FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
 

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
 

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA PERMEABILIDADE DENTINÁRIA RADICULAR. APRESENTAÇÃO DE UM MÊTODO HISTOQUÍMICO E ANÁLISE MORFOMETRICA.


JESUS DJALMA PÉCORA
pecora@forp.usp.br

Orientador: Prof. Dr. Ruy Barbosa Roselino
Ribeirão Preto, 1985, 110p.

Ao Prof. Dr. RUY BARBOSA ROSELINO, sou profundamente grato pela orientação segura e precisa no desenvolvimento deste trabalho. De maneira especial, pela sua atuação como cientista, que me fez descobrir e aplicar princípios e métodos de pesquisa, que desencadearam perspectivas de novas investigações. Assim, pude pensar e sentir seu valor e sua competência.


RESUMO | SUMMARY | INTRODUÇÃO | REVISÃO | PROPOSIÇÃO | MATERIAL E MÉTODO | RESULTADO | FOTOMICROGRAFIAS | DISCUSSÃO | CONCLUSÕES | REFERÊNCIAS




INTRODUÇÃO

Para assegurar a recuperação biomecânica de um dente que sofreu alteração pulpar irreversível, dentro das limitações clínicas, é necessário que receba o tratamento endodôntico.

Além disso, o espaço correspondente ao órgão pulpar que sofreu alterações patológicas, necessariamente deverá ser preenchido com um dos materiais obturadores mais indicados.

CALLAHAN (1894), GROSSMAN (1943 e 1960), STEWART (1955), INGLE & ZELDOW (1958) e NICHOLLS (1962) apresentaram etapas ou seqüências de tratamento que, fundamentalmente, consistem na instrumentação ou alargamento do canal, sua desinfecção e obturação. Não há etapa mais importante que a outra. Todas estão correlacionadas e qualquer descuido em uma delas poderá provocar o insucesso do tratamento endodôntico.

Em virtude da anatomia do canal radicular ser complexa e apresentar áreas onde os instrumentos não tem ação efetiva (GUTIERREZ & CARCIA, 1968; DAVIS et al., 1972; MOODNIK et al., 1976; WALTON, 1976) e ainda, a presença de canais laterais e acessórios, ligando o canal principal ao periodonto (COOLIDGE, 1929; KUTTLER, 1955; SELTZER et al., 1966; SCHILDER, 1974) essas áreas podem abrigar restos pulpares e microrganismos. A degradação protêica, ou toxinas atuarão na região períapical, provocando processos patológicos a curto ou a longo prazo. Desde que, como observou SHOVELTON (1964), as bactérias também podem penetrar nos canaliculos dentinários, necessariamente devem sofrer ação de limpeza e desinfecção.

A limpeza do canal radicular é conseguida com a utilização de instrumentos como limas e alargadores e com o auxílio de soluções irrigantes. As soluções devem atuar em profundidade com o objetivo de remover microrganismos e teci dos orgânicos das áreas inacessíveis aos instrumentos. E, durante o ato operatório, a associação dos instrumentos às soluções possibilita a remoção de partículas de dentina (débris).

No decorrer de quase um séulo, muitas soluções irrigantes foram compostas e sugeridas para atuarem na limpeza e desinfecção dos canais radiculares, em condições satisfatórias.

Entre as soluções propostas podemos citar: dióxido de sódio, KIRK (1893) ; sódio e potássio metálico, SCHREIER (1893) ; ácido sulfúrico neutralizado pelo bicarbonato de sódio, CALLAHAN (1894) ; papaina, HARLAN (1900) ; nitrato de prata amonical, HOWE (1917) ; soda clorada,WALKER (1936) soda clorada duplamente concentrada alternada com água oxige nada, CROSSMAN (1943) ; oxigenoargento, BADAN (1949) ; peróxido de uréia, BLECHMAN & COHEN (1951); varidase, GOLDEN & MUS CRAVE (1954) ; EDTA, NYCAARD-ØSTBY (1957); peroxido de uréia em glicerina anídrica GLY-OXIDE, COBE (1960) ; cloreto de alquil dimetil benzil amônio (zefiro1), FILGUEIRAS et al., (1962) Tergentol-Furacin oto solução, VARELLA & PAIVA (1969) ; o creme RC-Prep constituído de peróxido de uréia 10,0 por cento, EDTA 15,0 por cento e carbowax como veículo, STEWART et al., (1969) ; o creme ENDO-PTC composto de peróxido de uréia 10,0 por cento, Tween 80, 15,0 por cento e carbowax como veiculo, neutralizado com líquido de DAKIN, PAIVA & ANTONIAZZI (1973); ácido cítrico alterado com hipoclorito de sódio,LOEL (1975); ácido cítrico a 10,0 por cento, WAYMAN et al., (1979) ; Savizol, KAUFMAN et al., (1978)

A literatura especializada esclarece que essas soluções foram analisadas para se conhecer as suas ações no sistema do canal radicular.

Assim, por exemplo:

1.CROSSMAN & MEIMAN (1941) , SENIA et al., (1971) TREPACNIER et al., (1977), HAND et al. (1978), ROSENFELD et al. (1978), WAYMAN et al., (1979), CORDON et al., (1981), CUNNINCHAM & BALEKJIAN (1980), ABOU-RASS & OGLESBY (1981) estudaram-na quanto à capacidade de dissolver tecidos.

2.COOLIDGE (1929), INGLE & ZELDOW (1958), GROSSMAN (1960), COBE (1960), STEWART et al., (1961), CRAHNÉN & KRASSE (1963), LUEBKE (1967), LEONARDO (1968), STEWART et al. (1969), SHIH et al., (1970), GROSSMAN (1972), ANTONIAZZI (1973), CUNNINGHAM & JOSEPH (1980), AZEVEDO & LEONARDO (1983) , deram atenção especial á ação bactericida.

3. BLECHMAN & COHEN (1951), STEWART (1955), PILO TO (1958), PATTERSON (1963), LEONARDO (1968), LOEL (1975), McCOMB & SMITH (1975), TUCKER et al., (1976), MOODNIK et al., (1976) , LITTMAN (1977) , RAM (1977) , RUBIN et al., (1979) SVEC & HARRISON (1981), CPABB (1982), YAMADA et al., (1983) e BRANCINI et al., (1983) deram relevo especial ao efeito de remover restos pulpares e de dentina.

4. SCHILDER & AMSTERDAN (1959), SPANGBERG et al., (1973), NERY et al., (1974), WENNBERC (1980), estudaram exaustivamente a compatibilidade biológica.

5. WACH et al., (1955), MARSHALL et al., (1960), HAMPSON & ATKINSON (1964), MARTIN et al., (1968), COSTA (1969) COHEN et al., (1970), ROBAZZA (1973), FRASER & LAWS (1976), FRÓIS et al., (1981), PASHLEY et al., (1981), BENCTSON et al., (1983), pesquisaram a capacidade que as soluções apresentam em aumentar a permeabilidade dentinária.

Além dessas características, de acordo com BERBERT et al., (1980) , as soluções devem apresentar: baixa viscosidade, tensão superficial quase nula, estimular a reparação tecidual, favorecer a ação dos medicamentos ou materiais obturadores — pelo menos, não prejudicar — não alterar a coloração da dentina e não enfraquecer as estruturas dentinárias.

Assim, o conhecimento dos estudos desses autores evidencia que a metodologia utilizada teve como base o uso de corantes, ou radio-isótopos, ou microscopia eletrônica de varredura, ou microscopia de transmissão, ou testes microbiológicos, ou estudos in vítro com células HeLa, etc.

Este estudo tem o objetivo de avaliar o grau de maior ou menor permeabilidade da dentina radicular após a instrumentação com auxilio de soluções irriqantes, com adoção de um método histoquímico. Os resultados receberão tratamentos pela análise morfométrica e estatística.


REVISÃO DE LITERATURA
 
 

No século passado, KIRK (1893), introduziu o dóxido de sódio para o tratamento endodôntico e esta substancia, de acordo com o autor, tem uma dupla função, ou seja, clarear a coroa dental e limpar os canais radiculares pela desorganização dos restos pulpares remanescentes.

No Congresso Odontológico de Columbia, nos Estados Unidos da América, SCHREIER (1893) , relatou o sucesso por ele alcançado com o uso de sódio e potássio metálicos introduzidos nos canais radiculares, e pela combinação com os líquidos presentes nos canais, permitindo a sua limpeza. Assim, a reação química pode ser representada da seguinte forma:

K + Na + 2H20 -~ KOH + NaOH + 2H.

Um ano mais tarde, CALLAHAN (1894), preconiza a técnica de irrigar os canais radiculares com solução aquosa de ácido sulfúrico a 40% por cento. Segundo o autor, a solução apresenta trás efeitos: primeiro, possibilita o alargamento dos canais radiculares atresiados; segundo, limpa e terceiro, esteriliza. A solução de ácido sulfúrico, em consequência da neutralização pelo bicarbonato de sódio, produz uma reação efervescente que elimina débris. Na segunda fase, os canais são irrigados com água destilada, ou álcool, ou água oxigenada, a fim de remover o excesso de bicarbonato de sódio aderido às paredes dos canais radiculares.

A análise das substâncias químicas utilizadas por KIRK (1893) , SCHREIER (1893) e CALLAHAN (1894) , esclareceu que esses autores não se preocuparam com os efeitos negativos sobre os tecidos vivos. Assim, essa época constituiu período bastante empírico. Entretanto, o trabalho de CALLAHAN (1894), em ultima análise, parece mais criterioso, desde que já vislumbrava os atuais objetivos do tratamento endodôntico, ou seja, a instrumentação, a esterilização e a obturação.

Em 1900, HARLAN preconiza o uso de uma nova solução, tendo como base a papaina, tomando como referência o es tudo de VAN ANTWERP (1881), que observou que a papaina tem a capacidade de liqüefazer e digerir tecidos orgânicos em putrefação.

HOWE (1917), indica a utilização do nitrato de prata amoniacal para impregnar os tecidos pulpares remanescentes e as paredes do canal radicular, admitindo que a prata metálica finalmente pulverizada, em função da reação com solução aquosa de formalina a 25,0 por cento, apresenta propriedade oligodinâmica e, em conseqüência, esteriliza as paredes dos canais radiculares e bloqueia o efeito coadjuvante dos tecidos infetados.

Nesse mesmo ano, BARRETT (1917), relata a eficiência da solução de DAKI~V como anti-séptico. Esta solução tinha por base a formula proposta por DAKIN (1915), e corresponde à associação de uma solução aquosa de hipoclorito de sódio a 0,5 por cento com ácido bórico, e tem o objetivo de diminuir o pH da primeira solução. De acordo com o propositor, a solução tem a capacidade anti-séptica por reação química com a formação de cloraminas, em função das proteínas presentes.

Cumpre salientar que ao lado das tentativas de se formular soluções irrigantesno tratamento endodôntico, meios físicos como a eletrólise e a diatermia, foram desenvolvidos com o mesmo objetivo, isto á, promover a desinfecção dos canais radiculares.

Assim, PRINZ (1917) , comunica a efetividade do uso da eletrólise com cloreto de sódio como eletr5lito na esterilização do conduto radicular, pela liberação do cloro nascente. Por outro lado, enfatiza a necessidade da instrumentação químico-mecânica dos canais radiculares. Neste particular, cita a ação germicida do líquido de DAKIN (1915) e comenta, ainda, que o princípio de esterilização de uma superfície infectada baseia-se no seguinte conceito: "Para tornar uma ferida estéril é necessário usar um anti-séptico, de modo que ele fique em contacto com todas as partes da ferida e em concentração adequada em todas as partes da mesma. Se estas condições são satisfeitas, toda a ferida vai responder ao tratamento através de sua diminuição e desaparecimento de seus microrganismos".

Tudo parece indicar que McCLELLAND & WASS (1922), foram os autores que se preocuparam com a capacidade de vários agentes desinfectantes germicidas. Nessa investigação, estudaram o poder germicida de substâncias à base de cloro em varias concentraç5es, a partir do iodedo de cloro, dicloramina T, e a solução de DAKIN. Observaram que a solução de DAKIN mostra-se muito instável e, em conseqüencia, perde seu efeito germicida. Para evitar a oxidação, responsável pela sua instabilidade, aconselham que ela deve ser protegida da luz e do ar, no caso armazenada em vidro âmbar e hermeticamente fechado. Os autores afirmam que apesar das soluções estudadas destruírem microrganismos, aquelas à base de iodeto de cloro têm ação de penetração, diminuída na presença de albumina e, em conseqüência, concluem que elas devam ser substituídas pela solução de dicloramina T a 5,0 por cento.

COOLIDGE (1929), investigou a ação dos microrganismos encontrados nos canais radiculares infectados e a ação de germicidas, como por exemplo, soluções de hexilresorcinol, de tricloro ou seja, uma solução contendo sódio para-tolueno sulfônico, cloramina, éleo de cravo, fenol e cresatina — ou seja, um ester do ácido acético metacresol. Nos experimentos detectou a penetração do cloro nascente nos canais radiculares e mesmo nos espaços inacessíveis, neutralizando tanto os produtos tóxicos, como os gases formados pela putrefação. Além disso, afirma que os efeitos da eficiência de um germicida do tratamento dos canais radiculares vinculam-se com a sua penetração nos espaços inacessíveis, maior contacto com os microrganismos, maior tempo de ação e menor tensão superficial.

Quatro meses mais tarde, COOLIDGE (1929), voltou sua atenção para a anatomia do ápice radicular. Desse estudo, chegou às seguintes conclusões: o canal radicular principal pode apresentar ramificações com outras foraminas; a junção dentino-cemento é extremamente variável e finalmente, os canais curvos, as ramificações inacessíveis, e os condutos atre siados não impedem o sucesso do tratamento, desde que a infecção seja eliminada e o canal seja cuidadosamente obturado. O melhor conhecimento da anatomia interna dos canais radiculares é que demonstrou a existência de áreas inacessíveis, estabelecendo novo critério de tratamento com relação às soluções químicas irrigantes que apresentam maior capacidade de atuação nessas áreas, desde que o objetivo principal e final é eliminar os microrganismos no seu meio.

Mas, GROSSMAN (1933), aventou a hipótese de correlacionar o emprego da diatermia na esterilisação dos canais radiculares aos resultados obtidos em testes microbiológicos. Esse estudo evidenciou que a diatermia não conduz a bons resultados, quando comparada a outro método, como por exemplo a eletrólise.

A partir da terceira década de 1900, os estudos voltam-se com mais rigor para o conhecimento da maior ou menor permeabilidade da dentina, sob os mais variados aspectos. Tanto assim que BODECKER & APPLEBAUM (1933), com base em estudos histológicos, investigaram a permeabilidade da dentina de dentes humanos extraídos, nas mais variadas faixas etárias. Os autores concluíram que a dentina de dentes jovens e mais permeável que a de dentes adultos e, na passagem da ida de para a adolescência, torna-se menos permeável, naturalmente em função de injurias externas como: cárie, erosão e abrasão. Por outro lado, este fato conduz à formação da dentina esclerosada ou hipercalcificada.

FISH (1933), utilizando metodologia disciplinada, introduz o corante azul de metileno na câmara pulpar de dentes extraídos. A ação do corante nas amostras teve a duração de vinte e quatro horas, a temperatura de 37 graus centígrados. O autor, ao descrever o perfil da penetração do azul de metileno esclarece que se faz no sentido da câmara para as junções dentino-esmalte e dentino-cemento. Porém, nos casos em que existia hipercalcificação, a dentina torna-se praticamente impermeável.

BEUST (1934) , ratifica as afirmações de BCDECKER & APPLEBAUM (1933) e FISH (1933), ao admitir que com o aumento da faixa etária a dentina torna-se mais resistente à infiltração de corantes.

Ainda quanto à ação dos desinfetantes, PUCCI (1945) , esclarece a cronologia dos usos das soluções utilizadas, como por exemplo: 1792, água de Javelle; 1820, Licor de Labaraque e 1915, líquido de DAKIN. Continuando a seq~1en-da, apresenta outras soluções, tais como: cloramina, dicloramina, azocloramina e hipoclorito de Braum. Todas estas soluções são à base de cloro.

Porém, a base científica e o uso de uma solução de hipoclorito de sódio, no caso a 5,0 por cento, data do ano de 1936, quando WALKER preconiza essa mesma solução para irrigação dos canais radiculares. Em seu trabalho, esclarece que essa solução foi utilizada após a indicação do Dr. Blass, da Universidade de New York. Quanto à parte experimental, WALKER (1936) dá ênfase ao explicar que o tratamento endodôntico é um procedimento especializado e, assim, exige uma atenção especial para todos os detalhes, por exemplo, a esterilização e a manipulação dos canais radiculares, desde que a proteção do paciente e do operador deve ser rigorosamente observada, pois o canal radicular infetado aloja microrganismos de ação contaminante.

GROSSMAN & MEIMAN (1941), após o estudo dos vários agentes químicos aplicados em técnicas endodônticas, tais como, solução aquosa de ácido sulfúrico —CALLAHAN (1894); sódio e potássio metálicos — SCHREIER (1893) ; dióxido de sódio — KIRK (1893) ; metilato de sódio — LEVENE (1929) ; papaína — WILKINSON (1929) e soda clorada — WALKER (1936) , ratificaram a afirmativa de WALKER (1936), desde que a solução soda clorada foi a mais efetiva como solvente do tecido pulpar. Essa afirmativa de GROSSMAN & MEIMAN (1941) , em última análise, permitiu um tratamento endodôntico mais disciplinado quanto ao uso de solução irrigante.

Tanto assim, que GROSSMAN (1943), sugere uma técnica para o tratamento de canais radiculares — que sem dúvida resiste às críticas por um período de aproximadamente quarenta anos — que em resumo, tem base na irrigação alternada, primeiro com a soda clorada duplamente concentrada e, segundo com a água oxigenada a .3%. Assim, associa a capacidade solvente da soda clorada com a liberação de oxigênio nascente pela reação com água oxigenada. Como justificativa do emprego, o autor cita o seguinte axioma: Antes de uma ferida estar pronta para receber o agente quimioterápico, todo o resto necrótico e débris devem ser removidos.

Em 1949, MARIO BADAN, brasileiro, publicou um livro texto essencialmente dedicado à área de Endodontia. Em um de seus capítulos oferece uma técnica, enfatizando a função do oxigênio nascente e a liberação da prata que têm as seguintes propriedades: super oxidante, analgesiante, citofolítica, antiflogística e bloqueia as intoxicações decorrentes dos anaeróbios.

Logo após a segunda guerra mundial, uma nova metodologia foi aplicada para avaliar os níveis de permeabilidade da dentina. O método baseia-se no uso de substâncias na radioativas e os resultados oferecidos pelas auto-radiografias informam os níveis de permeabilidade da dentina. As imagens radiográficas indicam que quanto maior a penetração da substância radioativa, maior será a permeabilidade da dentina, dada por uma mancha escura.

Com o objetivo de analisar a permeabilidade do esmalte, WAINWRIGHT & LEMOINE (1950), empregaram a uréia mar cada com C14. Os resultados evidenciaram que após dez minutos, as substâncias empregadas penetravam, mesmo nos casos da não existência de lamelas e trincas.

MARTIN (1951), estudou várias substâncias utilizadas em Odontologia e suas capacidades de bloquear, ou não, a infiltração de radio-isótopo, no caso P32. Dentre as doze substancias utilizadas no forramento da parede pulpar da cavidade, chegou à conclusão de que somente o cimento fosfato de zinco e o fluoreto de cálcio lograram impedir a infiltração do P32, provocando a impermeabilidade na dentina ao radio-isótopo.

Porém, o interesse dos estudos das soluções irrigantes continuaram. BLECHMAN & COHEN (1951) estudaram a capa cidade do peróxido de uréia de agir simultaneamente tanto co mo substância capaz de limpar o canal radicular, como suas características biológicas. Os seus resultados parciais evidenciaram que o peróxido de uréia é um excelente agente para remover débris, inócuo biologicamente e com característica de não provocar a infiltração da hemoglobina nos canalículos dentinários.

NIKIFORUK & SREEBNY (1953), estudaram a ação de um acido orgânico — acido etilenodiaminotetracético (EDTA) como agente desmineralizador de tecido duro. A sua ação se dá pela reação de quelação com o cálcio. Desse estudo, pode-se concluir que, o ácido orgânico tem ampla capacidade de ação desmineralizante. E, inclusive, estabeleceu novas bases para a aplicação do ácido etilenodiaminotetracético na instrumentação dos canais radiculares.

GOLDEN & MUSGRAVE (1954), preconizam o emprego de uma substância identificada como Varidase como auxiliar da instrumentação do canal infectado. Em resumo, o Varidase e formado pelas enzimas extra-celulares elaboradas pelo Streptococcus hemolitico Streptokinase e Streptodornase. Algumas das propriedades dessa substância, de acordo com os autores, é provocar a eliminação de bactérias pela desorganização de seu meio de cultura, com a finalidade de aumentar a ação dos antibióticos pela diminuição da barreira viscosa e facilitar a instrumentação mecânica, desde que aumenta a liqüefação dos tecidos necróticos e, fundamentalmente, não apresenta reações alérgicas.

WAINWRIGHT & BELGOROD (1955), relacionaram quatro substâncias marcadas nicotinamida C14., uréia C14 Thiourea e acetamida C14 com a capacidade de penetração na dentina e a profundidade de penetração. Os resultados apresentados evidenciaram que todas as substâncias penetram rapidamente na dentina e quanto ao perfil de penetração (3,5 mm), foi alcançado no período de vinte e quatro minutos, atingindo o nível da junção dentino- esmalte.

Do exposto, verifica-se que houve preocupação em analisar o grau de permeabilidade da dentina coronária e, a rigor, a penetração de substâncias tanto medicamentosas como não, que naturalmente se faz através dos canalículos dentinários. Por outro lado, também ficou evidenciado que quanto mais presente a hipercalcificação, menor e a profundidade da penetração.

WACH et al. (1955), em pesquisa in vitro, utilizando penicilina marcada S35 avaliaram os vários graus de penetração em que ela estava presente nas várias secções de raízes de dentes humanos e notaram que a penetração do S35 foi menor na região apical. Essa particularidade chamou a atenção dos pesquisadores que prosseguindo seus estudos analisaram microscopicamente cortes histológicos da região apical. Observaram que a região apical apresentava-se com uma estrutura diferente das outras secções que identificaram como dentina transparente. Em vista dos resultados, afirmam que a penetração se processa pelos canalículos dentinários.

KUTTLER (1955), fez um estudo microscópico exaustivo da região apical de grupos de dentes incisivos superiores, incisivos inferiores, molares superiores e inferiores e pré - molares, jovens e adultos. A análise microscópica evidenciou que esta região apresentava-se extremamente complexa. Tanto assim, que o canal principal pode apresentar várias inclinações, como também a região apical pode apresentar canais laterais. O autor preconiza que o selamento do canal radicular não alcance a porção de invaginação com o cemento, isto e, a 0,5 mm aquém do forame.

STEWART (1955), mais preocupado com a possível assepsia do canal radicular, preconiza o seu alargamento pelo tratamento químico-mecânico, com o objetivo de reduzir o número de microrganismos como também reduzir os resíduos onde os microrganismos possam se desenvolver. Salienta o autor, aumentando-se o diâmetro interno do canal, paralelamente e, em conseqüência, aumenta-se o espaço para uma maior atuação de um maior volume de medicação.

INGLE (1956), ratificou STEWART (1955), pois valorizou a operação químico-mecânica. Ainda ratificou CALLAHAN (1894) , desde que aconselham: para se obter sucesso no tratamento endodôntico é necessário a observância da seguinte disciplina: boa desinfecção, boa instrumentaç3o e finalmente, boa obtura ção do canal radicular.

NYGAARD-ØSTBY (1957), talvez com base no trabalho de NIKIFORUK & SREEBNY (1953), indica o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), pois pela sua ação quelante, permite formular uma solução auxiliar para a instrumentação do canal radicular. Por ser biologicamente compatível com os tecidos, o autor preconiza o seu emprego em substituição aos ácidos inorgânicos até então utilizados. Essa solução aquosa de EDTA somada com hidróxido de sódio, tem uma composição final de 15,0 por cento de EDTA e seu pH próximo do neutro (7,3).

Quanto ao método de irrigaçao X aspiração, PILOTO (1958) , admite que seu uso possibilita maior remoção de tecidos orgânicos na região onde os instrumentos não atingem. Por outro lado, além de afirmar que o método de irrigação X aspiração é superior àquele método que utiliza simplesmente a irrigação, preconiza a eliminação do uso da água oxigenada que é utilizada na técnica de GROSSMAN (1943), ou seja, a técnica de irrigação alternada, soda clorada duplamente concentrada mais água oxigenada.

INGLE & ZELDOW (1958), avaliaram, in vivo, por meios de culturas bacteriológicas, o efeito da instrumentação dos canais irrigados com água destilada esterilizada. Nesse estudo, foram utilizados 89 dentes unirradiculares com polpas não-vitais, desde que esses dentes não responderam ao teste de vitalidade pulpar — pulpo teste. As conclusões parciais indicam que a instrumentação mecânica e a irrigação com água destilada estéril não oferecem um método eficiente para a esterilização do canal radicular. Assim, urna avaliação crítica do problema da então chamada cultura negativa e canal estéril é necessária.

Ocasionalmente, durante o tratamento endodôntico, podem ocorrer sintomas de dor. SCHILDER & AMSTERDAM (1959), relatam que o desconforto da dor pode ser ocasionado por vários fatores. Entre eles, os autores citam três isolados, ou não. Em outras palavras, podem ser a associação dos três, como por exemplo, instrumentação imprópria, infecção e uso de medicação inadequada. Por extensão, poderá ser uma instrumentação imprópria somada ao uso de medicação inadequada e etc. Além desses fatores, poder-se-ia admitir, também, um erro de diagnóstico. SCHILDER & AMSTERDAM (1959), tiveram suas atenções voltadas para os efeitos de substâncias medicamentosas. Os autores selecionaram 12 soluções e água destilada. Em resumo, os experimentos foram conduzidos da seguinte forma: primeiro, 0,1 mm de cada líquido era injetado na parte abdominal de coelhos, por infiltração intradérmica e segundo, 0,15 ml de cada líquido gotejado no olho do mesmo animal selecionado pana o teste de infiltração. Além disso, utilizaram a solução fisiológica como líquido controle negativo. Os resultados evidenciaram que são severos irritantes aos tecidos, tanto no local infiltrado quanto no olho, as seguintes soluções: cresoto, asocloramina, paraclorofenol canforado, eugenol e formocresol. A soda obrada duplamente concentrada foi irritante severo no tecido conjuntivo da região abdominal e, diga-se de passagem, utilizada amplamente em Endodontia. E, inclusive, a pasta poli-antibi6tica (PBSC) apresentou severa irritação na conjuntiva do olho do animal. Quanto a cresatina, provocou ligeira inflamação na região abdominal e nenhuma reação na conjuntiva do olho. Tanto a silicona líquida, quanto a água destilada se comportaram de maneira semelhante à solução de controle negativo — solução fisiológica — desde que, não apresentaram nenhuma irritação nas duas condições dos ensaios.

A presença marcante de GROSSMAN (1960), chama novamente a atenção dos endodontistas quando aconselha a necessidade de realizar testes de culturas bacteriológicas e a necessidade de um alargamento criterioso do canal radicular, a fim de eliminar os microrganismos que infiltram nos canalículos dentinários. Para os dentes infectados, admite que seja 67,0 por cento e recomenda o uso de um poderoso agente desinfectante, porem não irritante. Quanto ao uso de medicamentos, GROSSMAN (1960) chama a atenção para o seguinte fato: a atuação do medicamento no canal radicular, após o selamento provisório, tem efeito pôr um período relativamente breve. Tanto que indica a necessidade da renovação do medicamento.

Ainda quanto à permeabilidade da dentina radicular, MARSHALL et al. (1960), dividiram as amostras de dentes em quatro grupos, a saber: grupo um, formado por dentes controle para o teste. Não receberam a instrumentação mecânica, mas somente a remoção pelo extirpa-nervos de toda a polpa e, inclusive, o ápice selado com cera; grupo dois, formado por dentes que receberam a instrumentação mecânica do canal radicular e irrigados com água corrente; grupo três, composto por dentes que receberam o tratamento mecânico, isto e, instrumentação com o auxílio de soluções irrigantes — EDTA (ØSTBY, 1957) , soda obrada 5,25 por cento alternada com agua oxigenada a .3,0 por cento (GROSSMAN, 1943), nitrato de prata amoniacal (HOWE, 1917) e solução aquosa de ácido sulfúrico neutralizada após um minuto de ação com bicarbonato de sódio (CJALLAHAN, 1894); finalmente, o quarto grupo, composto de dentes que tiveram os seus canais radiculares instrumentados com o auxílio das soluções de água oxigenada a 3,0 por cento (3,0 ml durante cinco minutos); soda obrada a 5,25 por cento (3,0 ml durante cinco minutos) ; nitrato de prata amoniacal (um minuto) ; ácido sulfúrico (um minuto) e eugenol (cinco minutos). A permeabilidade foi indicada pelo uso dos radio-isóto pos S35, NA22, I131 e P32, ou sejam, soluções marcadas de sulfato de sódio, cloreto de sódio, iodeto de sódio isotônico e fosfato de sódio, respectivamente. Em resumo, os autores concluíram que a região cervical e a região média da dentina radicular são as mais permeáveis a todos os isótopos utilizados, enquanto que a região apical é altamente impermeável. Além disso, admitem que a junção dentino-cementária atua como barreira à infiltração dos isótopos. Entretanto, para nós, o grande mérito desse trabalho tem base na formulação do índice de permeabilidade dentinária (IPD), pois que fornece um parâmetro pana avaliar matematicamente os níveis de permeabilidade das paredes dentinárias do canal radicular e, inclusive, face à reprodutividade dos ensaios, muitos autores adotaram esse método.

COBE (1960), analisou a ação de duas soluções, água oxigenada a 3, O por cento e solução de peróxido de ureia dissolvida em glicerina anídrica, esta ú1tima identificada comercialmente como Gby—Qxide a 3,0 por cento, ambas em presença de sangue humano. Os resultados dos testes bacteriológicos mostraram que o Gby-Oxide a 3, O por cento além de ter uma ação mais ativa é também mais estável na presença do sangue, isso porque a quebra da ligação molecular de peróxido de uréia e mais lenta quando comparada com a água oxigenada a 3,0 por cento. Além disso, afirma que a solução de peróxido de uréia apresenta-se mais estável à temperatura ambiente.

Da mesma forma, STEWART et al. (1961) , avaliaram a capacidade das soluções Gby—Oxide a .3,0 por cento soda clorada e da água oxigenada a .3,0 por cento — no tratamento cirúrgico dos canais radiculares. Os autores admitiram que, possivelmente o Gby—Oxide tem maior ação bacteriana e correlacionaram este resultado com a instrumentação e limpeza inicial dos canais radiculares. Em valores percentuais, quando analisados em períodos diferentes de tratamento, concluíram que após a primeira instrumentação, 90,0 por cento dos casos apresentaram no teste bacteriológico, ausência de microrganismos ativos. Por outro lado, no retorno do paciente sem nova instrumentação e após a colheita de material do conduto radicular, a porcentagem cai pana 65,7 por cento para aqueles casos selecionados para o Gby—Oxide a 3,0 por cento e 48,5 por cento pana os canais tratados com água oxigenada a 3,0 por cento. Ao notarem que a solução de per6xido de ureia ao reagir com a soda clorada produzia efervescência, estabeleceram uma técnica não só para o alargamento do canal, como também pana a sua limpeza. De fato, segundo os autores, a efervescência é útil na limpeza do canal, pela remoção dos débris da área operada.

FILGUEIRAS et al. (1962), enriqueceram a Endodontia brasileira com a publicação de um livro amplamente consultado, pela sua didática e soma de informações. Esses auto rescitam a possibilidade de se utilizar um detergente catiônico — cloreto de alquil dimetil benzil amônio, na concentração de 1:1000, conhecido comercialmente como Zefirol. Os autores preconizam o uso do Zefirol pana a irrigação dos canais radiculares, ato operatório que eles admitem indispensável no tratamento endodôntico.

Pana a redução da população bacteriana e a eliminação dos débris, as ações dos germicidas ou antibióticos são exaustivamente estudadas. NICHOLLS (1962) enfatiza aquilo que todos os autores concordam para a obtenção do sucesso do tratamento endodôntico, isto é, instrumentação, desinfecção e obturação do canal radicular.

Se a afirmativa anterior é verdadeira, a presença de débris diminui a permeabilidade da dentina. Tanto que ANDERSON & RONNING (1962), avaliaram a permeabilidade da den tina coronária de duas maneiras, utilizando, em ambas, técnicas diferentes de obtenção de secções dentinárias: corte da coroa por instrumentos rotatórios e fratura da coroa. Como conclusão final, observaram que nos cortes obtidos por instrumentos rotatórios havia menor penetração do corante em relação aos cortes obtidos por fraturas. Como resultado, esclarecem que a presença de débris nas secções dentinárias obtidas por instrumentos rotatórios, impede uma maior infiltração de corantes nos canalículos dentinários.

Os ensaios pelos testes bacteriológicos, segundo INGLE & ZELDOW (1958), por não apresentarem resultados conclusivos, devem ser reavaliados. Esse critério foi seguido por GRAHNEN & KRASSE (1963) no estudo da avaliação clínica e bacteriológica. Porem, de acordo com esses últimos autores, há necessidade do uso de medicamentos pelas suas ações nos microrganismos remanescentes que, no caso, são auxiliares da fase mecânica do tratamento endodôntico.

PATTERSON (1963), ao detectar as frequentes mudanças atróficas que ocorrem na polpa coronária e radicular, de indivíduo para indivíduo, em conseqüência das alterações que se processam nos diâmetros dos canais que o leva conseqüentemente às atresias, avaliou a ação dos quelantes EDTA e EDTAC. A análise evidenciou que o EDTAC é mais efetivo do que o EDTA quanto à limpeza do canal radicular e sua capacidade antimicrobiana. A diferença entre as duas substâncias, em relação as suas composições, e que o EDTAC além da presença do EDTA contém uma amônia quaternária, e sua identificação convencional é conhecida como Cetavlon.

HAMPSON & ATKINSON (1964), ratificando parte dos resultados alcançados por WACH et al. (1955) , observaram que a região apical é a que apresenta menor penetração de radio-isótopos s35 e 1131, pois as amostras nas hemissecções mostraram uma estrutura de aspecto mais transparente. No trabalho desses autores foram utilizadas as seguintes soluções ir nigantes: cloramina, EDTA a 15,0 por cento, cetrimide, clorexidina, nitrato de prata amoniacal, eugenol, soluções de nitrato de prata seguido de eugenol e tricresol. Além do uso dessas soluções, utilizaram o que poderia ser chamado de teste em branco, ou seja, a instrumentação do canal sem emprego de soluções. Resultados comparativos entre a instrumentação a seco e a instrumentação com o auxílio de soluções irrigantes, tais como cloramina, EDTA, cetrimide, conduziram os autores à seguinte conclusão: a instrumentação a seco não provoca o aumento da permeabilidade da dentina, enquanto que o uso de soluções aumenta a permeabilidade dentinária.

SHOVELTON (1964), conduziu uma pesquisa que ainda hoje é considerada clássica. Verificou a presença de microrganismos nos canalículos dentinários. O numero de canalículos dentinários infiltrados por microrganismos, em relação aos dentes, e variável, tanto em relação aos dentes examinados quanto à presença de microrganismos na dentina. Informa que os resultados mostraram duas condições diferentes. Numa lesão infecciosa aguda os microrganismos não estão presentes nos canalículos, enquanto que numa infecção crónica eles estão sempre presentes. Esses dados somados a outros que o autor apresenta são subsídios importantes pana uma conduta clínica de tratamento. Observou, ainda, que a distribuição de microrganismos no interior dos canais que tinham configuração achatada, apresentava-se de forma polar, o que provavelmente indica maior permeabilidade da dentina desta área.

SELTZER et al. (1966) , ratificando os resultados apresentados por COOLIDGE (1929), KUTTLER (1955), após uma análise histológica da morfologia de raízes de dentes, verificaram que os ápices das raízes apresentam foraminas accessórias e, inclusive, as raízes de 64 dentes examinados apresentaram canais laterais, o que corresponde a 37,0 por cento dos casos. Diante desses achados, os autores admitem a possibilidade do insucesso no tratamento endodôntico.

SCHILDER (1967), ratifica COOLIDGE (1929), KUTTLER (1955) e SELTZER et al. (1966), ao informar que numerosos dentes apresentam canais laterais, tanto a obturação dos canais principais como daqueles canais laterais deva ser efetiva para se alcançar êxito no tratamento endodôntico. Além disso, afirma que o objetivo principal e final da obturação do canal só é alcançada quando todo o complexo que envolve a morfologia desse sistema de canais e completamente selado pelo material obturador e, ainda, o profissional deve possuir destreza e conhecimento para que no primeiro passo consiga, em duas etapas, a completa limpeza e a escultura do canal. SCHILDER (1969) apresenta uma técnica de obturação de canais que identificou como técnica tridimensional, com o uso de guta-percha previamente aquecida antes de sua condensação.

LUEBKE (1967), afirma que a instrumentação do canal radicular, como um verdadeiro ato cirúrgico, e fundamental pana auxiliar a ação dos medicamentos anti-microbianos utilizados durante as sessões do tratamento, pois o ato da instrumentação X irrigação elimina um grande número de microrganismos do interior do canal radicular e, também elimina aquelas fontes de alimentação e de proteção deles. No uso de soluções irrigantes ele as recomenda na condição de ser freqüente e abundante e chama atenção para o fato de que um canal limpo necessita de uso de um germicida fraco.

Quanto aos testes e culturas bacteriológicas, VIANNA (1967) , esclarece que a irrigação alternada de soda clorada X água oxigenada permite a obtenção de culturas negativas em alta percentagem, pois o ato químico-mecânico reduz sensivelmente o numero de bactérias, desde que haja o apoio de um anti-séptico como curativo.

LEONARDO (1968), utilizou um detergente à base de Lauril—dietileno—glicol eter sulfonato de sódio, comercialmente identificado como tergentol, que e um detergente aniônico o que o difere do Zefirol. No seu estudo, comparou o efeito do tergentol e da irrigação alternada de hipoclorito de sódio a 4,0 6,0 por cento e agua oxigenada a 20 volumes. Chegou às seguintes conclusões: "O Lauril dietilenoglicol eter sulfonato de sódio em solução a 0,125 por cento, utilizado como solução irrigadora durante o preparo biomecânico, não foi suficiente pana obter e manter a desinfecção dos canais radiculares dos dentes despolpados e infectados, na totalidade dos casos a aplicação tópica de medicamentos entre sessões, constituiu-se num coadjuvante indispensável no preparo biomecânico, complementado com a solução irrigadora estudada. Após um máximo de dois completos preparos biomecânicos, a verificação bacteriológica demonstrou que não houve diferença estatística significante entre as soluções irrigadoras comparadas. Melhores resultados foram obtidos após a aplicação de anti-séptico tópico, nos dentes submetidos à ação do preparo biomecânico complementado pelo uso alternado de hipoclorito de sódio a 4, 6 por cento e água oxigena da 20 volumes; não houve, praticamente, diferença histológica quanto à ação de limpeza de restos pulpares, entre as soluções comparadas".

FERRANTI (1968), chama a atenção pana o fato de dar relevância toda especial à biomecânica, isto é, uma instrumentação bem orientada para se conseguir condutos bem alar gados. Esse cuidado promove uma remoção dos tecidos desorganizados pelas irrigações sucessivas com a soda clorada e água oxigenada a 20,0 por cento. Entretanto, aconselha o uso da diatermia, como operação previa, a fim de eliminar as bactérias. Admite que a corrente penetra pelos canalículos, pelos deltas, e pelos canais acessórios e, inclusive, alcança todo o complexo da morfologia interna dos canais, face à vibração intensa das células, provocando uma elevação da temperatura.

MARTIN et al. (1968), mais preocupados pelo fato de que na região apical, pelas suas ramificações, alojam-se mais microrganismos, pesquisaram, ín vitro, a permeabilidade dessa região. Na metodologia selecionada, os autores introduziram no canal radicular cones de papel absorventes esterilizados até alcançar o ápice. Esses cones eram previamente esterilizados e impregnados com os seguintes medicamentos: para-monoclorofenol, penicilina, formocresol e procaina. Cada grupo de dentes, inclusive o grupo controle, recebeu a identificação. A região apical desses dentes foi posicionada verticalmente, isto é, com os seus ápices em contacto com um meio de cultura, inoculado com Streptococcus do grupo 1 e todos os grupos foram armazenados à temperatura de 37 C, pelo período de 72 horas. Dos seus estudos, chegaram as seguintes conclusões: o grupo tratado pelo paramonoclorofenol foi o que obteve maior atividade, desde que esse grupo em relação aos grupos tratados com penicilina, procaina e formocresol apresentou um maior halo de inibição na cultura inoculada. Tomando o grupo de dentes controle como parâmetro, observaram que todas as drogas se difundem no meio de cultura, desde que estavam presentes, tendo em vista o maior ou menor diâmetro do halo de inibição. Admitem que a penetração dos medicamentos se fez pelas ramificações apicais ou, ainda, pelos canalículos dentinários. Finalmente, os resultados evidenciaram que os medicamentos podem ter ação de difusão em concentrações diferentes, em direção à região periapical.

VARELLA & PAIVA (1969), por sua vez, formularam uma solução irrigante com duas ações principais: a primeira diminui a tensão superficial, o que permite maior contacto com as paredes do canal, e a segunda atua como desinfetante. Essa associação de soluções, recém preparadas pelo endodontista, e conhecida como Tergentol - oto Furacin.

COSTA (1969), estudou experimentalmente, porem in vitro, a ação do ferrocianeto de prata no processo de inibição da atividade dos microrganismos. Na sua parte experimental, optou pelo uso de dentes bovinos, humanos e testes bacteriológicos. Em outras palavras, o seu trabalho apresenta três meios de ações diferentes, a fim de avaliar a reação entre o ferrocianeto de potássio a 5,0 por cento e nitrato de prata a 2,0 por cento, concluindo que, o ferrocianeto de prata apresenta ambas as ações antimicrobianas, ou seja, bactericida e bacteriostática, quando comparado com a prata metálica e oxacilina. O ferrocianeto de prata, impregnado na superfície dentinária dos canais radiculares, promove uma quase impermeabilização, independentemente das suas áreas e a idade do paciente. A partícula do precipitado — ferrocianeto de prata — impregnada nos canais, apresenta um ótimo contraste radiográfico.

STEWART et al. (1969), aproveitando as características quelantes do EDTA e a propriedade anti-séptica do peróxido de uréia, preconizam uma nova solução auxiliar de instrumentação com a consistência de um creme. Os autores a identificaram, comercialmente, com o nome de RC-Prep. Contém 15,0 por cento de EDTA, 10,0 por cento de peróxido de uréia e carbowax q.s. pana dar a consistência de um creme. O RC-Prep é introduzido na câmara pulpar e, sobre ele, é adicionado soda clorada (hipoclorito de sódio a 5,0 por cento). Disso resulta uma reação de efervescência, com liberação de oxigênio nascente. Testes bacteriológicos mostram que, após a instrumentação, 97,6 por cento das culturas apresentaram resultados negativos, quanto ao crescimento de microrganismos.

Logo a seguir, COHEN et al. (1970), comparam a eficiência em varias soluções. Entre elas, pode-se citar: hipoclorito de sódio a 5,0 por cento, hipoclorito de sódio a 5,0 por cento e água oxigenada a 3,0 por cento, peróxido de uréia em glicerina anídrica (Gly—Oxide) mais hipoclorito de sódio a 5,0 por cento, ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) com peróxido de uréia (RC-Prep) mais hipoclorito de sódio a 5,0 por cento e Zefirol a 1:1000 usadas como auxiliares na instrumentação do canal radicular, a fim de avaliarem sua capacidade em relação à permeabilidade dentinária. Assim, após a instrumentação, o corante azul de metileno em solução aquosa a 2,0 por cento foi introduzido no canal radicular e, com adoção do método índice de Permeabilidade Dentinária, preconizado por MARSHALL et al. (1960), chegaram à seguinte conclusão: com o uso do RC-Prep com hipoclorito de sódio a 5,0 por cento, a permeabilidade dos canalículos dentinários aumentou significativamente, tanto no terço médio do canal como na região apical.

SHIH et al. (1970), relatam que a população de bactérias no interior do canal foi altamente reduzida com a irrigação com hipoclorito de sódio a 5,25 por cento, porem não afirmam que esse tratamento dê condições de canais esterilizados. Tanto que aconselham a utilização de medicação intracanal, a fim de controlar a população microbiana reduzida pela ação de hipopclorito de sódio.

Por outro lado, SENIA et al. (1971) , verificaram a ação do hipoclorito de sódio a 5,25 por cento como solvente do tecido pulpar. Esse estudo, in vitro, provou que essa solução tem ação mais efetiva nos casos dos canais com diâmetros relativamente grandes do que nos casos de canais atresiados. São questionáveis os resultados alcançados na capacidade de dissolução de tecido pulpar a 3 mm do ápice.

GROSSMAN (1972), uma vez mais, reforça o valor da instrumentação auxiliada por soluções irrigantes para diminuir o numero de microrganismos dos canais infectados e admite que deve-se ter mais confiança na correta preparação mecânica do canal do que no uso de anti-sépticos.

Tudo parece indicar que GROSSMAN (1972), tem razão quanto à possível ação irritante dos anti-sépticos desde que, SPANGEERG et al. (1973), preocuparam-se com os efeitos tóxicos dos anti-sépticos utilizados em Endodontia. Estudaram os seguintes medicamentos: paramonoclorofenol canforado, cboroxedina, formocresol, iodopax, hipoclorito de sódio de 0,5 a 5,0 por cento e wescodyne. Com base na liberação de Cr15 de um meio de cultura com células HeLa, os autores recomendam o uso de hipoclorito de sódio a 0,5 por cento.

Possivelmente, com base no trabalho de STEWART et al. (1969) , PAIVA & ANTONIAZZI (1973) , preconizam o uso de um composto cremoso a base de 10,0 por cento de peróxido de uréia, 15,0 por cento de TWEEN 80 e carbowax, talvez com peso molecular superior àquele composto utilizado por STEWART et al. (1969). Esse composto é identificado como ENDO-PTC e para o seu uso segue-se a seguinte técnica: primeiro, o ENDO-PTC é colocado na câmara pulpar e com instrumento é levado para o interior do canal radicular. Em seguida, o ENDO-PTC é neutralizado com o liquido de DAKIN. A adição do líquido de DAKIN se faz de maneira sucessiva até a perda da efervescência, para, finalmente, o canal radicular ser irrigado com Tergentol-Furacin.

ROBAZZA (1973), avaliou, in vitro, a permeabilidade da dentina após a utilização das soluções preconizadas por GROSSMAN (1943), VARELLA & PAIVA (1969) e PAIVA & ANTONIAZZI (1973). Para detectar a maior ou a menor permeabilidade dentinária, o corante azul de metileno a 0,5 por cento foi injetado no canal radicular e os resultados foram analisados de acordo com o método proposto por MARSHALL et al. (1960). Numa das suas conclusões, o autor afirma que a técnica preconizada por PAIVA & ANTONIAZZI (1973), proporcionou maior permeabilidade no terço apical dos canais radiculares.

Em relação à atividade antibacteriana de algumas soluções auxiliares de instrumentação, durante o preparo biomecânico dos canais radiculares, ANTONIAZZI (1973) selecionou as soluções de PAIVA & ANTONIAZZI (1973), STEWART et al. (1969) , GROSSMAN (1943) e VARELLA & PAIVA (1969) . Os resultados dos experimentos apontam que a associação Tergentol-Furacin foi a menos efetiva como antimicrobiana. A associação da soda clorada com agua oxigenada para ser efetiva como solução antimicrobiana necessita de uma atuação de 10 a 15 minutos no interior do canal radicular. O ENDO-PTC mais líquido de DAKIA7 e o RC-Prep mais soda clorada não só comportaram de maneira idêntica como também não foram prejudicadas pela presença de material orgânico.

Quanto a anatomia do canal radicular, em 1974, vários autores chamam a atenção para uma das principais falhas do tratamento endodôntico. Refere-se a um conhecimento mais aprofundado do complexo da anatomia radicular, identificada como o sistema de canais.

Nesse particular, VERTUCCI (1974), após estudos pormenorizados, in vitro, de dentes descalcificados — incisivos e caninos inferiores — encontrou nos incisivos laterais, centrais e nos caninos, respectivamente, valores percentuais da ordem de 2,0, 3,0 e 6,0 por cento que apresentavam dois canais principais. Assim, o autor esclarece que há uma real necessidade, antes do tratamento endodôntico, de se conhecer a anatomia do dente a ser operado, utilizando e analisando radiografias tomadas em vários ângulos.

Quanto aos molares inferiores e superiores, BURCH & HULEN (1974) , tiveram sua atenção voltada para as áreas das furcas e desse estudo, pode-se avaliar quanto e necessário o conhecimento profundo da anatomia do dente. Dos dentes examinados, 76,0 por cento apresentaram foraminas, e a analise quantitativa evidenciou que nos molares inferiores a media de foramina foi de 2,14 e a média apresentada pelos molares superiores foi de 2,51. Evidentemente, esses números correspondem ao numero de foraminas para cada dente examinado. Desses resultados, chega-se a uma interrogação: o que representa no tratamento endodôntico a presença de foraminas na furca ? Como resposta pode-se esclarecer: primeiro, naqueles casos de tratamentos periodontais, o tratamento endodôntico está indicado, desde que implica com lesões patológicas da polpa; segundo, uma vez havendo infiltração pelas foraminas de microrganismos nessa área (furca) , há necessidade de um tratamento radical quanto à limpeza e desinfecção, pela presença de microrganismos. Em seguida, os canais devem ser obturados.

POMERANZ & FISHELBERG (1974), incluíram na sua parte experimental uma análise de molares superiores, tanto in vitro como ín Vivo. A atenção dos pesquisadores estava voltada para a raiz mésio-vestibular. No ensaio, in vitro, os resultados apresentados mostram que 69, por cento dos dentes tinham dois canais nessas raízes, enquanto que in vivo foi detectada a presença, aproximadamente, da metade, ou seja, 31,0 por cento. Em virtude desses resultados, considerando que no ensaio in vitro e mais fácil de detectar a presença ou não de dois canais, os autores recomendam a máxima atenção durante o ato cirúrgico do tratamento endodôntico ou, em outras palavras, na falta de observação mais acurada pode passar desapercebida a presença de dois canais.

Já KENNETH & DOWSON (1974), tiveram sua atenção voltada pana o estudo da anatomia dos incisivos inferiores. O estudo evidenciou que 41,4 por cento dos dentes apresentavam dois canais separados até próximos do forame, e o restante da amostragem correspondia a 1,3 por cento com dois canais e dois forames e 57,3 por cento apresentavam somente um canal.

SCHILDER (1974) , admite que durante a instrumentação do canal, o profissional deve dar, no ato, uma forma cônica afunilada. Com isso, ele poderá alcançar facilidade durante a limpeza com o uso de soluções irrigantes e, inclusive, durante a obturação do canal, poderá conseguir uma adaptação melhor do material obturador em toda a área vazia. Entretanto, admite que a instrumentação na região apical não deve ser tão pronunciada quanto aquela alcançada na região mediana do canal. Evidentemente, o autor, para conseguir essa forma de conveniência, teve que utilizar não só limas e alargadores, como instrumentos rotatórios indicados de baixa rotação.

A biocompatibilidade das soluções irrigantes com o coto pulpar foi estudada por NERI et al. (1974). Os autores selecionaram as soluções de soro fisiológicos solução saturada de hidróxido de sódio - água oxigenada a 10 volumes, Tergentol, DAKIN, soda clorada, EDTAC, EDTAJ EDTA mais peróxido de uréia e EDTA recém preparado e incluíram a água destilada. Das conclusões obtidas, os autores, após exame histológico, admitem que todas as substâncias estudadas, quando seladas no interior dos canais radiculares por 48 horas produzem necrose do coto pulpar e processos inflamatórios nos tecidos periapicais, de intensidade e extensão variáveis. Dentre as substâncias testadas, as menos irritantes foram: soro fisiológico, água destilada, água de cal, EDTA e EDTAC. A adoção de curativo de demora à base de corticosteróide e antibióticos, inibe a irritação produzida pelas substâncias empregadas.

LOEL (1975) , apresenta uma técnica pana facilitar a limpeza do canal radicular com a associação do ácido cítrico com o hipoclorito de sódio. Na irrigação do canal, inicialmente, adiciona-se a solução aquosa de ácido cítrico a 50,0 por cento, com tempo de espera de ação de um a dois minutos. Em seguida, adiciona-se hipoclorito de sódio. Durante o período de atuação das duas soluções, há efervescência que de acordo com o autor, promove a remoção de débris e neutraliza o pH do ácido cítrico. O efeito desta técnica foi comprovado pelo exame com microscópio eletrônico de varredura.

ZURBRIGGEN et al. (1975) , estudaram a capacidade real da atuação da instrumentação X irrigação na limpeza do canal radicular. Na sua parte experimental, utilizaram a com posição formada pelo EDTA, peróxido de uréia mais carbowax, na condição de um creme. Este composto foi marcado com C14. Como solução irrigante, foi utilizado o hipoclorito de sódio a 2,5 por cento. Foram selecionados 40 dentes recém-extraídos e unirradiculares. Essa amostragem de dentes foi dividida em 4 grupos. Cada grupo era formado por 10 dentes. Uma das variáveis, possivelmente em função da variação de diâmetro dos canais radiculares, permitiu a utilização final da instrumentação em limas de número 35 ou numero 50. Dentro das limitações próprias do experimento, os autores adotaram a instrumentação preconizada por STEWART et al. (1969) . Para os agentes medicamentosos também foi obedecida a indicação desses mesmos autores. Após a instrumentação de todos os grupos, os dentes foram armazenados pelo período de cinco dias em um meio que simula a condição da boca, isto é, umidade relativa a 100 por cento e temperatura de 37 graus centígrados. Após cinco dias, dois grupos de dentes foram removidos e irrigados com hipoclorito de sódio a 2,5 por cento, e dois grupos foram novamente instrumentados com limas 35 ou 50 e irrigados com hipoclorito de sódio a 2,5 por cento. A presença de concentração de C24 foi avaliada após a incineração das amostras. Os resultados mostraram que, em todos os casos, a média de retenção do C14 foi de 3,8 por cento em relação a quantidade inicial utilizada. Segundo os autores, a importância dia clínica do estudo refere-se à possível não remoção de to do creme utilizado (RC-Prep) na instrumentação do canal radicular.

A permeabilidade dentinária na área da bifurcação de dentes primários, foi estudada por MACCHETTI & CAMPOS (1975) . Foram utilizados o formol a 10,0 por cento, o tri cresol, o formocresol, uma pasta de óxido de zinco e eugenol e uma pasta de óxido de zínco e eugenol. mais formocresol. Na preparação dos dentes para a atuação endodôntica, somente foram utilizados extirpa-nervos. Nesse trabalho, foram utiliza dos 160 dentes recém-extraídos. Além dos grupos formados em função dos medicamentos indicados, um outro grupo compunha a amostragem controle, que naturalmente não recebeu o tratamento por nenhum dos medicamentos. Após as observâncias das fases próprias de uma metodologia adequada pana o armazenamento dos dentes preparados, foram divididos em grupos a fim de detectar, em função do tempo, se havia ou não aumento na permeabilidade dentinária. Pana isso, cada dente, com exceção do grupo controle, recebeu o tratamento no assoalho da câmara pulpar, seja pelo umedecimento pelos líquidos, ou pela pressão da pasta de óxido de zinco e eugenol e associação dessa pasta com formocresol. Decorrido cada tempo arbitrado, os dentes foram impermeabilizados externamente com parafina fundida e, após endurecimento, foram introduzidos numa solução radioativa de I131. Das conclusões relatadas pelos autores, salientam-se: o formol a 10,0 por cento, o tricresol e o formocresol aumentam sensivelmente a permeabilidade dentinária na área da bifurcação das raízes, mas a pasta de óxido de zinco e eugenol oferece resultados diferentes, isto é, diminui sensivelmente a permeabilidade dentinária e a pasta composta de óxido de zinco e eugenol mais formocresol apresentou resultados variados, ou seja, nas primeiras horas aumenta a permeabilidade e a seguir, em função do tempo, provo ca a diminuição na permeabilidade da dentina.

Dentes instrumentados e irrigados com várias soluções foram examinados pela microscopia eletrônica de varredura por McCOMB & SMITH (1975); BAKER et al. (1975); TUCKER et al. (1976) e MOODNIK et al. (1976) . Os resultados de McCOMB & SMITH (1975) mostraram que o hipoclorito de sódio a 6,0 por cento alternado com ógua oxigenada a ~3,0 por cento não estabelece uma efetividade como aquela produzida pelo uso do hipoclorito de sódio a 6,0 por cento. BAKER et al. (1975), concluíram que a maior limpeza do canal radicular é diretamente proporcional ao volume das soluções usadas. TUCKER et al. (1976) , apresentaram resultados esclarecendo que a limpeza das paredes dos canais e irregular, isto é, uma parede mostrava-se mais limpa do que a outra e, possivelmente, os resultados conferem com aqueles apresentados por MOODNIK et al. (1976) , isto é, os instrumentos não tocam as paredes dos canais.

GOLDMAN et al. (1976) , estabeleceram na sua metodologia a comparação da eficiência na limpeza do canal radicular, utilizando dois tipos de agulhas. Uma delas, preconizada pelos autores, apresentava lateralmente perfurações e a outra era do tipo convencional. Quanto à efetividade da limpeza, aquela preconizada pelos autores ofereceu melhor resultado, desde que o líquido irrigante é dirigido diretamente contra as paredes do canal e não em direção ao ápice. A pressão hidráulica e menor quando utiliza agulha perfurada lateralmente e, em conseqüência, não promove possíveis injurias nos tecidos periapicais, pelas soluções irrigantes utilizadas, principalmente em canais atresiados. Esse estudo foi comprovado, in vitro, com o uso de uma solução aquosa de azul de toluidina a 0,1 por cento a fim de comprovar a infiltração no tecido dentinário. E, no estudo in vivo, verificaram que, praticamente, o uso de agulha perfurada lateralmente não incidia dores pós-operatórias e lesões no periodonto.

Os resultados de FRASER & LAWS (1976) , são contraditórios quando comparados com alguns dos trabalhos aqui apresentados. Os autores admitem que, os quelantes diminuem a infiltração de um corante (fluccina a 1,0 por cento)

WALTON (1976), tem a mesma opinião em relação aos esclarecimentos de MOODNIK et al. (1976) . Esses autores admitem que tanto através do exame pela microscopia eletrônica de varredura como pelo exame histológico, a instrumentação do canal não é efetiva em toda a extensão das suas paredes. E ainda admitem que esta condição negativa resiste a varias técnicas de instrumentação. Nessas condições, a remoção de quaisquer dos tecidos desorganizados torna-se praticamente incompleta, mesmo utilizando—se uma solução de hipoclorito de sódio como agente auxiliar. Resultados semelhantes foram ratificados, em 1977, por LITTMAN.

SALZGEBER & BRILLIANT (1977) , estudaram in vivo o nível de penetração de uma solução de Hypaque, após a instrumentação do canal radicular com adoção de técnica de rotina. Os níveis de penetração do hypaque, em profundidade, foram comparados em dentes com polpa vital e com polpa necrosa da e concluíram que nos casos de dentes com polpa necrosada a instrumentação promove mais infiltração do Hypaque e, inclusive em menor tempo.

Tudo indica que nesse curto período de tempo foram alcançados resultados contraditórios. Tanto assim que SVEC & HARRISON (1977), demonstram que o uso da técnica da instrumentação auxiliada com a irrigação de hipoclorito de sódio alternado com água oxigenada apresenta reais vantagens.

Mas, tudo parece levar a conclusão de que a técnica de instrumentação x solução irrigante deve ser mais considerada quando o estudo e comparativo, desde que em um determinado trabalho a adoção de uma determinada solução torna-se optativa, ou talvez seja uma preferência individual.

TREPAGNIER et al. (1977) , estudaram os efeitos de várias soluções de concentrações diversas na dissolução de tecidos orgânicos. Os resultados alcançados pelos autores indicaram que o hipoclorito de sódio a 5,0 por cento não só e mais efetivo como atua em menos tempo.

KAUFMAN et al. (1978), preconizaram o salvizol como uma nova solução irrigante para a limpeza dos canais na radiculares. Os autores apontam como vantagens sua capacidade bactericida, o pH neutro, solvente de cálcio e, inclusive, compatibilidade biológica aceitável.

HAND et al. (1978) e ROSENFELD (1978), em pesquisas muito parecidas com a de TREPAGNIER et al. (1977), também admitem que a ação de soluções à base de hipoclorito de sódio é diretamente proporcional à sua concentração na dissolução dos tecidos orgânicos.

WAYMAN et al. (1979), pelo exame com microscopia eletrônica de varredura, descreveram duas condições importantes na capacidade de soluções agirem sobre as paredes da dentina radicular, ou seja, a dissolução de tecidos orgânicos e a promoção da limpeza das paredes dos canais pela desobstrução das aberturas dos canalículos dentinários. Os autores se lecionaram nesse estudo soluções de ácido cítrico em várias concentrações, solução aquosa de ácido láctico a 50,0 por cento e solução de hipoclorito de sódio a 5,25 por cento. Entre as conclusões, salientam-se: a solução de hipoclorito de sódio apresenta melhor capacidade de dissolver tecidos orgânicos; a solução de ácido cítrico a 10,0 por cento apresenta maior capacidade de abrir a luz dos canaliculos dentinários e, em conseqüência, promove melhor limpeza das paredes dos canais radiculares. Ainda em relação aos canaliculos dentinários, WHITTAKER & KNEALE (1979), também pelo exame com micros copia eletrônica de varredura, interessaram-se pelo número de canaliculos dentinários em função da área examinada, ou seja, da coroa ao ápice dos dentes. As fotomicrografias revelaram que o numero de canaliculos dentinários e maior na região coronária, e a projeção ao longo dos canais radiculares evidenciou que dessa área, em direção ao ápice, o numero de canaliculos vai diminuindo, principalmente na área apical.

Quanto à avaliação da capacidade de dissolver tecidos orgãnicos pelas soluções de irrigantes, CUNNINGHAM & BALEKJIAN (1980) , estudaram o efeito da temperatura (21 C e 37 0C) das soluções de hipoclorito de sódio nas concentrações de 2,6 e 5,2 por cento e admitem que a solução de hipoclorito de sódio a 2,6 por cento à temperatura de 370C é tão efetiva quanto a solução em concentração de 5,2 por cento. CUNNINGHAM & JOSEPH (1980) concluíram que a sua característica de bactericida é muito eficiente, porem, o shelflífe da solução é curto quando as soluções são aquecidas.

WENNBERG (1980), avaliou a biocompatibilidade de cinco soluções: uma delas composta pelo iodo a 0,04 por cento a outra, amônia quaternária com concentração de 0,1 por cento (biosept) mais a cloramina T, solução de hipoclorito de sódio a 0,5 por cento (liquido de DAKIN) e o Bibitane, composto de clorhexidine. No ensaio, in vitro, foram empregadas as células HeLa, introduzidas em um meio de cultura de Eagle’s MEM na concentração de 1 X de células/mi. Os resultados foram avaliados em função da capacidade das células em absorver Thymidine (síntese de DNA) . No ensaio, in vivo, o animal selecionado foi o coelho. Nos músculos da coxa desse animal, foram implantados o teflon, em quatro regiões diferentes, pelo período de seis semanas. O obje tivodo implante era formar uma loja para posterior aplicação das soluções estudadas. Este contacto, entre os músculos e as soluções teve a duração de 15 minutos. Em seguida, a região foi congelada e o bloco formado pelos músculos na região da loja foi removido cirurgicamente. Os achados foram obtidos em função da atividade enzimática. Os dois experimentos, de acordo com o autor, apresentaram boa correlação quanto aos resultados. Assim, apresentaram semelhante citotoxidade as soluções de Hibitane 0,1 por cento, Biosept a 0,1 por cento, liquido de DAKIN e cloramina T. Maior efeito citotóxico foi colhido quando se utilizou o Jodapax.

GORDON et al. (1981) , ratificaram, em parte, os estudos de GROSSMAN & MEIMAN (1941) , SENIA et al. (1971) TREPAGNIER et al. (1977), HAND et al. (1978) e ROSENFELD et al. (1978), pela avaliação da capacidade de dissolução dos tecidos orgânicos pelas soluções de hipoclorito de sódio nas concentrações de 1,3 e 5,0 por cento. Quaisquer das concentrações têm a capacidade de dissolver 90,0 por cento das polpas necróticas após cinco minutos de contato. Entretanto, além de admitirem que a capacidade de dissolução depende do tempo de atuação, em função da característica de umedecimento pelo contato, recomendam a solução de hipoclorito de sódio na mais baixa concentração, porque tem menor efeito negativo na região periapical.

GOLDMAN et al. (1981), com o uso da agulha preconizada por GOLDMAN et al. (1976), examinaram por meio de microscópio eletrônico de varredura as raízes seccionadas longitudinalmente após a instrumentação com as soluções de hipoclorito de sódio a 5,25 por cento, TEGO a 1,0 por cento e REDTA. As fotomicrografias revelaram que a camada smeared é causada pela instrumentação e, inclusive, ela não é removida quando são utilizadas soluções de TEGO ou hipoclorito de sódio, porém é removida com o uso do REDTA. Ë provável que a camada smeared seja formada pela pasta que preenche os canalículos da dentina, desde que o REDTA não remove tecido mole. Porém, o exame das fotomicrografias mostrou que em nenhum caso houve completa limpeza do campo operado.

O produto da reação química entre as soluções de hipoclorito de sódio a 5,0 por cento e água oxigenada a 3,0 por cento, dá uma efervescência abundante que foi estudada por SVEC & HARRISON (1981) . Os resultados foram analisados estatisticamente. Os autores chegaram à conclusão de que a efervescência não oferece vantagens na remoção dos débris dos canais radiculares. Por outro lado, o uso de um detergente como o lauril sulfato de sódio na condição de uma solução irrigante, também não remove os débris, de acordo com LEHMAN et al. (1981)

ABOU-RASS & OGLESEY (1981), num estudo semelhante ao de CUNNINGHAM & BALEKJIAN (1980), elevaram a temperatura de soluções de hipoclorito de sódio a 5,25 e 2,6 por cento para 60 graus centígrados. Os resultados indicaram que a elevação da temperatura aumenta a capacidade das soluções em dissolver tecidos em quaisquer das suas condições, fixados e necrosados. Porém, os resultados foram diferentes daqueles achados por CUNNINGHAM & BALEKJIAN (1980), isto é, a solução de hipoclorito de sódio a 5,25 por cento foi mais efetiva do que a solução de hipoclorito de sódio a 2,6 por cento.

FRÓIS et al. (1981), propõem um método de avaliação da permeabilidade dentinária. Esse método analisa volumetricamente a penetração do azul de metileno a2,0 por cento na dentina do canal radicular. Nos seus estudos, foram realizados cortes transversais de milímetro a milímetro em toda sua extensão, a fim de se obter cones truncados que permitissem estabelecer a porcentagem de volume de dentina corada. Além de comparar o método com aquele proposto por MARSHALL et al. (1960), verificaram que o método utilizado condicionou a resultados mais confiáveis, desde que eram de ordem quantitativa.

A permeabilidade dentinária no animal, por exemplo, do cão, foi estudada por PASHLEY et al. (1981) . A região próxima do corpo pulpar foi impregnada com I131. O estudo de mostrou que o I131 foi detectado tanto no local da aplicação no caso do ensaio in vitro, como no plasma sanguíneo nos ensaios realizados in vivo. Uma das conclusões interessantes para as quais os autores chamam a atenção, relaciona-se com a possível administração de medicamentos, em concentrações baixas, em função de uma nova via de administração.

Ainda sobre estudo de permeabilidade dentinária, PASHLEY et al. (1981), observaram em estudos in vitro, com microscopia eletrônica de varredura, que a remoção da smear layer aumenta o movimento fluidico através da dentina. Utilizaram o ácido cítrico a 6, O por cento para a remoção da smear layer e concluíram que o uso dessa solução permite a remoção da camada de smear em poucos segundos. O ataque ácido por cinco segundos é suficiente para remover a camada de smear e expor os orifícios dos canalículos dentinários.

Estudando, in vitro, a ação do líquido de DAKIN associada com varias técnicas de instrumentação, RIBEIRO et al. (1982), concordam com MOODNIK et al. (1976), WALTON (1976) e outros, quanto à falta de efetividade de limpeza dos canais radiculares. As radiografias mostraram a presença do líquido radiopaco injetado antes dos atos operatórios.

Entretanto, CRABB (1982), ao empregar a técnica que preconiza o uso da unidade ultrasônica, operada a 25.000 cps, e soluções irrigantes como EDTA, Salvizol a 0,5 por cento e hipoclorito de sódio a 5,0 por cento e água deionizada para o grupo controle, admite, após os resultados mostrados pela microscopia eletrônica de varredura, que a solução de hipoclorito de sódio a 5, O por cento foi mais efetiva na remoção dos débris, dos canais in vitro, do que as outras, ou seja, Salvizol a 0,5 por cento e EDTA a 15,0 por cento.

MJOR (1982) cita um grande numero de fatores que podem afetar a penetração de substâncias ou fluidos através de um tecido. Por exemplo: tensão superficial, forças capilares, carga elétrica e tamanho molecular. A permeabilidade e considerada como sendo a expressão da soma de todos os processos que atuam na passagem de substâncias e fluidos através do tecido. A permeabilidade dentinária é também afetada marcadamente pelo grau de obliteração dos canaliculos, e estes são o principal caminho através deste tecido. A quebra na continuidade desses canalículos será efetiva na redução da permeabilidade dentinária. Os canalículos podem terminar totalmente obliterados, ou somente em uma pequena parte de seu trajeto.

YAMADA et al. (1983) , com auxílio da microscopia eletrônica de varredura, correlacionaram a instrumentação com os volumes das soluções irrigantes estudadas, como por exemplo: solução salina (controle); hipoclorito de sódio a 5,25 por cento; EDTA a 17,0 e 8,5 por cento e ácido cítrico a 25,0 por cento. Os resultados mostraram que quando a solução salina foi usada antes e depois da instrumentação, a presença de débris era grande, tanto na região coronária como na apical; quando foram empregados 20 ml de hipoclorito de sódio a 5,25 por cento na irrigação final, a superfície das paredes do canal apresentou-se limpa e lisa. Entretanto, a fotomicrografia obtida com grande ampliação, revelou a presença da camada smeared, típica de uma estrutura amorfa, preenchendo os canaliculos dentinários; o uso de 20 ml de EDTA a 17,0 por cento evidenciou a presença de débris na região apical; o uso de 20 ml de ácido cítrico a 25,0 por cento apresentou resultados variáveis, em função do numero de canais, tanto aqueles obtidos com a solução salina, como os obtidos com EDTA a 8,5 e 17,0 por cento. A associação de 10 ml de EDTA a 17,0 por cento com 10 ml de hipoclorito de sódio a 5,25 por cento revelou-se mais efetiva na remoção da camada smeared e, inclusive, apresentou grande capacidade na remoção de débris superficiais. Além disso, as fotomicrografias mostram na região apical uma real limpeza do canal principal, porem com pequena quantidade de débris nos canalículos dentinários; uma segunda combinação de 10 ml de EDTA a 8,5 por cento seguida por 10 ml de hipoclorito de sódio a 5,25 por cento também mostrou-se efetiva na remoção da camada de smeared. Porém, essa combinação não foi tão efetiva quanto a última citada. Quando combinou-se 10 ml de ácido cítrico seguido por 10 ml de hipoclorito de sódio a 5,25 por cento não foi uma combinação eficiente na remoção efetiva dos débris superficiais e da camada smeared e, inclusive, as fotomicrografias mostraram a presença de cristais. A análise desse trabalho evidencia que o estudo das soluções não e inédito quanto à capacidade de limpeza, porém apresenta riqueza de detalhes mostrados pelas fotomicrografias.

BRANCINI et al. (1983) , analisaram o poder de limpeza de algumas soluções irrigantes, também com o auxílio da microscopia de varredura. Eles utilizaram para essa investigação, 26 caninos humanos recém-extraídos. Os canais foram instrumentados e irrigados com as seguintes soluçoes: EDTA, ácido cítrico a 1,0 por cento, tergentol, dehyquart A e líquido de DAKIN. Após esses procedimentos, os dentes foram seccionados longitudinalmente e preparados para análise com microscópio de varredura. Os autores concluíram que a eficien— cia de limpeza das soluções irrigantes obedecem a seguinte ordem decrescente: EDTA, ácido cítrico, dehyquart A, tergentol e liquido de DAKIN. Não foi constatada diferença estatística do poder de limpeza das soluções irrigadoras nos terços cervical, médio e apical.

AZEVEDO & LEONARDO (1983), avaliaram bacteriologicamente a eficiência do preparo biomecânico de canais radiculares em dentes humanos anteriores, despolpados, infetados e sem reação periapical crônica evidenciada radiograficamente. A solução irrigadora utilizada durante o preparo biomecânico foi o líquido de DAKIN, após a comprovação do teor de cloro ativo liberável em 100 ml de solução. Assim, foi utilizada uma solução irrigadora que apresentou 0,37 por cento de cloro ativo liberado por 100 ml da solução. Utilizou-se como material selador provisório, o cimento de óxido de zinco e eugenol com acelerador de presa. Diante dos resultados, os autores concluíram: o preparo biomecânico dos canais radiculares de dentes despolpados e infetados sem reação periapical, com o líquido de DAKIN, acompanhado de aspiração, foi suficiente para se obter, em 85,0 por cento dos casos, dois testes bacteriológicos negativos seqüentes, após um máximo de dois preparos. Em 15,0 por cento dos casos, o preparo biomecânico associado a irrigação - aspiração com liquido de DA KIN foi insuficiente para oferecer dois testes bacteriológicamente negativos subseqüentes, sendo necessário o emprego de uma medicação tópica entre as sessões. O paramonoclorofenol canforado utilizado como medicação entre as sessões, mostrou-se de um valor considerável na manutenção do estado microbiano do canal, após o preparo biomecânico, como também criou melhor condição para a obturação dos canais radiculares sob o ponto de vista bacteriológico.

PASHLEY (1984), após a publicação de uma serie de trabalhos sobre a permeabilidade dentinária fez uma extensiva revisão do assunto e afirmou que, a maior via de acesso para a difusão de soluções através da dentina é pelos canalículos dentinários, e ressalta que a dentina atubular deve ser a mais impermeável. A penetração na dentina é proporcional ao produto dos números de canalículos pela sua área e esse

produto varia a medida que se aproxima da polpa. Desse modo é de se esperar que a permeabilidade dentinária é diretamente proporcional à proximidade da polpa. Esse autor cita, também, os fatores físicos importantes que interferem na permeabilidade dentinária, tais como: superfície de área de difusão (produto do número de canalículos pela área de sua luz) espessura da dentina, temperatura da dentina, estrutura da dentina próxima da polpa e espécie do agente que se difunde através da dentina. Os canalículos dentinários no seu estado normal é um túnel longo e fechado em sua parte periférica pelo esmalte ou cemento. Eles são cheios de um fluido de composição similar aos fluidos extracelulares, sua concentraçao é baixa emK+ e alto em Na+ e saturado com Ca++ e PO4.

As pesquisas citadas neste capitulo foram desenvolvidas, obedecendo vários objetivos, entre eles uma grande soma de interesses voltados para a limpeza dos canais radiculares durante o tratamento endodôntico, os efeitos das soluções como agentes antimicrobianos, a biocompatibilidade das soluções e suas capacidades de aumentar a permeabilidade dentinánia. Por outro lado, em função das pesquisas, chega-se a conclusão de que os agentes químicos e a instrumentação devem estar sempre correlacionados.



 
 

PROPOSIÇÃO
 
 

De acordo com a bibliografia consultada, a não adoção de um método histoquímico altamente sensìvel e a não utilização de uma técnica quantitativa de precisão, qual seja a morfometria, nos levaram a apresentar neste trabalho uma metodologia de certa forma original, com a observãncia dos seguintes itens:

1. Seleção das soluções irrigantes com composições diferentes;

2. Instrumentação dos canais, de acordo com a técnica de SCHILDER (1974)

3. Ensaio histoquímico para detectar, pela coloração dada, os níveis de permeabilidade dentinária, como resultados do efeito da -instrumentação X -írrígantes; e

4. Avaliação quantitativado complexo químico formado com o auxilio de microscópio de transmissão dotado de uma grade de integração de 400 pontos.
 



 
 
 

MATERIAL E MÉTODO
 
 

Na Tabela 1, estão identificadas as soluções auxiliares utilizadas na instrumentação dos canais e, inclusive, estão listados os autores que as preconizaram, bem como as datas anuais das suas divulgações.

Além das soluções e cremes já identificados, foram utilizadas a água destilada (pH 6,3) e uma solução padrão para pH 7,0, marca Horiba, de procedência japonesa.

Foram utilizados nos experimentos 55 dentes humanos, recém-extraídos, todos eles caninos unirradiculares.

Imediatamente ap5s as extrações, que foram determinadas por indicações protéticas, os dentes foram lavados com soro fisiológico e armazenados em recipientes de vidro, com soro fisiológico, num ambiente à temperatura de 4 graus centígrados. Os frascos, em numero de onze, continham os 55 dentes distribuídos de tal forma que cada um continha 5 dentes.

TABELA 1 - SOLUÇOES AUXILIARES UTILIZADAS DURANTE A INSTRUMENTAÇÃO DOS CANAIS.
 

SOLUÇOES UTILIZADAS AUTORES
Liquido de DAKIN (Hipoclorito de Sódio a 0,5 por cento). Produtos Guarujá. Ri beirão Preto DAKIN, 1915
Soda Clorada (Hipoclorito de Sódio a 5,0 por cento). Preparo magistral. Veado D’Ouro. São Paulo WALKER, 1936
Soda Clorada alternada com Água Oxigenada*. Drogasil S.A. GROSSMAN, 1943
RC~Prep* + Soda Clorada - *Medical Pro ducts Laboratoring, Philadelphia, USA STEWART et al, 1969
EDTA Labotaratório ODAHCAN NYAGAARD OSTBY, 1957
Tergentol* - Furacin** - *Laboratorio Searle do Brasil S.A. - **Laboratório Eaton.  VARELLA & PAIVA, 1969
END0~PTC* + Liquido de DAKIN. *Preparo magistral -Veado D’Ouro. São Paulo. PAIVA & ANTONIAZZI, 1973
Acido Cítrico a 10,0 por cento. Preparação magistral WAYMAN et al., 1979
Solução de Hipoclorito de Sódio a 1,0 por cento (Milton) - Merrell Moura Brasil Ltda.

 

 

Como disciplina de trabalho, os frascos foram sorteados aleatoriamente, correlacionando-se com uma das so luções e com um dos líquidos controles.

Também como disciplina de trabalho, ao longo de cada dia, cinco dentes foram instrumentados com uma das solu ç3es, ou soluçées mais cremes, listados na tabela 1, ou com o líquido controle.

Preparação pré-operatória dos dentes

Cada grupo de dentes foi removido do frasco, lavado com água destilada e seco com um jato de ar. A figura 1 mostra um dispositivo para aquecimento e na sua parte superior há um frasco de vidro que contêm parafina liquefeita. A figura 1 mostra, à esquerda, um becker contendo água destila da e, na frente dos dispositivos, uma pinça clínica.

Os dentes, após terem sido secos, foram envolvidos com gaze. Com a pinça, os dentes foram introduzidos na parafina liquefeita a 55 graus centígrados, onde permaneceram pelo tempo pré-determinado de cinco segundos. Após esse tempo, também com o auxílio da pinça, foram removidos e introduzidos no becker com água destilada à temperatura ambiente (250C) . Pelo desequilíbrio térmico, provocado pela diferença das temperaturas, formou-se nas superfícies dos dentes uma cobertura de parafina sólida.

Para facilitar a operação da instrumentação X irrigação, as coroas dos dentes foram seccionadas na junção amelo-cementária. As polpas radiculares foram removidas com extirpa-nervos.

Técnica de instrumentação x irrigaçao

Na tabela 1, as substâncias utilizadas formam dois grupos: o primeiro é formado por líquidos, ou seja, liquido de DAKIN, soda clorada, soda clorada associada com água oxigenada, solução de EDTA, Tergentol associado a Furacin, solução de ácido cítrico e hipoclorito de sódio a 1,0 por cento (Milton) . O segundo, formado por cremes associados com soluções, quais sejam, o RC-Prep associado com soda clorada e ENDO-PTC associado com o liquido de DAKIN.

Para esta fase do experimento optou-se pela técnica de SCHILDER (1974) e, para não tornar repetitivo ensaio da mesma natureza, as 55 raízes dos dentes receberam o mesmo tratamento, com exceção das soluções irrigantes. Assim, foi obedecido o que segue:

Inicialmente foi determinada a endodontometria para cada raiz, em função do uso de uma lima de diâmetro bem menor daquele do canal radicular. Em seguida, com o auxilio de soluções ou líquido controle, foi estabelecida a instrumentação final da região apical, que para todos os casos cor respondia à lima número 30. Cumpre salientar que durante a escultura do canal radicular, de acordo com SCHILDER (1974), foi adotado, para o nosso caso, um tempo útil de instrumentação de 15 minutos, quando se fez, nesse período, uma substituição pela aspiração da solução utilizada por outro volume da mesma solução até completar três mililitros. Ensaios preliminares determinaram que, para utilizar a soma das limas (tipo Kerr, marca MAILLEFER) que formam o Kite de instrumentos, com 9 limas no tempo de 15 minutos, o tempo gasto para cada fração da solução utilizada era de 1,30 minutos, aproximadamente.

Porém, para as substâncias preconizadas por STEWART et al.(1969) e PAIVA & ANTONIAZZI (1973), inicialmente, o creme era levado com uma lima ao canal radicular e, em seguida, era injetada a soda clorada, ou líquido de DAKIN respectivamente, com as substituições dessas substâncias em função da perda de efervescência. No caso especifico das soluções preconizadas por GROSSMAN (1943) — soda clorada e água oxigenada — o volume de cada solução utilizada foi de 1,5 mililitros.

Após a escultura final do canal radicular, ele foi irrigado com três mililitros de soro fisiológico, em intervalos provocados por aspirações sucessivas.

Assim, foram formados 11 grupos de dentes que receberam o mesmo tratamento de instrumentação baseado na técnica de SCHILDER (1974) e irrigados com as substâncias lista das na tabela 1 e com os líquidos controles. Porém, após o término da escultura de cada grupo, as raízes eram secas com um suave jato de ar e os canais radiculares secos com papel absorvente para receberem os reagentes químicos para o ensaio histoquímico.

Reação histoquímica para detectar os níveis da permeabilidade dentinária das raízes

O cátion, indicador da profundidade do nível da permeabilidade, foi dado pelo cobre de urna solução aquosa de sulfato de cobre a 1, O por cento, e o revelador da presença do cobre foi dado pela complexação do ácido rubeânico de uma solução alcoólíca a 1,0 por cento, reagentes preconizados por FEIGL (1958) . Os reagentes empregados na metodologia, assim como a procedência, estão listados na tabela 2.

A técnica de FEIGL (1958), que preconiza esses reagentes para o Spot-Test, foi modificada por ROSELINO (1983), em função da natureza própria do experimento.

TABELA 2 - REAGENTES EMPREGADOS

REAGENTE PROCEDENCIA FÓRMULA QUÌMICA
Acido Rubeânico MERCK alemã C2H4N2S2
Sulfato de cobre MERCK alemã Cu SO4 5H2O
Hidróxido de amônio MERCK brasileira NH3OH

Observando a alteração, a técnica empregada obedeceu ao que se segue:

- preparação de uma solução de sulfato de cobre:

um grama de sulfato de cobre foi dissolvido em 100 mililitros de água destilada. Nesta solução foram adicionados 25 mililitros de hidróxido de amônio a 25,0 por cento.

- preparação de uma solução alcoólica de ácido rubeânico composta por um grama de ácido rubeânico em 100 mililitros de álcool etílico.

Inicialmente, as cinco raízes, ainda protegidas com parafina e que formavam determinado grupo, foram imergidas na solução de sulfato de cobre, tendo o recipiente uma tampa perfurada por onde procedeu-se à aplicação do vácuo, a fim de remover o ar do interior do canal radicular. Essa ação teve aplicação efetiva de um minuto. O tempo que as raízes permaneceram na solução foi de dez minutos. Em seguida as raízes foram removidas do continente e suas superfícies secas com toalha de papel absorvente. Do mesmo modo, a solução foi removida do canal radicular por cones de papel absorventes. Imediatamente após, em outro frasco semelhante ao primeiro utilizado, foi adicionada a solução de ácido rubeânico. Tanto o tempo de aplicação do vácuo como o tempo de armazenamento das raízes foram iguais aos aplicados com a solução de sulfato de cobre.

A reação do sulfato de cobre com a solução de ácido rubeânico provoca uma forte coloração na estrutura da dentina do canal radicular que vai de um azul intenso até a coloração preta (ROSELINO, 1983) . Ë de interesse informar que a solução de ácido rubeânico para o uso foi recém-preparada. A solução que estava estocada em grande volume era a de sulfato de cobre. A bomba de alto vácuo utilizada neste trabalho foi da marca PFFIFER, de procedência alemã e deu, durante o uso, uma pressão negativa de 27 quilogramas por centímetros quadradros.

Obtenção de cortes das regiões apical, média e cervical

A Figura 2 mostra o equipamento utilizado na secção da raiz. Os cortes foram obtidos, praticamente, como na técnica de cortes senados, isto é, das regiões apical, média e cervical de 180 a 180 micrometros, e foram conseguidos, de cada região, oito cortes. Este último valor (8 cortes) foi o máximo que se conseguiu em função da espessura do disco diamantado, mostrado na Figura 2 e, a determinação da espessura foi dada pelo avanço do relógio micrométrico conecta do no equipamento. A descrição mais detalhada do equipamento

Durante a secção da raiz, tanto ela como o disco diamantado receberam um jato de água, a fim de impedir a quei ma da dentina. Para proceder esta operação, a raiz foi incluída com resina acrílica de rápida polimerização. Após iniciada a polimerização o conjunto foi aquecido com lâmpada infra-vermelha, parte do equipamento mostrado na Figura 3. Esse equipamento dotado de um voltímetro que permite controlar a temperatura da lâmpada e, inclusive, tem um timer que estabelece o tempo de operação, no caso, de cinco minutos. A vantagem do uso deste equipamento é o de abreviar o tempo de polimenização da resina acrílica. A raiz incluída em resina acrílica foi presa, firmemente, às garras da base conectada com a haste do relógio micrométrico (Figura 2).

Preparação dos contes para inclusão em bálsamo do Canadá

Optou-se pela seleção de dois cortes para cada região que foram alinhados horizontalmente de tal forma que a seleção foi dada tomando-se como referência o aproveitamento do primeiro corte e o quarto corte da região apical e, essa disciplina de seleção também foi aplicada para as regiões média e cervical, o que correspondeu, em última análise, a uma seleção programada, impedindo desta forma, em função dos diâmetros, confundir, por exemplo os cortes da região apical da raiz com os cortes médios e estes com os cervicais.

A Figura 4 mostra a lixadeira de Struers utilizada na planificação das superfícies inferior e superior dos cortes. Como no caso da obtenção inicial dos cortes, processou-se o alisamento da superfície com refrigeração a água.

Os cortes após lixados apresentaram uma espessura aproximada de 100 micrometros. Logo em seguida, os cortes foram introduzidos no dispositivo mostrado na Figura 5.

Este dispositivo permitiu, em função de uma irrigação constante de água, lavar os cortes, a fim de remover o pó de dentina e o pó de abrasivo da lixa. Essa operação durou aproximadamente cinco horas.

Em seguida, os cortes foram desidratados em álcool absoluto (três banhos) , clarificados em xilol (três banhos) e montados em lâminas de vidro com bálsamo do Canadá. Após o endurecimento do bálsamo do Canadá (72 horas) , os cortes foram examinados microscopicamente, a fim de observar, com ampliações variáveis, se apresentavam as transparências das áreas coradas e não-coradas. Cada lâmina recebeu a identificação de acordo com a solução utilizada. E, para posterior avaliação quantitativa dos níveis de permeabilidade dentinánia foram colecionadas, ao abrigo do ambiente, em caixas providas de tampas.

Análise morfométnica

Uma das oculares do fotomicroscópio de marca PHO TOMAX, fabricado pela Qlympus Optical Co. Ltd., de procedência japonesa, foi substituído por urna outra de 6X dotada de uma grade de integração com 400 pontos.

Para o exame, foi selecionada uma objetiva de ampliação de 2X. Em função da ocular, a ampliação final foi de 12X, o que permitiu um exame panorâmico de toda a área dos cortes. Para facilitar a contagem dos pontos dentro das áreas coradas e não-coradas e, inclusive, daquelas que caiam dentro do vazio correspondente ao canal radicular, foi montado um conjunto formado por três contadores digitais, de marca LINE, de procedência japonesa.

A análise morfométrica pode ser conceituada da seguinte forma: uma vez focalizado com nitidez o corte de uma das regiões da raiz, as distâncias entre pontos são avaliadas pela soma de pontos que caem dentro da área examinada. A grade utilizada tinha como valor, entre pontos, o espaço linear de 500 micrometros, ou seja 0,500 milímetros. Assim, a área da superfície pode ser considerada como o número de pontos (p) multiplicado pela distância entre os pontos ao quadrado (a2), ou área p.a2. Além disso, devem ser considerados os pontos que caem nos limites das superfícies. A contagem foi padronizada da seguinte forma, os pontos que caíram no limite esquerdo (superior, inferior e lateral) foram contados, e os que caíram na mesma ordem no limite direito não foram contados.

Exemplo: 100 pontos contados
 

área p.a
área = 100 . 0,52
área=100 . 0,25
área = 25 mm2

Admite-se que, o erro e menor se para cada avaliação forem obtidos três valores, em função do movimento circular da ocular com a grade de integração. Esse movimento circular deve ser sempre no mesmo sentido, em relação à visao, e foi no sentido perpendicular, transversal e horizontal. Se admitirmos que foram selecionados dois cortes para cada região radicular, para cada corte foram detectados três valores correspondentes a cada uma das áreas, ou seja, do canal radicular, da mancha e da dentina sem a penetração do rubeanato de cobre. Em outras palavras, para cada corte, foram tabelados nove valores e desses valores três para cada área: o vazio dado pelo orifício do canal radicular, a mancha azul ou preta dada pela reação química e a branca correspondente à dentina livre da presença do complexo formado pelo rubeanato de cobre.

Porém, o interesse maior em função da adoção do método morfométrico foi o de estabelecer os níveis de permeabilidade da dentina, indicados pela reação histoquímica. Para conhecer essa característica foi aplicada a fórmula:
 

A = p . R2
a = p . r2

 

onde:

A = área maior incluindo área do canal e da mancha

R raio até o limite de infiltração da mancha

a =área do canal

r = raio do canal

Assim, para calcular a profundidade de infiltração do complexo rubeanato de cobre, os valores mostrados na Tabela 3 foram obtidos, aplicando a fórmula:

Clickaqui para ver a fórmula

Em ultima análise, o método oferece o valor numérico da permeabilidade da dentina registrada no corte analisado (Tabela 3).

Documentação fotomicrográfica

Além da análise morfométrica, foram obtidas fotomicrografias com ampliação de l2X, 20X, 100X, 200X e 400X.

Cumpre salientar que a obtenção das fotos é indicada no prazo máximo de dez dias, desde que em função do tempo a coloração azul ou preta do complexo formado pela reação química do indicador e o revelador, no caso o sulfato de cobre e o ácido rubeânico, altera-se para a coloração vermelha ou violeta.



 
 

RESULTADOS

A Tabela 3 apresenta as médias dos resultados das penetrações das regiões cervical, media e apical e esses resultados são dados em milímetros. Os valores representam os cálculos de penetração do complexo de rubeanato de cobre na dentina. Esses valores foram submetidos a tratamento estatístico pela análise de variância.

Na analise realizada, foram considerados os seguintes fatores:

1. tratamento das superfícies para comparar o nível de permeabilidade, em número de onze, correspondente às onze soluções utilizadas;

2. os níveis de penetração, em função das três regiões estudadas, em número de três, a saber: cervical, média e apical.

O experimento fatorial, originalmente, era composto por uma amostra populacional de todas as variáveis envolvidas (cinco dentes, onze soluções, três regiões e dezoito leituras) , dando o produto 5 x 11 x 3 x 18 2970 valores do número de leituras.

TABELA 4 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA.

Os 165 valores foram submetidos à análise de variância e, como mostra a Tabela 4, há significância estatística entre soluções e níveis de penetração dentinária. Porem, a análise de variância não mostrou significância estatística para a interaçâo soluções x níveis.

Havendo significância, foi aplicado o teste de TUKEY para as soluções e para os níveis, respectivamente (Tabelas 5 e 6).

A Tabela 5 indica que há diferença entre soluções, ou seja, as soluções se comportaram de modo diferente, quanto à ação efetiva para aumentar a permeabilidade da dentina. Porém, se elas são diferentes, em alguns casos formam blocos estatisticamente iguais. Assim, para diferenciar os grupos de soluções que formam blocos iguais, foi aplicado o teste de SCHEFFË que indicou, a despeito de continuar a formação de blocos diferentes relacionados com as soluções, que há uma formação de grupos de soluções que determinaram a maior ou menor permeabilidade dentinária.

TABELA 5 - TESTE DE TUKEY: ENTRE SOLUÇÕES

TABELA 6 - TESTE DE TUKEY: ENTRE NÍVEIS

TABELA 7 - TESTE DE SCHEFFÉ: ENTRE SOLUÇÕES

A hierarquia da ordem desses grupos, de acordo com o teste de SCHEFFE (Tabela 7), é a seguinte: primeiro grupo, formado pelas soluções soda clorada, DARIN, EDTA, soda clorada alternada com água oxigenada e hipoclorito de sódio a 1,0 por cento (Milton); segundo grupo, formado pelas soluções de ácido cítríco a 10,0 por cento e RC-Prep mais soda clorada e, terceiro grupo, formado pelas soluções de Tergentol - Furacin, ENDO-PTC neutralizado com DAKIN, solução contrôle para pH 7,0 e água destilada pH 6,3.

Porém, pela média do grupo dois, as soluções de ácido cítrico a 10,0 por cento e RC-Prep mais soda clorada formam um grupo intermediário que pode ser agregado ao primeiro ou ao terceiro.

O teste de TUKEY (Tabela 6), para indicar quais das regiões estudadas apresentaram maior ou menor permeabilidade dentinária, informa que a hierarquia dos níveis das penetrações está na ordem direta em relação à cervical, media e apical. Em outras palavras, a maior penetração do indicador (cobre) foi na região cervical e a menor foi na região apical. A região media ficou numa situação intermediária.

Entretanto, a análise de variância (Tabela 4) informa que não houve significância estatística na interação soluções e regiões estudadas ao longo do perfil das raízes. Em outras palavras, as soluções tiveram o mesmo efeito nas paredes dos canais radiculares. Isso quer dizer que apesar das soluções, quando estudadas isoladamente e quando as regiões também foram estudadas isoladamente apresentaram significância estatística porem, quando foi estudada a interação soluções e regiões, as soluções para as três regiões diferentes foram estatisticamente semelhantes quanto aos seus efeitos. Finalmente, para melhor compreensão, as nove soluções

(Tabela 1) e mais as duas soluções controle ofereceram para cada uma das regiões o mesmo comportamento, isto á, elas se comportaram mais acentuadamente na região cervical, menos acentuadamente na região apical e com intensidade intermediária na região média, para todos os casos estudados.
 
 

RESULTADOS FOTOMICROGRÁFICOS
 
 

O tratamento estatístico dos resultados obtidas pela morfometria já estabeleceu quantitativamente a capacidade que tem as soluções estudadas de promoverem a permeabilidade dentinária, separando as regiões em três níveis: região cervical, aquela que apresentou maior permeabilidade; região apical, onde foi detectada menor permeabilidade e regido media que apresentou o nível que pode ser considerado intermediário.

Entretanto, o exame microscópico das secções dentinárias também evidenciou que há, em função das regiões examinadas, a mesma condição estabelecida pelo tratamento estatístico. Assim, foram obtidas 14 fotomicrografias das secções dentinárias, por sorteio aleatório de uma soma de 330 lâminas.

Para pequeno aumento (l2X), foi utilizado o estereomicroscopio, marca NIKON de procedência japonesa, tendo sido acoplada na ocular (6X) uma câmara fotográica (35 mm)

Para se ter uma imagem panorâmica, o cursor de ampliação foi fixado em 2X. O sistema de acoplamento se fazia através de um intermediário, tendo nas suas extremidades duas roscas. A rosca macho fixava a câmara fotográfica sem a objetiva, e a rosca fêmea era adaptada na ocular do estereomicroscópio

Para aumentos maiores, por exemplo, 20X, lOOX, 200X e 400X foi utilizado o fotomicroscópio (PHOTOMAX).

As figuras de 6 a 8 mostram as superfícies dos cortes, ampliados 12X, e representam os resultados obtidos com soda clorada, com o controle pH 7,0 e o líquido de DAKIN. Essas fotos, que são da regido cervical, mostram a área cora da provocada pela reação histoquímica. O exame dessas fotomicrografias mostra que o método utilizado para avaliar a permeabilidade dentinária é, a1ém de sensível, também capaz de oferecer uma analise semi-quantitativa, como admite FEIGL (1958) . Isso porque as imagens das figuras 6 e 8 apresentam a infiltração do indicador mais acentuada do que a imagem da figura 7, o que ratifica os achados pelo tratamento estatístico.

As imagens das secções da região media com o mesmo aumento, isto é, l2X, são mostradas nas figuras de 9 a 11 e correspondem, respectivamente, aos cortes obtidas das raízes que receberam os tratamentos pelo líquido de DAKIN, pela associação do ENDO-PTC com o líquido de DAKIN e pela soda clorada. Também essas fatos mostram a nitidez da imagem dada pelo complexo de rubeanato de cobre (coloração azul) . Tudo parece indicar que os achados de SHOVELTON (1964), estão bem evidenciados nessas fatos, pois as figuras 10 e 11 mostram que os casos de raízes e canais apresentaram uma morfologia com achatamento das paredes mésio—distal, as imagens não são circulares pela distribuição "polar" da coloração, o que não acontece na imagem da figura 9, tendo em vista a morfologia quase que circular da raiz. A diferença das imagens da figura 9 está. relacionada com a estrutura de aspecto amorfo nas superfícies mesial e distal da dentina, diretamente relacionadas com as paredes do canal radicular.

Se o número de canalículos dentinários e menor na estrutura de aspecto amorfo da dentina, é de se admitir também que a permeabilidade à infiltração de corantes ou reagentes químicos, como e o nosso caso, e menor se comparada com outra situação, como por exemplo, nas áreas vestibulares e lingual, como evidencia muito bem a imagem da figura 12.

Tomando como referência a imagem da figura 11, o mesmo corte fotografado com aumento de 12X, também foi fotografado com aumento de 20X e 200X. Tanto a figura 12 como a figura 13, mostram a linha de separação da estrutura amorfa da dentina próxima à parede do canal, com a estrutura da dentina além da linha de separação, como indica a seta A. A figura 13 evidencia com nitidez a presença de canalículos na estrutura não-amorfa da dentina, isto porque na estrutura amorfa os canalículos só puderam ser evidenciados em função da penetração do complexo rubeanato de cobre, como indica a seta E.

A figura 14 corresponde ao corte da região média da raiz e que foi instrumentada com auxílio de irrigação com Tergentol-Furacin. Também essa imagem foi aumentada 12X. Ampliação de parte da imagem foi realizada com 200X, como mostra a figura 15. Nessa figura, como também na figura 16, a seta "A" mostra nitidamente a dentina que SHOVELTON (1964), identificou como dentina de aspecto amorfo; a seta "B" mostra, também com nitidez, os canalículos dentinários. Se forem comparadas as áreas "A" e "B", delimitadas pela seta "C", as duas estruturas são diferentes. No canto direito inferior da figura 15, a seta "D" mostra o que se poderia chamar de início da zona "polar" e inclusive, nessa área, os canalículos estão presentes e evidenciados pelo complexo de rubeanato de cobre. Porem, nem por isso a dentina amorfa deixa de apresentar canalículos como mostra a seta "E" da figura 16, característica que também bate com os resultados de SHOVELTON (1964) , quando diz: a dentina com aspecto amorfo apresenta um numero muito pequeno de canalículos e, no nosso caso, são bem evidenciados pela presença do complexo de rubeanato de cobre, como mostra a área assinalada pela seta "A" da figura 17, que corresponde ao dobro da ampliação da figura 16.

Finalmente, a figura 18 (20X) , secção da região apical de uma raiz cujo canal, nos experimentas, foi instrumentada com o auxílio da soda clorada, e a figura 19, que corresponde a uma fotomicrografia também da secção apical com aumento de lOOX, mostram que a metodologia utilizada e muito adequada para estudar a permeabilidade dentinária, após a instrumentação com o auxílio de soluções irrigantes, desde que as áreas permeáveis apresentem o complexo rubeanato de cobre no interior dos canalículos dentinários. As imagens com a coloração azul são bem definidas, comprovando a permeabilidade dentinária. Onde a dentina não apresentou permeabilidade, a imagem continua na condição normal de uma dentina não corada. Em outras palavras, em quaisquer das fatos mostradas neste trabalho, as imagens não apresentaram manchas que pode riam ocorrer como consequência da obtenção das secções, pelo lixamento de suas superfícies e pelos efeitos dos alcoóis e xilol utilizados na fase de clareamento. Essa condição positiva talvez se deva ao emprego da ação do vácuo que permite, no curto tempo empregado, as penetrações nos canalículos dentinários, dos reagentes químicos utilizados no ensaio histoquímico proposto por ROSELINO (1983).



 

DISCUSSÃO

Segundo SHOVELTON (1964), a permeabilidade da dentina do canal radicular é de interesse para os endodontistas, porque os canaliculos dentinários podem alojar microrganismos em conseqüência da infecção pulpar. A desinfecção desses canaliculos e uma das fases no tratamento endodôntico e, para isso, devem receber um agente desinfetante direta, ou indiretamente.

Com base no trabalho de BERBERT et al. (1980), podemos afirmar: desde o fim do século passado, os que se dedicam à Endodontia procuram encontrar uma solução irrigante ideal, ou seja, as soluções devem apresentar capacidade de dissolver tecidos; efeitos antimicrobianos; remover restos de dentina; aumentar a permeabilidade dentinária; excelente compatibilidade biológica. Portanto, essas soluções devem apresentar baixa viscosidade; tensão superficial quase nula; estimular a reparação tecidual; favorecer a ação dos materiais obturadores ou, pelo menos, não prejudicar; não alterar a coloração da dentina; não enfraquecer as estruturas dentinárias.

No estudo do aumento da permeabilidade dentinária, promovido pelas soluções auxiliares de instrumentação, inúmeros trabalhos foram realizados. Mas, somente MARSHALL et al. (1960) , propuseram um método para quantificar a permeabilidade dentinária do canal radicular. Este método, que recebeu o nome de Indice de Permeabilidade Dentinária (IPD), consiste em cortes no sentido longitudinal da raiz e sua divisão imaginária em três níveis, ou seja, cervical, médio e apical. O IPD ~ baseado, a rigor, na enumeração das divisões de 1 a 3, que ao longo da raiz, formam 9 áreas, três na região cervical, três na região media e três na região apical. A avaliação da permeabilidade, no caso semi-quantitativa, e calculada multiplicando-se a extensão longitudinal pela transversal da mancha. Esse método foi aplicado por vários autores, em diversos trabalhos, quer utilizando radio-isótopos ou corantes, como por exemplo MARSHALL et al. (1960), COSTA (1969) , COHEN et al. (1970) , ROBAZZA (1973) e BENGTSON et al. (1983)

FRÓIS et al. (1981) , propuseram cortes transversais da raiz para analisar a penetração de corantes e realizaram cortes de milímetro em milímetro em toda a extensão da raiz, de modo a se obter cones truncados que possibilitassem o calculo da porcentagem de volume de dentina corada. Esses autores compararam seus achados com os obtidos pelo método de MARSHALL et al. (1960), e obtiveram dados mais confiáveis.

No estudo ora proposto, foram utilizados cortes transversais das raízes e preparadas lãminas de 100 micrometros de espessura, aproximadamente. A ava1iação da penetração do complexo rubeanato de cobre foi calculada pelo exame da área dentinaria com microsc6pio de transmissão dotado com grade de integração, ou seja, foi feita uma an3lise mor— fom~trica.

De acordo com LISON (1960), quando um indicador e revelado no tecido, pode ser classificado como estudo hisoqulmlco. Assim, o método adotado pode ser considerado ensaio histoquímico, desde que o cobre que foi o indicador utilizado foi revelado pelo ácido rubeânico no interior dos canalículos dentinários, dando como resultado o complexo rubea nato de cobre com a coloração azul, conforme pode ser visto nas Figuras de 6 a 19. Os resultados das estruturas dadas pelas secções foram analisados através de microscópio.

A avaliaçao das estruturas pela morfometria, com microscópio de transmissão dotado com grade de integração, permitiu oferecer resultados absolutos, dados pelos valores em micrometros do raio do complexo infiltrado nos canaliculos dentinários, em função da maior ou menor permeabilidade da dentina. Tanto assim que o tratamento estatístico dos resultados estabeleceu três grupos, englobando as onze soluções utilizadas na operação endodôntica das raízes, formando uma hierarquia da efetividade das soluções empregadas, conforme está descrito no teste de Scheffé.

A documentação, pelas fotomicrografias, também apresentou bons resultados, desde que somente a área delimitada pela coloração azul indicou onde e como a dentina era permeável. Por outro lado, evidenciou com nitidez as diferenças de estruturas microscópicas da dentina. Essas diferenças decorrem da presença, ou não, dos canalículos dentinários.

As soluções auxiliares de instrumentação ou soluções irrigantes, de acordo com sua composição básica, podem apresentar efeitos variados no aumento da permeabilidade dentinária. Por exemplo, a soda clorada, de acordo com GROSSMAN & MEIMAN (1941) , SENTA et al. (1971) , HAND et al. (1978) , RO SENFELD et al. (1978), WAYMAN et al. (1979), CUNNINGHAM & BALEKJIAN (1980), AEOU-RASS & OGLESBY (1981) e GORDON et al. (1981) , a rigor, parece que somente tem efeito sobre tecido orgânico. Porém, a sua ação se faz mais efetiva nos casos de polpas necrosadas. Além disso, a sua ação já foi estudada por GROSSMAN & MEIMAN (1941), SENTA et al. (1971) e TRE PAGNIER et al. (1977), estabelecendo a sua efetividade, em função do tempo de ação, nos casos de polpas consideradas frescas, fixadas e necrosadas. A concentração de cloro ativo, nas diversas soluções indicadas, também deveriam ter sido estudadas, característica que ainda não foi quantificada pela analise titulométrica. Isso quer dizer que, a despeito de serem utilizadas soluções de hipoclorito de sódio em suas diversas concentrações, ou sejam, 0,5; 1,0; 2,5 e 5,0 por cento, com exceção do trabalho de HAND et al. (1978), não foram tituladas imediatamente antes do ensaio experimental, condição que admitimos negativa, mesmo em relação a este trabalho ora proposto. Entretanto, nem sempre a soda clorada á utilizada isoladamente, pois ela á ora associada com agua oxigena da (GROSSMAN, 1943), ora com RC-Prep (STEWART et al., 1969). Essas duas condições da utilização da soda clorada, como por exemplo, a indicada por WALKER (1936) , ou seja, sem associação e a indicada por GROSSMAN (1943) e STEWART et al. (1969), ou seja, associada com agua oxigenada e RC-Prep respectivamente, estabeleceram dois níveis de aumento da permeabilidade dentinária que só foram diferenciados quando tratados pelo teste de SCHEFFÊ. Em outras palavras, se a soda clorada isoladamente, ou associada, fosse analisada exclusivamente pelo teste TUKEY, estatisticamente a ação sobre a dentina se ria semelhante.

O efeito do aumento da permeabilidade dentinária do líquido de DAKIN, do EDTA, da solução de hipoclorito de sódio a 1,0 por cento (Milton) , da solução aquosa de ácido cítrico, o teste TUKEY indicou que elas não são estatisticamente diferentes quando comparadas com a soda clorada utilizada isoladamente, ou comparadas com a associação da soda clorada com água oxigenada e RC-Prep. Porém, quando foi aplicado o teste de SCHEFFE tanto o líquido de DAKIN quanto o EDTA, hipoclorito de sódio a 1,0 por cento (Milton), soda clorada alternada com água oxigenada, complementaram o primeiro grupo juntamente com a soda clorada; o RC-Prep mais soda clorada e o acido cítrico a 10,0 por cento formaram um grupo intermediário.

O exame da Tabela 7 (teste de SCHEFFÉ) mostra que o efeito do Tergentol-Furacin apresentou estatisticamente média bem inferior aquela apresentada pela soda clorada e líquido de DAKIN.

Finalmente, quanto às regiões das raízes, ou seja, a cervical, a média e a apical, o teste TUKEY (tabela 6), indicou que apresentaram médias diferentes. Em outras palavras, apresentaram resultados estatisticamente diferentes. Em função das médias, a ordem decrescente da permeabilidade indicou que a cervical á a mais permeável, a média á mais permeável em relação à apical e, a apical, por sua vez, e a menos permeável. Esses resultados concordam com aqueles estabelecidos por WHITTAKER & KNEALE (1979). O estudo de WHITTAKER & KNEALE (1979), comprovou pela microscopia eletrônica de varredura, que a região cervical apresenta uma soma de números de canalículos, por área, maior que a média e a apical; a região apical apresentou uma soma de numero de canalículos dentinários inferior à cervical e à media. Por sua vez, a região média apresentou uma soma de números de canalículos intermediários. Também os nossos resultados ratificam os de PASHLEY (1984), em função da grandeza da soma de números de canalículos que apresentam aberturas desobstruídas e diretamente relacionadas com as regiões cervical, média e apical.



 
 
 

CONCLUSÕES
 

De acordo com a metodologia e com a an5iise dos resultados obtidos, pode-se concluir que:

1. As onze soluções utilizadas na irrigação dos canais radiculares com a instrumentação, estatisticamente, formam três grupos:

1.1. Primeiro grupo, formado pelas soluções sodaclorada, DAKIN, EDTA, sodaclorada alternada com água oxigenada e hipoclorito de sódio a 1,0 por cento (Milton);

1.2. Segundo grupo, formado pelas soluções: ácido cítrico a 10 por cento e RC-Prep mais soda clorada;

1.3. Terceiro grupo, formado pelas soluções de: Tergentol - Furacin, ENDO—PTC neutralizado com DAKIN, solução controle para pH 7,0 e água destilada pH 6,3.

1.4. Pela média do grupo dois, as soluções de  ácido cítrico a 10,0 por cento e RC-Prep mais soda clorada formam um grupo intermediário que pode ser agregado ao primeiro, ou ao terceiro.

2. Em relação aos níveis (região da raiz) , a permeabilidade e maior ao nível cervical, seguida pelo nível médio e, por sua vez, o nível apical foi o que apresentou menor permeabilidade.

3. Quando foram relacionadas as soluções utiliza das com os níveis (região da raiz) , a análise estatística não mostrou significância para a interação estudada.

4. O método histoquímico, para detectar os graus de permeabilidade dentinária nas secções radiculares, mostrou que é adequado para analise microscopica, em função da resistência que oferece aos tratamentos posteriores, tais como, obtenção dos cortes sob refrigeração à água, planificação das superfícies com lixas de granulações diferentes e também refrigeradas com água e clarificação dos cortes com álcool e xilol.

5. O tempo utilizado na reação histoquímica parece ser mais adequado, se comparado com os tempos preconizados para a ação dos corantes.

5.1. Considerando que a dentina é permeável, em função da presença dos canalículos dentinários, quanto menor o tempo de ação dos indicadores dessa permeabilidade, mais próxima da realidade a metodologia se oferece.

5.2. Desde que na técnica histoquímica utilizada, o tempo de permanência das raízes na solução indicadora (sobução aquosa de sulfato de cobre a 1,0 por cento) foi de 10 minutos, a soma do tempo de ação do revelador (sobução abco6 bica de ácido rubeanato a 1,0 por cento) não deve ser contada, desde que a própria complexação dos íons de cobre, indicada pela coloração de azul a preto, impede a maior difu sao do indicador (cobre) e revelador (ácido rubeânico) , que não é impedida nos casos de corantes.

6. A análise morfométrica com grade de integração oferece, pelo menos, duas condições positivas, primeira pela seleção aleatória sistemática na avaliação das áreas dos três níveis da raiz (não—corada, corada e canal) e segunda, pela seleção da ampliação do objeto analisado pelo micros copio.

7. Das onze soluções utilizadas, a soda obrada, DAKIN, EDTA, soda obrada alternada com água oxigenada e hipoclorito de sódio a 1,0 por cento (Milton) foram as que apresentaram maior efeito para aumentar a permeabilidade da dentina radicular.

8. Ocorre marcadamente a presença da área polar nas raízes que apresentam canais achatados em sua região media. A dentina da área polar é a mais permeável em relação à dentina das áreas proximais.



 

SUMMARY
 
 

Considering that the usual methods for evaluating dentine permeability throughout the root canal are based on the use of stains or radio isotopes, in the present study we propose a somewhat original method based on the formation of an ionic complex between copper and rubeanic acid. Since these are chemical reactions that are processed within the dental tissue, they can be considered histochemical reactions. The resulting complex - copper rubeanate -stains deeply blue and can be easily detected inside the dentine tubules by microscopy. In view of this ease of detection, the levels of penetration of the chemical complex were evaluated by the morphometric method.

The root canals were filed according to the technique of SCHILDER (1974), using the following control solutions: water, pH 7.0 and water, pH 6.3, and experimental solutions: DAKIN solution, 1% sodium hypochlorite (Milton), 5% sodium hypochlorite, 5% sodium hypochlorite alternated with 3% hydrogen peroxide, RC-Prep plus 5% sodium hypochlorite, ENDO-PTC neutralized with DAKIN solution, EDTA, 10% citric acid, and Tergentol in association with Furacin.

The solution and regíon (cervical, medial and apical) variables were analyzed statistically and distinct groups were established as a function of the ability of each solution used to promote higher or lower dentine permeability. The strongest action on root dentine was obtained with 5% hypochlorite, with DAKIN solution, 1% sodium hypochiorite (Milton) and EDTA. As to the levels of the root canal, the cervical region showed the greatest permeability to the copper rubeanate complex for all solutions studied.



 

RESUMO

Tendo em vista que os métodos usuais para a ava1iaçâo da permeabilidade da dentina ao longo do canal radicular tém base no uso de corantes ou radio isótopos, neste trabalho foi proposto um método de certa forma original, fundamentado na complexação iônica do cobre com o ãcido rubeânico. Por se tratar de reações químicas que se processam no interior do tecido dental, pode-se admitir que se trata de uma reação histoquímica. O produto resultante rubeanato de cobre apresenta-se com uma coloração azul intensa, facilmente detectada pela microscopia, no interior dos canaliculos dentinários. Dada essa facilidade de detecção, os níveis de penetração do complexo químico foram avaliados pelo método morfométrico.

Na instrumentaçao dos canais radiculares, foram utilizadas limas, com observância da técnica de SCHILDER (1974) , com o auxilio das seguintes soluções controle: Água pH 7,0 e água pH 6,3. Além do controle, foram utilizadas soluções experimentais, a saber: solução de DAKIN, hipoclorito de sadio a 1,0 por cento (Milton), hipoclorito de sódio a 5,0 por cento, hipoclorito de sódio a 5,0 por cento alternado com água oxigenada a 3,0 por cento, RC-Prep mais hipoclorito de sódio a 5,0 por cento, ENDO-PTC neutralizado com a solução de DAKIN, EDTA, ácido cítrico a 10,0 por cento, Tergentol associado ao Furacin.

A variável soluções e a variável região (cervical, media e apical) foram analisadas estatisticamente e estabeleceram grupos distintos, em função da capacidade que as soluções utilizadas apresentam em promover maior ou menor permeabilidade dentinária. A rigor, as soluções de hipoclorito de sódio a 5,0 por cento, DAKIN, hipoclorito de sódio a 1,0 por cento (Milton) e EDTA, promoveram maior ação sobre a dentina radicular. Quanto aos níveis das regiões do canal radicular, para todas as soluções estudadas, a região cervical apresentou maior penetrabilidade do complexo rubeanato de cobre.



 
 

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