Os seus conflitos são só seus
Jesus
Djalma Pécora
Um grande psiquiatra, do qual me
orgulho de ser seu amigo, me disse certa vez: "Estamos sempre à procura de
nós mesmos!"
E, nesta busca incessante de nós mesmos,
criamos nossos conflitos pessoais e ficamos a pensar onde é que desviamos da
nossa meta e nos perdemos no escuro labirinto de nossas próprias ilusões.
Assim, de tempos em tempos, uma
tristeza invade a alma e leva as pessoas a um profundo desânimo, sentindo-se
fracassadas. Isto ocorre com todos.
Essas crises, muitas vezes podem
ser passageiras ou duradoras. Se as crises são passageiras, não há o que temer,
elas fazem parte do mundo. Porém, se são duradoras, precisamos de tratamento
urgente, pois uma grande depressão pode se instalar.
O que precisamos saber é que
nossos aborrecimentos, tristeza e angústia origina-se, na maioria das vezes,
dos nossos conflitos íntimos.
Isto ocorre quando não estamos
satisfeitos com o que somos, com o que fazemos e sentimos não estarmos vivendo
de forma coerente com os ideais para os quais lutamos.
Nesta angústia, não podemos ou não
queremos admitir que o "X" da questão reside em nós mesmos.
Como não queremos admitir que
somos o centro do problema, transferimos para os outros. Os outros são os
nossos problemas e fracassos. Nunca, jamais, nós mesmos!
Assim, nos sentimos mais
encorajados a lutar contra os outros, nossos inimigos externos, do que como os
nossos inimigos internos.
Por que isto ocorre? A resposta é
muito simples: porque,uma vez localizado o problema em nós, teremos que
trabalhar com uma removação íntima, uma mudança de vida, uma mudança em nosso
modo de ser e portanto, uma mudança em todas as nossas profundas ilusões.
Ah! Não queremos ou não podemos admitir
que os nossos conflitos são nossos e não de nossos colegas, pais, filhos,
professores, etc. É muito mais cômodo e mais fácil culpar os outros pelos
nossos conflitos. É fácil enganar-se!
Cuidado, você mesmo cortou suas
asas! Preste atenção nos adversários que a vida te dá. Eles são, na verdade, a
materialização de nós mesmos. Eles nos aborrecem porque se colocam diante de
nossos olhos com a forma com que não queremos nos ver. Na verdade, nossos
inimigos imaginários são os nossos "espelhos".
A natureza é sábia e mostrou-nos
que sem que pudéssemos nos ver em alguém, dificilmente nos veríamos em nós.
Desse modo, os adversários só se
nos converte em inimigos quando não queremos saber de identificarmos as nossas
mazelas. Nós, na verdade, deveríamos ser gratos pelo auxílio que nos prestam.
Analise seus inimigos e veja o
quanto eles refletem seus conflitos. Observe e analise bem, que seus conflitos
não são devido às outras pessoas, aos seus inimigos externos. Na verdade, não
temos inimigos, o que temos são interesses pessoais contrariados.
Como disse Arthur da Távola: Mevitevendo.
Pense nisso!!