FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

AVALIAÇÃO "IN VITRO" DAS ALTERAÇÕES PROMOVIDAS EM CANAIS RADICULARES ARTIFICIAIS CURVOS APÓS INSTRUMENTAÇÃO COM LIMAS DE NÍQUEL-TITÂNIO MANUAIS E ACIONADAS A MOTOR


BENITO ANDRÉ SILVEIRA MIRANZI

ORIENTADOR : Prof. Dr. Wanderley Ferreira da Costa

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre Odontologia Restauradora, subárea de Endodontia, 1999, 141p.

RESUMO | SUMMARY | INTRODUÇÃO | REVISÃO | MATERIAL E MÉTODO | RESULTADOS | DISCUSSÃO | CONCLUSÕES | REFERÊNCIAS.


RESUMO

A instrumentação de canais radiculares curvos, resulta, por vezes, na formação de acidentes e deformações, não obedecendo a forma prévia original.

Os instrumentos confeccionados em níquel-titânio são propostos em substituição às limas manufaturadas de aço inoxidável na instrumentação de canais com curvaturas severas.

Neste trabalho, comparou-se as alterações promovidas em 40 canais radiculares artificiais curvos de aproximadamente 30 graus de acordo com a metodologia proposta por SCHNEIDER (1971), após preparo com limas de níquel-titânio manuais Onyx-R e acionadas a motor Pow-R, ambas auxiliadas por brocas de Gates-Glidden #1 e #2 na técnica cérvico-apical, preparados no comprimento de trabalho até o instrumento #40.

Avaliamos as áreas desgastadas na parte curva, as distâncias desgastadas em 3 níveis, 4, 5 e 11 milímetros aquém do final apical dos canais simulados e contorno final do canal para ambos os tipos de limas. As imagens foram sobrepostas, antes e após a instrumentação, e analisadas através do programa Image Tool.

Os resultados mostraram, pelas medidas das áreas apical e cervical da curvatura, maior tendência à formação de "zip" e "danger zones", significante em 1% e 5% respectivamente, para os preparos manuais, o mesmo acontecendo nos 3 níveis averiguados, onde observamos maior transporte apical e cervical, significante em 1% para os níveis analisados.

O contorno final mostrou canais mais centrados e regulares quando executados com limas de níquel-titânio movidas a motor. Concluímos que os preparos manuais desgastam partes específicas dos canais artificiais curvos, denotando transporte e maior tendência a provocar deformações ao preparo, em relação aos preparos automatizados.



 

SUMMARY

The instrumentation of curved canals result, sometimes, formation in accidents and deformations, not following the previous shape.

To prepare the root canals, with a severe curvature, the instruments made of nickel-titanium, are proposed to substitute the manufactured stainless steel files.

In this study, alterations were compared in 40 curved simulated canals at about 30° according to SCHNEIDER (1971), after preparing them with nickel-titanium files manual Onyx-R and actived by a motor Pow-R, both supported by Gates-Glidden #1 e #2 at the crown-down tecnique and prepared at the working length until file number #40.

Evaluation of the corroded areas at the curved portion was made. Furthermore, the distances corroded in 3 levels, 4, 5 e 11 milimetres beyond the apical area of the simulated types of files were also assessed. The images were superimposed, before and after the instrumentation, and analysed through the Image Tool programme.

Based on the apical and cervical areas of the curved portion, the results showed a greater tendency to form the zips and danger zones, significantly from 1% to 5% respectively for the manual instrumentation, the same happening at the 3 levels ascertained, significantly from 1%, where it can be seen zip and danger zones.

The final shape showed regular and centred canals when using the nickel-titanium files Pow-R. It was concluded that the manual instrumentation corroded specific areas in the simulated curved canals, denoting movement and a great tendency to create deformations correlated to the device preparing automatized.



 

INTRODUÇÃO
 

O preparo do canal radicular ocupa posição de destaque na terapia endodôntica, sendo responsável pela limpeza e modelagem, proporcionando a criação de um canal cirúrgico com forma afunilada, procurando respeitar a anatomia original, gerando condições para sua obturação.

A desinfecção e limpeza do canal não só depende da atuação das substâncias químicas auxiliares, mas da ação mecânica dos instrumentos, que juntos agem na intimidade das paredes do sistema de canais radiculares. Esta tarefa torna-se mais difícil de ser alcançada em canais curvos e estreitos, devido aos instrumentos endodônticos tenderem a retificar o canal radicular imprimindo alterações como: "zips", degraus e perfurações. Na tentativa de minimizar esses danos, o preparo de canais curvos, na sua porção apical, ficou limitado relativamente a instrumentos de pequeno diâmetro.

No processo de instrumentação dos canais radiculares, os instrumentos devem acompanhar as variações anatômicas, principalmente as grandes curvaturas, e serem rígidos para suportarem os movimentos a que são submetidos sem se fraturarem.

Objetivando melhorar a qualidade do preparo dos canais radiculares, modificações nos desenhos dos instrumentos e novas técnicas, tem sido propostas visando obter efetiva limpeza, desinfecção e correta modelagem do sistema de canais, minimizando a ocorrência de iatrogenias. Os instrumentos endodônticos passam por inúmeras modificações, variando a forma de sua ponta, secção transversal, número de espiras da parte ativa, conicidade e a composição química de sua liga, conferindo-lhes maior flexibilidade, capacidade de corte e menor risco de fratura durante o preparo do canal radicular. Com esse objetivo ROANE et al. (1985) modificaram as limas tipo K tradicionais, impondo-lhes uma secção triangular e ponta arredondada, denominada lima Flex-R.

Quanto à flexibilidade dos instrumentos endodônticos, CIVJAN et al. (1975) investigaram pela primeira vez, a liga de níquel-titânio para Odontologia, sugerindo que essa liga poderia ser utilizada por suas propriedades físicas.

Essa nova geração de instrumentos para o preparo do canal radicular, conferem à lima maior flexibilidade que os instrumentos de aço inoxidável (WALIA et al. 1988). Essa flexibilidade permite também sua utilização com movimentos rotatórios em sistemas automatizados.

Aliado às modificações impostas aos instrumentos, novas técnicas endodônticas são pesquisadas visando a manutenção da forma original do canal radicular. Infelizmente, uma conicidade contínua em forma de funil com o menor diâmetro no ápice e mais amplo no orifício de entrada dos canais curvos, tem sido tarefa difícil de ser alcançada. O profissional deverá optar por técnicas seguras, objetivando transformar a forma anatômica original do canal radicular em novo contorno cirúrgico cônico com paredes lisas, uniformes e limpas. O planejamento e domínio da técnica empregada são de fundamental importância para se obter o nível ideal de limpeza e descontaminação com um mínimo de deformações e acidentes.

Visto ser esta a situação presente e na tentativa de substituir a instrumentação manual, aparelhos mecânicos sônicos, ultra-sônicos e rotatórios tem sido constantemente introduzidos no comércio. As técnicas mecânicas utilizam instrumentos adaptados em contra-ângulos que realizam a instrumentação dos canais com movimentos de limagem ou rotação, enquanto os aparatos sônicos e ultra-sônicos são sistemas vibratórios. O uso de motor elétrico de alto torque, baixa velocidade e rotatório, utilizando limas de níquel-titânio tem sido encorajado pelos resultados encontrados, principalmente em canais curvos, onde pode-se levar o preparo apical com instrumentos mais calibrosos. Pesquisas iniciais usando diferentes tipos desses aparelhos, tem demonstrado que são rápidos e criam poucas ou nenhuma deformação durante o preparo de canais com grande curvatura (GLOSSON et al., 1995; LOPES et al., 1997; THOMPSON & DUMMER, 1997a, 1997b; MACHADO, 1998).

Sem dúvida, a fase de instrumentação do canal radicular é desgastante e demanda muito tempo para sua execução. As peças automatizadas visam reduzir o tempo de trabalho, o desgaste do profissional e dar uma forma final mais adequada ao preparo do canal radicular. Portanto, a associação de novos instrumentos e aparelhos que objetivam a adequada modelagem dos canais radiculares curvos e atrésicos, com rapidez e segurança, sem produzir deformações, é o que almeja a Endodontia moderna.



 

RETROSPECTIVA DA LITERATURA
 

Os objetivos a serem alcançados durante a fase de preparo do sistema de canais radiculares, dizem respeito à limpeza e a forma dada ao espaço anatômico para receber o material obturador. O canal deve ser ampliado e modelado no intuito de se conseguir uma forma cônica contínua, respeitando as características morfológicas originais de cada elemento a ser tratado. A presença de canais curvos impõe dificuldades ao êxito de lograr os objetivos acima aludidos, sendo que, a ocorrência de degraus, perfurações, deformações e transporte apical nesses canais deve ser evitado.

Portanto, a preocupação com o preparo do canal radicular, tem-se constituído fato constante, provendo a criação de novos instrumentos, bem como a proposição de novas técnicas de instrumentação, com intuito de resolver este problema.

O preparo do canal radicular constitui uma das fases de grande importância para o sucesso do tratamento endodôntico e portanto sua prática deverá cercar-se de inúmeros cuidados, pois os acidentes ocorridos durante a sua execução, poderão comprometer a seqüência da intervenção levando, muitas vezes, ao fracasso.

CLEM (1969) preocupado com a flexibilidade dos instrumentos e a influência desta propriedade no preparo de canais radiculares curvos, sugeriu a instrumentação escalonada ápico-cervical (step preparation). A região apical era dilatada da lima K # 10 até a # 35, com instrumentos pré-curvados, empregando movimentos de ¼ de volta e tração. A lima # 40 era utilizada 4mm aquém do comprimento de trabalho e assim sucessivamente até a lima # 80, sendo que esses instrumentos eram utilizados com movimentos rotacionais. Se houvesse necessidade de se colocar um pino, recuava-se mais 4mm e instrumentava-se com as limas #90 e #100.

MOLVEN (1970) comparou a capacidade de remoção de dentina de cinco instrumentos, na dilatação em 140 canais de pré-molares humanos. Os canais foram seccionados transversalmente e fotografados antes e após a instrumentação. As áreas desgastadas foram traçadas e subtraídas das áreas originais. Os resultados mostraram que os instrumentos mais eficientes na remoção de dentina foram os instrumentos (AnteosÒ ) tipo K número #2 e tipo K padronizada número #15 manualmente, depois as limas giradas com peça de mão (RacerÒ ) (AnteosÒ ) para motor tipo K e Hedström número #1, e por último, o (GiromaticÒ ) usando sonda farpada.

SCHNEIDER (1971) comparou o grau de curvatura do canal radicular com a circularidade resultante do seu preparo, utilizando dentes unirradiculares de humanos. Os dentes foram classificados mediante o grau de curvatura mensurado na radiografia. Os canais radiculares foram considerados retos, quando apresentavam 5° ou menos de curvatura, moderados de 10° a 20° , e severos quando as curvaturas apresentavam variações de 25° a 70° . A instrumentação foi realizada com limas K em movimentos de limagem e os canais radiculares obturados com cones de prata, sendo concluído que canais retos são mais fáceis de preparar que os curvos.

WEINE et al. (1975) avaliaram as alterações morfológicas produzidas em canais radiculares artificiais curvos, utilizando várias técnicas de instrumentação, diferentes operadores e movimentos imprimidos aos instrumentos. Os canais simulados foram fotografados antes e após o preparo, e independente do operador ou técnica, todas as preparações demonstraram algumas características comuns: a porção apical não foi a parte mais estreita do canal, mas o meio da porção curva, gerando acidentes denominados "zips" e "elbows". Tanto pré-curvada ou reta, a lima tendia a endireitar a curvatura do canal.

CIVJAN et al. (1975) foram os primeiros a investigar a liga de níquel-titânio para Odontologia. Esses estudos preliminares sugeriram que essa liga poderia ser aplicada por suas propriedades físicas e memória elástica.

WALTON (1976) valendo-se da análise de cortes histológicos, comparou as técnicas de instrumentação convencional e escalonada. Foi analisada a porcentagem de paredes instrumentadas em noventa e um canais radiculares retos e curvos. Os canais radiculares foram preparados e o grau de curvatura analisado através da técnica de SCHINEIDER (1971). Findo o preparo, os dentes foram extraídos e analisados. Concluiu-se que quanto maior a curvatura, menor circularidade é conferida pelo preparo e quando do preparo escalonado, melhores resultados foram obtidos quanto à porcentagem de paredes lisas.

INGLE & BEVERIDGE (1979) sugeriram a pré-curvatura do instrumento quando do preparo de canais radiculares curvos. Salientaram também, que canais curvos são responsáveis pela formação de grande número de degraus, perfurações e fratura do instrumento, tendo como conseqüência, possível fracasso terapêutico.

MULLANEY (1979) comparou as técnicas de preparo escalonado, de Ohio e da Califórnia do Sul, conclui que o preparo escalonado determina menor incidência de deformações à curvatura do canal radicular.

BOLANOS & JENSEN (1980) avaliaram as técnicas de instrumentação escalonada, utilizando limas tipo K e seriada, valendo-se de limas tipo K e Hedström, em canais radiculares curvos, associadas a três agentes irrigantes: solução salina, hipoclorito de sódio e RC-Prep, quanto à presença de "magma" dentinário remanescente. Através da microscopia eletrônica de varredura, concluíram que a técnica seriada promoveu melhores preparos, com menor formação de debris, não sendo observado, para ambas as técnicas, diferenças relativas à substância irrigadora.

ABOU-RASS et al. (1980) propuseram um método de instrumentação, almejando diminuir os acidentes que mais ocorrem durante o preparo dos canais radiculares curvos, especialmente nas zonas de maior fragilidade e achatamento. O método proposto foi denominado de anticurvatura, sendo preconizado um desgaste compensatório mais enérgico na direção oposta à curvatura. O preparo dos terços médio e apical foi realizado valendo-se de procedimentos escalonados, imprimindo aos instrumentos pressão no sentido contrário à furca. Observaram, que quando o preparo é assim realizado, os acidentes são bem reduzidos.

GOERIG et al. (1982) descreveram a técnica de preparo "step-down" para canais radiculares curvos. Após a cirurgia de acesso, era realizado um desgaste compensatório na parede contrária à curvatura, com limas Hedström (#15, #20 e #25) sem pressão, a uma profundidade de 16 a 18mm, em seguida o preparo do terço cervical era realizado com brocas de Gates-Glidden número #3 (11 a 13mm de profundidade) e número #2 (14 a 16mm de profundidade). Para o preparo apical as limas K, eram utilizadas até o número #35, finalizando com um escalonamento recuando 0.5mm em cada instrumento até a lima #60.

FAVA (1983) preconizou uma alternativa para o preparo de canais radiculares curvos, estreitos e com polpa mortificada, denominada de duplo escalonamento. Enfatizou a necessidade prévia de um cuidadoso esvaziamento e alargamento dos terços médio e cervical, com o intuito de impedir que o conteúdo séptico, neles contido, seja forçado para a região periapical.

LANGELAND et al. (1985) compararam as instrumentações manual, sônica e ultra-sônica, em 65 dentes humanos e 106 dentes caninos e incisivos de macacos, utilizando os aparelhos (EndosonicÒ ), (Endostar 5Ò ), (MM 3000Ò ), (Sonic AirÒ ) e a técnica manual. Através da avaliação histológica, analisaram a presença e quantidade de debris. Demonstraram que não foi possível correlacionar os dispositivos quanto à sua eficiência e concluíram que as instrumentações manual, sônica e ultra-sônica causaram irregularidades nas paredes dos canais radiculares, e na presença de curvatura, nenhuma técnica mostrou-se eficiente quanto à limpeza.

ROANE et al. (1985) desenvolveram um novo conceito para a instrumentação de canais radiculares curvos. Sugeriram o emprego das forças balanceadas, com o intuito de minimizar e até de eliminar os acidentes durante o preparo. Correlacionaram a magnitude da força aplicada pelo instrumento e controle de corte desejável nos casos de curvatura. Quanto à cinemática do instrumento, recomendaram rotação em sentido anti-horário. Para analisar a validade da técnica, valeram-se de cálculos matemáticos, análise de dentes seccionados e radiografias. Este estudo culminou com a introdução de um novo desenho para as limas tipo-K, que passou a contar com uma secção triangular e guia de penetração arredondado.

LIM & WEBBER (1985a) utilizaram 25 dentes extraídos de humanos com canal único e curvatura moderada (10 - 20° ), outros 25 dentes com curvaturas severas (25 - 40° ), 12 canais radiculares simulados com curvatura moderada (15° ) e 12 canais radiculares simulados com curvatura severa (30° ). As curvaturas foram determinadas empregando-se a metodologia de SCHINEIDER (1971), e os blocos foram confeccionados em resina de poliéster. Os dentes e os blocos foram preparados similarmente, valendo-se da instrumentação seriada do instrumento #15 ao #25, sendo o preparo considerado completo quando a lima #30 alcançasse o comprimento de 1mm aquém do comprimento de trabalho, sendo todas as limas pré-curvadas. Os resultados mostraram que os canais radiculares artificiais, confeccionados em resina de poliéster transparente, constituem um válido modelo experimental para o estudo das alterações na forma do canal radicular. A incidência de canais em forma de "ampulheta" foi maior em curvaturas mais severas.

ELDEEB & BORAAS (1985) compararam cinco tipos de limas, em canais radiculares simulados curvos, K-Flex (KerrÒ ), K (UnitecÒ ), Flexofile (StarÒ ), Hedström (Union BroachÒ ) e K (Union BroachÒ ), quanto a compactação de restos de resina, alterações na forma e tempo de preparo. Os resultados mostraram que a lima Hedström foi a que consumiu menor período de tempo para o preparo, bem como, propiciou o menor índice de compactação apical. As limas Hedström e Flexofile determinaram significante menor formação de desvio apical, quando do preparo até o instrumento #25, e não significantes para as limas #30 e #35. Independente do tipo de lima, a formação de "zip" mostrou-se mais acentuada na passagem do instrumento #30 para o #35.

BARRIENTOS & ARCE (1985) utilizaram canais estreitos e curvos extraídos de humanos, para avaliar quatro diferentes instrumentos: limas tipo K, Hedström, alargador e K-flex. Após a instrumentação, os canais foram preenchidos com (XantropenÒ ) e descalcificados em ácido nítrico a 5%. Verificaram maior presença de "zip" em canais instrumentados com limas Hedström (41,2%) e a menor quantidade dessas formações para as limas K-flex (11,8%), em posição intermediária ficaram os alargadores e limas K com (23,5%). Nenhum instrumento produziu "zip" nos diâmetros # 15 a # 25, tendo ocorrido com os instrumentos # 30 e # 35. A presença de "zip" mostrou-se em 21,3% do total examinado.

LIM & WEBBER (1985b) estudaram os efeitos da técnica escalonada no preparo de dentes humanos, em raízes com curvaturas moderadas (10 - 20° ) e curvaturas severas (25 - 40° ). Uma única técnica de instrumentação foi empregada para os dois grupos, iniciando com as limas #15 a #25 e o preparo apical estaria finalizado quando a lima #30 alcançasse o comprimento de 1 milímetro aquém do comprimento de trabalho. Foi realizado um escalonamento com recuo programado de 1mm do instrumento #30 ao #40, sendo todas as limas pré-curvadas. Utilizando o método de sobreposição radiográfica, constataram que a incidência de canais em forma de "ampulheta" aumentou em curvaturas severas. A dilatação coronal deu forma de funil ao preparo, e o escalonamento aumentou o risco de rompimento ou exagerada dilatação na parte interna das curvaturas. Em curvaturas moderadas, 16% mostraram "zip" após completa instrumentação, enquanto que em curvaturas severas, 80% apresentavam este acidente.

COSTA et al. (1986) compararam pela microscopia eletrônica de varredura, a instrumentação manual e ultra-sônica em pré-molares superiores, com raízes divergentes, nos terços médio e apical. Verificaram que a instrumentação ultra-sônica denotou maior remoção do "magma" dentinário nos dois terços examinados, demonstrando maior eficiência na limpeza do canal radicular. No terço apical, em ambas as situações, encontraram maior quantidade de "magma" dentinário.

LOPES & COSTA FILHO (1986) descreveram uma técnica de instrumentação para canais curvos. Iniciando com um instrumento fino no comprimento de trabalho, executando movimentos de limagem e pequeno recuo de 0.5 a 2 milímetros. Quando o instrumento estivesse atuando livre no canal, recomendavam um novo movimento para o instrumento, que passaria a atuar com pressão lateral e tração. Este movimento promovia maior dilatação do canal radicular sem contudo provocar o deslocamento do forame apical ou "zip". Se a curvatura fosse gradual e pouco acentuada, o instrumento principal apical poderia ser o de número #30, se gradual e acentuada, o instrumento #25 ou #20. Para finalizar, era realizado um escalonamento com recuo programado de 1milímetro. Neste estágio, para uma maior dilatação coronal era feito uso das brocas de Batt, Gates-Glidden ou pontas diamantadas números 2082 e 3083 para alta rotação.

BRAMANTE et al. (1987) descreveram um método objetivando avaliar instrumentos e técnicas de instrumentação em canais radiculares. Os dentes eram inicialmente inseridos em blocos de resina acrílica e, após a confecção de ranhuras nos mesmos, eram colocados em blocos de gesso como se fossem muflos, no sentido de obter-se um modelo. Para que se tornasse possível a análise antes do preparo, os blocos de resina foram cortados no sentido transversal e fotografados. As secções foram reposicionadas nos muflos, para realização dos preparos e fotografadas novamente para realizar as mensurações.

GOLDMAN et al. (1987) analisaram a efetividade de uma nova peça automatizada na modelagem de canais curvos em quarenta molares humanos extraídos, quando comparada à instrumentação manual. Os dentes foram montados em caixas de acrílico, instrumentados e radiografados com a lima inicial e final. Pela sobreposição das imagens, concluíram que os preparos realizados com a nova peça automatizada mantiveram melhor a forma original do canal do que a instrumentação manual.

SOUTHARD et al. (1987) avaliaram em 50 canais radiculares humanos a técnica de forças balanceadas. Os canais radiculares foram divididos em dois grupos, baseados nas curvaturas: canais com curvatura em apenas uma direção ou canais em forma de "S". Utilizando o método de sobreposição radiográfica concluíram que, a posição original do canal foi mantida em aproximadamente 40% dos casos com a lima #45 e 80% dos casos com a lima #40.

KIELT & MONTGOMERY (1987) compararam os efeitos das técnicas de instrumentação ultra-sônica, sônica e preparo convencional, em cinquenta canais radiculares simulados com aproximadamente 30° de curvatura. A instrumentação sônica foi realizada pelos aparelhos MM 3000 usando limas Trio-Sonic e Endostar 5 usando limas Endostar. A instrumentação ultra-sônica foi realizada pelo aparelho Cavi-Endo utilizando limas Caulk Endosonic e finalmente utilizando o aparelho Enac e limas tipo K (ZippererÒ ). Para os preparos manuais, foram utilizadas limas K-Flex com movimento de limagem, sendo empregado o instrumento #35 para o preparo apical. A quantidade de transporte do canal foi medida nas porções média e apical e os resultados mostraram que o MM 3000 e o Cavi-Endo foram os que menos transportaram o canal na parte apical. O MM 3000, Endostar 5 e a instrumentação manual desviaram significativamente menos, na porção média, do que o Cavi-Endo e Enac.

HOROKOSKY et al. (1988) verificaram a incidência de desvio apical para as técnicas escalonada com recuo programado e seriada, em raízes mésio-vestibulares de molares superiores humanos. Após os preparos, realizaram impressões à base de silicone e posteriormente as raízes foram imersas em solução de ácido clorídrico a 35%. Concluíram que a técnica escalonada apresentou desvio em 5% dos casos e a seriada em 10% dos casos.

CALHOUN & MONTGOMERY (1988) compararam quatro técnicas de instrumentação na avaliação da manutenção da forma original, remoção de dentina, direção e quantidade do transporte e forma final dos canais preparados em molares superiores extraídos de humanos, com curvatura entre 30 e 35° . Para o grupo A, os canais foram instrumentados com limas K-Flex e dilatados no comprimento de trabalho com a lima #35 a 0,5 milímetro aquém do forame, com movimentos de limagem, completado com escalonamento até a lima #50. No grupo B, foi utilizada a lima Flex-R com a técnica de forças balanceadas e auxílio das brocas Gates-Glidden. O preparo apical foi realizado com a lima #35 com escalonamento até a lima #55. No grupo C, foi usado o sistema ultra-sônico Enac com limas Flex-R até o instrumento #40 e escalonamento até a lima #50. No grupo D, os canais foram preparados da mesma maneira que no grupo C, apenas mudando o tipo de instrumento, utilizando a lima Zipperer. Valendo-se da metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987) concluíram que houve tendência da lima Flex-R, usando forças balanceadas, em manter os canais centrados, embora não fosse estatisticamente significante em relação as outras técnicas. Todas as técnicas transportaram na mesma direção em diferentes níveis.

GOLDMAN et al. (1988) compararam a eficiência dos métodos de instrumentação manual com limas Unifile, Hedström e K e ultra-sônica, utilizando incisivos centrais superiores humanos. Após os preparos, foram obtidos modelos de silicone e através da microscopia eletrônica de varredura concluíram que, no que tange à limpeza das paredes dentinárias, nenhum dos métodos se mostrou totalmente eficiente. Quanto à lisura das paredes e conicidade do preparo, os métodos manuais com limas K e Hedström superaram o ultra-sônico e Unifile. A lima Unifile foi melhor que o ultra-som na conicidade e preparo apical.

SABALA et al. (1988) analisaram a incidência de transporte do forame e o desgaste da parede interna da curvatura, quando do preparo de canais artificiais com o uso de limas com pontas arredondadas Flex-R e tipo K com pontas convencionais, dos instrumentos #20 a #55. Os preparos foram realizados por estudantes, sendo que os resultados demonstraram que a lima Flex-R permitiu manter melhor a curvatura original dos canais e controle por parte dos operadores. As limas Flex-R também transportaram menos o canal para a parte interna da curvatura.

WALIA et al. (1988) avaliaram limas de secção triangular confeccionadas em níquel-titânio e desenho semelhante ao dos instrumentos tipo K. Foram analisadas as superfícies fraturadas, quanto à torção no sentido horário e anti-horário, através da microscopia eletrônica de varredura. Os resultados sugeriram que as limas de nitinol podem ser promissoras para instrumentação de canais curvos, possuindo boas propriedades de dobra e torção. A resistência à fratura e torção das limas experimentais de níquel-titânio para preparo de canais radiculares foram claramente superiores ao comportamento das limas de aço inoxidável.

HAIKEL & ALLEMANN (1988) avaliaram a forma dos preparos em canais radiculares curvos extraídos de humanos, pela instrumentação manual utilizando limas tipo K e Hedström alternadamente, pelo aparelho Sonic Air com limas Rispisonics, Helisonics e Shapersonics e sistema Canal Finder. Por meio da microscopia eletrônica de varredura concluíram que, os métodos automatizados tendem a retificar a curvatura do canal radicular, especialmente no terço apical, sendo o preparo manual o que propiciou melhor limpeza e modelagem.

ALODEH et al. (1989) testaram em canais artificiais, com vários comprimentos e graus de curvatura, a instrumentação manual escalonada com limas tipo K. Avaliaram as alterações na forma, tempo gasto para o preparo, fratura dos instrumentos e perda do comprimento de trabalho. As limas foram utilizadas com movimentos de limagem e os blocos fotografados antes e após os preparos. Concluíram que a perda do comprimento de trabalho foi significativa e o formato dos canais radiculares simulados, após a instrumentação, foi em "ampulheta", promovendo uma insatisfatória anatomia ao preparo.

SEPIC et al. (1989) compararam, com o auxílio de dupla exposição radiográfica, em oitenta dentes extraídos de humanos com curvatura, as técnicas de forças balanceadas com limas Flex-R e escalonada com limas tipo K, verificando a quantidade de canais transportados. Concluíram que o desvio apical foi significativamente menor quando empregada a técnica de forças balanceadas.

HAIDET et al. (1989) compararam as técnicas escalonada manual e ultra-sônica em canais mesiais de molares inferiores periodonticamente condenados. Para determinar os graus de curvatura, valeram-se da técnica proposta por SCHNEIDER (1971), sendo os dentes divididos em grupos. Para o grupo 1, os canais foram preparados com a técnica escalonada. Para o grupo 2, utilizou-se a técnica escalonada associada a instrumentação ultra-sônica por três minutos (Cavi-Endo). No grupo 3 os canais radiculares não foram instrumentados e serviram como controle. Foram avaliadas a limpeza do istmo e conduto radicular nos níveis de 1 e 3 milímetros aquém do forame apical. Após o exame das lâminas concluíram que, ao nível de 3milímetros, não haviam diferenças significativas entre os grupos 1 e 2, porém ao nível de 1 milímetro, as diferenças foram significativas, demonstrando maior limpeza nos canais radiculares preparados pela técnica escalonada associada ao ultra-som (99.6% contra 88%) e no istmo (86% contra 10%).

EHRLICH et al. (1989) compararam o transporte foraminal em raízes mesiais de dentes molares inferiores humanos com curvaturas variando entre 45 e 65 graus. Os dentes foram instrumentados manualmente com limas tipo K e limas Rispisonic e Trio-Sonic por aparelho sônico (MM 3000). Através da análise radiográfica, mostraram que 61% das amostras não apresentaram transporte, 5% tiveram transporte entre 0.25 e 0.5 milímetro e o restante de 0.25 milímetro ou menos. A análise estatística não mostrou diferenças significativas na quantidade de transporte apical entre as três alternativas avaliadas.

WILDEY & SENIA (1989) desenvolveram um instrumento que, devido às suas características peculiares, minimizasse os acidentes durante o preparo de canais radiculares curvos. Este instrumento não possui corte na extremidade, seguido de uma porção cortante de 2,5mm ou 4mm unido a uma haste delgada e sem corte, podendo ser também acoplado a um contra-ângulo, ou usado manualmente. Para testá-lo, valeram-se de canais artificiais em resina transparente e dentes de humanos. A instrumentação mostrou-se mais fácil, rápida e precisa em comparação com o uso de instrumentos convencionais, especialmente em canais curvos, onde houve marcante decréscimo no desvio foraminal.

WALKER & DEL RIO (1989) valendo-se da instrumentação manual, aparelhos sônicos e ultra-sônicos, compararam os resultados do preparo de canais radiculares curvos em molares inferiores humanos. Concluíram que as técnicas foram ineficazes na remoção de toda a polpa, principalmente na região de istmo, não deixando as paredes planas.

ALODEH & DUMMER (1989) compararam limas tipo K e Hedström, com movimento de limagem, em canais artificiais com vários ângulos e posições de curvatura. Foi utilizado o preparo escalonado e a parte apical dilatada até um instrumento #40. Observaram o tempo de instrumentação, capacidade de modelagem, fratura do instrumento e perda do comprimento de trabalho. A forma do canal foi avaliada por observação direta da sobreposição das imagens antes e após os preparos. Relativamente ao tempo despendido na instrumentação, as limas Hedström exigiram menor período de tempo, e ambas, comportaram-se de forma semelhante quanto à modelagem, fratura e perda do comprimento de trabalho. Os desvios ocorreram em 95% dos canais instrumentados com limas K e em 85% dos instrumentados com limas Hedström.

DUMMER et al. (1989) analisaram a ação das limas Heliosonic, Rispisonic e Shapersonic ativadas por aparelhos sônicos, em canais artificiais confeccionados em resina transparente, com comprimentos variáveis de 15 milímetros e 24 milímetros, apresentando curvaturas de 30° e 50° . Pela sobreposição das imagens, os preparos mostraram uma forma de "ampulheta" com as limas Heliosonic enquanto que, as formas dos preparos com as limas Rispisonic e Shapersonic foram cônicos. Acidentes como "zips" e "elbows" foram produzidos com as limas Rispisonic e Shapersonic em canais com curvaturas agudas e curtas.

CAMPOS & DEL RIO (1990) objetivando verificar a remoção da quantidade de dentina e a intensidade de desvio foraminal, compararam a instrumentação manual e mecânica pelo sistema Canal Finder, em raízes mesiais de molares inferiores humanos com curvatura variando entre 20 e 30 graus. Usando a metodologia proposta por BRAMANTE et al (1987) e da análise das fotomicrografias de secções transversais das raízes, antes e após os preparos, concluíram que nos terços cervical e apical, o sistema Canal Finder removeu mais dentina e proporcionou resultados menos satisfatórios com relação à presença de desvio foraminal. Ambas as técnicas ocasionaram transporte no terço apical enquanto que no terço médio, a instrumentação mecânica promoveu desvio maior para mesial e a manual para distal. O grau de curvatura não influenciou a quantidade de dentina removida ou o transporte do canal.

LESEBERG & MONTGOMERY (1991) compararam limas e técnicas de instrumentação: Canal Master em sistema rotatório, Flex-R (Forças balanceadas) e K-Flex (escalonamento), em canais de molares inferiores extraídos de humanos, no efeito que produziam na configuração do canal radicular. Usando a metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987), concluíram que o Canal Master e Flex-R produzem preparos mais circulares do que as limas K-Flex. Todas as técnicas resultaram em transporte do canal, sendo que a Flex-R e o Canal Master transportaram pouco até o instrumento #30. O Canal Master desviou significativamente menos após o instrumento #45 no terço médio. Os instrumentos K-Flex removeram mais dentina na porção apical que os Flex-R. A capacidade de manter o canal centrado foi significativamente melhor para o Canal Master e Flex-R.

FIGUEIREDO et al. (1991) avaliaram a formação de "zip" apical em canais simulados confeccionados em resina epóxi com curvatura de 40 graus, produzidos pelas técnicas de instrumentação convencional e escalonada. Os grupos tiveram como instrumento memória a lima #35. Após os preparos, os canais foram avaliados por dois observadores. Os resultados mostraram que a técnica convencional produziu "zip" em maior número enquanto a técnica escalonada proporcionou maior segurança no preparo, obtendo forma cônica afunilada contínua.

BRISEÑO & SONNABEND (1991) testaram nove diferentes instrumentos endodônticos: alargadores, limas K, Hedström, K-Flex, Flexofiles, S-files, Unifile, Flexicut e Flex-R, em canais radiculares artificiais curvos, utilizando-se da mesma técnica de instrumentação para todos os instrumentos. Os instrumentos teriam que acompanhar uma forma pré-estabelecida pelo canal simulado no bloco de acrílico. Comparações foram obtidas através de fotografias antes e após os preparos e analisadas sob um microscópio estereoscópio. Independentemente do tipo do instrumento, nenhum deles foi capaz de reproduzir a forma prévia ideal, embora os resultados obtidos fossem aceitáveis clinicamente.

FOGARTY & MONTGOMERY (1991) avaliaram o efeito do preparo cervical prévio, com brocas de Peeso #1 e #2, no transporte em sessenta canais artificiais curvos, sendo que, trinta tiveram dilatação prévia com brocas e os outros trinta blocos sem este procedimento. Os canais foram divididos em três grupos com vinte canais simulados. Cada grupo possuía dez canais com alargamento prévio e dez sem este procedimento, servindo de grupo controle. No grupo 1, foi utilizado para instrumentação, o aparelho de ultra-som Cavi-Endo com limas Caulk Endosonic #15 a #25; no grupo 2, foi utilizado o aparelho sônico MM 3000 com as limas Trio-Sonic #15 a #35 e no grupo 3, instrumentação manual com limas K-Flex pré-curvadas #15 a #35. Concluíram que o transporte não foi reduzido nos grupos com dilatação cervical prévia. Em algumas áreas, a quantidade de transporte foi menor nos grupos com preparo prévio, mas, em outras áreas, foi maior.

BROSCO et al. (1991) verificaram a capacidade de limpeza promovida pela técnica de instrumentação biescalonada isolada ou auxiliada pelo ultra-som, em vinte dentes incisivos extraídos de humanos e avaliados sob microscopia ótica no limite apical de instrumentação, a 1 e 3 milímetros aquém do ápice radicular. Os resultados mostraram que a instrumentação ultra-sônica aumenta a capacidade de limpeza dos canais radiculares, removendo detritos que possam estar retidos na luz ou nas paredes dos canais durante a instrumentação.

DUMMER et al. (1991) preconizaram um método de confecção de canais artificiais em blocos de resina transparente. Os canais simulados são de simples confecção e de grande ajuda para alunos de graduação e pós-graduação, podendo ser utilizados também para pesquisa, particularmente durante a avaliação de instrumentos e técnicas.

BAUMGARTNER et al. (1992) realizaram estudo histomorfométrico comparativo das técnicas de forças balanceadas, escalonada, Canal Master e ultra-sônica, em canais radiculares artificiais apresentando 30° de curvatura. Foram realizadas fotografias, antes e após os preparos e as imagens sobrepostas. Para a técnica manual escalonada, a lima final apical foi a #25, auxiliada por brocas de Gates-Glidden números #2, #3 e #4, finalizando com um escalonamento programado até o instrumento #60. Para a técnica ultra-sônica a lima final apical foi a #30 e na porção cervical a #40. Para a técnica de forças balanceadas a lima final apical foi a #45 e completada também com as brocas de Gates-Glidden #2, #3 e #4. Para a técnica Canal Master a lima apical final foi a #32.5 realizando um escalonamento até a lima #100. Os resultados mostraram que houve diferença significante, na quantidade de dentina removida entre as técnicas testadas. Em ordem decrescente de eficiência, as técnicas foram classificadas como: técnica escalonada, forças balanceadas, ultra-sônica e Canal Master.

ESTRELA et al. (1992) descreveram uma técnica de preparo, realçando a instrumentação do terço cervical, como alternativa de definição na forma final a ser obtida em canais radiculares curvos. Salientaram que uma das causas de iatrogenias durante o preparo endodôntico é a falta de controle sobre a parte ativa do instrumento, de modo que, o preparo do terço cervical proporciona domínio maior sobre a lima, por parte do operador. Recomendaram a utilização de abridores de orifício e a dilatação prévia com as brocas de Gates-Glidden números #1 e #2, no intuito de promover dilatação adequada da entrada do canal e do terço cervical, possibilitando condições de trabalho mais precisas e seguras, para a porção apical do canal radicular.

DE DEUS (1992) modificou o tipo de movimento da lima, desaconselhando o movimento de limagem, que causa maior bloqueio no canal radicular na porção apical e aconselhou o uso de movimentos oscilatórios.

SANTOS & BARBOSA (1992) utilizaram raízes de molares extraídos de humanos divididas em 3 grupos: canais retos, curvos e severamente curvos. Os canais foram instrumentados pela técnica de Oregon, e através de dupla exposição radiográfica e injeção de contraste, observaram melhor planificação das paredes no grupo dos canais retos. As deformações como degraus e desgastes excessivos apresentaram significativamente maior número nos canais curvos. O preparo do canal radicular, utilizando a técnica de Oregon, facilita o tratamento endodôntico.

BACKMAN et al. (1992) compararam, através de radiografias, duas técnicas de instrumentação em pequenas curvaturas, valendo-se de molares superiores de humanos, com apenas uma direção de curvatura ou em forma de "S". Os canais foram instrumentados pela técnica escalonada usando limas tipo-K ou forças balanceadas usando limas tipo K com ponta modificada. A técnica escalonada utilizou limas #30 ou #35 como preparo final da porção apical, enquanto que a técnica de forças balanceadas utilizou a #45. Os resultados mostraram que ambas podem satisfatoriamente instrumentar pequenas curvaturas, sendo que a técnica de forças balanceadas permitiu dilatar os canais radiculares, com limas de diâmetro maior que o tradicionalmente indicado. Concluíram que a técnica de forças balanceadas produziu significativamente menos desvios.

AL-OMARI et al. (1992a) pesquisaram as limas K, K-Flex, Flexofile, Flex-R, Hedström e Unifile, utilizadas no preparo de canais artificiais com curvatura de 20 e 40° . Observaram que a fratura e deformação dos instrumentos ocorreram menos freqüentemente com limas Flex-R e Hedström. Quanto ao comprimento de trabalho, este variou em todos os casos, sendo esta variação mais significativa quando o preparo era realizado com limas tipo K. Quanto à capacidade de corte, esta era medida pela diferença de peso dos corpos de prova, antes e após os preparos, sendo constatada maior capacidade de corte pelas limas Unifile e Hedström. Na análise da uniformidade das paredes, observaram que o maior índice de irregularidades fazia-se presente quando se utilizavam as limas Hedström e Unifile. Da avaliação geral dos resultados concluíram que as limas Flexofile, Flex-R e Hedström foram mais efetivas que as limas tipo K, K-Flex e Unifile.

AL-OMARI et al. (1992b) compararam as limas, K, K-Flex, Flexofile, Flex-R, Hedström e Unifile, quanto ao preparo de canais radiculares simulados apresentando comprimentos e ângulos variáveis. Analisaram as possíveis deformações e transporte dos canais radiculares artificiais. Os resultados mostraram perfurações em 6,3% dos canais curvos, sendo que as limas Flex-R e K as maiores responsáveis, 4,5% apresentaram canais em forma de "ampulheta" geradas pelas limas K e K-Flex e 10,4% mostraram a formação de "danger zones" pelas limas Hedström. Concluíram que as limas Flexofiles e Flex-R modelam melhor canais curvos que os outros instrumentos testados.

HUDSON et al. (1992) compararam as limas Flex-R, K-Flex e Flexofile em molares extraídos de humanos com curvaturas de no mínimo 18° . Os ângulos de curvatura foram medidos antes e após a instrumentação pela técnica proposta por SCHNEIDER (1971). Os preparos foram padronizados para todos os grupos, sendo o preparo apical realizado com instrumento #35. A instrumentação foi concluída com o uso de brocas de Gates-Glidden #1 e #2. Através do método radiográfico verificaram que não houve diferenças significativas entre os valores dos ângulos iniciais e finais, entre os instrumentos testados.

SYDNEY et al. (1993) pesquisaram a presença de desvio apical, quando da utilização da técnica escalonada, em relação ao aparelho automatizado Canal Finder em canais radiculares artificiais curvos. Para os grupos do escalonamento, a lima memória foi para o grupo-I # 30 e grupo-II # 35. Os grupos do Canal Finder tiveram lima memória para o grupo-III Set-file # 30 e grupo-IV Set-file # 35. Observaram menor presença de desvio para o grupo III e a maior presença de desvios ocorrendo nos grupos I e II com o instrumento memória # 30 (33,3%) e # 35 (53,3%).

DUMMER et al (1993), compararam duas peças sônicas: MM 1500 e o MM 1400 em canais simulados curvos com várias angulações, utilizando limas Shapersonics. Foi verificado a formação de "elbows", "zips", perda do comprimento de trabalho e desgaste interno na região de curvatura "danger zones". Os canais foram preparados rápida e eficientemente pelas duas peças. O MM 1500 esteve significativamente mais associado a menor perda do comprimento de trabalho. Somente 8% dos canais produziram "zips" e "elbows" e 4% criaram um canal em direção da furca ou "danger zones", gerados pelo MM 1400. Concluíram que o MM 1400 prepara canais curvos de maneira similar ao MM 1500.

MOUNCE et al. (1993) utilizaram 90 blocos de resina com canais radiculares artificiais com aproximadamente 20° a 25° de curvatura, instrumentados por três diferentes operadores, usando a técnica do Canal Master. Observaram fratura de vinte e um dos oitenta e sete instrumentos utilizados, eqüivalendo a 24% das amostras. O instrumento #50 foi o que mostrou o maior índice de fratura. Quanto à forma, foram detectados três degraus entre as amostras examinadas.

SHANKAR et al. (1993) compararam a eficiência dos preparos realizados com limas tipo K e Canal Master, em canais radiculares simulados com curvatura de 30° e 45° . A lima memória para todos os grupos foi a #40. Verificaram diferença significativa entre os dois tipos de instrumentos, tanto para o desvio de trajetória como para a formação de degraus. Concluíram que o preparo com o Canal Master causou menos transporte, sendo mais satisfatório que as limas tipo K.

MACHADO (1993) comparou, em canais radiculares artificiais curvos, com auxílio da análise computadorizada, as técnicas de preparo seriada e cervical. Quanto ao fator de forma e a área desgastada, a técnica do preparo seriado forneceu um aumento maior do diâmetro quando considerados os terços médio e apical, e a formação de "elbow" foi mais evitada pela técnica cervical.

BRAMANTE et al (1994) analisaram raízes vestibulares de pré-molares superiores humanos, que se apresentavam bem divergentes, para comparar as técnicas de instrumentação convencional, telescópica e telescópica associada a broca de Gates Glidden. Usando de uma metodologia própria, os dentes foram corados e seccionados nos terços cervical, médio e apical, sendo analisadas as imagens sobrepostas de antes e após os preparos. Os resultados não mostraram diferenças estatísticamente significantes entre as técnicas, nos terços cervical e apical, porém elas estavam presentes no terço médio. Houve prevalência de desgaste para o lado palatino nos terços cervical e médio, enquanto que, no terço apical, não houve prevalência de desgaste.

ZMENER et al. (1994) avaliaram comparativamente, através da microscopia eletrônica de varredura, as técnicas de instrumentação Canal Master acionados a motor com movimentos rotacionais e a técnica convencional com limas tipo K e movimentos de limagem, tendo o instrumento apical final #35. Avaliaram a manutenção espacial do forame apical e a presença ou a ausência de degraus no 1/3 apical em incisivos superiores extraídos de humanos com curvatura entre 30 e 40° . Os resultados mostraram que o sistema Canal Master produz um canal centrado e cônico, contrariamente às limas tipo K que freqüentemente exibiram alterações na forma original do canal, transporte do forame apical e formação de ombros.

SAUNDERS & SAUNDERS (1994) compararam as limas Flexofile, Flexogates e Canal Master empregadas no preparo de canais radiculares curvos de molares humanos, usando a técnica de dupla conicidade, combinada com movimentos de forças balanceadas. Os instrumentos mostraram-se efetivos no preparo de canais curvos, muito embora o Canal Master mostrasse uma inaceitável ocorrência de fraturas.

COSTA et al. (1994) avaliaram a capacidade de limpeza dos terços médio e apical em canais radiculares de pré-molares humanos, utilizando o aparelho ultra-som de duas maneiras: instrumentando 2 milímetros aquém ou no comprimento de trabalho, confirmando que o fluxo de irrigação não vai além da ponta ativa da lima. O terço apical apresentou melhor qualidade de limpeza, quando empregou-se o ultra-som em toda a extensão do canal. No terço médio, as duas técnicas foram igualmente efetivas e melhores que no terço apical.

CAMPS et al. (1994) compararam os instrumentos Canal Master "U" e Flexogates, em canais radiculares simulados com curvatura de aproximadamente 35° . Após os preparos concluíram que, as limas Canal Master "U", assim como as Flexogates atribuem boas preparações cônicas, podendo ser usadas com segurança em canais curvos.

CAYÓN et al. (1994) avaliaram a técnica de escalonamento usando manualmente as limas Heliapical, Flexofiles e Canal Master "U". Utilizaram a metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987), em canais curvos de molares humanos, concluindo que os canais preparados com Canal Master "U" foram significativamente mais redondos e tiveram menos transporte do que os instrumentados com as limas Heliapical e Flexofiles.

HIMEL et al. (1995) avaliaram a capacidade de estudantes de graduação do curso de Odontologia, em preparar canais radiculares simulados curvos com limas de aço inoxidável e níquel-titânio. Os blocos foram fotografados antes e após os preparos e verificadas as alterações na forma. Todos os canais tiveram como lima principal apical a #35, concluíram que as limas de níquel-titânio deram uma melhor forma ao preparo e mantiveram melhor o comprimento de trabalho sem formar degraus e deformações como "zips".

PERTOT et al. (1995) compararam três diferentes instrumentos em canais radiculares simulados com aproximadamente 35° de curvatura, utilizando-se das limas Canal Master "U" de aço inoxidável e níquel-titânio acionadas a motor e limas pré-curvadas de aço inoxidável tipo K manualmente. Para todos os grupos a lima apical final foi a #30, com um escalonamento complementar de 3 limas. Os resultados mostraram que os preparos realizados pelas limas Canal Master proveram melhores configurações que a lima tipo K.

TEPEL et al. (1995a) compararam a eficiência de corte de diferentes tipos de instrumentos endodônticos e seus efeitos na instrumentação de canais radiculares simulados curvos em blocos de resina. Os canais foram preparados no comprimento de trabalho com o instrumento #25 ou #35. Os resultados mostraram que as limas K de níquel-titânio tiveram a menor eficiência de corte, sendo os alargadores e as limas tipo K de aço inoxidável as que mostraram melhores resultados. As limas flexíveis de aço inoxidável foram superiores na manutenção da forma, em relação aos alargadores, limas tipo K de aço inoxidável especialmente as limas de níquel-titânio.

TEPEL et al. (1995b) verificaram os efeitos produzidos em canais simulados curvos, por instrumentos convencionais e modificados. Concluíram que os instrumentos com desenho modificado, especialmente em sua ponta, foram superiores aos alargadores e limas tipo K convencionais, tanto na eficiência de corte quanto na capacidade de modelagem dos canais curvos.

DAGHER & YARED (1995) analisaram molares superiores extraídos de humanos com curvatura mínima de 24° e no máximo de 52°, instrumentados pelas limas Flex-R, Ultra-Flex (níquel-titânio) e lima K (aço inoxidável). Todos os grupos tiveram como lima memória apical o instrumento #35. Através de radiografias antes e após os preparos, concluíram que a curvatura foi melhor preservada com as limas Flex-R e Ultra-Flex.

ESPOSITO & CUNNINGHAM (1995) compararam a capacidade de manter a forma original em quarenta dentes extraídos de humanos, com limas de níquel-titânio manual, rotatório (MAC) e aço inoxidável (K-Flex). Utilizando o método radiográfico, concluíram que as limas de níquel-titânio tem maior capacidade em manter a forma original quando o preparo era dilatado até a lima #35, #40 ou #45 na porção apical.

LUITEN et al. (1995) avaliaram as técnicas de preparo escalonada com limas tipo K, coroa-ápice com lima tipo K, sônica com limas Shapersonic e o sistema NiTiMatic em canais radiculares curvos. Os preparos, para todas as técnicas, tiveram uma lima final apical #35 a 1 milímetro do forame anatômico. Utilizando o método radiográfico, concluíram que não ocorreram diferenças significativas para o transporte do canal e formação de "elbow".

AL-OMARI & DUMMER (1995) avaliaram em duzentos e oito canais de dentes extraídos de humanos, o bloqueio e extrusão apical de debris de dentina, promovido pelas técnicas seriada, escalonada com movimentos de limagem, escalonada com limagem circunferencial, escalonamento com anticurvatura, duplo escalonamento, stepdown, crown-down e forças balanceadas. Os resultados mostraram que os bloqueios ocorreram mais significativamente com as técnicas que utilizavam o escalonamento e menos com a técnica de forças balanceadas. A extrusão apical ocorreu em 169 canais, mas sem diferenças significativas entre as técnicas, sendo que as maiores extrusões ocorreram nas técnicas de escalonamento e menos para as técnicas de forças balanceadas e crown-down.

SYDNEY et al (1995) valendo-se de raízes mesiais de molares inferiores humanos, com o auxílio do método de diafanização, compararam a forma final e a ocorrência de desvio apical quando do emprego da técnica cervical auxiliada por brocas de Gates Glidden em relação ao sistema Canal Finder. Observaram maior porcentagem de formato cônico contínuo e menos desvio apical para o sistema Canal Finder.

POULSEN et al. (1995) avaliaram em canais mesiais de molares humanos, preparados com instrumentos Lightspeed em 3 velocidades: 750, 1300 e 2000 rpm, a quantidade de dentina removida, transporte do canal e capacidade em manter o canal centrado. A metodologia utilizada foi a de subtração de imagens pelo método proposto por BRAMANTE et al. (1987), concluíram não haver diferenças significantes entre os três grupos experimentais.

ROYAL & DONNELLY (1995) utilizando molares extraídos de humanos com canais curvos, compararam as limas Flex-R, K-Flex e MAF (níquel-titânio), usando a técnica de forças balanceadas, sendo que, para todos os grupos foi utilizado o instrumento #45 para preparar a parte apical. Analisaram as alterações na forma e concluíram que as limas de níquel titânio promoveram menos deformações.

WU & WESSELINK (1995) analisaram a eficiência na limpeza em raízes mésio-vestibulares de molares inferiores humanos com curvatura de 25° em média, das técnicas de escalonamento, cérvico-apical e forças balanceadas, utilizando hipoclorito 2% e água destilada. A eficiência dessas três técnicas foi avaliada através de cortes longitudinais e os debris analisados sob um estereomicroscópio, concluíram que a técnica de forças balanceadas promoveu uma melhor limpeza na porção apical, e o hipoclorito promoveu menor acúmulo de debris.

GLOSSON et al (1995) compararam o preparo em canais mesiais de molares inferiores humanos, utilizando limas de níquel titânio manual (Mity, Canal Master "U"), níquel-titânio movidos a motor (Sensor e Lightspeed) e limas manuais de aço inoxidável (K-Flex). As amostras foram trabalhadas e analisadas pelo método de cortes transversais antes e após os preparos. Concluíram que as limas movidas a motor e a manual Canal Master "U" causam significativamente menos transporte, deixando o canal mais centrado, removendo menos dentina e proporcionando preparos mais redondos do que os realizados pelas limas K-flex e Mity.

HARLAN et al. (1996) compararam as limas Flex-R de aço inoxidável e limas Onyx-R de níquel-titânio, em canais mesiais de molares humanos com curvatura variando entre 20 e 40° . Os dentes foram divididos em dois grupos, ambos preparados com a técnica de forças balanceadas até a lima #30 ou #45 no comprimento de trabalho, auxiliada pelas brocas de Gates-Glidden #1 a #6 na embocadura do canal e no sentido anticurvatura. Pela metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987), concluíram que não houve diferenças significativas entre os preparos para os dois tipos de limas, no transporte da porção apical.

GAMBILL et al. (1996) utilizaram a tomografia computadorizada para avaliar canais instrumentados manualmente com limas de níquel-titânio e aço inoxidável em raízes de dentes extraídos de humanos com curvatura de 10° na parte apical. Para o grupo A, os canais foram instrumentados pela técnica de "1/4 de volta tração" com limas K-Flex, para o grupo B, os canais foram preparados com limas manuais de níquel-titânio (Mity) usando a mesma técnica do grupo A. No grupo C foram utilizadas limas (Mity) com movimentos de limagem. Concluíram que as limas Mity quando utilizadas com movimentos de limagem causaram menos transporte do forame, removeram significativamente menos dentina, consumiram menos tempo para instrumentação e produziram preparos mais centrados e circulares que as limas K-Flex.

SAMYN et al. (1996) utilizaram canais mesiais de molares humanos com curvatura variando entre 20 e 35° . Os espécimes foram colocados em um muflo e secionados em três níveis. Os dentes foram divididos em dois grupos e instrumentados pela técnica do escalonamento com movimentos de limagem e limas tipo K de aço inoxidável e níquel titânio. O preparo apical foi efetuado com a lima #30 e complementado com um escalonamento até a #50. Os resultados mostraram transporte dos canais para as duas técnicas, sendo que os canais desviaram em direção à furca, no início da curvatura, e contrariamente na parte apical, para o lado externo da curvatura. Preparos ovais foram obtidos em 53% dos casos com as limas tipo K de aço inoxidável e em 68% com limas de níquel-titânio.

ABOU-RASS & ELLIS (1996) utilizaram blocos de resina transparente com canais radiculares simulados com curvaturas de 50 a 70° para avaliar a eficiência das técnicas manual com limas Flexofiles, Canal Finder System, M4 e a associação das técnicas. Os resultados demonstraram que os instrumentos automatizados podem ser utilizados para iniciar o preparo cervical até antes do início da curvatura. A parte apical curva deve ser preparada com instrumentação manual #15 a #30 seguido de uma exarcebação final com a lima #30 movida por peça automatizada. Os dois sistemas, Canal Finder e M4, não devem ser usados no comprimento de trabalho em canais curvos.

CHEUNG & CHAN (1996) compararam a peça automatizada Excalibur e a técnica manual escalonada, ambas usando limas tipo K, no preparo de molares inferiores humanos. Utilizando a metodologia proposta por BRAMANTE et al (1987), os espécimes foram analisados e os resultados mostraram que os dois métodos removeram semelhantes quantidades de dentina nos níveis cervical, médio e apical. O Excalibur mostrou tendência em não acompanhar a curvatura do canal, promovendo perfuração em 25% dos casos.

CHAN & CHEUNG (1996) compararam os efeitos da instrumentação manual com limas de aço inoxidável tipo K em relação às limas tipo K de níquel-titânio, em dentes extraídos de humanos moderadamente curvos, pela técnica manual cérvico-apical. Através da metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987), concluíram que os dois tipos de limas removeram quantidades similares de dentina e ambas as limas transportaram os canais, sendo que, as limas de níquel-titânio foram mais seguras na redução da quantidade de transporte através das zonas de perigo.

HANKINS & ELDEEB (1996) utilizaram canais mesiais de molares inferiores, para avaliar a quantidade de dentina remanescente após o preparo, em vários níveis, valendo-se das limas Flex-R e Canal Master com as técnicas: forças balanceadas, escalonada e Canal Master. Concluíram que a técnica de forças balanceadas foi mais rápida que a escalonada e o remanescente de dentina, nos níveis avaliados, foi similar para todos os grupos.

IMURA & ZUOLO (1996), descreveram a técnica denominada "ampliação progressiva", indicada para canais curvos, visando obter acesso direto ao forame apical por remoção gradativa das interferências nas partes média e cervical do canal. A preparação é realizada nos terços cervical e médio com limas Flex-R e brocas de Gates-Glidden, e posteriormente, preparo cuidadoso da parte apical logo após a obtenção do comprimento de trabalho, valendo-se de recuos progressivos de 0,5 a 1,0 milímetro. Várias vantagens foram enumeradas com a utilização desta técnica, destacando-se o adequado preparo da forma do canal, minimizando acidentes iatrogênicos, diminuindo riscos de fratura e extrusão de material para a região periapical.

AL-OMARI et al. (1996) utilizaram canais radiculares artificiais curvos com vários ângulos e posições de curvatura, preparados manualmente usando limas tipo K ou Many K, com movimento de limagem e anticurvatura, sendo o preparo complementado por escalonamento. As imagens foram sobrepostas e analisadas por computador e os resultados mostraram que as limas Many K modelaram melhor canais artificiais que as limas tipo K, com menor número de fraturas.

SYDNEY & MELO (1996) descreveram a técnica para utilização da peça automatizada Canal Finder System, como importante auxiliar no preparo do canal radicular. Concluíram que o sistema Canal Finder é um auxiliar de grande valia na terapia endodôntica, reduzindo o tempo de preparo do canal radicular, sem perder a qualidade, dispensando o uso de instrumentos rotatórios, eliminando um possível adelgaçamento das paredes na porção interna das curvaturas.

KNOWLES et al. (1996) utilizaram molares extraídos de humanos com vários graus de curvatura para avaliar a ação dos instrumentos rotatórios Lightspeed. Através de dupla exposição radiográfica foram analisadas a presença ou ausência de transporte apical após preparo apical final com o instrumento #50. Os resultados mostraram pequeno ou nenhum transporte apical.

SCHÄFER (1996) utilizou blocos de resina transparente com canais radiculares curvos em 42° , que foram preparados com instrumentos Flexoreamer, Flex-R ou K-Flexofile com pontas arredondadas do #15 ao #35 pelas técnicas (Senia – Wildey); forças balanceadas, escalonamento e a técnica combinada utilizando forças balanceadas com movimentos rotacionais. O fator de forma foi analisado e os melhores resultados foram verificados quando os canais foram primeiramente dilatados com Flexoreamer ou Flex-R #15 e #20 usando movimento de rotação, seguido pelos instrumentos #25 a #35 usando forças balanceadas. Essa combinação favorece o preparo do canal sem transporte.

ZMENER & BANEGAS (1996) compararam as técnicas de instrumentação; ultra-som com limas tipo K, limas Profile acionadas por motor de alto torque e limas tipo K manual com movimentos de limagem, em canais radiculares simulados curvos. Os resultados mostraram que as limas Profiles promoveram um canal mais centrado e preparações mais cônicas. O preparo com ultra-som mostrou freqüente alteração na curvatura original e transporte em diferentes níveis.

COLEMAN et al. (1996) compararam limas de níquel-titânio e de aço inoxidável usando a técnica do escalonamento em canais de molares humanos com curvatura. Utilizaram a metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987) e pela sobreposição e subtração de imagens, concluíram que as limas de níquel-titânio provocaram significativamente menos transporte e mantiveram o canal mais centrado no terço apical.

SAHLI et al. (1996) compararam instrumentos de níquel-titânio (Nitiflex) e (Naviflex) com os de aço inoxidável (Flexofile) e (Flex-R), analisando a torção e resistência à fratura. Concluíram que as limas de níquel-titânio possuem maior flexibilidade e menor resistência que as limas de aço inoxidável. Os resultados desse estudo apontaram maior resistência à fratura e torção para as limas Flexofiles seguida pelas limas Flex-R e Nitiflex.

COLEMAN & SVEC (1997) compararam os preparos decorrentes da técnica escalonada usando limas tipo K de aço inoxidável e níquel titânio em canais radiculares simulados curvos. Foram produzidas imagens computadorizadas, sendo que os blocos foram também seccionados em três niveis: 1 a 2 milímetros do forame, na metade da curvatura e porção cervical. Os resultados mostraram que as limas de níquel-titânio causaram significativamente menos transporte e deixaram o canal mais centrado na porção apical. Utilizando da mesma metodologia de preparos, em dentes humanos, os resultados foram similares.

LEONARDO (1997) descreveu as limas Profile séries 29, confeccionadas em liga de níquel-titânio, destacando sua maior conicidade e sua utilização em peça de mão com baixa rotação (250 a 350 rpm) de alto torque.

CAYÓN et al. (1997) avaliaram os instrumentos Flexofile, Canal Master "U" Heliapical, Flexogates, Ultraflex e Lightspeed em canais mesiais de molares extraídos de humanos. Utilizando a metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987), concluíram que os melhores resultados foram obtidos com os instrumentos de níquel-titânio e lâmina de corte curta, em movimentos rotatórios. Os preparos com Canal Master "U", Flexogates e Lightspeed tiveram significativamente preparos mais redondos que as limas Flexofile, Heliapical e Ultraflex em todos os níveis. Os instrumentos Lightspeed promoveram preparos redondos em sua maioria e as limas Lightspeed, Ultraflex, Heliapical e Flexofile produziram preparos mais rápidos.

SCHÄFER (1997) fez uma extensa revisão da literatura analisando instrumentos com diferentes ligas (aço inoxidável, níquel-titânio e níquel-alumínio), nas mais variadas formas e desenhos, inclusive os instrumentos com parte cortante curta. Concluiu que os instrumentos de aço inoxidável flexíveis e de ponta arredondada não cortante, são melhoramentos decisivos no desenvolvimento de um instrumento ideal para preparo do canal. Esses instrumentos são superiores aos instrumentos a base de titânio, tanto na eficiência de corte quanto na modelagem de canais curvos.

BISHOP & DUMMER (1997) compararam a capacidade de preparar canais radiculares simulados curvos, empregando limas Flexofiles e Nitiflex, pela técnica do duplo escalonamento, utilizando movimentos de forças balanceadas. A forma do canal foi avaliada em dois estágios; após o alargamento até o instrumento #30 e subseqüentemente até o instrumernto #45. As imagens pré e pós operatórias foram analisadas e os resultados mostraram que os preparos com limas Nitiflex foram mais rápidos até a lima #30. As limas Flexofiles criaram mais "zips", perfurações, degraus e canais mais dilatados, sendo que os preparos com a lima Nitiflex ofereceram formas mais apropriadas.

THOMPSON & DUMMER (1997a) avaliaram a capacidade dos instrumentos rotatórios Profile 0.4 série 29 de níquel-titânio, no preparo de canais radiculares simulados com curvatura, valendo-se da técnica escalonada no sentido cérvico-apical. Verificaram a eficiência dos instrumentos em termos de tempo, fratura, perda do comprimento de trabalho, obstrução e forma tridimensional do canal. Os resultados mostraram que o tempo necessário para o preparo do canal não foi influenciado significativamente pela forma do canal. Nenhum canal tornou-se obstruído com restos de resina e a perda da distância foi em média 0,5 milímetro ou menos. As impressões da forma do canal demonstraram que os canais apresentavam um "batente apical" definido com paredes lisas e boa conicidade. Concluíram que o aludido instrumento preparou rapidamente canais simulados criando boa forma tridimensional.

THOMPSON & DUMMER (1997b) avaliaram a capacidade do instrumento Profile 0.4 série 29 em dar forma a canais radiculares simulados curvos, valendo-se da técnica cérvico-apical. Foram analisados vários fatores de forma, tais como: "zips", "danger zones", perfurações, "elbows" e degraus. Os resultados mostraram que nenhum "zip", perfuração ou "danger zones" foram observados, mas em 60% foram evidenciados degraus. A direção do transporte em curvaturas de 8 milímetros ficou equilibrada entre a parte interna e externa, mas em curvaturas de 12 milímetros foi mais para o lado externo. Excessiva quantidade de resina foi removida do lado externo na parte apical da curvatura, sendo associados a degraus.

LLOYD et al. (1997) avaliaram a capacidade de modelagem, em 40 canais radiculares simulados curvos, da peça automatizada M4 utilizando limas Safety Hedström. Através da sobreposição das imagens, concluíram que os canais com curvatura de 20° graus foram preparados mais rapidamente que os de 40° graus, "zips" e "elbows" foram observados em dezesseis canais com 40° graus de curvatura, degraus foram encontrados em dezenove blocos e perfurações em apenas um. Em vinte blocos observaram excessiva remoção de resina do lado interno da curvatura criando "danger zones", concluíram que as limas Safety Hedström foram consideradas inefetivas na redução de remoção de material ao longo da parte interna do canal, em severas curvaturas.

AL-OMARI et al. (1997) compararam as limas Mani K ou Micro-Mega K de aço inoxidável na instrumentação de 40 canais radiculares simulados, com vários ângulos e posições de curvatura. As limas foram utilizadas com a técnica escalonada em movimento de limagem e anticurvatura. As imagens pré e pós-operatórias foram sobrepostas e analisadas e os resultados mostraram preparos mais rápidos, formação de "danger zones" e menor índice de fratura para os instrumentos Mani K, "zips e "elbows" foram observados em 70% dos espécimes, tendo ocorrência mais significativa com as limas Micro-Mega. As limas Many foram mais efetivas do que as Micro-Mega em propiciar melhor forma de preparo aos canais.

HEARD & WALTON (1997) através de microscopia eletrônica de varredura, compararam as técnicas de preparo escalonada sem prévia dilatação cervical, escalonamento com prévia dilatação cervical, escalonamento com dilatação cervical prévia e irrigação final com ultra-som em canais de molares humanos com curvatura moderada (15° a 35° ). O trabalho avaliou a remoção de "debris" e "smear-layer" nos níveis apical, médio e cervical. Verificaram que não houve diferença significativa entre as técnicas, todas limparam melhor o nível médio e nenhuma removeu completamente o "smear-layer".

TUCKER et al (1997) avaliaram raízes mesiais de molares inferiores curvos extraídos de humanos, instrumentados com limas Flexofile e movimentos de limagem com anticurvatura e pelo sistema automatizado NIMATIC com limas de níquel-titânio (Sensor File). As imagens foram produzidas através de cortes transversais a 1, 2 e 5 milímetros do comprimento de trabalho e trabalhadas por um computador, tendo como resultado, a ausência de diferença significativa entre a regularidade dos preparos nos dois grupos e nos níveis analisados. A instrumentação manual obteve 77,2% de paredes planas na região apical, 81,2% para o nível médio e 76,9% para a parte cervical. Para o sistema automatizado foram verificadas 82,7% de planificação na parte apical, 79,9% para o médio e 62,8% para a região cervical.

THOMPSON & DUMMER (1997e) avaliaram os instrumentos Lightspeed de níquel-titânio, movidos a motor, usando a técnica do escalonamento em canais radiculares simulados curvos. Foram analisadas as presenças de "zips", "elbows", "danger zones" ou perfurações. Concluíram que a direção de transporte do canal simulado foi para a parte externa na porção apical e na metade da curvatura, para o lado interno.

KUHN et al. (1997) avaliaram o efeito das limas com ponta modificada e convencionais, de aço inoxidável e níquel-titânio, em raízes mesiais de molares extraídos de humanos, com curvatura entre 23 e 25 graus. A instrumentação foi realizada manualmente usando movimentos de ¼ de volta e tração. Para o grupo 1, foram utilizadas limas Onyx-R com ponta modificada não cortante, para o grupo 2, limas de aço inoxidável Flex-R também com ponta modificada, semelhante a Onyx-R, no grupo 3, limas Mity de níquel-titânio com ponta cortante e finalmente no grupo 4 limas de aço inoxidável sem modificações na ponta que serviram como grupo controle. Os canais foram preparados até a lima #25 ou #40 no comprimento de trabalho, sem realizar o pré-curvamento dos instrumentos, complementando com um escalonamento até a lima #60. Pela metodologia proposta por BRAMANTE et al (1987) e da análise estatística, verificaram que as limas de níquel-titânio, independentemente do desenho da ponta, mantiveram significativamente o canal mais centrado, demonstrando também menor transporte apical do que as limas de aço inoxidável até o tamanho #25. Quando a instrumentação foi realizada até a lima #40 as diferenças não foram significantes no transporte do canal tanto na porção apical quanto na parte cervical, sendo que as limas de níquel-titânio com ponta modificada transportaram mais o canal e removeram mais dentina no terço médio que os outros desenhos. Estas deformações não implicariam em importância significativa quando da realização do tratamento em condições clínicas.

LOPES et al (1997) avaliaram em molares inferiores com curvatura, por meio de radiografias, os deslocamentos apicais após a instrumentação do canal radicular com as limas: K-Flexofile, K-Flexofile Golden Mediums, Nitiflex e Profile 0,04 série 29 acionadas a motor. Para o grupo I os dentes foram preparados convencionalmente até a lima #25 Flexofile, no grupo II a instrumentação foi semelhante ao grupo I porém intercalada com as limas Golden Mediums de números #12, #17 e #22, no grupo III preparados convencionalmente até o número #25 com as limas Nitiflex e no grupo IV inicialmente preparados no sentido coroa-ápice com a lima Profile 0,04 de números #5, #4 e #3 até 2/3 do comprimento de trabalho, a seguir, no sentido ápico-cervical até o instrumento #4 em toda a extensão do canal. As radiografias foram analisadas e os resultados mostraram que os deslocamentos apicais foram nulos com o emprego das limas de níquel-titânio acionadas a motor.

MARTIN & SUBAT (1997) analisaram a eficiência das limas K-Flexofile, Mac file de níquel-titânio e Canal Master na modelagem de canais radiculares artificiais com curvatura de 40 e 60 graus. Os resultados foram avaliados após a sobreposição das imagens, sendo concluído que os instrumentos Mac files provocaram mínimo desvio, o Canal Master "U" foi similarmente efetivo mas com alta incidência de instrumentos fraturados, e as limas K-Flexofile demostraram as maiores alterações, particularmente no forame apical.

NAGY et al. (1997a) utilizaram raízes de dentes extraídos de humanos para analisar o preparo em diferentes formas de canal; reto, curvado abruptamente e curvatura gradual. Valeram-se de instrumentos manuais convencionais e flexíveis, três diferentes instrumentos acionados por aparelhos sônicos e ultra-sônicos. Utilizando a sobreposição de imagens radiográficas, concluíram que as perfurações, "elbows" e assimetria dos preparos dependeu da configuração original da raiz. A formação e incidência de "zips" foi independente da morfologia do canal, constatando também que a assimetria do preparo foi a alteração mais freqüente.

NAGY et al. (1997b) analisaram o efeito na forma em canais radiculares de dentes extraídos de humanos, com curvatura abrupta, gradual e reta após instrumentação manual com instrumentos convencionais e flexíveis, aparelhos sônicos e ultra-sônicos. Através da sobreposição radiografica, os preparos foram analisados e foi concluído que a instrumentação de canais retos mostrou 75.7% de assimetria de preparo, sendo maior o transporte no 1/3 cervical do canal, e grande quantidade de extrusão de debris, quando instrumentados com aparelhos sônicos. A maioria dos canais curvos tiveram forma assimétrica. A formação de "elbows" foi de 40% e "zips" 80%. As limas K-Flex produziram menores alterações e significativamente menos assimetria, do que os instrumentos manuais convencionais. O MM 1400 e a instrumentação ultra-sônica foram associados a menores alterações e menos assimetria do que os outros instrumentos testados. O aparelho Excalibur mostrou ser superior aos instrumentos manuais em canais retos, mas similar em canais curvos.

BEDFORD et al. (1997) verificaram as áreas de desgaste produzidas pelos instrumentos Flexogates no preparo de canais radiculares simulados curvos em 45° , preparados da lima #25 a #40 com movimentos rotacionais. As imagens pré e pós-operatórias foram sobrepostas e concluíram que o instrumento Flexogates não mantém o canal centrado, sendo o transporte na parte apical para o lado externo da curvatura, com pequeno ou nenhum transporte nos 1/3 médio e cervical.

PESCE et al. (1997) averiguaram a ocorrência de desvio apical e a conicidade resultante do emprego da técnica de instrumentação seriada, em raízes mésio-vestibulares de molares superiores humanos, variando-se o tipo de instrumento, limas tipo K e Flexofile. Após os preparos, as raízes foram diafanizadas e submetidas a exame macroscópico com auxílio de lupa de oito graus. Os resultados mostraram que a lima Flexofile propiciou menor ocorrência de desvio apical, bem como, melhor qualidade na conicidade contínua dos preparos.

TEPEL & SCHAFER (1997) através de revisão da literatura sobre instrumentos endodônticos analisaram a eficiência de corte, capacidade de instrumentar sem a ocorrência de deformações na forma do canal, como "zips" e "elbows" e resistência à fratura. Concluíram que em movimentos rotatórios, instrumentos flexíveis de aço inoxidável exibiram melhores resultados sendo superiores aos instrumentos de aço inoxidável convencionais, bem como, as limas tipo K à base de titânio. Quanto à eficiência de corte, as limas tipo Hedström de aço inoxidável são significativamente superiores aos outros tipos de limas aço inoxidável e aos à base de titânio. Instrumentos flexíveis de aço inoxidável com ponta não cortante produzem claramente melhores formas em canais curvos.

THOMPSON & DUMMER (1997c) determinaram a capacidade de modelagem do instrumento McXim de níquel-titânio em sistema rotatório, utilizando quarenta canais radiculares simulados com diferentes ângulos e posições de curvatura. Foi evidenciada a fratura de um instrumento e quatro deformaram, sendo que as maiores falhas aconteceram em curvaturas de 12 milímetros de comprimento em relação às curvas agudas e curtas. Nenhum canal tornou-se bloqueado com raspas de resina e a parada apical esteve presente em trinta e sete canais, dezesseis foram julgadas de boa qualidade e 21 de baixa qualidade. Todos os canais exibiram boa conicidade, com boa forma tridimensional.

THOMPSON & DUMMER (1997d) avaliaram a capacidade do instrumento McXim de níquel-titânio movidos a motor em preparar canais radiculares simulados, com vários ângulos e posições de curvatura. Observaram a não ocorrência de "zips", "elbows", perfurações ou "danger zones" durante os preparos. Os resultados mostraram que 42% dos canais, com curvaturas pequenas, mostraram degraus no lado externo da curvatura. A direção de transporte, na porção apical, foi mais freqüente para o lado externo da curvatura, especialmente em canais com curvatura de 40° . No início da curvatura o desvio se deu mais para o lado interno. Concluíram que o instrumento rotatório McXim produz uma boa forma ao canal radicular simulado.

SHORT et al. (1997) compararam três tipos de limas de níquel-titânio; Profile 0.04, Lightspeed e McXim, utilizadas em sistemas automatizados, em relação às limas manuais Flex-R, no transporte do canal, utilizando raízes de molares inferiores com curvatura. Os canais foram preparados até a lima apical final #30 ou #40, através da metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987), as imagens dos terços cervical, médio e apical foram analisadas. Observaram que os sistemas de níquel-titânio deixam o canal mais centrado do que a lima manual de aço inoxidável, não havendo diferenças significativas entre os sistemas de níquel-titânio em qualquer nível analisado. As diferenças entre a instrumentação manual e os sistemas de níquel-titânio foram mais pronunciadas com o instrumento de tamanho #40, no preparo apical.

GOLDBERG & ARAUJO (1997) verificaram o transporte ocorrido nos terços apical e médio em raízes mésio-vestibulares de molares humanos com curvatura, preparados com limas tipo K de aço inoxidável, níquel-titânio e Flexogates em movimento rotatório. Os canais foram instrumentados da lima #15 a #35, através da sobreposição das imagens radiográficas o transporte foi analisado e os resultados mostraram que houve transporte para as limas tipo K sendo que os melhores preparos foram obtidos pelas limas Flexogates principalmente no terço médio, onde não ocorreram transportes.

BERGER (1997) ressaltou a importância do uso de instrumentos com conicidade progressiva ou gradual, projetados em padronização diferente do incremento de 0.2 milímetro. Os instrumentos com conicidade 0.4, 0.6 e 0.8, têm o objetivo de instrumentar o canal com adequada conicidade, sem a necessidade de recuo dos instrumentos, eliminando o uso da lima memória.

KAVANAGH & LUMLEY (1998) desenvolveram um modelo de dupla exposição radiográfica para verificar a manutenção da forma original, em canais curvos de molares humanos, preparados de três maneiras diferentes; grupo I, limas Profile 0.04 em sistema rotatório de 200rpm e técnica cérvico-apical com a lima final apical #6 correspondendo ao instrumento ISO #35; no grupo II, preparadas com abridores de orifício, para facilitar o acesso coronário e instrumentos Profile 0.04 e 0.06, no grupo III, utilizando brocas de Gates-Glidden #2 a #4 e limas manuais Profile 0.2 do número #2 ao #6. O transporte do canal foi avaliado na parte apical, média e cervical sendo que os resultados mostraram que não houve diferenças significantes entre as técnicas, em qualquer nível analisado. Concluíram que o uso de limas com conicidade 0.6 melhoram a forma do canal não aumentando o transporte.

SVEC & WANG (1998) analisaram a quantidade de pré-curvatura necessária ao instrumento, quando do preparo de curvatura gradual ou abrupta. Valeram-se de blocos com canais radiculares simulados com curvatura gradual e abrupta em 30° . Utilizaram vários graus de pré-curvatura dados aos instrumentos 0, 15, 20, 25, 30, 35, 40 ou 45 graus. Os canais radiculares simulados foram instrumentados por uma máquina que realizou o movimento de limagem, sendo o preparo apical levado até a lima K #30. Os resultados mostraram que em curva gradual, os instrumentos devem ser pré-curvados em 20° e 40° e em curvaturas abruptas 25° e 35° , onde foram verificados os menores transportes.

ELLIOTT et al. (1998) compararam limas de níquel-titânio com instrumentos de aço inoxidável em canais radiculares simulados com curvatura de 40° , utilizando no grupo I, a lima Nitiflex (níquel-titânio) com forças balanceadas, tendo como instrumento apical final #40; no grupo II, Flexofile com forças balanceadas e instrumento apical final #40; no grupo III, Nitiflex com movimentos de limagem até um instrumento #30 e completado com um escalonamento até a lima #55; no grupo IV, limas Flexofile, instrumentados da mesma maneira que no grupo III. Fotografias dos blocos foram realizadas antes e após os preparos usando um sistema computadorizado. Os resultados mostraram que a lima Nitiflex usando forças balanceadas, removeu menos material na parte externa da curvatura apical e interna no 1/3 médio, enquanto a lima Flexofile causou mais transporte apical. Para a técnica do escalonamento, a lima Nitiflex removeu mais material do lado externo da curvatura. Concluíram ser melhor utilizar lima Nitiflex com forças balanceadas e Flexofile com movimentos de limagem. As limas de aço necessitaram de pré-curvamento.

THOMPSON & DUMMER (1998a) compararam as alterações promovidas por dois tipos de limas de níquel-titânio: Mity Roto 360 e Naviflex, acionadas por sistema rotatório, utilizadas para preparar canais radiculares simulados com curvaturas em vários ângulos e posições, valendo-se da técnica cérvico-apical. Essas limas possuem conicidade de 0.2 milímetro e ponta romba. Imagens pré e pós-operatórias foram analisadas e verificaram que nenhum dos instrumentos criaram "zips", "elbows" e "danger zones". Ombros foram observados em 50% dos canais preparados com Mity e 72% com Naviflex. A direção de transporte na parte apical foi para o lado externo da curvatura. Concluíram que tanto Mity quanto Naviflex preparam canais com alta incidência de ombros, mas não provocaram iatrogenias.

THOMPSON & DUMMER (1998b) analisaram a capacidade de modelagem em canais radiculares simulados com curvaturas em vários ângulos e posições, pelos instrumentos de níquel-titânio Mity Roto 360 e Naviflex acionados a motor. Nenhum instrumento fraturou durante o experimento e não foi constatado nenhum bloqueio durante os preparos. A maioria dos canais preparados mantiveram o comprimento de trabalho original; a parada apical esteve presente em 72% com Mity e 82% com Naviflex. Observaram para os dois instrumentos, paredes lisas na parte apical, em aproximadamente metade dos espécimes e em quase todos os canais na parte coronal.

REDDY & HICKS (1998) investigaram a quantidade de extrusão de debris "in vitro" usando duas técnicas de instrumentação, manual e rotatória, em dentes pre-molares extraídos de humanos com mínima curvatura e canal único. No grupo I, os dentes foram preparados usando limas tipo K e movimento de limagem completado com escalonamento; no grupo II, forças balanceadas e limas Flex-R; no grupo III, instrumentos Lightspeed acionados a motor por rotação e no grupo IV, instrumentos Profile 0.4 série 29 também acionados a motor. Os debris foram coletados e analisados. Concluíram que todas as técnicas produziram extrusão apical de debris, sendo que os preparos com limagem extruíram significativamente mais que os outros métodos. A diminuição de debris apical tem grande implicação na diminuição da incidência de dor e inflamação pós-operatória.

HINRICHS et al. (1998) utilizaram dentes unirradiculares humanos que foram instrumentados usando Lighspeed, Profile 0.4, McXim e Flex-R, para verificar a extrusão apical. Observaram que não houve diferenças significativas entre os grupos na quantidade de debris extruídos. Fatores como o comprimento do canal, curvatura e diâmetro do forame, não afetaram a quantidade de debris extruídos.

RAVAGNANI et al. (1998) avaliaram radiograficamente os efeitos decorrentes da instrumentação de canais radiculares curvos extraídos de humanos, através da técnica de preparo escalonado com recuo anatômico, auxiliado por brocas de Gates-Glidden #1 e #2, em relação à peça automatizada Canal Finder System. Para a instrumentação manual, a lima apical final foi a #35 e para o sistema automatizado a #25 ou #30. Através da dupla exposição radiográfica os dados foram analisados e os resultados apontaram para a ausência de desvio apical quando os preparos foram realizados com a peça automatizada e em 26.6% com a técnica de preparo escalonado.

MACHADO et al. (1998) analisaram a qualidade do preparo químico-cirúrgico das técnicas seriada convencional, escalonadas ápico-cervical e cérvico apical, auxiliadas por brocas de Gates-Glidden, em raízes mesiais de molares inferiores humanos, apresentando graus de curvaturas semelhantes radiograficamente. Através de dupla exposição radiográfica, verificaram o ângulo de curvatura antes e após os preparos, a odontometria antes e após a instrumentação e o calibre final do instrumento apical. Os resultados mostraram que o preparo escalonado cérvico-apical conservaram as características da região apical, além de proporcionar através da prévia retificação dos terços cervical e médio, a utilização de um primeiro instrumento mais calibroso no comprimento de trabalho.

SMITH & EDMUNDS (1998) compararam duas peças automatizadas, Excalibur e MM 1500 no preparo de canais radiculares simulados em várias angulações e posições de curvatura. Através da sobreposição das imagens antes e após os preparos, concluíram que as duas peças criaram alta porcentagem de deformações no preparo, sendo que, o Excalibur gerou significativamente mais "zips", "elbows" e "danger zones".

THOMPSON & DUMMER (1998c) avaliaram os instrumentos Quantec série 2000 de níquel-titânio em 40 canais radiculares simulados curvos. Verificaram a presença de vinte e um "zips" e "elbows", quatro perfurações e três "danger zones". O transporte do canal simulado foi para o lado externo da curvatura na porção apical e interno no início da mesma. À luz da microscopia eletrônica de varredura esses instrumentos revelaram uma forma predisposta à criação de defeitos em canais com curvaturas severas.

BRYANT et al. (1998) avaliaram, em canais simulados curvos, a capacidade de modelagem dos instrumentos Profile de conicidade 0.04, em quatro diferentes ângulos e posições de curvatura, valendo-se da técnica cérvico-apical. Evidenciaram nove formações de "zips" e apenas um "degrau". O transporte foi em direção ao lado externo da curvatura, na porção apical e o canal permaneceu mais centrado na parte reta. Concluíram que o instrumento Profile produz "zips" em grande quantidade.

MACHADO (1998) avaliou as possíveis alterações da área, perímetro e fator de forma para três técnicas mecânicas representadas pelos sistemas Profile 04, Profile 04 associado a técnica cérvico-apical com auxílio de brocas de Gates-Glidden e Lightspeed, em canais radiculares artificiais curvos. Os resultados foram analisados, não demonstrando para as propriedades de área e perímetro diferenças significativas. Quanto à forma, o grupo do sistema Profile 04 apresentou diferenças significativas em relação aos demais, apresentando preparos de boa qualidade.

SCHÄFER (1999a) verificou as modificações produzidas em canais radiculares simulados com curvaturas de 42° provocadas por instrumentos com várias conformações de secções transversais (quadrangular, triangular, rombóide, "S" e da lima Hedström) com variados números de espiras (16, 24 e 32). O preparo foi realizado do instrumento #15 ao #35. A forma rombóide com dezesseis ou vinte e quatro espiras foi a que obteve os melhores resultados em manter os canais centrados, sem perda do comprimento de trabalho. Os resultados indicaram que, em contraste ao tradicional desenho dos instrumentos, a forma rombóide com 24 espiras resultou melhor preparo em curvaturas severas.

SCHÄFER (1999b) comparou a eficiência de corte das limas de aço inoxidável com diferentes secções transversais (quadrangular, triangular, rombóide, "S" e da lima Hedstrom) com três diferentes números de espiras (16, 24 e 32). As limas foram acionadas por movimento de limagem ou rotatório. Quanto a eficiência de corte, para os dois movimentos, a forma rombóide com 24 espiras foi a que denotou os melhores resultados.

MIRANZI et al. (1999) avaliaram através de canais radiculares simulados curvos a regularidade decorrente do preparo manual, com movimento de limagem e forças balanceadas. Concluíram que o movimento de limagem produz maior quantidade de "zips" e "elbows", sendo que o movimento de forças balanceadas manteve o canal mais centrado, obtendo preparos regulares.



MATERIAL E MÉTODO

Para o presente trabalho foram utilizados quarenta blocos transparentes em resina de poliéster (2120Ò ), com canais radiculares artificiais curvos. Para a confecção dos canais radiculares simulados, conforme metodologia de DUMMER et al. (1991), foram utilizados quarenta cones de prata número #20 (OdameÒ ) com curvaturas graduais de aproximadamente 30° , de acordo com o método de SCHNEIDER (1971). A curvatura iniciou a uma distância de 11 milímetros da porção terminal do cone, sendo que a porção reta do canal foi também padronizada em 12 milímetros, de modo que o comprimento total, para todos os canais confeccionados, foi de 23 milímetros. Os cones de prata foram curvados através de um curvador Flexi-Bend (MailleferÒ ), seguindo um diagrama com as medidas do ângulo e comprimento de curvatura.

Utilizou-se quarenta cubetas de acrílico transparente de espectofotômetro, com 28 milímetros de comprimento. Os cones de prata foram fixados em placas de cera número 7, na sua porção cervical, garantindo assim, posicionamento constante e deixando livre 4 milímetros cervicais do cone. As cubetas de espectofotômetro foram posicionadas paralelamente aos cones de prata (Fig 1).

Figura -1 Cone de prata curvado posicionado e envolto pela cubeta de espectofotômetro

    A resina de poliéster foi preparada, utilizando-se a proporção de 0,5% de catalizador para cada 100g de resina base. A mistura foi feita em um Becker, sendo a espatulação lenta e contínua, até que a mistura se mostrasse homogênea. Preparada a resina, esta era vertida para o interior das cubetas até a sua borda superior. Deixou-se a resina polimerizar por um período de 24 horas em temperatura ambiente, findo o qual, com auxílio de um alicate, os cones de prata eram removidos, tendo como resultado canais com comprimento, diâmetro e grau de curvatura padronizados.
4.1 Comprimento de trabalho
    Para se estabelecer o comprimento de trabalho, um instrumento #10 (Moyco-Union BroachÒ ) foi posicionado a 1mm da parte final apical de cada bloco com canal radicular simulado. Previamente a esse procedimento, foi realizado um desgaste em 8 milímetros, na parte reta cervical de cada bloco, com brocas de Gates-Glidden #1 e #2 (Moyco-Union BroachÒ ). O comprimento de trabalho foi estabelecido, utilizando-se da transparência dos blocos de resina.
4.2 Procedimentos fotográficos
    Foram confeccionadas duas referências, onde foi considerada ser a face vestibular dos blocos de acrílico, para posterior posicionamento, na sobreposição das imagens antes e após os preparos dos canais radiculares simulados. Para melhor contraste nos procedimentos fotográficos, foi injetada tinta nanquim (Pelikanâ ) em todo o comprimento dos canais radiculares artificiais. Os blocos foram posicionados, no sentido vestíbulo-lingual e fotografados por uma câmara Nikon F-2 obedecendo sempre a mesma distancia objeto/filme (Fig. 2).

Figura 2-Blocos com canais radiculares artificiais utilizados nesta pesquisa.

    Para quantificar as possíveis alterações produzidas pelas instrumentações, foram colocadas duas secções medidas juntas aos blocos de resina. Após os preparos, foi injetada novamente tinta nanquim nos canais radiculares simulados e os blocos foram novamente fotografados, respeitando o sentido vestíbulo-lingual e as distancias objeto/filme anteriormente estabelecidas. As fotografias foram obtidas em tamanho 10 X 15, digitalizadas por um scanner (Genius HR5Ò ) e trabalhadas no programa Adobe Photo Shop 4.0 onde foram sobrepostas para análise dos possíveis acidentes provocados (Fig. 3).

Figura 3 – Imagem sobreposta onde verifica-se o canal antes (preto) e pós instrumentação (cinza claro).

4.3 Preparo dos canais radiculares simulados

    Os quarenta blocos foram aleatoriamente divididos em dois grupos com vinte amostras em cada um e instrumentados por apenas um operador. No grupo 1 (n=20), os canais foram preparados manualmente com limas Onyx-R (Moyco Union BroachÒ ) dando aos instrumentos movimentos de ¼ de volta e tração de pequena amplitude, até que a lima trabalhasse livre nas paredes do canal radicular artificial, quando então era realizado um movimento complementar de forças balanceadas, como o preconizado por ROANE et al. (1985). Os preparos foram auxiliados mecanicamente por Brocas de Gates-Glidden #1 e #2, (Moyco Union BroachÒ ) na parte reta dos canais. A técnica empregada foi a cérvico apical, sendo que inicialmente os canais foram preparados com o instrumento tipo K #10, no comprimento de trabalho, depois foram utilizadas brocas de Gates-Glidden (Moyco Union BroachÒ ) de números #1 e #2 até imediatamente antes do início da curvatura, permitindo que um instrumento #15 Onyx-R (Moyco Union BroachÒ ) alcançasse o comprimento de trabalho. Cada instrumento foi trocado quando estava trabalhando livre nas paredes do canal. Para introdução do instrumento #20, foi previamente utilizada a broca de Gates-Glidden #2 (Moyco Union BroachÒ ). Finalizando a instrumentação, foi realizado um preparo seriado até o instrumento #40 no comprimento de trabalho, sendo o preparo considerado completo quando esse instrumento estava trabalhando livre no canal radicular artificial.
    Para o grupo 2 (n=20), as manobras iniciais, o uso das brocas de Gates-Glidden e da lima tipo K #10, antes da inserção do instrumento #15 e #20, foram utilizadas da mesma maneira que no grupo 1. As limas utilizadas para os preparos desse grupo foram as limas Pow-R (Moyco Union BroachÒ ) de níquel-titânio, acionadas por motor elétrico, TCM ENDO (NouvagÒ ), com giro constante de 300rpm. As limas Pow-R, foram utilizadas seriadamente dos números #15 a #40, no comprimento de trabalho.
    Para os dois grupos, uma lima tipo K #10 foi utilizada, entre as trocas dos instrumentos, no comprimento de trabalho, para remoção de raspas de resina da parte apical.
    A cada troca dos instrumentos, os canais foram irrigados copiosamente com 2ml de água destilada, aviado no laboratório de Endodontia da FORP-USP, juntamente com glicerina bi-destilada (Farmaxâ ) para lubrificar os canais e facilitar a instrumentação em todos os blocos preparados.
    Cada conjunto de limas foi utilizado na instrumentação de quatro canais radiculares simulados de acordo com o preconizado por THOMPSON & DUMMER (1997c).


Figura 4 – Bloco fixado no mini torno, para realização dos preparos.

    Os blocos com canais radiculares foram fixados em um mini torno (Western), para realização da instrumentação, facilitando a atuação do operador (Fig. 4).

4.4 Métodos de avaliação
    As imagens sobrepostas foram ampliadas em 4X e avaliadas através do programa Image Tool, que mede distâncias, ângulos e áreas das figuras, gentilmente cedido pela Universidade de San Antonio Texas U.S.A. Inicialmente calibrou-se em milímetros, como unidade de medida, tendo como referência para calibração, as seções medidas colocadas ao lado dos blocos. A seguir, o programa calculou, através de um traçado, as áreas desgastadas pela instrumentação, nos 11 milímetros da parte curva do canal, área apical lado externo da curvatura, e cervical lado interno da curvatura (Fig. 5 A e 5 B).
    Foram medidas também, as distâncias da parte externa do canal radicular simulado, antes do preparo, a parte externa desgastada pela instrumentação, nos níveis 4 e 5 milímetros, aquém do final apical do canal radicular artificial e as medidas da borda interna do canal antes da instrumentação à borda interna após o preparo, no nível de 11 milímetros. Os níveis da parte apical foram medidos para verificar o transporte do canal e tendência em gerar "zips" e no nível cervical da curvatura, para evidenciar a ocorrência de "danger zones" (Fig. 7). Para obter uma mensuração padronizada foi traçada uma linha da porção terminal do canal simulado até os níveis pré-estabelecidos (Fig. 6).
A B


Figura 5 – (A) mensuração da área apical e (B) área cervical da curvatura.
 
 

Figuras 6 e 7 – Níveis escolhidos e maneira como foram realizadas as mensurações.

    Os canais radiculares artificiais foram também avaliados em seus 11mm de curvatura, medindo tanto o desgaste interno quanto externo, como mostra o esquema da (Fig. 8), calculando uma média em cada um desses níveis e realizando posteriormente um contorno final, da parte curva, modelado para os dois grupos, como mostra o diagrama das (Figs. 9 A e B).
    Os dados foram submetidos à análise estatística pelo programa G.M.C. 7.2 do Professor Dr. Geraldo Maia Campos da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.

Figura - 8 Esquema evidenciando os níveis avaliados, interna e externamente, nos 11 milímetros de curvatura.


RESULTADOS

Os valores originais relativos ao cálculo da área apical, lado externo da curvatura, para os dois grupos estão expressos em mm2 na Tabela 1. Os dados originais foram submetidos a testes estatísticos preliminares, sendo inicialmente realizado o teste de aderência à curva normal, mostrando um valor do Qui Quadrado de 5,04 para 4 graus de liberdade, resultando em curva normal (Tabela 2).
Tabela 1 Valores originais em mm2 das áreas desgastadas, na parte apical externa.

Canais/grupos
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
1,62
1,49
2,14
1,80
1,65
1,59
2,45
0,73
2,37
2,18
3,10
1,38
0,96
3,13
2,00
4,64
2,15
2,24
2,65
1,98
1,68
0,98
1,35
1,24
1,81
1,04
1,13
1,87
1,54
1,59
1,72
1,64
1,34
2,01
1,00
1,42
1,50
2,12
0,80
1,32

Tabela 2. Teste de aderência à curva normal. Valores originais.

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s
Curva normal 0,44 5,40 24,20 39,89 24,20 5,40 0,44
Curva experimental 0,00 5,00 25,00 47,50 15,00 5,00 2,50
 
B. Cálculo do Qui quadrado
Graus de liberdade
4
Interpretação
Valor do Qui quadrado
5,04
A distribuição amostral testada

é normal

Probabilidade de H0
28,37%

O teste de homogeneidade de Cochran por sua vez, apresentou um valor de cálculo 0,8497 para 2 variâncias e 19 graus de liberdade, que comparado com o valor crítico tabulado 0,7817 mostra uma distribuição não homogênea (Tabela 3).

Tabela 3 - Teste de homogeneidade de Cochran

Número de variâncias testadas 2
Número de graus de liberdade 19
Variância maior 0.7322
Soma das variâncias 0.8617
Valor calculado pelo teste 0.8497

Uma vez que os testes estatísticos preliminares demonstraram tratar-se de amostra normal, mas não homogênea, pois o valor calculado (0,8497) para o Teste de Cochran, foi maior que o valor crítico (0,7817) optamos por realizar a transformação em raiz quadrada dos dados (Tabela 4) e aplicar novamente os testes preliminares.
Tabela 4 - Valores em mm2 transformados (raiz quadrada dos dados originais) das áreas desgastadas, na parte apical externa.

Raízes/grupos
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
1,27
1,22
1,46
1,34
1,28
1,26
1,56
0,85
1,53
1,47
1,76
1,17
0,97
1,76
1,41
2,15
1,46
1,49
1,62
1,40
1,29
0,98
1,16
1,11
1,34
1,01
1,06
1,36
1,24
1,26
1,31
1,28
1,15
1,41
1,00
1,19
1,22
1,45
0,89
1,14

Os dados transformados foram submetidos aos testes preliminares sendo inicialmente realizado o teste de aderência à curva normal, mostrando um valor do Qui quadrado de 3.43 para 4 graus de liberdade, resultando em distribuição normal (Tabela 5).

Tabela 5 - Teste de aderência à curva normal: dados transformados (raiz quadrada dados originais).

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s
Curva normal 0,44 5,40 24,20 39,89 24,20 5,40 0,44
Curva experimental 2.50 2.50 25.00 42.50 22.50 2.50 2.50
 
B. Cálculo do Qui quadrado
Graus de liberdade
4
Interpretação
Valor do Qui quadrado
3,43
A distribuição amostral testada

é normal

Probabilidade de H0
48,84%

O teste de homogeneidade de Cochran apresentou um valor calculado 0,7799 que foi comparado com o valor crítico 0,7817 para 2 variâncias e 19 graus de liberdade mostrando que a distribuição, depois de transformada, passou a ser homocedástica (Tabela 6).

Tabela 6 - Teste de homogeneidade de Cochran

Número de variâncias testadas 2
Número de graus de liberdade 19
Variância maior 0.0817
Soma das variâncias 0.1048
Valor calculado pelo teste 0.7799

A Tabela 7 mostra os parâmetros amostrais, a mediana dos dados agrupados e sua distribuição.

Tabela 7 - Parâmetros amostrais: dados transformados (raiz quadrada dos dados originais)

Soma dos dados amostrais
0.0000
Soma dos quadrados dos dados
1.9912
Termo de correçäo
0.0000
Variaçäo total
1.9912
   
Média geral da amostra
0.0000
Variância da amostra
0.0511
Desvio padräo da amostra
0.2260
Erro padräo da média
0.0357
   
Mediana (dados agrupados)
-0.0066
Dados abaixo da média
12.0000
Dados iguais à média
17.0000
Dados acima da média
11.0000
Determinou-se a distribuição de freqüência da amostra, na qual os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio padrão do erro amostral que são os pontos característicos da curva normal (Tabela 8).

Tabela 8: Distribuição de freqüências: dados transformados (raiz quadrada dados originais).

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Freqüências absolutas
1
1
10
17
9
1
1
Em valores percentuais:
2.5
2.5
25.0
42.5
22.5
2.5
2.5
B. Freqüências acumuladas
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Freqüências absolutas
1
2
12
29
38
39
40
Em valores percentuais:
2.5
5.0
30.0
72.5
95.0
97.5
100.0

Como a distribuição amostral, após a transformação raiz quadrada dos dados foi normal e homocedástica, requisitos para adoção de testes paramétricos, tornou-se permitido a aplicação do teste t para análise estatística (Tabela 9).

TABELA 9 – Análise do teste t.

Valor calculado de t
3.17
Graus de liberdade
38
Média da amostra (1)
1.43
Média da amostra (2)
1.20
Probabilidade de igualdade
0.34%
Significante ao nível de 1% (a = 0.01)

Pela observação desta tabela, verifica-se maior desgaste e conseqüente transporte do canal, na parte apical externa da curvatura do canal radicular artificial, significante ao nível de 1% para o grupo manual em relação ao grupo acionado a motor. O maior desgaste concentrado nesta região aponta uma maior tendência para a formação de "zip", para o grupo manual. Observa-se que os valores para a instrumentação mecânica foram mais uniformes, contrariamente ao grupo manual que demonstrou valores mais discrepantes (Tabela 1).

Os dados originais relativos ao cálculo da área cervical, na parte interna da curvatura, para os dois grupos estão expressos em mm2 na (Tabela 10). Os dados originais foram submetidos a testes estatísticos preliminares, sendo inicialmente realizado o teste de aderência à curva normal, resultando em distribuição normal (Tabela 11).
Tabela 10 – Valores originais em mm2 das áreas desgastadas, na parte cervical interna da curvatura.

Raízes/grupos
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
1,40
1,51
1,61
1,84
2,39
2,02
2,78
2,35
1,76
1,76
0,58
1,67
2,33
1,17
1,96
1,11
1,35
1,42
1,70
0,22
1,60
2,51
0,86
1,00
0,82
1,61
1,07
0,98
1,60
1,05
1,00
0,90
0,88
1,15
1,26
1,40
1,51
1,28
1,28
1,33

Tabela 11 - Teste de aderência à curva normal: Valores originais.

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Curva normal
0,44
5,40
24,20
39,89
24,20
5,40
0,44
Curva experimental
2.50
2.50
25.00
42.50
22.50
5.00
0.00
 
B. Cálculo do Qui quadrado
Graus de liberdade
4
Interpretação
Valor do Qui quadrado
1.90
A distribuição amostral testada

é normal

Probabilidade de H0
75.35%

O teste de homogeneidade de Cochran por sua vez apresentou um valor de cálculo 0,7048 para 2 variancias e 19 graus de liberdade, que comparado com o valor crítico tabulado 0,7817 mostra uma distribuição homogênea (Tabela 12).

Tabela 12 - Teste de homogeneidade de Cochran

Número de variâncias testadas
2
Número de graus de liberdade
19
Variância maior
0,3690
Soma das variâncias
0,5236
Valor calculado pelo teste
0,7048
Os testes estatísticos preliminares demonstraram que a amostra era normal e homocedástica. Os dados originais submetidos aos parâmetros amostrais demonstrando a mediana dos dados agrupados e sua distribuição (Tabela 13).

Tabela 13 - Parâmetros amostrais: Valores originais
 
 

Soma dos dados amostrais 0.0000
Soma dos quadrados dos dados 9.9482
Termo de correçäo 0.0000
Variaçäo total 9.9482
   
Média geral da amostra 0.0000
Variância da amostra 0.2551
Desvio padräo da amostra 0.5051
Erro padräo da média 0.0799
   
Mediana (dados agrupados) -0.0149
Dados abaixo da média 12.0000
Dados iguais à média 17.0000
Dados acima da média 11.0000

Determinou-se a distribuição da freqüência da amostra, na qual os intervalos de classe baseiam-se, na média e no desvio padrão do erro amostral, que são os pontos característicos da curva normal (Tabela 14).

Tabela 14: Distribuição de freqüências: Valores originais.

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Freqüências absolutas
1
1
10
17
9
2
0
Em valores percentuais:
2.5
2.5
25.0
42.5
22.5
5.0
0.0
B. Freqüências acumuladas
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Freqüências absolutas
1
2
12
29
38
40
40
Em valores percentuais:
2.5
5.0
30.0
72.5
95.0
100.0
100.0

Como a distribuição amostral, foi normal e homogênea, requisitos para adoção de testes paramétricos, tornou-se permitido a aplicação do teste t para análise estatística dos dados (Tabela 15).

TABELA 15 – Análise do teste t.

Valor calculado de t
2.42
Graus de liberdade
38
Média da amostra (1)
1.65
Média da amostra (2)
1.25
Probabilidade de igualdade
1.92%
Significante ao nível de 5% (a = 0.05)

Através do resultado desta tabela, podemos verificar maior transporte e desgaste decorrente do preparo do canal, na área cervical interna da curvatura, para o grupo manual em relação ao acionado por motor, significante ao nível de 5%. O desgaste excessivo nesta região, pode gerar o acidente denominado de "danger zones" levando inclusive a perfuração em direção à furca. Os valores mostraram-se mais homogêneos para o grupo 2 (Tabela 10).

Os dados originais, em milímetros, relativo as medidas das distâncias da borda externa do canal original à borda externa do preparado, no nível de 4milímetros, aquém do final do canal radicular simulado, para os dois grupos estão expressos na (Tabela 16).

Tabela 16 Mensurações em milímetros da distância do canal original até a parte externa do preparo no nível de 4mm.

Raízes/grupos
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0,29
0,31
0,31
0,38
0,36
0,29
0,38
0,19
0,34
0,43
0,33
0,26
0,24
0,43
0,40
0,48
0,41
0,34
0,38
0,26
0,31
0,24
0,22
0,19
0,34
0,24
0,29
0,29
0,26
0,29
0,24
0,23
0,23
0,31
0,21
0,19
0,26
0,36
0,15
0,24

Os dados originais foram submetidos aos testes estatísticos preliminares sendo inicialmente realizado o teste de aderência à curva normal, resultando em distribuição normal (Tabela 17).

Tabela 17 - Teste de aderência à curva normal: Valores originais

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Curva normal
0,44
5,40
24,20
39,89
24,20
5,40
0,44
Curva experimental
0.00
7.50
20.00
35.00
32.50
5.00
0.00
 
B. Cálculo do Qui quadrado
Graus de liberdade
4
Interpretação
Valor do Qui quadrado
5,02
A distribuição amostral testada

é normal

Probabilidade de H0
28,51%

O teste de homogeneidade de Cochran por sua vez apresentou um valor de cálculo de 0,6578 para 2 variancias e 19 graus de liberdade, que comparado com o valor crítico tabulado 0,7817 mostra uma distribuição homogênea (Tabela 18).

Tabela 18 - Teste de homogeneidade de Cochran

Número de variâncias testadas
2
Número de graus de liberdade
19
Variância maior
0,0054
Soma das variâncias
0,0081
Valor calculado pelo teste
0,6578

Os dados originais foram submetidos aos parâmetros amostrais demonstrando a mediana dos dados agrupados e sua distribuição (Tabela 19).
Tabela 19 Parâmetros amostrais: Valores originais

Soma dos dados amostrais
0,0000
Soma dos quadrados dos dados
0,1546
Termo de correçäo
0,0000
Variaçäo total
0,1546
   
Média geral da amostra
0,0000
Variância da amostra
0,0040
Desvio padräo da amostra
0,0630
Erro padräo da média
0,0100
   
Mediana (dados agrupados)
0,0090
Dados abaixo da média
11,0000
Dados iguais à média
14,0000
Dados acima da média
15,0000

Determinou-se a distribuição de freqüência da amostra, na qual os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio padrão do erro amostral que são os pontos característicos da curva normal (Tabela 20).
Tabela 20: Distribuiçäo de freqüências: Valores originais

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s
Freqüências absolutas
0
3
8
14
13
2
0
Em valores percentuais:
0.0
7.5
20.0
35.0
32.5
5.0
0.0
B. Freqüências acumuladas
Intervalos de classe M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s
Freqüências absolutas 0 3 11 25 38 40 40
Em valores percentuais: 0.0 7.5 27.5 62.5 95.0 100.0 100.0

Como a distribuição amostral, foi normal e homogênea, requisito para adoção de testes paramétricos, tornou-se permitido a aplicação do teste t para análise estatística dos dados (Tabela 21).

TABELA 21 – Análise do teste t aplicado aos valores originais

Valor calculado de t 4.26
Graus de liberdade 38
Média da amostra (1) 0.34
Média da amostra (2) 0.25
Probabilidade de igualdade: 0.02%
Significante ao nível de 1% (a = 0.01)

Dos resultados dessa tabela, verificamos maior transporte, significante ao nível de 1%, para o grupo manual em relação ao automatizado. Esse maior deslocamento do canal pode em situação clínica, determinar a formação de "zip", dificultando a limpeza, desinfecção e obturação.

Os dados originais, em milímetros, relativo as medidas da distância da borda externa do canal original à borda externa do preparado no nível de 5mm, aquém do final do canal radicular simulado, para os dois grupos estão expressos na Tabela 22.

Tabela 22 – mensurações, em milímetros, da distância do canal original até a parte externa do preparo no nível de 5mm.

Raízes/grupos
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0,29
0,33
0,31
0,36
0,34
0,31
0,40
0,17
0,33
0,43
0,36
0,24
0,22
0,38
0,29
0,65
0,38
0,32
0,45
0,31
0,34
0,24
0,26
0,24
0,31
0,23
0,24
0,31
0,26
0,31
0,26
0,23
0,24
0,29
0,21
0,24
0,22
0,39
0,17
0,26

Os dados originais foram submetidos aos testes estatísticos preliminares sendo inicialmente realizado o teste de aderência à curva normal, que apresentou curva não normal (Tabela 23).

Tabela 23 teste de aderência à curva normal: Valores originais

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Curva normal
0,44
5,40
24,20
39,89
24,20
5,40
0,44
Curva experimental
0.00
5.00
15.00
57.50
17.50
2.50
2.50
 
B. Cálculo do Qui quadrado
Graus de liberdade
4
Interpretação
Valor do Qui quadrado
14,71
A distribuição amostral testada

não é normal

Probabilidade de H0
0,53 %

Uma vez que o teste de normalidade foi não normal, realizamos a transformação dos dados originais de milímetros em (Logaritmo dos dados originais + 1) (Tabela 24).

Tabela 24 – Valores transformados (logaritmo dos dados originais +1) mensurações da distância do canal original até a parte externa do preparo no nível de 5mm.

Raízes/grupos
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0,11
0,12
0,11
0,13
0,12
0,11
0,14
0,06
0,12
0,15
0,13
0,09
0,08
0,13
0,11
0,21
0,13
0,12
0,16
0,11
0,12
0,09
0,10
0,09
0,11
0,08
0,09
0,11
0,10
0,11
0,10
0,08
0,09
0,11
0,08
0,09
0,08
0,14
0,06
0,10

Os dados transformados foram submetidos aos testes estatísticos preliminares, sendo inicialmente realizado o teste de aderência à curva normal mostrado um valor do Qui quadrado de 9.19 para 4 graus de liberdade, com curva normal (Tabela 25).
 
 

Tabela 25 teste de aderência à curva normal: dados transformados de milímetros para (Logaritmo dos dados originais + 1)

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Curva normal
0,44
5,40
24,20
39,89
24,20
5,40
0,44
Curva experimental
0.00
5.00
15.00
52.50
22.50
2.50
2.50
 
B. Cálculo do Qui quadrado
Graus de liberdade
4
Interpretação
Valor do Qui quadrado
9,19
A distribuição amostral testada

é normal

Probabilidade de H0
5,65 %

O teste de homogeneidade de Cochran, por sua vez, apresentou um valor de cálculo de 0,7670 para 2 variâncias e 19 graus de liberdade, que comparado com o valor crítico tabulado 0,7817 mostra uma distribuição homogênea (Tabela 26).

Tabela 26 - Teste de homogeneidade de Cochran

Número de variâncias testadas:
2
Número de graus de liberdade:
19
Variância maior
0,0010
Soma das variâncias
0,0012
Valor calculado pelo teste
0,7670

Os dados transformados foram submetidos aos parâmetros amostrais demonstrando a mediana dos dados agrupados e sua distribuição (Tabela 27).

Tabela 27 Parâmetros amostrais: (Logaritmos dos dados originais + 1)

Soma dos dados amostrais 0.0000
Soma dos quadrados dos dados 0.0236
Termo de correçäo 0.0000
Variaçäo total 0.0236
   
Média geral da amostra 0.0000
Variância da amostra 0.0006
Desvio padräo da amostra 0.0246
Erro padräo da média 0.0039
   
Mediana (dados agrupados) 0.0018
Dados abaixo da média 8.0000
Dados iguais à média 21.0000
Dados acima da média 11.0000

Determinou-se a distribuição de freqüência da amostra, na qual os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio padrão do erro amostral que são os pontos característicos da curva normal (Tabela 28).

Tabela 28: Distribuiçäo de freqüências: (Logaritmo dos dados originais + 1).
 
A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Freqüências absolutas
0
2
6
21
9
1
1
Em valores percentuais:
0,0
5,0
15,0
52,5
22,5
2,5
2,5
B. Freqüências acumuladas
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Freqüências absolutas
0
2
8
29
38
39
40
Em valores percentuais:
0,0
5,0
20,0
72,5
95,0
97,5
100,0

Como a distribuição amostral foi normal e homogênea, requisito para adoção de testes paramétricos, tornou-se permitido a aplicação do teste t para análise estatística dos dados (Tabela 29).

TABELA 29 – Análise do teste t.

Valor calculado de t
3,33
Graus de liberdade
38
Média da amostra (1)
0,13
Média da amostra (2)
0,10
Probabilidade de igualdade
0,22%
Significante ao nível de 1% (a =0,01)

Pela análise destes resultados, podemos verificar maior transporte, significante ao nível de 1%, com maior tendência à formação de "zip" para o grupo manual em relação ao grupo automatizado.

Os dados originais em milímetros relativos as medidas da distância da borda interna do canal original à borda interna do preparado no nível de 11milímetros, aquém do final do canal radicular simulado, para os dois grupos estão expressos na (Tabela 30).

Tabela 30 – Mensurações, em milímetros, da distância do canal original até a parte interna do preparo no nível de 11mm.

Raízes/grupos
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0,34
0,44
0,47
0,41
0,54
0,41
0,51
0,44
0,64
0,71
0,47
0,34
0,54
0,34
0,51
0,44
0,41
0,34
0,54
0,14
0,47
0,54
0,24
0,34
0,24
0,44
0,30
0,24
0,41
0,34
0,30
0,31
0,28
0,27
0,20
0,25
0,34
0,37
0,27
0,34

Os dados originais foram submetidos aos testes estatísticos preliminares, sendo inicialmente realizado o teste de aderência à curva normal mostrando um valor do Qui quadrado de 7.57 para 4 graus de liberdade, com curva normal (Tabela 31).

Tabela 31 Teste de aderência à curva normal: Valores originais

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe
M-3s
M-2s
M-1s
Med.
M+1s
M+2s
M+3s
Curva normal
0,44
5,40
24,20
39,89
24,20
5,40
0,44
Curva experimental
2.50
0.00
27.50
42.50
20.00
7.50
0.00
 
B. Cálculo do Qui quadrado
Graus de liberdade
4
Interpretação
Valor do Qui quadrado
7.57
A distribuição amostral testada

é normal

Probabilidade de H0
10.88%

O teste de homogeneidade de Cochran por sua vez apresentou um valor de cálculo de 0,6662 para 2 variâncias e 19 graus de liberdade, que comparado com o valor crítico tabulado 0,7817 mostra uma distribuição homogênea (Tabela 32).

Tabela 32 - Teste de homogeneidade de Cochran

Número de variâncias testadas
2
Número de graus de liberdade
19
Variância maior
0.0150
Soma das variâncias
0.0226
Valor calculado pelo teste
0.6662

Os parâmetros amostrais, demonstrando a mediana dos dados agrupados e sua distribuição, são mostrados pela (Tabela 33).

Tabela 33. Parâmetros amostrais: Valores originais.

Soma dos dados amostrais
0,0000
Soma dos quadrados dos dados
0,4287
Termo de correçäo
0,0000
Variaçäo total
0,4287
   
Média geral da amostra
0,0000
Variância da amostra
0,0110
Desvio padräo da amostra
0,1048
Erro padräo da média
0,0166
   
Mediana (dados agrupados)
-0,0031
Dados abaixo da média
12,0000
Dados iguais à média
17,0000
Dados acima da média
11,0000

Determinou-se a distribuição de freqüência da amostra, na qual os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio padrão do erro amostral que são os pontos característicos da curva normal (Tabela 34).

Tabela 34: Distribuiçäo de freqüências: Valores originais.
 
 

A. Freqüências por intervalos de classe
Intervalos de classe M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s
Freqüências absolutas
1
0
11
17
8
3
0
Em valores percentuais:
2.5
0.0
27.5
42.5
20.0
7.5
0.0
B. Freqüências acumuladas
Intervalos de classe M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s
Freqüências absolutas
1
1
12
29
37
40
40
Em valores percentuais:
2.5
2.5
30.0
72.5
92.5
100.0
100.0

Como a distribuição amostral foi normal e homogênea, requisito para adoção de testes paramétricos, tornou-se permitido a aplicação do teste t para análise estatística dos dados (Tabela 35).

TABELA 35 – Análise do teste t

Valor calculado de t
3,71
Graus de liberdade
38
Média da amostra (1)
0,45
Média da amostra (2)
0,32
Probabilidade de igualdade
0,10%
Significante ao nível de 1% (a =0.01)

De acordo com os resultados desta tabela podemos verificar maior transporte e deslocamento do canal radicular artificial, significante ao nível de 1%, para o grupo manual em relação ao automatizado, para o lado interno da curvatura, no nível de 11 milímetros. O efeito produzido pelo excessivo desgaste nesta região é a formação de "danger zones", que pode levar à perfuração para o lado da furca.

As mensurações feitas, ao longo dos 11 milímetros da curvatura estão expressas nas Tabelas A, B, C e D em anexo. Realizamos um contorno, com os valores médios (Tabela 36) para os canais preparados manualmente e acionados a motor (Fig 9 A e B em material e método).

Tabela 36 – Médias em milímetros a cada milímetro da curvatura, mensuradas tanto interna quanto externamente.

Grupos
Manual
Mecânico
Níveis analisados
/ direção
Interno
Externo
Interno
Externo
1mm
0,0235
0,1410
0,0505
0,1065
2mm
0,0175
0,2380
0,0575
0,1870
3mm
0,0165
0,3115
0,0310
0,2365
4mm
0,0190
0,3405
0,0140
0,2545
5mm
0,0225
0,3435
0,0170
0,2615
6mm
0,0675
0,2725
0,0705
0,2160
7mm
0,1785
0,2100
0,1625
0,1260
8mm
0,2755
0,1040
0,2640
0,0315
9mm
0,3770
0,0630
0,3000
0,0000
10mm
0,4060
0,0460
0,3170
0,0115
11mm
0,4490
0,0355
0,3245
0,0115

 

A
 
 

B

Figuras 9 – (A) Contorno final para os preparos manuais e (B) automatizados.




Verificamos contorno mais regular para os preparos mecanizados, sendo que para os preparos manuais desgastaram extensões maiores no lado externo curvatura na parte apical e para o lado interno, no início da curvatura.


DISCUSSÃO

Como anteriormente salientado, a instrumentação do canal radicular é considerada essencial para o sucesso da terapia endodôntica. O preparo objetiva conseguir uma forma afunilada contínua, do ápice para o terço cervical do canal radicular, a fim de obter-se uma obturação mais hermética possível. Este objetivo pode ser facilmente alcançado em canais retos e amplos, mas dificultado em canais curvos. Várias técnicas e instrumentos foram projetados para este fim, incluindo preparos manuais e os acionados por aparelhos.

As limas tendem a retificar a curvatura do canal produzindo certas deformações que foram descritas por WEINE et al. (1975) verificando que os preparos apresentavam características comuns, sendo que a porção apical não foi a parte mais estreita do canal, mas sim, o meio da porção curva. Essa parte, mais estreita, foi chamada de "elbow". Outra freqüente conseqüência do alargamento de canais curvos é o transporte do canal, na porção apical, para o lado externo da curvatura, reconhecido como "zip", somado a isso, a porção do início da curvatura pode ser mais desgastada para o lado interno levando a formação de "danger zones".

O transporte do canal pode deixar áreas sem atuação dos instrumentos, enquanto outras são excessivamente dilatadas, removendo dentina desnecessária, em detrimento da remoção do conteúdo do canal; além de dificultar ou até mesmo impedir o selamento apical adequado (BARRIENTOS & ARCE, 1985; BRISEÑO & SONNABEND, 1991; CAYÓN et al., 1994).

Várias metodologias são utilizadas, para avaliar a atuação de instrumentos e técnicas na modelagem do canal radicular. O método radiográfico, avalia a pré e pós instrumentação apenas em dois planos. Esta metodologia utiliza dentes naturais, com pouca padronização do comprimento, ângulo e diâmetro das curvaturas, sendo utilizada por vários autores, (GOLDMAN et al., 1987; SOUTHARD et al., 1987; EHRLICH et al., 1989; SEPIC et al., 1989; HUDSON et al., 1992; KNOWLES et al., 1996; GOLDBERG & ARAÚJO, 1997; LOPES et al., 1997; NAGY et al., (1997a, 1997b); PESCE et al., 1997; RAVAGNANI et al., 1998).

A metodologia proposta por BRAMANTE et al. (1987) permite analisar, no dente natural, a anatomia anterior e posterior à instrumentação, mas limita-se a partes seccionadas transversalmente. Esta metodologia utiliza de dentes naturais, não permitindo uma padronização acurada do ângulo de curvatura, diâmetro e comprimento dos canais radiculares. Vários autores utilizam desta metodologia (POULSEN et al., 1995; CHEUNG & CHAN, 1996; CHAN & CHEUNG, 1996; HANKINS & ELDEEB, 1996; COLEMAN et al., 1996; HARLAN et al., 1996; TUCKER et al., 1997; CAYÓN et al., 1997; SHORT et al., 1997).

O processo histológico, permite análise somente da pós instrumentação, resultando na observação de acidentes que são considerados decorrentes do preparo e que poderiam existir, fazendo parte da anatomia original do canal radicular (WALTON, 1976; HAIDET et al., 1989; BROSCO et al., 1991). Semelhante condição se verifica quando da utilização de microscopia eletrônica de varredura (BOLANOS & JENSEN, 1980; COSTA et al., 1986; GOLDMAN et al., 1988; ZMENER et al., 1994; HEARD & WALTON, 1997).

A metodologia de canais radiculares artificiais foi introduzida por WEINE et al. (1975), para analisar os procedimentos de preparo do canal. Os canais eram confeccionados com material similar à dentina quanto a dureza e corte. Algumas vantagens são atribuídas a esta metodologia em relação aos dentes extraídos de humanos; como a não necessidade de radiografias, as limas são vistas atuando pela transparência do corpo de prova, indicado para treinamento em cursos de graduação, avaliação da modelagem do canal pelo formato inicial e final, verificar a eficiência da irrigação, análise de técnicas de instrumentação, bem como, os movimentos dados aos instrumentos, torção a que os instrumentos são submetidos, fraturas e quantidade de raspas de resina que se depositam na parte final do canal radicular simulado.

Como observado em prévios estudos, a utilização de canais radiculares simulados curvos, oferece uma condição padronizada do comprimento e ângulo de curvatura, bem como a análise da forma prévia e final dos preparos (ELDEEB & BORAAS, 1985; LIM & WEBBER; (1985a, 1985b); ALODEH & DUMMER, 1989; ALODEH et al., 1989; AL-OMARI et al., (1992a, 1992b); MOUNCE et al., 1993; SCHAFER, 1995, 1996; TEPEL et al., (1995a, 1995b); ELLIOTT et al., 1998).

LIM & WEBBER, (1985a, 1985b); ALODEH & DUMMER, (1989); SYDNEY et al., (1993); COLEMAN & SVEC, (1997) e ELLIOTT et al., (1998) sugerem que os canais radiculares artificiais, confeccionados em resina transparente, são um substituto válido, em relação aos dentes naturais, para avaliação das técnicas de preparo, comparada com as outras metodologias existentes para o mesmo fim. Salientam DUMMER et al. (1991) que uma variedade de blocos, com canais radiculares simulados estão disponíveis comercialmente, e esses são aceitáveis como proposta educacional, porém para a maioria de projetos de pesquisa eles são inaceitáveis por falta de padronização. Os blocos para pesquisa devem ser confeccionados, padronizando-os de acordo com o exigido pela metodologia, o que não acontece em blocos comercializados.

Desta feita, os blocos utilizados para a presente investigação foram confeccionados padronizando a resina, comprimento, ângulo e diâmetro, dos canais radiculares artificiais, eliminando as variáveis encontradas no dente humano.

A dureza Knoop da resina de poliéster utilizada para confecção dos blocos com canal radicular simulado, foi calculada por WEINE et al. (1975) em 22 e a da dentina em 40. Uma variedade de resinas tem sido testadas, incluindo resina acrílica transparente, para pesquisas com canais radiculares simulados.

Valemo-nos da resina de poliéster, pois o uso desse material encontra apoio em pesquisadores como ELDEEB & BORAAS, (1985); TEPEL et al., (1995a, 1995b); SCHAFER, (1996); TEPEL & SCHAFER, (1997) e SCHAFER (1999a) que afirmam que a aludida resina tem abrasão característica e microdureza similar à da dentina do dente humano e oferece uma reprodutibilidade uniforme.

A direção de transporte, nos canais radiculares simulados em blocos de resina, em relação ao dente natural é semelhante. COLEMAN & SVEC (1997) evidenciaram quantidades de transporte similares entre os dentes humanos e os canais radiculares simulados com curvaturas, quer seja, o transporte no nível apical da curvatura, em direção ao lado externo, e no nível médio para o lado interno. Nesses níveis, os blocos de resina foram uma exata simulação do dente natural.

Observamos em nossa pesquisa, que os preparos para ambos os grupos, mostraram que os deslocamentos foram para o lado externo da curvatura, na porção apical, e no início da curvatura, para o lado interno. Esses deslocamentos foram também observados por (KAVANAGH & LUMLEY, 1998; THOMPSON & DUMMER, (1998a, 1998b); ELLIOTT et al., 1998).

Várias pesquisas tem-se utilizado da sobreposição de imagens dos canais radiculares artificiais (LIM & WEBBER, (1985a, 1985b); SABALA et al., 1988; ALODEH & DUMMER, 1989; ALODEH et al., 1989; DUMMER et al., 1989; BRISEÑO & SONNABEND, 1991; FOGARTY & MONTGOMERY, 1991; AL-OMARI et al., (1992b); CAMPS et al., 1994; TEPEL et al., (1995a, 1995b); SVEC & WANG, 1998; ELLIOTT et al., 1998).

Assim, valemo-nos da realização da sobreposição das imagens pré e pós instrumentação, com o intuito de verificar o transporte do canal, as áreas desgastadas e forma final dos canais.

Utilizamos de fotografias antes e após os preparos, de acordo com o preconizado por WEINE et al., (1975); LIM & WEBBER, (1985a, 1985b); KIELT & MONTGOMERY, (1987); SABALA et al., (1988); FOGARTY & MONTGOMERY, (1991); BAUMGARTNER et al., (1992); CAMPS et al., (1994); HIMEL et al., (1995); ZMENER & BANEGAS, (1996) e MARTIN & SUBAT, (1997) onde foram digitalizadas para efetuar as mensurações.

Para fotografar os canais radiculares simulados utilizamos da introdução de tinta nanquim, para contraste, no interior dos canais radiculares artificiais, similar ao preconizado por KIELT & MONTGOMERY, (1987); SABALA et al., (1988); SHANKAR et al., (1993); DUMMER et al., (1993); ABOU-RASS & ELLIS, (1996) e SVEC & WANG, (1998).

Os preparos, para esta presente investigação, foram realizados por um único operador, instrumentando a título de treinamento, vários blocos antes de realizar os preparos para a pesquisa, familiarizando com o "modus operandi" em canais radiculares artificiais, de acordo com o preconizado por MOUNCE et al., (1993); HIMEL et al., (1995); ABOU-RASS & ELLIS, (1996) e ELLIOTT et al., (1998). Foi observado, pelo operador, que preparar canais radiculares simulados é mais desgastante que no dente natural, o que também foi observado por BAUMGARTNER et al. (1992).

As avaliações, por nós realizadas, foram feitas nos níveis de 4 e 5 milímetros, na parte apical da curvatura, para o lado externo e 11milímetros, coincidindo com o início da curvatura, mensurado para o lado interno, de acordo com metodologia semelhante a KIELT & MONTGOMERY, (1987); FOGARTY & MONTGOMERY, (1991); BRISEÑO & SONNABEND, (1991); CAMPS et al., (1994); HIMEL et al., (1995); ZMENER & BANEGAS, (1996); MARTIN & SUBAT, (1997); ELLIOTT et al., (1998) e SCHAFER, (1999a) que analisaram vários níveis na curvatura de canais radiculares simulados, para verificar a quantidade de transporte. COLEMAN & SVEC (1997) usaram de imagens sobrepostas analisadas por computador verificando as alterações de áreas e distâncias, calculadas em três níveis. Com vistas a comparar, durante a presente investigação, as áreas foram calculadas na parte curva do canal radicular simulado, para avaliar os deslocamentos produzidos pelos preparos.

Utilizamos, neste ensaio, irrigação com 2ml de água destilada a cada troca dos instrumentos, e para lubrificar as paredes de resina foi empregada glicerina bi-destilada, de acordo com o preconizado por AL-OMARI et al., (1996); ABOU-RASS & ELLIS, (1996); THOMPSON & DUMMER, (1997c) e BRYANT et al., (1998), por sua vez, WEINE et al. (1975) indicam a irrigação com hipoclorito a 5.25%. Para FOGARTY & MONTGOMERY, (1991) e BAUMGARTNER et al. (1992), a irrigação deve ser feita com água, a fim de se evitar e prevenir a impactação de partículas de resina na região apical, enquanto, MOUNCE et al. (1993) aconselham o uso de lubrificante no canal radicular artificial para diminuir o calor produzido e reverter algumas mudanças resultantes nas características dos blocos. Contrariamente, BRISEÑO & SONNABEND, (1991); COLEMAN & SVEC, (1997) e ELLIOTT et al., (1998) não utilizaram irrigante para o preparo dos canais radiculares simulados, indicando o retorno de instrumentos menos calibrosos para prevenir a impactação de debris de resina e perda do comprimento de trabalho.

Na fase de treinamento, do nosso trabalho, as duas maneiras foram experimentadas, sendo que se fez a opção pela irrigação, pois foi encontrado, por parte do operador, maior facilidade em preparar os canais radiculares artificiais com o uso de irrigação e substância lubrificante.

O ângulo de aproximadamente 30° de curvatura, utilizado nesta pesquisa, foi baseado em SCHNEIDER (1971), que classificou os canais radiculares em retos 5° ou menos de curvatura, curvaturas moderadas 10 a 20° e curvaturas severas em 25 a 70° pois a incidência de canais em forma de "ampulheta" foi maior em curvaturas severas (WEINE et al., 1975; ELDEEB & BORAAS, 1985; LIM & WEBBER, (1985a, 1985b). Vários trabalhos realizados em canais radiculares artificiais, preconizam o ângulo de curvatura entre 30 e 40° (ELDEEB & BORAAS, 1985; KIELT & MONTGOMERY, 1987; SABALA et al., 1988; DUMMER et al., 1989; FOGARTY & MONTGOMERY, 1991; BAUMGARTNER et al., 1992; SHANKAR et al., 1993; CAMPS et al., 1994; PERTOT et al., 1995; ZMENER & BANEGAS, 1996; COLEMAN & SVEC, 1997).

Empregamos como medida de comprimento de trabalho, 1mm aquém do final do canal radicular simulado, de acordo com o preconizado por LIM & WEBBER, (1985a; 1985b); FOGARTY & MONTGOMERY, (1991); HIMEL et al., (1995); COLEMAN & SVEC, (1997) e SVEC & WANG, (1998).

Diante das dificuldades no preparo de canais curvos, as limas e técnicas são modificadas e melhoradas. O objetivo de se conseguir um aparato, que substitua a instrumentação manual, ganhou destaque no momento atual.

As limas endodônticas devem possuir flexibilidade para acompanhar as diversas curvaturas e ao mesmo tempo, serem resistentes à fratura (IMURA & ZUOLO 1996). Assim, os instrumentos sofreram várias modificações como, secção transversal, desenho da ponta, número de espiras, conicidade, composição da liga e cinemática.

Neste particular as limas Flex-R, propostas por ROANE et al. (1985) possuindo pontas arredondadas e secção triangular, juntamente com as limas Canal Master WILDEY & SENIA (1989), foram uma substancial modificação no desenho das limas convencionais. Estas modificações, mostram redução na formação de degraus e transporte do canal, em relação as limas tipo K de pontas convencionais, com ângulo agudo de transição (SABALA et al. 1988).

Limas com secção triangular, possuem maior flexibilidade que as limas tipo K de secção quadrangular, devido a uma massa 37,5% menor, como os instrumentos Flexofiles e Flex-R, denotando melhores resultados em preparar canais curvos (DAGHER & YARED 1995).

LESEBERG & MONTGOMERY, (1991); CAYÓN et al., (1994); CAMPS et al., (1994) e SAUNDERS & SAUNDERS (1994) advogam menor transporte do canal para os instrumentos modificados. Contrariamente, BRISEÑO & SONNABEND, (1991); AL-OMARI et al., (1992b); HUDSON et al., (1992); BEDFORD et al., (1997) e MARTIN & SUBAT, (1997) creditam transporte similar, do canal radicular para os instrumentos modificados e convencionais.

TEPEL et al. (1995b) atestam que instrumentos de aço inoxidável com pontas modificadas são superiores, na manutenção do canal centrado, em relação aos instrumentos tipo K convencionais. SCHÄFER, (1996) observou melhor forma dos canais radiculares quando estes eram primeiramente dilatados com Flexoreamer ou Flex-R #15 e #20, usando movimento de rotação, seguido pelos instrumentos #25 a #35, usando forças balanceadas. Essa combinação favorece o preparo do canal e promove um preparo sem transporte.

Nesta ordem de idéias, na tentativa de minimizar a ocorrência de iatrogenias durante o preparo de canais curvos, preconizou-se o pré-curvamento das limas de aço inoxidável, WEINE et al. (1975) afirmam que mesmo utilizando-se desta manobra, o instrumento tende a tornar o canal reto, causando maior desgaste, na porção cervical, para o lado interno do canal, e na porção apical para o lado externo. Essas áreas de maior desgaste denotam um canal em forma de "ampulheta" (LIM & WEBBER, (1985b); SEPIC et al., 1989; AL OMARI et al., 1996). Já SVEC & WANG (1998) recomendam a curvatura gradual dos instrumentos de aço inoxidável em 20° e 40° para instrumentar canais com curvatura gradual e em 25° e 35° para canais com curvaturas abruptas.

Até 1960 as limas eram fabricadas em aço carbono, desde então passaram a ser fabricadas em aço inoxidável e atualmente também em níquel-titânio. CIVJAN et al. (1975) foram os primeiros a investigar a liga de níquel-titânio para ser usada em Odontologia. WALIA et al. (1988) avaliaram as propriedades físicas das primeiras limas de níquel-titânio, confeccionadas a partir de fios ortodônticos, evidenciando melhores resultados que as limas de aço inoxidável. Os instrumentos de níquel-titânio são constituídos de 55% de níquel e 45% de titânio, conferindo uma flexibilidade substancial em relação às limas de aço inoxidável. Essas propriedades ofereceram condições para fabricação de um instrumento para ser usado em canais curvos (LUÍTEN et al. 1995).

DAGHER & YARED, (1995); CHAN & CHEUNG, (1996); HARLAN et al., (1996) e SCHAFER (1997) contemplam melhores preparos e menor transporte do canal para os preparos realizados com instrumentos de aço inoxidável, em relação aos de níquel-titânio. ESPOSITO & CUNNINGHAM, (1995); GLOSSON et al., (1995); HIMEL et al., (1995); PERTOT et al., (1995); ROYAL & DONNELLY, (1995); COLEMAN et al., (1996); GAMBILL et al., (1996) SAHLI et al., (1996); BISHOP & DUMMER, (1997) e ELLIOTT et al., (1998) observaram preparos mais centrados as expensas de instrumentos fabricados em liga de níquel-titânio.

Do exposto, justifica-se o uso das limas de níquel-titânio Onyx-R e Pow-R para esta presente investigação, por possuírem maior flexibilidade que os instrumentos de aço inoxidável e desenho similar ao da lima Flex-R, com ponta arredondada, secção transversal triangular e conicidade ISO de 0,02 por milímetro. Assim, somente foi modificada a maneira de atuar no canal, por parte das limas selecionadas, quer seja, manualmente ou acionada por aparelho rotatório.

O movimento dado aos instrumentos também sofrem modificações, sendo que o tradicional movimento de limagem é gradativamente substituído por raspagem lateral contra as paredes CLEM, (1969), anticurvatura ABOU-RASS et al., (1980), movimento de forças balanceadas ROANE et al., (1985), movimentos oscilatórios DE DEUS, (1992) e rotatórios produzidos por aparelhos.

SOUTHARD et al., (1987); CALHOUN & MONTGOMERY, (1988); SEPIC et al., (1989) e ELLIOTT et al., (1998) observaram canais mais centrados com movimento de forças balanceadas, que o tradicional movimento de limagem.

Pelas razões apresentadas, empregamos em nosso trabalho, o movimento de ¼ de volta tração de pequena amplitude, até que o instrumento atuasse livre no interior do canal radicular artificial, a partir do que, era aplicado o movimento de forças balanceadas, dando meia volta para o sentido horário e uma volta no sentido anti-horário, para complementar a ação da lima, nos preparos manuais. Para a instrumentação automatizada, as limas acionadas pelo motor, tiveram movimentos rotatórios.

Juntamente com as modificações nos instrumentos, as técnicas foram aperfeiçoadas, a fim de se evitar deformações durante o processo de modelagem do canal curvo. CLEM (1969) salienta que instrumentos mais finos podem ultrapassar a curvatura e preparar a porção apical, muito embora não sejam o suficiente no preparo da porção coronária, que exigiria instrumentos mais calibrosos, a seu ver, problemáticos na ultrapassagem do referido acidente anatômico. WALTON (1976) propôs que o uso da técnica telescópica para resolver os problemas decorrentes do preparo de canais curvos.

MULLANEY (1979) advogou que o escalonamento é decisivo para se obter uma forma cônica mais consistente. ABOU-RASS et al. (1980) descreveram a técnica de anticurvatura, em que tentam direcionar o instrumento para as chamadas zonas de segurança. GOERIG et al. (1982) e FAVA (1983) preconizaram a inversão do preparo, de cervical para apical, salientando a imperiosa necessidade de um esvaziamento prévio dos terços cervical e médio, para que o material nele contido não seja forçado para a região periapical.

HOROKOSKY et al., (1988) e LIM & WEBBER, (1985b) demonstraram que os canais ficam com forma de "ampulheta" com a técnica do escalonamento. Contrariamente, FIGUEIREDO et al., (1991) e BRAMANTE et al., (1994) encontraram melhores resultados com a técnica escalonada em relação à seriada.

ESTRELA et al., (1992) e MACHADO, (1993) indicaram a técnica de preparo cervical como alternativa para melhor definir a forma final a ser obtida, principalmente em canais radiculares curvos, determinando melhores resultados, em relação a seriada.

Optamos pela técnica cervical auxiliada por brocas de Gates-Glidden, tendo apoio nos relatos já descritos anteriormente, somado as pesquisas de AL-OMARI & DUMMER (1995), que observaram bloqueio no canal ocorrendo com maior freqüência no escalonamento ápico-cervical, em relação ao preparo cérvico-apical. Acresça-se que os preparos utilizando limas de níquel-titânio em aparelhos rotatórios, produzem menor quantidade de extrusão de debris (HINRICHS et al., 1998; REDDY & HICKS, 1998).

Aliado as técnicas cérvico-apicais, o emprego de instrumentos rotatórios em endodontia, principalmente as brocas de Gates-Glidden, possui inúmeros adeptos pelas facilidades imprimidas ao tratamento endodôntico, liberando áreas dos terços cervical e médio, possibilitando a atuação com maior liberdade na zona apical, das limas (ESTRELA et al., 1992; MACHADO et al., 1998). A utilização de brocas de Gates-Glidden no interior dos canais radiculares, ao contrário do que se possa parecer, não é prejudicial ao elemento dental, desde que adequadamente empregadas. Entretanto, há necessidade do conhecimento da anatomia interna dental e dos desgastes nas zona de segurança, evitando as zonas de perigo (SANTOS & BARBOSA, 1992; PERTOT et al., 1995; IMURA & ZUOLO, 1996).

Empregamos as brocas de Gates-Glidden, na parte reta dos canais radiculares simulados, para configurar o preparo cérvico apical, facilitando a ação dos instrumentos junto a curvatura apical.

Através das modificações no desenho, constituição da liga e cinemática dos instrumentos, associado as alterações técnicas, o preparo dos canais radiculares curvos, pode ser levado a instrumentos mais calibrosos sem causar grandes deformações. Os insatisfatórios resultados obtidos com um instrumento de pequeno diâmetro apical, sugerem que o tamanho da dilatação apical seja maior que um instrumento #25, (BACKMAN et al., 1992; WU & WESSELINK, 1995; SHORT et al., 1997; MIRANZI et al., 1999).

Preparos utilizando instrumentos de pequeno diâmetro, reduzem a ação mecânica das limas e da substância química auxiliar com menor remoção de debris (WALTON, 1976; SOUTHARD et al., 1987; CALHOUN & MONTGOMERY, 1988; SEPIC et al., 1989; BAUMGARTNER et al., 1992; MARTIN & SUBAT, 1997; ELLIOTT et al., 1998; KAVANAG & LUMLEY, 1998).

Contrariamente, KUHN et al. (1997) evidenciaram diferenças significativas entre as formas de preparos realizados com a lima de níquel-titânio #25 no comprimento de trabalho, em relação às limas de aço inoxidável de mesmo calibre, o que não foi encontrado quando um instrumento #40 era utilizado até o comprimento de trabalho.

Do exposto, conduzimos nossos preparos, no comprimento de trabalho, até a lima #40 para os dois grupos avaliados. ESPOSITO & CUNNINGHAM (1995) e ROYAL & DONNELY (1995) salientaram que o desenho atual dos instrumentos rotatórios de níquel-titânio pode proporcionar um preparo apical, mesmo em canais curvos, com o calibre #40.

Objetivando diminuir o tempo de trabalho, desgaste do profissional e obter uma melhor modelagem durante o preparo de canais curvos, a instrumentação automatizada vem sendo proposta e avaliada. Os primeiros aparelhos a serem comercializados foram o Giromatic e o Racer, depois surgiram, quase ao mesmo tempo, aparatos que acionavam limas pela energia ultra-sônica, aparelhos sônicos e o sistema Canal Finder. LANGELAND et al., (1985) afirmaram que estes aparelhos não removem todo o tecido pulpar, causando irregularidades nas paredes dos canais radiculares curvos.

Os instrumentos manuais foram adaptados para estes aparatos, resultando em cortes agressivos, gerando problemas de transporte e perfurações em canais curvos (WALKER & DEL RIO 1989). FOGARTY & MONTGOMERY (1991) verificaram que os aparelhos sônicos e ultra-sônicos prestam-se para preparar pequenas curvaturas.

DUMMER et al., (1989); (1993); SYDNEY et al., (1993); (1995); SYDNEY & MELO (1996) creditam bons preparos para os sistemas sônicos e Canal Finder. Em contrapartida CAMPOS & DEL RIO, (1990); ABOU-RASS & ELLIS, (1996); LLOYD et al., (1997); HAIKEL & ALLEMANN, (1988) e SMITH & EDMUNDS, (1998) evidenciaram problemas significativos, com o uso destes aparelhos, como bloqueio do canal, perda da sensação tátil, debridamento ruim, retificação do canal e fratura de instrumentos.

Com o advento dos instrumentos de níquel-titânio, que podem ser usados em motores e movimentados em peça de mão de baixa rotação, girando 360 graus no sentido horário, de 250 a 350 rpm, torna a instrumentação automatizada mais segura (LEONARDO 1997).

Com vistas a estes fatos, a presente pesquisa comparou, as deformações produzidas, em canais radiculares artificiais curvos, ambos utilizando de limas de níquel-titânio, de modo manual e automatizado, auxiliadas mecanicamente por brocas de Gates-Glidden #1 e #2.

Não observamos a fratura de nenhum instrumento, sendo que três instrumentos do grupo 1 sofreram deformações nas suas espiras e apenas um do grupo 2.

Nossos resultados mostraram, pelo cálculo da área, maior deslocamento para o lado externo no terço apical da curvatura para os preparos manuais, em relação ao automatizado, estatisticamente significante ao nível de 1%, com maior tendência à formação de "zips" (Tabela 9 em resultados). As áreas de desgaste na parte cervical da curvatura denotaram um maior deslocamento para o lado interno da curvatura e tendência de formação de "danger zones" para o grupo 1, significante ao nível de 5%, onde verificou-se maior tendência em modelar o canal para uma forma de "ampulheta" (Tabela 15 em resultados).

Nos três níveis avaliados, 4, 5 e 11 milímetros observamos maior deslocamento para os canais instrumentados manualmente em relação aos preparos automatizados, sendo este transporte estatisticamente significante ao nível de 1% (Tabelas 21, 29 e 35 em resultados). Os valores para os preparos manuais foram mais discrepantes e para o método automatizado mais homogêneos (Tabelas 16, 22 e 30 em resultados).

Ainda em relação a forma, pelo contorno final, para ambos os grupos (Figs 9 A e B pg 95 em resultados), verificamos um canal mais centrado para o grupo 2, denotando menor transporte, no nível apical, para o lado externo da curvatura e no nível cervical para o lado interno da curvatura. As médias para o grupo 1, evidenciaram a tendência em endireitar o canal, ou seja, transformar o canal curvo em reto, sendo que para o grupo 2 esta tendência foi menor, mantendo melhor a forma prévia original (Tabela 36 em resultados).

BRYANT et al., (1998) e THOMPSON & DUMMER, (1998c) não obtiveram bons preparos com aparelhos rotatórios e limas de níquel titânio Quantec Series 2000 e Profile de conicidade 0.04, observando transporte do canal curvo para o lado externo na região apical, formando "zips" em grande quantidade.

ESPOSITO & CUNNINGHAM, (1995); LUITEN et al., (1995) e TUCKER et al., (1997) não encontraram diferenças significativas na forma dos preparos, quando da utilização manual das limas de aço inoxidável, movidas por aparelho sônico e níquel-titânio movidas por aparelho rotatório.

Nossos resultados são similares aos observados por GLOSSON et al., (1995); POULSEN et al., (1995); KNOWLES et al., (1996); ZMENER & BANEGAS, (1996); LOPES et al., (1997); SHORT et al., (1997) THOMPSON & DUMMER, (1997a, 1997b, 1997c, 1997d, 1997e) e MACHADO, (1998) que advogam preparos regulares, em canais curvos com o uso de aparelhos rotatórios acionando limas de níquel-titânio.

Deste modo, verificamos que os aparelhos rotatórios, utilizando limas de níquel-titânio, representam evolução significativa na maneira de preparar canais curvos. Esta associação permite realizar a instrumentação, até uma lima de maior calibre, na região apical, denotando forma regular, facilitando o processo de obturação mesmo em canais com curvaturas severas. As limas utilizadas manualmente, levaram a um desgaste maior por parte do operador, e uma forma final mais irregular.

É preciso cuidado ao transpor estes resultados para o preparo em pacientes, apesar das inúmeras vantagens dos canais radiculares artificiais, eles não simulam a complicada anatomia interna, principalmente o achatamento das raízes em canais curvos. Fatores como limpeza devem ser considerados, o que não se pode evidenciar em canais radiculares artificiais, porque os mesmos são confeccionados de forma cilíndrica, enquanto que, os canais radiculares dos dentes de humanos apresentam uma complexa anatomia. Mais pesquisas são necessárias para uma completa avaliação de quesitos como limpeza e remoção da polpa, sendo preciso também relacionar os resultados obtidos pela nossa investigação e os resultados em dentes naturais.


CONCLUSÕES

Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos podemos concluir que:

-Os preparos manuais desgastaram maiores extensões, na região apical, em relação aos preparos automatizados, evidenciando tendência para formação de "zip";

-As extensões cervicas foram mais desgastadas, lado interno da curvatura, pelo preparo manual, com tendência de formação de "danger zones";

-O transporte do canal foi mais pronunciado, nos níveis analisados, para os preparos manuais;

-Os canais instrumentados pelo processo automatizado, apresentaram forma de contorno mais regular e centrada.

-A instrumentação automatizada mostrou-se de melhor qualidade que a instrumentação manual na manutenção da curvatura original.



 

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