in vitro” as mesmas condições que “in vivo”.
 BRAMANTE et al. (1977) analisaram os cimentos IRM®, óxido de zinco-eugenol, Propulpan®, Proviplast®, Ciprospad®, Cavit Rosa® e Cavit Branco® utilizados como seladores provisórios na Endodontia. Estes materiais foram aplicados de modo a selar as aberturas das câmaras pulpares de 90 pré- molares humanos recém-extraídos. Após o selamento da cavidade, toda a superfície do dente, exceto a abertura coronária, foi isolada com 3 camadas de esmalte para unha e os dentes foram então imersos em solução de iodeto de sódio, contendo I131 ativo na concentração de 0,25 %, onde permaneceram por 24 horas a 37°C. Decorrido este tempo foi removido da superfície externa dos dentes a camada de esmalte de unha, e a seguir, os dentes forma lavados e seccionados longitudinalmente a fim de se obterem seções para a realização das auto-radiografias. A avaliação da infiltração marginal foi obtida pela projeção da auto-radiografia com aumento de 20 vezes e avaliados por escores de zero a quatro. Os resultados da infiltração do iodo I131 mostraram que entre os materiais testados o Propulpan®, seguido pelo IRM®, óxido de zinco-eugenol e Cavit Rosa®, pela ordem, foram os materiais que proporcionaram o melhor selamento da câmara pulpar.
 MAROSKY et al. (1977) investigaram “in vitro” a microinfiltração marginal com o uso de seis produtos comerciais utilizados como seladores provisórios no tratamento endodôntico. Os cimentos testados foram: Temp-Seal®, Cavit®, cimento óxido de zinco-eugenol com acelerador, fosfato de zinco, IRM®, Durelon®. A solução de cloreto de cálcio (Ca45) foi utilizada como identificador da microinfiltração marginal. As análises das auto-radiografias mostram que a infiltração aumenta em função do tempo das restaurações e da ciclagem térmica. O cimento Temp-Seal® foi o que apresentou menor porcentagem de restaurações com infiltração seguido pelo Cavit® e pelo cimento de óxido de zinco-eugenol.
 KRAKOW et al. (1977) avaliaram “in vivo” a capacidade de sete matérias utilizados como seladores provisórios em Endodontia, a saber: Cavit®, Caviton®, guta- percha, três marcas de cimento fosfato de zinco e cimento de óxido de zinco-eugenol. Para realizar esse trabalho, os autores selecionaram pacientes que estavam em tratamento. Após a verificação da condição estéril dos canais radiculares por meio de cultura bacteriológica, bolinhas de algodão estéril foram colocados nas câmaras pulpares e os dentes foram selados com os materiais testados. Após uma semana, os dentes foram isolados com dique de borracha e o campo operatório desinfetado. Os materiais foram removidos e o algodão foi colocado em meio de cultura para verificar se havia contaminação. Os resultados mostraram que dentes obturados provisoriamente com Cavit®, Caviton® e cimento óxido de zinco-eugenol apresentaram pouca contaminação. Os mais contaminados eram os dentes selados com guta-percha. Os autores salientaram que o cimento óxido de zinco-eugenol apresenta efeito antimicrobiano superior ao Cavit® e o Caviton®.
 WEBBER et al. (1978) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar qual espessura do cimento Cavit® seria ideal para obter um selamento apropriado e reduzir a infiltração marginal. Para isso, 40 dentes molares humanos extraídos com coroas íntegras foram selecionados. A cavidade de acesso endodôntico foi preparada. Bolinhas de algodão secas, sem medicamentos, foram colocadas em um grupo e, no outro, o algodão era imerso em paramonoclorofenol canforado e depois seco e colocado na câmara pulpar. Cuidados foram tomados para que a cavidade com o algodão deixasse espaço de 5 mm de profundidade para alojar o cimento provisório. Após a colocação do Cavit®, os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 10% e foram armazenados à 37°C por 48 hora. Após o tempo experimental, os dentes foram fraturados no sentido mésio-distal e o algodão foi examinado para verificar a coloração. A penetração do corante na interface foi mensurada com o paquímetro. Na segunda parte do trabalho, cinco incisivos centrais superiores humanos foram preparados e o Cavit colocado de modo a tomar os mesmos cuidados, ou seja, deixar espaço de 5 mm para o selador temporário. As raízes foram seccionadas na linha cervical e as coroas examinadas no microscópio eletrônico de varredura. Os resultados da infiltração mostraram que a penetração do corante no interior da massa do Cavit® era similar à que ocorria na interface Cavit®/dente. A média da infiltração era de 2,65mm nas cavidade com medicamento e 2,51mm nas cavidades sem medicamento, sem diferença estatisticamente significante entre elas. A penetração do corante variou de 2,5 a 3,2mm, tanto para as cavidades com e sem medicamentos. O exame com a microscopia eletrônica de varredura mostrou boa adaptação do Cavit® nas paredes da cavidade. Esses resultados levaram os autores a sugerir que a espessura da Cavit® deve ser de, pelo menos, 3,5mm para prevenir a infiltração marginal.
 VALCKE & KESSLER (1978) avaliaram a infiltração marginal de alguns materiais seladores provisórios usados em Endodontia. Utilizou-se como identificador da infiltração uma solução aquosa de BLAK-RAY (U. V. Products Inc., San Gabriel, U.S.A.) de cor vermelha na concentração de um tablete para 25 ml de água destilada e deionizada. Após os dentes serem preparados endodonticamente, foi colocado no interior do canal radicular um cone de papel absorvente e, a seguir, os dentes foram restaurados com Durelon®, Poly F®, Oxicap®, Bondalcap®; Noletec®, Propac®, óxido de zinco-eugenol; Cavit®. Posteriormente, os dentes permaneceram imersos no corante por 144 horas a 37° C. Os resultados demonstraram que todos os materiais permitiram a infiltração marginal do evidenciador, sendo em maior intensidade nos materiais a base de óxido de zinco-eugenol. O material que possibilitou menor infiltração foi o Cavit®.
 TODD & HARRISON (1979) estudaram a alteração dimensional do Cavit® usando como identificador da infiltração o S35. Neste estudo, foram utilizados vinte e dois dentes humanos extraídos, que foram separados em grupos. Três grupos receberam seis dentes cada e um quarto grupo com quatro dentes. Em cada dente foi preparado o acesso cavitário e colocada uma bolinha de algodão na câmara pulpar. O Cavit® foi inserido dentro da cavidade de todos os dentes, condensado lateral e verticalmente para melhor adaptá-lo. O grupo I foi colocado imediatamente na solução de radioisótopo. O grupo II foi colocado em solução salina normal por cinco minutos e depois imerso em solução de radioisótopo. O grupo III foi colocado em solução salina por quinze minutos e depois em solução de radioisótopos. O grupo IV foi colocado em solução salina por 24 horas e, a seguir, colocado em solução de radioisótopos. Após o tempo experimental de 48 horas, os dentes imersos em solução de radioisótopos, eles foram cortados e, a seguir, foram realizadas as auto-radiografias. Os autores concluíram que, em todas as situações, a solução de isótopo S35 infiltrou pela interface parede da cavidade/material, sendo este o ponto vulnerável por onde ocorre a penetração dos agentes contaminantes da cavidade bucal.
 OPPENHEIMER & ROSENBERG (1979) verificaram o efeito da ciclagem térmica nas propriedades seladoras do Cavit® e Cavit G®. Sessenta dentes humanos intactos extraídos recentemente foram selados com o Cavit® e Cavit G® e imersos em corante azul de metileno por 72 horas à 37ºC e depois submetidos à ciclagem térmica (4 e 60°C). Os resultados mostraram que o Cavit® e o Cavit G® foram resistentes à penetração do corante tanto na temperatura de 37ºC quanto à ciclagem térmica.
 VELASCO & MAGALHÃES (1980) após realizar revisão de literatura sobre a utilização dos materiais seladores provisórios em Endodontia, concluíram que: a) deve-se sempre optar pelo selamento duplo, entre as sessões, com guta-percha e cimento, quando da realização de tratamento endodôntico; b) os cimentos à base de óxido de zinco-eugenol devem ser os escolhidos como seladores da cavidades endodôntica, e o Cavit® pode ser usado em cavidades simples e menores; c) deve-se deixar espaço para que o cimento selador da cavidades, ao ser colocado no local, possua espessura de 1,5mm ou mais; d) não se justifica a utilização de cimento oxifosfatos, resinas ou cimento de silicato como materiais seladores, devido às grandes infiltrações marginais que eles apresentam; e) em cavidades onde se deseja resistência maior ou permanência do selador por um período longo, pode-se utilizar o selamento triplo, com guta-percha, cimento à base de óxido de zinco-eugenol e amálgama ou oxifosfato de zinco.
 LAMERS et al. (1980) estudaram a microinfiltração promovida pelo uso do material selador temporário Cavit® em cavidades de acesso endodôntico, em dentes de macacos. No presente estudo, 45 dentes anteriores (sem cáries) de macacos foram usados e divididos em dois grupos: um grupo controle de 32 dentes, em que foram usados irrigantes antimicrobianos ou desinfetantes; e o segundo grupo, de 13 dentes, no qual foi adicionado algodão na câmara pulpar contendo álcool etílico a 64%. Todos os dentes foram selados com uma camada aproximada de 2 mm de Cavit W®. No final do período experimental de 2, 7, 42 dias os animais foram sacrificados e os dentes avaliados. Os resultados obtidos, em escores, demonstraram que uma camada de 2 mm de Cavit W® não foi suficiente para impedir a penetração de bactérias da cavidade oral no interior da câmara pulpar já nos primeiros dois dias de teste. Os autores concluíram que a penetração bacteriana era diretamente proporcional ao tempo, ou seja, quanto maior for o tempo que um dente obturado permanece na cavidade bucal, maior será sua contaminação por bactérias.
 KELLER et al. (1981) avaliaram a infiltração marginal em cavidades de dente humanos extraídos, obturados com IRM®, Cavit® e guta-percha. A identificação da infiltração foi realizada com o uso da bactéria Proteus vulgares. Os autores verificaram que a contaminação era por tempo de contato, ou seja , quanto maior o tempo de contato, maior a infiltração. Assim, as cavidades obturadas com IRM® não apresentaram contaminação nas primeiras 48 horas, mas apresentaram 100% de contaminação após cinco dias. Nas primeiras 48 horas de contato, 50% das obturações com Cavit® apresentaram-se contaminadas e 100% dos casos estavam contaminados após 13 dias. Já com o uso da guta-percha, a contaminação ocorria em 100% dos casos nas primeiras 48 horas.
 BLANEY et al. (1981) estudaram a qualidade do selamento marginal de cavidades obturadas com IRM® e com Cavit®, em relação à penetração da bactéria Proteus vulgares. Foram utilizados 55 dentes molares humanos extraídos, os quais tiveram sua câmara pulpar exposta. Depois, os dentes foram fixados em um tubo de resina acrílica e divididos em grupos. Um grupo de dentes recebeu, na câmara pulpar, uma bolinha de algodão com paramonoclorofenol canforado e foram restaurados com Cavit® e IRM® e o outro grupo recebeu bolinha de algodão com solução salina sendo também restaurado com Cavit® e IRM®. Transcorrido o tempo experimental, os autores verificaram que a utilização do cimento IRM® impregnado com paramonoclorofenol canforado apresentava-se mais eficiente do que o uso do IRM® sobre o algodão impregnado com solução salina, no que diz respeito à infiltração de bactérias. Da mesma forma, a utilização do Cavit® sobre o algodão com o anti-séptico era mais eficiente que o uso deste material sobre o algodão impregnado em solução salina. Isto possibilitou aos autores salientar a necessidade de se colocar medicação na câmara pulpar com o intuito de impedir a passagem de bactérias da cavidade bucal para o interior dos canais radiculares.
 DIEP et al. (1982) avaliaram a capacidade seladora dos cimentos Lumicon®, Cavit R®, óxido de zinco-eugenol, IRM®, Fynal® e ZOE®. Para o estudo da infiltração marginal os autores utilizaram o corante azul de metileno a 2% e realizaram a ciclagem térmica (5 e 60°C). Com base nos resultados obtidos os autores concluíram que os matérias seladores provisórios poderiam se ordenados do mais eficiente para o menos eficiente, do seguinte modo: Lumicon®, Cavit R®, óxido de zinco-eugenol, ZOE®, IRM® e Fynal®.
 PÉCORA & ROSELINO (1982) verificaram “in vitro” a infiltração de uma solução aquosa de sulfato de níquel a 10% ao longo das paredes da cavidade de acesso ao canal radicular, após a colocação de uma medicação de espera simulada neste canal, e o selamento da cavidade de acesso com materiais diversos para selamento provisório. A medicação de espera foi simulada pela introdução de cones de papel absorvente previamente impregnados com um solução alcoólica de dimetilglioxima a 1%. A infiltração da solução de sulfato de níquel, usada como meio de armazenamento, era facilmente revelada pela formação do complexo Ni-dimetilglioxima, de coloração vermelha. Uma análise semiquantitativa da infiltração era possível em função da maior ou menor profundidade em que ocorria a coloração avermelhada, tanto nos cones de papel quanto nas paredes dos canais radiculares. Além disto, algumas condições encontradas nos pacientes foram simuladas “in vitro” pelo emprego da ciclagem térmica. Com base nos resultados obtidos, foi possível concluir que a guta-percha, o cimento óxido de zinco-eugenol e o Cavit W® permitiram a infiltração do líquido utilizado no ensaio, pela interface formada pelas paredes da cavidade e pelas paredes do material restaurador; a guta-percha, apresentou maior alteração dimensional, permitindo maior infiltração em função do tempo e da temperatura; o material Cavit W® apresentou menor alteração dimensional em função do tempo e da temperatura; o cimento de óxido de zinco-eugenol apresentou alteração dimensional em posição intermediária, quando comparado com a guta-percha e o Cavit W® mesmo com a temperatura fixa ou ciclagem térmica.
 TAMSE et al. (1982) estudaram a microinfiltração de cinco materiais obturadores comumente usados na terapêutica endodôntica. Para o estudo da infiltração marginal, os autores utilizaram 100 dentes molares humanos intactos extraídos. Foi realizada a abertura coronária em todos os dentes e estes tiveram sua face externa impermeabilizada com uma fina camada de cera e duas camadas de esmalte para unha, deixando-se 1 mm da margem da cavidade sem o impermeabilizante. Nos canais, radiculares foram colocados cones de papel absorvente e a câmara pulpar foi preenchida com um dos materiais obturadores testados. Depois, os dentes foram colocados em solução de azul de metileno 1% e eosina 0,5% por 7 dias e, posteriormente, submetidos à ciclagem térmica (4° a 60°C). Em seguida, removida a camada de esmalte, os espécimes foram secos, seccionados, e o grau de infiltração do corante foi avaliado. Os autores puderam concluir que a linha de penetração do corante azul de metileno 1% foi na interface obturação/dente e pelo próprio material; o Cavident® demonstrou capacidade seladora maior comparada à capacidade seladora do IRM®, Kalzinol® e Cavit®, o Cavit G®; a eosina 5% demonstrou menor poder de penetração em todos os grupos comparada com o corante azul de metileno; maior infiltração na interface dentina obturação foi observada quando o IRM® e o Kaklzinol® foram usados, e ocorreu infiltração no próprio material quando se usou o Cavit®, Cavit G®, Cavident®.
 BAUER & HENSON (1984) definiram microinfiltração como a passagem de bactérias, fluidos, substâncias químicas, moléculas e ions entre o dente e sua restauração, sendo esta passagem um problema inerente ao uso dos materiais restauradores. Este estudo procurou rever o problema da microinfiltração e seu uso na avaliação da integridade marginal dos materiais restauradores. Segundo os autores, os agentes que contribuem para a microinfiltração incluem espaço intersticial, propriedades físicas inadequadas da material restaurador e técnicas restauradoras impróprias. Já quanto às propriedades físicas do material restaurador, a microinfiltração pode se dar pela solubilidade do material, seu coeficiente de expansão térmica e técnica restauradora. Clinicamente, a microinfiltração pode contribuir para a fratura, deslocamento e dissolução de certos materiais restauradores e obturadores; e estes efeitos podem conduzir a um pós-operatório de hipersensibilidade do dente. A microinfiltração através da dentina é bem evidente nos casos onde a toxidade do material restaurador afeta o órgão pulpar. Essa microinfiltração pode ser avaliada por vários métodos, tais como: difusão de líquidos, penetração capilar, percolação marginal, microinfiltração marginal, mudança de pressão hidrostática, mudanças de fluidos ou ions.
 BARRIENTOS & BESSI (1985) compararam “in vitro” a capacidade seladora de 8 materiais seladores provisórios utilizados durante a técnica de branqueamento ambulatorial em dentes não vitais. Para isto, foram utilizados 100 dentes incisivos centrais humanos com os condutos obturados com cimento óxido de zinco-eugenol e cones de guta-percha pela técnica da condensação lateral. Em todos os dentes, foram colocados na câmara pulpar peróxido de hidrogênio a 30% (Endoperox®) e agente quelante (Largal Ultra®). Destes dentes, metade foi obturada com EBA®, IRM®, guta-percha, cimento fosfato de zinco, Cavit® e óxido de zinco, Cavit® coberto com resina composta, e a outra metade foi restaurada com o Cavit® sem agregado, Neutrocin® e Cimpat®; e, por último, passou-se um verniz sobre todos os materiais seladores. A função deste verniz era detectar a presença de bolhas caso o oxigênio extravasasse pelo material restaurador. Os resultados obtidos apontaram que todos permitiram a saída de oxigênio pelas margens dos materiais seladores. O melhor resultado obtido foi com o Cimpat®, que também teve porcentagem alta de infiltração (76%).
 CHOHAYEB & BASSIOUNY (1985) avaliaram a capacidade seladora de resina composta comparada com Cavit®, óxido de zinco-eugenol, cimento fosfato de zinco, Adaptic® e resina composta Aurafil®. Foram utilizados cinqüenta dentes humanos recém-extraídos divididos em cinco grupos com 10 dentes cada. Após a realização do acesso cavitário e da instrumentação dos canais radiculares, foi colocada na câmara pulpar uma bolinha de algodão e, sobre esta, um dos materiais testados. Depois, os dentes foram colocados em solução corante de azul de metileno e submetidos à ciclagem térmica por 40 vezes. Em seguida, todos foram lavados em água corrente por 20 horas e secos com jato de ar. Após a secagem, os espécimes foram revestidos pela resina metil metacrilato para secção longitudinal. Posteriormente, avaliou-se a intensidade da penetração da solução corante na interface material/dente. Os resultados obtidos indicaram que o Cavit® apresentou melhor poder selador marginal, seguido pelo Adaptic® e Aurafil®. Já o óxido de zinco-eugenol e o cimento fosfato de zinco mostraram os maiores graus de infiltração marginal.
 ESBERARD et al. (1986) estudaram a capacidade seladora de 10 cimentos provisórios utilizados na Endodontia. Para identificar a microinfiltração marginal, os autores utilizaram solução aquosa Rodamina B a 2 %. Para este experimento, foram utilizados 200 dentes humanos, extraídos. As cavidades endodônticas foram preparadas. Bolinhas de algodão foram colocadas na câmara pulpar, de modo a deixar espaço de 5 mm para ser preenchido com os cimentos testados. Após o selamento das cavidades, os dentes foram colocados em frascos contendo solução aquosa rodamina B a 2 %, na qual permaneceram por 7 dias à temperatura de 37°C. Os resultados evidenciaram que era possível ordenar os cimentos, do melhor para o pior, em relação à microinfiltração marginal, da seguinte forma: Lumicon®, óxido de zinco-eugenol®, Cimpat-Rose®, Coltosol®, Pulpo San®, Cavit R®, Cavit W®, Fosfato de Zinco®, IRM® e Guta-percha®.
 PÉCORA et al. (1986) estudaram “in vitro” a instabilidade dimensional do Lumicon® e do Cavit W® como materiais seladores provisórios usados em Endodontia. O método empregado foi da identificação da penetração do íon níquel. Os cimentos foram avaliados tanto à temperatura fixa de 37°C como com a ciclagem térmica (10, 37 e 45ºC) durante 48 horas. Os resultados revelaram que tanto o Cavit® como o Lumicon® permitiram a infiltração marginal do íon de níquel de modo estatisticamente semelhante entre si, quer em temperatura fixa como com a ciclagem térmica.
 TEPLITSKY & MEIMARIS (1988) avaliaram a capacidade seladora do Cavit® e TERM® como material restaurador provisório. Foram utilizados quarenta e oito dentes humanos extraídos. Feito o acesso endodôntico, os dentes foram obturados com Cavit® e com TERM®. Os dentes foram imersos em corante de azul de metileno por sete dias e submetidos à ciclagem térmica. A seguir, os dentes foram removidos da solução corante, seccionados longitudinalmente, e avaliados para medir a infiltração marginal. Os resultados obtidos mostram que o Cavit® manteve selamento marginal em 91,7% dos dentes enquanto que o TERM® teve 33,3% dos dentes selados.
 ANDERSON et al. (1989) estudaram a microinfiltração promovida pelo Cavit®, IRM® e TERM®. A microinfiltração foi detectada pela técnica de filtração de fluidos para avaliar o selamento de restaurações temporárias em preparos de acesso endodôntico padronizado. Esta técnica consistia de gás nitrogênio sob pressão constante sendo aplicado a um reservatório de pressão contendo um béquer com solução salina, tamponada com fosfato e corada com fluorescein a 0,2%. Um tubo de polietileno conectava o reservatório pressurizado a uma micropipeta. Um tubo adicional conectava a micropipeta à microsseringa e a um tubo de metal passando pelo Plexiglas até a coroa dental anexada. Isto propiciava um sistema fechado no qual, todos os tubos, a micropipeta, e a microsseringa eram preenchidos com a solução salina corada. Depois todos os grupos de dentes foram selados com os materiais testados, e avaliados com 1 h, 24 h, e 7 dias após a inserção dos seladores. Transcorridos estes períodos, os espécimes foram submetidos à ciclagem térmica. A microinfiltração nas restaurações temporárias foi medida pela visualização da penetração do corante na interface dente/restauração. Os resultados obtidos indicaram que a restauração com TERM® promoveu excelente vedamento e foi melhor que o Cavit® e o IRM®
 BOBOTIS et al. (1989) testaram o Cavit®, Cavit G®, TERM®, cimento ionômero de vidro, cimento fosfato de zinco, cimento policarboxilato e IRM® pelo método de filtração de fluidos descrito por ANDERSON et al. (1989). Neste experimento, foram utilizados dentes humanos extraídos que, após o preparo do canal radicular, receberam cones de papel absorventes no canal radicular, deixando espaço remanescente na câmara pulpar de 4 mm para colocação do material restaurador provisório. Depois, os dentes foram imersos em solução contendo 2% de sódio e levados à estufa a 37ºC. A microinfiltração foi medida depois de vários intervalos de tempo. Os autores concluíram que o Cavit®, Cavit G®, TERM®, e o cimento ionômero de vidro não permitiram a infiltração durante oito semanas. Já em quatro dos dez dentes restaurados com cimento fosfato de zinco, IRM® e cimento policarboxilato, a infiltração foi observada.
 CRUZ FILHO & PÉCORA (1990) estudaram “in vitro” a instabilidade dimensional de materiais seladores provisórios à base de óxido de zinco-eugenol, Cavit W®, IRM® + guta-percha; Cavit® sem guta-percha; óxido de zinco + guta-percha; IRM® sem guta-percha; óxido de zinco + acetato de zinco + guta-percha; óxido de zinco + acetato de zinco sem guta-percha; óxido de zinco sem guta-percha; Po-Li com guta-percha; Po-Li sem guta-percha usados em Endodontia. O método utilizado foi o da reação química entre uma solução indicadora (solução de sulfato de zinco a 5%) e uma solução reveladora (solução alcoólica de dimetilglioxima a 1%). Os espécimes foram submetidos à ciclagem térmica (5°, 37°e 60°) por 72 horas. Os resultados evidenciaram que nenhum dos materiais seladores provisórios testados foram capazes de impedir a infiltração de sulfato de níquel, em nenhuma das condições do experimento, ou seja, com ou sem selamento duplo quando submetidos à ciclagem térmica. A adição do acetato de zinco ao cimento de óxido de zinco-eugenol não impediu a infiltração marginal. O método apresentado pelos autores é altamente sensível para detectar alteração dimensional dos materiais seladores provisórios.
 BARKHORDAR & STARK (1990) estudaram a capacidade seladora de alguns materiais restauradores utilizados em Endodontia. Sessenta dentes humanos foram divididos em dois grupos e dois tipos de acesso cavitários foram preparados, isto é, acesso estreito com paredes divergentes em direção à face oclusal e acesso estreito com paredes paralelas em direção à face oclusal. Os preparos dos dentes em cada categoria foram divididos entre três subgrupos de dentes; cada um recebeu Cavit® (grupo I), IRM® (grupo II) e TERM® (grupo III). Depois de selado, os dentes foram armazenados em estufa por 24 horas a 37°C. Cada grupo foi termociclado por 2 horas com um minuto de intervalo a 60ºC e 4ºC. Depois 10 dos dentes foram selados com um dos componentes e cobertos com duas camadas de verniz transparente, com exceção da cavidade marginal. Cada dente foi imerso em um recipiente com nitrato de prata. Os dentes foram seccionados longitudinalmente e o grau de penetração da solução evidenciadora foi avaliado. Os resultados obtidos evidenciaram que o desenho do preparo cavitário não foi um parâmetro funcional na infiltração. O Cavit® foi o melhor material selador e o IRM® apresentou o máximo de penetração do corante. Não houve diferenças significantes entre o Cavit® e o TERM®.
 FIDEL et al. (1991) relacionaram “in vivo” o comportamento dos materiais seladores provisórios, cimento óxido de zinco-eugenol, Cavitâ e Coltosolâ com as condições da cavidade endodôntica. Os pacientes submetidos ao tratamento endodôntico receberam, como selador provisório, um dos materiais estudados. Foram utilizados, para este experimento, 232 dentes permanentes posteriores (pré-molares e molares), os quais receberam os materiais estudados, sendo o tempo entre as sessões de sete dias. Neste trabalho, concluiu-se que o número de paredes de uma cavidade endodôntica é significativamente importante para a manutenção da integridade de um material selador provisório. Em cavidades, clássicas os materiais testados comportam-se bem. Dos materiais seladores testados, nas condições do experimento, o Cavit® e o Coltosol® apresentaram-se superiores ao cimento de óxido de zinco-eugenol.
 MCLNERNEY & ZILLICH (1992) avaliaram o selamento marginal interno através da penetração do corante ICI pela dentina. Os materiais testados quanto à capacidade seladora foram o Cavit®, IRM® e cimento fosfato de zinco. Neste estudo, foram usados 36 incisivos centrais superiores os quais foram preparados de maneira similar e restaurados com os materiais testados. Eles foram divididos em seis grupos, dos quais metade foram submetidos a uma temperatura alta 145°F, e a outra metade foi mantida em temperatura ambiente. Depois, os dentes foram examinados macroscopicamente respeitando o grau de infiltração do corante na dentina interna da raiz, e observou-se que, quando os materiais eram submetidos à altas temperaturas, eles deixavam infiltrar mais que quando eram submetidos à temperatura ambiente. Houve variação na penetração do corante em relação ao tipo de material restaurador utilizado. O Cavit® e o IRM® promoveram melhor selamento interno do que o fosfato de zinco.
 WU & WESSELINK (1993) relataram que um grande número de estudos sobre infiltração marginal em Endodontia tem sido realizado e publicado nos últimos anos, sendo o método radioisótopo o mais popular para avaliar e medir o traço de infiltração ao longo do canal radicular. Neste trabalho, os autores descrevem que cada vez mais, temos metodologias diferentes para estudar a infiltração e avaliar a capacidade seladora dos diversos materiais restauradores encontrados no mercado.
 KAZEMI et al. (1994) avaliaram a estabilidade marginal e permeabilidade do Tempit®, do Cavit® e do IRM® submetidos a diferentes temperaturas. Este experimento foi dividido em dois grupos. No primeiro, as cavidades de acesso endodôntico de 80 molares inferiores extraídos receberam uma bolinha de algodão e um dos materiais restauradores testados. Este grupo foi exposto à solução azul de metileno por seis dias, termociclado e seccionado. A penetração do corante foi avaliada pela margem e pelo corpo do material. No segundo grupo, foram realizados testes com tubos de vidros estandardizados que eram preenchidos com algodão e um dos materiais restauradores testados para melhor avaliação marginal da penetração do corante no corpo dos materiais. Os autores concluíram que os resultados obtidos nos dois grupos apontaram o Cavit® como o material que demonstrou melhor capacidade seladora em todas as temperaturas. O Tempit® e IRM® apresentaram resultados ruins comparados ao Cavit®.
 DOERR et al. (1996) compararam o efeito da termociclagem nas micro infiltrações de resinas convencionais e resinas modificadas com ionômero de vidro utilizados como materiais restauradores. Preparos classe V foram realizados nas faces vestibulares e linguais de 30 dentes molares humanos extraídos. Os preparos foram condicionados e restaurados casualmente com Ketac-fill® numa face e, noutra, com Photac-fill®. As restaurações foram protegidas com Ketac-Glaze®. Depois, uma parte da amostra permaneceu em água destilada em temperatura ambiente, e a outra foi termociclada e colocada imersa em solução azul de metileno a 5%. A penetração do corante ao longo da interface dente restauração foi medida por um sistema digital de imagem. Os resultados apresentados mostraram que nem a termociclagem nem o tipo de material usado tiveram efeito significante na penetração do corante.
 ROGHANIZAD & JONES (1996) avaliaram capacidade seladora de alguns materiais seladores provisórios utilizados após tratamento endodôntico. Foram realizados 94 tratamentos de canais radiculares de incisivos centrais superiores humanos extraídos. Três milímetros da obturação endodôntica da porção coronária foram removidos e este espaço foi preenchido pelo Cavit®, TERM®, ou amálgama com verniz cavitário. A seguir, os dentes foram submetidos à ciclagem térmica e colocados em corante azul de metileno a 2% por duas semanas. Após este tempo, foram seccionados para leitura. Os resultados mostraram que o amálgama com duas camadas de verniz cavitário selou significantemente mais que o Cavit® e TERM®.
 POLO et al. (1996) investigaram a capacidade seladora de dois cimentos temporários (Cimpat Branco® e IRM®) utilizados isoladamente e ou associados. Para isso, os autores utilizaram 42 dentes humanos unirradiculares, extraídos. Após o preparo dos canais radiculares, as cavidade de acesso foram seladas com Cimpat Branco®, IRM®, e com um selamento duplo, ou seja Cimpat Branco® mais o IRM®. Os dentes foram impermeabilizados externamente com duas camadas de Super Bonder®, exceto a região próxima ao cimento. Os dentes assim preparados foram imersos em solução de azul de metileno por um período de 72 horas. Após o tempo experimental, os dentes foram seccionados longitudinalmente e a infiltração do corante foi medida. Os resultados obtidos puderam esclarecer que os menores índices de infiltração marginal ocorreram com o uso do Cimpat Branco® e com o grupo onde se utilizou o selamento duplo. Os autores observaram que, quando do uso do selamento duplo, a infiltração ocorria exclusivamente na área ocupada pelo cimento IRM®.
 JACQUOT et al. (1996) investigaram a capacidade seladora de quatro materiais seladores temporários (Cavit®, IRM®, Cavit G®, Cavit W®) por um período de nove dias usando a eletrotécnica (espectroscópio). Cinqüenta e dois pré-molares humanos extraídos foram selecionados e preparados. Eles foram divididos entre quatro grupos de 12 dentes cada, e adição de dois controles positivos e dois controles negativos. Depois de preparada a cavidade de acesso endodôntico, os dentes foram restaurados com Cavit®, IRM®, Cavit W® e Cavit G®. A capacidade seladora foi registrada em seguida e depois de um, dois, três, quatro, sete e nove dias. Os resultados obtidos demonstraram que o grupo de dentes restaurados com o cimento IRM® obteve melhores resultados que as diferentes formulações do Cavit®. O experimento não noticiou diferenças significantes entre o Cavit® e Cavit W®.
 BEACH et al. (1996) compararam “in vitro” a infiltração bacteriana entre três materiais restauradores temporários endodônticos: Cavit®, IRM® e TERM®. A abertura coronária de 51 dentes tratados endodonticamente foi selada aleatoriamente com um dos três materiais. Três semanas depois dos dentes estarem armazenados na solução bacteriana, eles foram avaliados pela presença de bactérias aeróbias e anaeróbias (Veillonella, Staphylococcus, Streptococcus, Peptococcus, Propionibacteri). O crescimento positivo ocorreu em 4 de 14 amostras de TERM® e em uma das 18 amostras de IRM®. O Cavit® não apresentou infiltração bacteriana.
 ROBINSON (1996) estudou “in vitro” a instabilidade dimensional de quatro materiais seladores provisórios: Cavit W®, Kalzenol®, TERM®, e IRM®. O método utilizado para identificar a infiltração marginal foi o da infiltração de ions níquel, preconizado por PÉCORA & ROSELINO (1982). Executou-se a ciclagem térmica e os resultados indicaram que nenhum dos cimentos seladores temporários foi capaz de impedir a infiltração marginal na interface dentina/material durante o tempo do experimento.
 MARQUES et al. (1996/1997) avaliaram o Histoacril (n-butil-2-cianoacrilato) como agente de impermeabilização da superfície radicular externa. Foram utilizados 50 dentes humanos unirradiculares extraídos, que tiveram suas coroas removidas e foram preparados endodonticamente. A contaminação bacteriana foi realizada interna e externamente por cultura de Escherichia coli. Cones de guta-percha, padronizados e desinfetados, vedaram o forame apical de 30 espécimes. A aplicação do Histoacril na superfície radicular dos dentes, associada ou não a utilização da guta-percha, foi executada anterior ou posteriormente ao inóculo bacteriano. Os espécimes foram distribuídos em tubos de modo que as porções apicais, até o terço médio, ficassem submersas na solução de BHI (Brain Heart Infusion). Os resultados comprovaram que o Histoacril impediu a passagem das bactérias para o caldo BHI, promovendo selamento “in vitro” da superfície radicular externa.
 MAYER E EICKHOLZ (1997) avaliaram“in vitro” o selamento marginal de quatro materiais seladores temporários (Cavit®, Kalsogem®, IRM® e TERM®) utilizados em Endodontia. Cavidades classe I foram preparadas em 44 molares humano extraídos e selados com os materiais testados. Depois, os dentes foram colocados em solução azul de metileno a 1%, termociclados e submetidos à testes de carga mecânica. Posteriormente os espécimes foram avaliados. Os resultados encontrados foram: a) o Cavit® demonstrou pouca infiltração no teste de penetração do corante e pouca fenda marginal na análise quantitativa marginal (teste de carga mecânica); b) ocorreu uma maior penetração de corante no TERM® do que no Cavit®; c) o Kalsogem® e IRM® demonstraram aumento significante da microinfiltração do corante e grande porcentagem de fendas marginais.
 BARKHORDAR et al. (1997) verificaram os efeitos dos medicamentos endodônticos na capacidade seladora de alguns materiais restauradores provisórios. Noventa dentes humanos extraídos tiveram o conteúdo da câmara pulpar removida, e o canal radicular preparado. Depois, os dentes foram divididos em grupos: o grupo A recebeu um cone de papel sem medicação intracanal; o grupo B, um cone de papel com Cresatina e o grupo C, um cone de papel com 2% de iodeto de potássio (KI). O preparo dos dentes de cada categoria foi dividido entre três subgrupos de 10, sendo que um recebeu Cavit®, IRM®, ou Term®. Posteriormente, os dentes foram termociclados, armazenados em solução de nitrato de prata e seccionados longitudinalmente. Os resultados obtidos apontaram que: a) a média de penetração do corante foi maior no grupo que continha o cone de papel com Cresatina e no grupo que continha o cone de papel com 2% de iodeto de potássio que o grupo que continha o cone de papel sem medicação; b) a capacidade seladora dos três materiais testados foi significantemente afetada pela Cresatina e pelo Iodeto de potássio 2% (KI), indicando que a volatilidade destes medicamentos teriam efeito na polimerização dos materiais restauradores testados; c) a capacidade seladora do TERM® não foi diminuída pelo eugenol, formocresol ou paramonoclorofenol canforado; d) os materiais TERM® e o Cavit® demonstraram melhor selamento coronário mesmo quando foram usadas as medicações intracanal; e) a capacidade seladora do Cavit® foi significativamente melhor que a do IRM®.
 WEINE (1998) relata em seu livro que os materiais utilizados para selar as cavidades no decorrer do tratamento endodôntico devem fornecer um selamento eficiente, retendo a medicação intracanal, dentro do dente, prevenindo o intercambio entre o meio interno do dente com a cavidade oral. Segundo o autor, de acordo com estudo radioisótopos, o amálgama de prata somado ao verniz cavitário é o selante mais eficiente para as cavidades endodônticas, mas a sua utilização entre as sessões de tratamento é inviável devido à demora na colocação na sua cavidade dental. O cimento óxido de zinco-eugenol fornece selamento excelente, e é muito mais fácil de colocar e remover da cavidade do que o amálgama. A adição dos cristais de acetato de zinco acelera a secagem do cimento de óxido de zinco-eugenol sem diminuir suas propriedades selantes. O Cavit® e o Cavit G® são fáceis de aplicar, mas a infiltração desses dois materiais observada em estudos radiográficos foram constatadas. Enquanto o cimento óxido de zinco-eugenol existir, esses materiais permanecerão sendo uma segunda opção. O uso de selamento duplo de cimento óxido de zinco sobre a guta-percha não prova ser eficiente para evitar a penetração de isótopos ou de corantes. Para o autor, a guta-percha pode ser usada como camada intermediária abaixo do cimento óxido de zinco-eugenol, evitando que o material selador caia e bloqueie o canal radicular. Quanto ao TERM® (Material Endodôntico Restaurador Temporário), apesar de sua colocação fácil, os estudos de infiltração marginal indicam resultados que variam do ótimo até péssimo.
 IQBAL & SAAD (1998) avaliaram o efeito da aplicação de uma banda de matriz e o uso do verniz cavitário no controle da microinfiltração marginal. Sessenta dentes pré-molares superiores humanos extraídos foram utilizados para este experimento. O acesso cavitário com extensão proximal foi preparado e fechado com Cavit® somente, Cavit® e depois aplicado o verniz cavitário, Cavit® com o uso de uma banda de matriz, Cavit® com a banda de matriz e verniz cavitário, aumento da quantidade do Cavit® com o uso de uma banda de matriz e verniz, e guta-percha somente. Os espécimes foram colocados em solução azul de metileno, termociclados e avaliados pela linha de infiltração marginal. Os resultados obtidos mostram que, quando se utiliza o Cavit® com o verniz cavitário e suporte de matriz na cavidade de acesso, observa-se significante diminuição na linha da microinfiltração proximal.
 LEONARDO & LEAL (1998) preconizaram que, após a colocação da medicação intracanal, a cavidade coronária deve ser preenchida com um cimento selador provisório. A eficácia do selador provisório está em função do número de paredes. Quando a cavidade apresentar-se com todas as paredes, pode-se utilizar o Coltosol®, Cimpat® ou Lumicon®. Caso haja falta de uma parede, é recomendada a utilização de um selamento duplo com os cimentos citados acrescidos de um dos cimentos: óxido de zinco-eugenol + acetato de zinco, Pulpo-San®, IRM® ou Zoecim®.
 PISANO et al. (1998) avaliaram a microinfiltração coronária utilizando o Cavit®, IRM® e o Super-EBA®. Foram instrumentados e obturados 74 dentes humanos extraídos, os quais tiveram suas câmaras pulpares preenchidas com um dos materiais testados. Depois, os dentes foram imersos em saliva humana e armazenados. No final de 90 dias, os resultados mostraram que 35% das cavidades seladas com IRM® ou Super-EBA® apresentaram infiltração marginal, enquanto que apenas 15% das cavidades seladas com Cavit® permitiram a infiltração. Observou-se ainda que os dentes que receberam selamento duplo com uma camada de guta-percha e uma camada de um dos materiais obturadores infiltraram menos que os dentes do grupo que receberam apenas o material obturador.
 BONETTI FILHO et al. (1998) analisaram a capacidade seladora de cinco cimentos provisórios através da infiltração do corante azul de metileno em ambiente normal e à vácuo. Foram usados 100 dentes pré-molares humanos em cavidades padronizadas e seladas com os materiais. O vácuo possibilitou a eliminações de variáveis nas análises, uma vez que retirou os bolsões de ar das falhas do selamento. Neste experimento, os autores concluíram que a ordem dos seladores, do mais eficiente para o menos, foi: Lumicon®, Coltosol®, Pulpo San®, IRM® e Zoecim®. O emprego do vácuo não alterou a classificação dos cimentos, havendo diferenças de infiltração com e sem vácuo apenas quantitativamente. A espessura do cimento provisório deve ser de uma profundidade razoável para um bom selamento.
 BARTHEL et al. (1999b) avaliaram a infiltração marginal de diferentes materiais seladores temporários (Cavit®, IRM®, cimento de ionômero de vidro, Cavit®/cimento de ionômero de vidro, IRM®/cimento de ionômero de vidro). Foi utilizada como identificadora da infiltração no interior dos canais radiculares a bactéria Streptococcus mutans. O Cavit®, o IRM® e a associação Cavit®/cimento de ionômero de vidro demonstraram significantemente mais infiltração do que o de cimento de ionômero de vidro e a associação IRM®/cimento de ionômero de vidro. Todos os materiais estudados, exceto o IRM® e cimento de ionômero de vidro, apresentaram infiltração antes de 12 dias.
 DEVEAUX et al. (1999) observaram a infiltração marginal de quatro cimentos (Cavit®, IRM®, TERM® e Permit®) usando como identificador da infiltração a bactéria Streptococcus sanguis. As cavidades de acesso de 126 pré-molares humanos, utilizados neste experimento, foram obturadas com os cimentos testados e, em seguida, os dentes foram imersos em cultura bacteriana. Metade dos dentes foram termociclados por um dia e a outra metade não. Os autores concluíram que, no grupo não termociclado, o Cavit® foi mais resistente que os outros cimentos até o segundo dia, e que o TERM® e IRM® até o sétimo dia. Fermit® foi mais resistente do que o IRM® até o 7 dia. No grupo termociclado, o Cavit® foi mais resistente do que os outros cimentos até o sétimo dia. A termociclagem afetou significantemente a infiltração, e cimentos quebrados foram constatados.
 URANGA et al. (1999) estudaram “in vitro” a capacidade seladora de alguns materiais restauradores temporários quando comparados aos materiais restauradores permanentes utilizados nas cavidades de acesso radicular. Oitenta dentes humanos unirradiculares foram preparados e obturados. Todas as cavidades de acesso foram seladas com um dos quatro materiais: Cavit®, Fermit®, Tetric®, ou Dyract®. Os dentes foram então colocados em solução corante azul de metileno a 2% e submetidos á ciclagem térmica (0° para 55°C). Um grande grau de infiltração foi observado com os materiais temporários Cavit® e o Fermit® e ocorreu diferença significante no grau de infiltração entre todos os materiais, exceto entre o Dyract® e Tetric®. Este estudo sugere que é mais prudente usar um material restaurador permanente para prevenir a infiltração marginal.
 PAL et al. (1999) testaram alguns materiais seladores endodônticos (IRM® e Caviton®) empregados em diferentes fases da restauração do dente. Segundo os autores, os preparos do acesso endodôntico são geralmente feitos em dentes sem remover as restaurações já existentes, o que pode levar a microinfiltrações em tempos diferentes. Cento e vinte dentes molares, humanos, extraídos, cariados e restaurados, foram utilizados neste estudo. Após a confecção do acesso cavitário, cada dente foi restaurado com IRM® ou amálgama como o primeiro material restaurador e, após 14 dias, metade deste material restaurador era removido e a cavidade selada com um segundo material, ou seja, com o IRM®, Caviton® ou um duplo selamento Caviton® e IRM®. Depois os dentes eram colocados em solução de azul de metileno a 2%, submetidos à ciclagem térmica e seccionados. Os dentes foram avaliados com o uso de um microscópio. Os resultados obtidos revelaram que tanto o Caviton® como o duplo selamento do Caviton® colocado internamente e o IRM® colocado externamente melhora a adaptação entre o material e a dentina, levando à diminuição da microinfiltração.
 VALERA et al. (2000) avaliaram o comportamento da saliva sobre canais obturados preparados para núcleo e impermeabilizados com cianoacrilato. Para isso, utilizaram-se 72 dentes unirradiculares humanos extraídos e com as coroas dentárias cortadas. As raízes foram padronizadas em 16 mm de comprimento e os canais radiculares instrumentados e obturados. Depois, foi removida uma parte do material obturador da raiz, deixando 5 mm do material na região apical, o espaço do canal radicular e a superfície do material obturador foram, então, impermeabilizada com dois tipos de cianoacrilato. Para obturação e impermeabilização dos canais radiculares, após o corte das obturações, as raízes foram divididas em grupos, a saber: grupo 1: obturação do canal radicular com Sealer 26® e impermeabilização com Super Bonder®; grupo 2: obturação do canal radicular com Sealer 26® e impermeabilização com Histoacril;
grupo 3: obturação do canal radicular com Sealer 26® sem impermeabilização (grupo controle); grupo 4: obturação do canal radicular com cimento Fill Canal® e impermeabilização com Super- Bonder®; grupo 5: obturação do canal radicular com cimento Fill Canal® e impermeabilização com Histoacril; grupo 6: obturação do canal radicular com cimento Fill Canal® sem impermeabilização (grupo controle). A superfície externa dos dentes foi impermeabilizada, e estes imersos em saliva artificial por 45 dias. Transcorrido o período determinado, os dentes foram colocados em solução de azul de metileno a 2% em ambiente de vácuo por 30 minutos, permanecendo no corante por 7 dias. Depois os dentes foram lavados, secos, seccionados e avaliados. Pode-se concluir, com base neste experimento, que o Super Bonder® e o Histoacril foram eficientes na impermeabilização dos canais radiculares, impedindo a infiltração marginal e não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os dois materiais.
 TAKEUTI et al. (2000) verificaram a infiltração marginal em dentes decíduos restaurados com cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer®), com aplicação prévia ou não de um adesivo fluoretado. Foram preparadas cavidades classe V em 20 dentes decíduos divididos em dois grupos . Grupo I: controle, utilizou-se o cimento de ionômero de vidro seguindo-se as recomendações do fabricante. Grupo II: experimental, com condicionamento com ácido fosfórico a 10%, aplicação de duas camadas do sistema adesivo Prime & Bond® previamente a inserção do Vitremer®. Depois, os dentes foram submetidos a termociclagem (6° e 55°C) por 500 ciclos, e imersos em azul de metileno a 0,5% por 4 horas. Em seguida, as amostras foram seccionadas longitudinalmente para análise da infiltração marginal do corante. Os resultados mostraram altos valores de infiltração marginal tanto no grupo que recebeu condicionamento com ácido fosfórico a 10% e aplicação de duas camadas do sistema adesivo Prime & Bond® antes da inserção do Vitremer® quanto no grupo que foi obturado apenas com Vitremer®.
 HOSOYA et al. (2000) comparam in vitro a capacidade seladora de cinco materiais seladores provisórios utilizados durante o clareamento dental. Todos os dentes foram submetidos ao tratamento endodôntico tradicional e, posteriormente, à terapia de clareamento dental. Os materiais seladores provisórios utilizados foram: Fermit®, Cavit®, Coltosol®, Óxido de zinco-eugenol e Cimento Fosfato de Zinco utilizados isoladamente sobre a pasta clareadora ou com uma camada intermediária de borracha entre o material clareador dental e o material selador provisório. Os dentes foram imersos em corante azul de alcian a 1,0% e ciclados termicamente. Após uma semana, os dentes foram seccionados longitudinalmente a avaliados de acordo com o grau de penetração do corante (escores de 0 a 3). O Cavit® e o Coltosol® apresentaram o menor índice de infiltração do corante quando comparados à resina fotoativada. O óxido de zinco-eugenol e o cimento fosfato de zinco apresentaram considerável infiltração. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos com ou sem a camada de borracha. Observou-se menor infiltração nos materiais mais firmemente condensados.
 A retrospectiva da literatura mostra que, desde o início do século XX, os pesquisadores e clínicos têm buscado, de modo incansável, um cimento selador provisório que impedisse a infiltração marginal de modo satisfatório. Esse intuito até hoje não foi atingido. Assim, as pesquisas tem que continuar até que o material ideal seja obtido.


PROPOSIÇÃO

 O objetivo do presente trabalho consiste em verificar “in vitro” a infiltração marginal de alguns materiais seladores provisórios utilizados atualmente na Endodontia, observando os seguintes itens:

a) avaliação da infiltração marginal por meio de reação química de detecção de ions níquel;
b) utilização de ciclagem térmica.


MATERIAL E MÉTODO
 

Preparo dos dentes.

 Utilizaram-se, neste experimento, oitenta e dois dentes caninos unirradiculares humanos obtidos do estoque do laboratório de Pesquisa de Endodontia do Departamento de Dentística Restauradora da FORP-USP, sem lesão cariosa e com o ápice completamente formado. Mantiveram-se os dentes em solução aquosa de timol a 0,1% até o momento de uso. Depois os dentes foram lavados em água corrente, por 12 horas, para eliminar traços da solução de timol e radiografados para a confirmação da existência de apenas um canal radicular. A seguir, procedeu-se à abertura coronária dos dentes.
 Realizou-se a cirurgia de acesso à câmara pulpar de acordo com INGLE (1989). Para isto utilizaram-se brocas carbide esférica número 4 acionadas por alta rotação (Dabi Atlante®, Ribeirão Preto, SP), refrigerada com jato de água. O alisamento das paredes foi realizado com broca Endo Z (Maillefer®, Ballaigues, Suíça), também acionada por meio de alta rotação.
 A primeira fase da instrumentação do canal radicular consistiu em remover qualquer remanescente pulpar, e em seguida, utilizando uma lima número tipo K número 10, de 31 mm (Maillefer®, Ballaigues, Suíça), penetrou-se em toda a extensão do canal radicular, obtendo-se o comprimento do dente. Após estabelecer o comprimento de dente, retirou-se 1 mm dessa medida para estabelecer assim o comprimento real do de trabalho.
 A técnica de instrumentação dos canais radiculares foi realizada com limas tipo Kerr de 31 mm (Maillefer®, Ballaigues, Suíça), 1ª e 2ª série, pela técnica step-back com recuo programado. Padronizou-se, como último instrumento no preparo do comprimento real de trabalho, a lima tipo K de número 45 (Maillefer®, Ballaigues, Suíça), utilizando a seqüência (15, 20, 25, 30, 35, 40, 45) e o escalonamento regressivo efetuado com as limas tipo K n° 50, 55 e 60.
 Durante toda a instrumentação, o canal radicular foi irrigado com 15 ml de água destilada e deionizada.
 Após o preparo do canal radicular, procedeu-se a impermeabilização da superfície externa de cada dente com duas camadas de Super Bonder® (Loctite Ltda®, Itapevi, SP, Brasil), tendo o cuidado de deixar livre 2 mm ao redor das bordas da cirurgia de acesso. A seguir, os dentes foram armazenados em ambiente de 100% de umidade relativa à temperatura de 37 graus centígrados.

Preparo das soluções químicas utilizadas para detecção da infiltração marginal.

Solução alcoólica de dimetilglioxima a 1%.

 Pesou-se 1 grama de dimetilglioxima P.A. (Vetec®, Rio de Janeiro, Brasil), e a colocou em um balão volumétrico de 100 ml, acrescentando-se então álcool 96% até completar o volume estabelecido.

Preparo da solução de sulfato de níquel a 5%.

 Pesaram-se 100 gramas de sulfato de níquel (Merck®, Darmstod, Alemanha) e as colocaram em um balão volumétrico de 2 litros, a seguir acrescentou-se água destilada e deionizada até completar volume estabelecido.
 Aviaram-se essas soluções no laboratório de Pesquisa em Endodontia da FORP-USP.

Preparação dos cones de papel absorventes e bolinhas de algodão.

 Cem cones de papel absorvente n° 45 (Tanari®, Manaus, Brasil) e o mesmo número de bolinhas de algodão foram colocadas em placas de Petri, sem contato uns com os outros, contendo a solução alcoólica de dimetilglioxima a 1%, previamente aviada. A seguir, esta placa foi colocada em uma estufa a 37 graus centígrados a fim de promover a evaporação do álcool, deixando as bolinhas de algodão e os cones de papel impregnados com dimetilglioxima.

Método utilizado para colocação do papel absorvente e das bolinhas de algodão no interior dos canais radiculares.

 Em cada canal radicular, previamente seco com cones de papel absorventes sem impregnação de dimetilglioxima, colocou-se cuidadosamente um cone de papel absorvente impregnado com dimetilglioxima à 1%, até o comprimento de trabalho.
 A seguir, com lâmina de bisturi número 15, seccionou-se a extremidade oposta do cone, isto é, aquela que sobressaiu na cavidade de acesso, rente à abertura do canal radicular. Sobre o cone de papel, colocou-se a bolinha de algodão (previamente tratada com dimetilglioxima a 1%). Deixou-se, em todos os dentes, um espaço de 2,5 mm entre a borda externa da cavidade dental e a bolinha de algodão para colocação do material selador provisório a ser testado. Para isto, utilizou-se uma sonda, previamente preparada com uma marca de 2,5mm.

Materiais seladores provisórios testados.

 A Tabela I relata os materiais seladores provisórios testados com suas composições químicas, fabricantes e procedências.

 Dividiram-se os dentes em nove grupos, sendo que sete deles receberam dez dentes cada e foram selados com um dos materiais a serem testados, e dois grupos de seis dentes cada foram usados um como controle positivo e o outro como controle negativo, como pode ser visto na Tabela II.
 Manipularam-se os materiais seladores provisórios testados (Figura 1) de acordo com as instruções do fabricante e logo após, foram introduzidos na câmara pulpar tomando-se o cuidado de evitar solução de continuidade entre o material e a cavidade de acesso. Esta adaptação inspecionada com auxílio de uma lupa Binocular Karl Zeiss (Alemanha) com aumento de 40 X.
 Os dentes do grupo 4 receberam como material selador provisório a guta-percha, aplicada com espessura de 2,5 milímetros e, sobre este material, foram aplicadas duas camadas de Super Bonder®.
 Os dentes do grupo controle negativo receberam como selador provisório o cimento Cimpat W® e duas camadas de Super Bonder® por cima do cimento, visando impermeabilizar totalmente a interface cimento-dente.
 No grupo controle positivo para a infiltração, não foi colocado nenhum material selador provisório, pois recebeu somente cone de papel absorvente e bolinha de algodão.
 Em seguida, os dentes obturados foram colocados em recipientes devidamente etiquetados contendo a solução de sulfato de níquel a 5% e mantidos a 37 °C.
 Os materiais seladores provisórios utilizados neste trabalho estão expostos na Figura 1.
 

Figura 1.Materiais seladores provisórios testados neste trabalho.

Ciclagem térmica.

 Realizou-se, a cada 8 horas, a ciclagem térmica, tirando os dentes da solução de sulfato de níquel a 5% e a 37 °C, colocando-os a 7°C por 5 minutos e, em seguida, em outro recipiente contendo também sulfato de níquel a 5% à 55 °C, por mais 5 minutos. Repetiu-se o processo por mais 3 vezes, totalizando 30 minutos, respeitando a ordem pré-estabelecida. Após a ciclagem térmica, os dentes eram mantidos a 37 ºC.
 Após três dias, 72 horas de imersão no sulfato de níquel e submetidos à variação térmica, lavaram-se os dentes em água corrente por 2 horas com o objetivo de remover resíduos de ions níquel impregnados na superfície externa dos dentes, uma vez que qualquer contaminação posterior com a solução de sulfato de níquel poderia mascarar os resultados.
 A seguir, seccionaram-se os dentes longitudinalmente, no sentido vestíbulo-lingual com o auxílio de um disco Diamant KG 2 faces e micro motor (Dabi Atlante®, Ribeirão Preto, SP), como pode ser visto na Figura 2.
 

Figura 2. Corte longitudinal realizado na direção vestibulolingual.

 Colocou-se cada espécime em placas de Petri contendo uma gaze com duas gotas de hidróxido de amônio (Merck®, Darmstadt, Alemanha) para fixar a coloração avermelhada do complexo Ni-dimetilglioxima formado.

Classificação da infiltração do íon níquel.

 A infiltração marginal foi lida de acordo com a classificação descrita na Tabela III, que contém os escores estabelecidos por PÉCORA & ROSELINO (1982).

 A Figura 3 ilustra a classificação da infiltração dos ions níquel segundo seus respectivos escores estabelecidos.

Figura 3. Classificação da infiltração dos ions níquel segundo seus respectivos escores estabelecidos por PÉCORA & ROSELINO (1982): em A, B, C, D e E podem ser visualizados os escores 0, 1, 2, 3 e 4, respectivamente.

 Após a avaliação de cada dente com uma lupa Binocular Karl Zeiss com aumento de 40 x, de cada grupo experimental, tabularam-se os valores do resultado dos escores que estão ilustrados na Tabela IV.

Método de identificação do íon níquel

 Nos casos onde o material restaurador temporário sofreu qualquer alteração dimensional, a solução de sulfato de níquel a 5% penetrou pela interface material/dente e reagiu com a solução alcoólica dimetilglioxima a 1% presente na bolinha de algodão e no cone de papel.
 A reação da solução de sulfato de níquel a 5% (cor verde) com os cones de papel e as bolinhas de algodão impregnados com dimetilglioxima (incolor) forma o complexo Ni-dimetilglioxima (vermelha).

 A coloração vermelha resultada do complexo Ni-dimetilglioxima estão identificadas na Figura 4.

Figura 4. A cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à formação do complexo Ni-dimetilglioxima.


RESULTADOS

 Os resultados dos escores correspondentes à infiltração dos ions níquel na interface material selador/dente estão listados na Tabela IV.

 Os dados da Tabela IV foram submetidos ao teste estatístico não-paramétrico de Kruskal-Wallis. Os resultados deste teste estão na Tabela V.

 O teste de Kruskal-Wallis detectou diferença estatística significante entre as amostras testadas. Devido a esse fato, realizou-se a comparação entre as médias dos postos das amostras, duas a duas. Estas comparações estão presentes na Tabela VI.

 Com base na comparação entre as médias dos postos das amostras duas a duas, pode-se observar que o cimento Cimpat W® e o Coltosol® não apresentam diferença estatística entre si e os dois materiais não mostram diferença com o controle positivo, ou seja, permitem a maior infiltração marginal que os demais cimentos testados.
 Os cimentos Coltosol® e 3MF2000® apresentam-se estatisticamente semelhantes entre si. O Coltosol® ficou numa posição ambígua, pois ora ele situa-se como o controle positivo e ora como o 3MF2000®.
 O cimentos Cavit W®, Citodur® e Dentalville® apresentam-se estatisticamente semelhantes entre si. O cimento Detalville® ficou numa posição ambígua, pois ora ele assemelha-se ao Cavit W® e Citodur® e ora como o controle positivo.
 A guta-percha acrescida de duas camadas de Super Bonder® apresenta-se estatisticamente semelhante ao controle negativo, ou seja, não apresentou infiltração marginal.
 O gráfico da Figura 5 ilustra o histograma das médias aritméticas dos escores de infiltração dos ions níquel. Este gráfico apresenta tanto a média dos escores como os valores da estatística não-paramétrica onde se comparam as amostras duas a duas.
 As Figuras 6, 7, 8, 9, 10, 11, e 13 ilustram as infiltrações marginais coronárias representadas pela cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão que se deve à formação do complexo Ni-dimetilglioxima. As Figuras 12 e 14 mostram a ausência da cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão que se deve à não formação do complexo Ni-dimetilglioxima e indica que não ocorreu infiltração.

Figura 5. Histograma das média aritmética dos escores de infiltração dos ions níquel. Letras iguais representam valores estatisticamente semelhantes.

Figura 6. Cimento Cimpat W®. A cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à formação do complexo Ni-dimetilglioxima.

Figura 7. Cimento Coltosol®. A cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à formação do complexo Ni-dimetilglioxima.

Figura 8. Material 3MF2000®. A cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à formação do complexo Ni-dimetilglioxima.

Figura 9. Cimento Cavit W®. A cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à formação do complexo Ni-dimetilglioxima.

Figura 10. Cimento Citodur®. A cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à formação do complexo Ni-dimetilglioxima.

Figura 11. Cimento Dentalville®. A cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à formação do complexo Ni-dimetilglioxima.

Figura 12. Guta-percha + Super Bonder®. A ausência da cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à não formação do complexo Ni-dimetilglioxima e indica que não ocorreu infiltração.

Figura 13. Controle positivo. A cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à formação do complexo Ni-dimetilglioxima.

Figura 14. Controle negativo. A ausência da cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão deve-se à não formação do complexo Ni-dimetilglioxima e indica que não ocorreu infiltração.


DISCUSSÃO

 Um cimento obturador provisório ideal, para ser utilizado para o vedamento hermético da câmara pulpar entre as sessões endodônticas, que impeça o intercâmbio de fluídos, ions, moléculas e microorganismos entre a cavidade bucal e o interior dos canais radiculares e vice-versa, tem sido intensamente pesquisado, porém não alcançado.
 Vários cimentos foram propostos para essa tarefa, iniciando pelo cimento óxido de zinco e eugenol no início do século XX, até os cimentos à base de resinas sintéticas, atualmente.
 Para o estudo da infiltração marginal, que ocorre com o uso dos cimentos obturadores ou seladores provisórios, muitos métodos foram propostos e utilizados. Dentre os métodos mais comuns, podem-se citar os que utilizam os mais diferentes tipos de corantes.
 No presente trabalho, optou-se pelo método preconizado por PÉCORA & ROSELINO (1982) com base nos seguintes fatores: alta sensibilidade da identificação dos ions níquel pelo dimetilglioxima (0,16 mg); baixo peso molecular (58,69) dos ions níquel em relação ao corantes azul de metileno (peso molecular 319,85) e rodamina B (peso molecular 479); facilidade de leitura, uma vez que somente no local de contato entre ions níquel e dimetilglioxima ocorrerá o aparecimento do complexo Ni-dimetilglioxima (coloração vermelha); e, por último, o íon níquel é tão pequeno quanto os isótopos radioativos, mas sem o perigo destes.
 Os cimentos provisórios aqui estudados são formulações comerciais prontas para uso, que fascilitam a atividade profissional com ganho de tempo, a saber: Cavit W®, Coltosol®,
Cimpat W®, Citodur®, Dentalville®.
 Também foi empregado um compômero 3MF2000 utilizada em Dentística Restauradora como restaurador definitivo e, ainda, a utilização da obturação provisório com guta-percha acrescida de duas camadas de Super Bonder®. A intenção foi verificar o comportamento da compômero e, também, a ação do Super Bonder® sobre a guta-percha, pois este último material que apresenta mau comportamento selador provisório (GROSSMAN, 1939; MASSLER & OSTROWSKY, 1954; PARRIS et al., 1960; GOING et al., 1960; SWARTS & PHILLIPS, 1961; KAKAR & SUBRAMANIAN, 1963; PARRIS et al., 1964; CHRISTEN & MITCHEL, 1966; SCHIFINO, 1966; GILLES et al., 1975; KRAKOW, et al., 1977; HOLLAND et al., 1976; KELLER et al., 1981; PÉCORA & ROSELINO, 1982; BARRIENTOS & BESSI, 1985; CRUZ FILHO & PÉCORA, 1990).
 A ciclagem térmica foi utilizada de modo a simular o período de alimentação que um paciente realizaria, ou seja, a cada 8 horas, com ciclo de meia hora durante três dias (PÉCORA & ROSELINO, 1982; PÉCORA et al., 1986). Diversos autores também utilizaram a ciclagem térmica (HIRSCH & WEINREB, 1958; PARRIS et al., 1960 e 1964; SWARTS & PHILLIPS, 1961; TAKAYAMA et al., 1968; McCURDY et al., 1974; GILLES, 1975; HOLLAND et al., 1976; KRAKOW et al., 1977; MAROSKY et al., 1977; OPPENHEIMER & ROSENBERG, 1979; DIEP et al., 1982; TAMSE & GOVER, 1982; CHOHAYEB & BASSIOUNY, 1985; ESBERARD et al., 1986; TEPLITSKY & MEIMARIS, 1988; CRUZ FILHO & PÉCORA, 1990; BARKHORDAR & STARK, 1990; KAZEMI et al., 1994; ROGANIZAD & JONES, 1996; DOERR et al., 1996; ROBINSON, 1996; MAYER & EICKHOLZ, 1997; BARKHORDAR et al., 1997; IQBAL & SAAD, 1998; DEVEAX et al., 1999; URANGA et al., 1999; PAL et al., 1999; TEKEUTI et al., 2000; HOSAYA et al., 2000).
 Os escores foram estabelecidos de acordo com PÉCORA & ROSELINO (1982), pois a análise é semiquantitativa, uma vez que a infiltração dos ions níquel não muda a coloração das estruturas dentais, a não ser no momento do contato com as bolinhas de algodão e os cones de papel absorvente impregnados com dimetilglioxima.
 Os resultados obtidos pelo teste estatístico de Kruskal-Wallis mostrou haver diferenças significativas entre os materiais estudados e para saber qual dos materiais eram diferentes entre si, realizou-se a comparação das amostras duas a duas com base nas médias dos postos das amostras.
 Assim, ficou evidente que o cimento Cimpat W® e o Coltosol® possibilitaram altos índices de infiltração marginal estatisticamente semelhantes entre si e sem diferença estatística com o controle positivo. Cumpre salientar que o Coltosol fica numa situação ambígua, ora situa-se tão mal como o controle positivo e ora com a resina 3MF2000.
 Os cimentos Cavit W®, Citodur® e Dentalville® apresentaram-se estatisticamente semelhantes entre si e estatisticamente diferentes (p < 0,01) dos cimentos Cimpat W®, Coltosol® e 3MF2000®, que também mostram-se estatisticamente semelhantes entre si.
 Assim, dentre os cimentos testados, o Cavit W®, Citodur® e Dentalville® apresentaram os menores valores de infiltração. Cumpre ressaltar que o cimentos Dentalville® apresentou comportamento ambíguo, pois ele pode ser agrupado também com os cimentos que não apresentaram infiltração marginal, ou seja, o grupo da guta-percha + duas camadas de Super Bonder® e o grupo controle negativo.
 O grupo controle negativo, como explicado no material e método, consiste do uso do Cimpat W® + duas camadas de Super Bonder®. O Cimpat W® utilizado sem as duas camadas de Super Bonder® apresentou grande infiltração marginal e a adição das camadas de Super Bonder® possibilitou a ausência da infiltração marginal no tempo experimental.
 Com base nos resultados, observou-se que os cimentos testados falharam no que concerne ao vedamento dos dentes.
 Observou-se, também, que a adição de duas camadas de Super Bonder® possibilitou um bom vedamento marginal, tanto sobre a guta-percha quanto sobre o cimento Cimpat W®, no tempo experimental. Faz-se necessário a obtenção de um selador provisório que possa reduzir ou eliminar por completo o espaço existente na interface cimento / tecido dental.
 A ciência avança através de respostas provisórias em direção a uma série cada vez mais sutil de perguntas. Assim, essa pesquisa abre novas perspectivas a saber: a) o material Super Bonder® pode ser utilizado como coadjuvante do selamento provisório sobre os materiais seladores provisórios? b) qual o tempo máximo que uma camada de Super Bonder® resiste a uma meio aquoso? c) quais as implicações clínicas do uso do Super Bonder® como selador provisório?


CONCLUSÕES

 Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, pode-se concluir que:

1 Todos os cimentos provisórios testados permitem infiltração marginal na interface cimento / tecido dental, com exceção da utilização da guta-percha associada ao Super Bonder® e do Cimpat W® associado ao Super Bonder®, utilizado como controle negativo;
1.1 Os cimentos Cimpat W® e Coltosol® apresentaram os maiores valores de infiltração marginal dos ions níquel de modo estatisticamente semelhante entre si e ao controle positivo;
1.2 O cimento 3MF2000® apresenta-se estatisticamente semelhante ao cimento Coltosol®, ou seja, apresentaram grande infiltração marginal de ions níquel;
1.3 Os cimentos Cavit W®, Citodur® e Dentalville® apresentaram baixos valores de infiltração marginal de ions níquel de modo estatisticamente semelhantes entre si;
1.4 O cimento Dentalville® apresentou um comportamento ora semelhante ao
Cavit W® e Citodur® e ora à guta-percha associada ao Super Bonder® e ao controle negativo.
2 A utilização da guta-percha acrescida de duas camadas de Super Bonder® não apresentou infiltração marginal de ions níquel de modo estatisticamente semelhante ao controle negativo (cimento Cimpat W® associado a duas camadas de Super Bonder®).
3 Os cimentos provisórios testados podem ser ordenados de maneira decrescente, ou seja, dos que permitem maiores infiltrações de ions níquel para as menores, até nenhuma: Cimpat W® e Coltosol®; Coltosol® e 3MF2000®; Cavit W®, Citodur® e Dentalville®; Dentalville®, guta-percha associada ao Super Bonder® e o controle negativo (cimento Cimpat W® associado a duas camadas de Super Bonder®).


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SUMMARY

 Coronal microleakage of seven temporary sealers (Dentalville®, Cavit W®, Citodur®, Coltosol®, 3MF2000®, Cimpat W® and gutta-percha + Super Bonder®) was evaluated. The revelation of nickel ions by dimethylglyoxime (PECORA & ROSELINO, 1982), with a sensitivity of 0.16 micrograms, was used (FEIGL & ANGER, 1972). This method revels microleakage of nickel ions on the tooth sealer interface or through the temporary sealing material. Eighty-two human canines obtained from laboratory stock, with no carious lesions and closed apex, were used. After radiographic evaluation for the presence of one root canal, the teeth were instrumented to a #45 Kerr file 1 mm from the apex, and stepped back with #50, 55 and 60 files. In the root canal of each tooth an absorbent paper point impregnated with 1% dimethylglyoxime alcoholic solution was placed. The pulp chamber was filled with a cotton ball also impregnated with 1% dimethylglyoxime alcoholic solution and the temporary sealers were placed to a thickness of 2.5 mm. The teeth were immersed in 5% nickel sulfate solution and submitted to thermal cycling (5º, 37º and 55ºC) for 72 hours. All teeth were subsequently washed in running water for 2 hours and then sectioned buccal-lingually. The complex Ni-dimethylglyoxime was evaluated with a binocular Karl Zeiss lens at a 40X magnification. Leakage of the nickel sulfate solution as a microleakage identifier was reveled by the formation of the Ni-dimethylglyoxime complex, presenting a red coloring. Analysis of the leakage was scored based on the depth of penetration the red coloring on the cotton balls and on the paper points. Results showed that there was no coronal microleakage when gutta-percha + Super Bonder was used. Using the Kruskal-Wallis statistical test, the temporary sealers were grouped in decreasing order of microleakage as follows: Cimpat W®, Coltosol®, 3MF2000®, Cavit W®, Citodur®, Dentalville®, gutta-percha + Super Bonder®.