Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar in vitro a presença de detritos nas paredes dentinárias após a instrumentação com os géis de clorexidina a 2% e de mamona, com auxílio da microscopia eletrônica de varredura. Foram utilizados vinte e quatro pré-molares inferiores unirradiculares. Após a abertura coronária convencional e a determinação do comprimento de trabalho, os dentes foram instrumentados manualmente com limas tipo K (Dyna-flex). Os dentes foram divididos em quatro grupos, sendo: Grupo I – gel de clorexidina a 2%; Grupo II – EDTAC a 17% misturado ao hipoclorito de sódio a 1%; Grupo III – gel de mamona e Grupo IV – hipoclorito de sódio a 1%. Após o término da instrumentação, os dentes foram irrigados com água destilada, aspirados e posteriormente seccionados longitudinalmente. As fotomicrografias dos terços médio e apical foram avaliadas utilizando o programa Fotoscore e os dados submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram que a mistura das soluções EDTAC a 17% com hipoclorito de sódio a 1% foi capaz de remover por completo a smear layer das paredes dentinárias, produzida durante a instrumentação endodôntica. Hipoclorito de sódio a 1% e os géis de clorexidina a 2% e de mamona não foram eficientes na limpeza dos canais radiculares, mostrando-se estatisticamente similares. Não houve diferença estatística significante entre os terços médio e apical dos canais radiculares quanto à remoção da smear layer, independentemente da substância auxiliar utilizada no preparo químico-mecânico dos canais radiculares. Pôde-se concluir que os géis de clorexidina a 2% e de mamona removeram os detritos de forma semelhante ao verificado com o uso do hipoclorito de sódio a 1%, nos terços médio e apical dos canais radiculares. A mistura das soluções EDTAC a 17% com o hipoclorito de sódio a 1% promoveu os melhores resultados, com canais radiculares livres de smear layer e debris.