REPENSANDO O EXAME PERIODONTAL NO PACIENTE INFANTIL

Frederico B. de Sousa


A periodontite em crianças e adolescentes tem sido dividida em periodontite pré-pubertal (PP) e periodontite juvenil (PJ), patologias caracterizadas por destruição periodontal avançada, sem relação com o grau de irritantes locais presentes. Porém, tais conceitos surgiram a partir de exames negligentes, principalmente dos sítios proximais. A presença de pouca placa nos sítios bucais e a dificuldade de penetração de corantes de placa nas proximais contribuem para uma alta porcentagem de placa sub-diagnosticada nesses últimos, onde a periodontite inicialmente se instala.

Estudos recentes têm mostrado que a PP e a PJ são decorrentes de surtos de alta atividade da doença num curto espaço de tempo, e não necessariamente duas patologias diferentes. Pacientes com perdas incipientes de suporte ( o que pode ocorrer logo após o estabelecimento da dentição decídua) podem ser os futuros portadores de PP ou PJ, devido a um surto agudo da doença, caso não seja tratada a atividade da mesma.

Quando do exame periodontal, é preciso reconhecer que se pode ter sítios doentes e sadios numa mesma boca, e até num mesmo dente, não se devendo fazer um "pool" dos índices individuais de cada sítio, objetivando um diagnóstico precoce e uma promoção de saúde mais ampla ao paciente infantil.
 
 

FREDERICO B. DE SOUSA - é aluno de Mestrado em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia - Florianópolis (UFSC)